FENICAFÉ: SURGIU UMA NOVA REALIDADE, EVENTOS INCOMUNS SE TORNARAM NORMA
O diretor-executivo da Organização Internacional do Café
(OIC), Robério Oliveira Silva, foi o responsável pela primeira palestra da
edição 2014 da Feira Nacional de Irrigação em Cafeicultura (Fenicafé),
aberta nesta terça-feira em Araguari, no cerrado de Minas Gerais. Na
oportunidade, Silva falou sobre as perspectivas para o mercado cafeeiro, que
iniciou o ano de 2014 com bastante turbulência e volatilidade.
Conforme o diretor da OIC, a recente disparada nas cotações
internacionais do café foi resultado direto da estiagem em Minas Gerais, estado
responsável por cerca de metade da produção nacional de café do Brasil. O
déficit hídrico acumulado nas principais regiões de cultivo mineiras está na
casa dos 500 milímetros. "Na realidade, as temperaturas globais vêm subindo
há décadas. No Brasil, as temperaturas médias estiveram quatro graus
centígrados acima das médias históricas em janeiro e fevereiro", observou
Silva.
Efeito clima cria nova realidade para a cafeicultura
Na visão da OIC, há uma nova realidade no cenário cafeeiro mundial.
Eventos incomuns "estão se tornando uma norma. Além da estiagem no Brasil,
chuvas provocaram fortes perdas para a produção da Colômbia recentemente e
ajudaram a disseminar uma praga na América Central e México, onde está
havendo uma quebra de 25% na safra por conta de casos espalhados de ferrugem,
enquanto que partes da África e ainda o Vietnã sofrem com estiagem, assim como
o Brasil", apontou Silva. A OIC sugere um trabalho em conjunto entre seus
países-membros para uma adaptação a essas circunstâncias, de modo que seja
possível minimizar os efeitos das intempéries climáticas.
Silva exaltou o pioneirismo do Brasil na irrigação de áreas cultivadas
de café, mas salientou que o processo está presente em apenas 10 por cento
delas. "Há necessidade de ampliação da irrigação na cafeicultura
brasileira. Como resultado, o setor se tornará mais resistente às mudanças
climáticas", finalizou o diretor-executivo da OIC.
Fenicafé
A edição 2014 da Fenicafé - maior Feira de Cafeicultura Irrigada do
Brasil - teve início nesta quarta-feira. A Fenicafé é promovida pela
Associação dos Cafeicultores de Araguari (ACA) e a Federação dos
Cafeicultores do Cerrado com apoio do Ministério de Agricultura e Pecuária
(MAPA), Embrapa Café, Prefeitura e Câmara Municipal de Araguari.
FENICAFÉ: DIRETOR DO DECAF PEDE PARA PRODUTOR EVITAR AUMENTO DE ÁREA
O diretor do Departamento de Café (Decaf) do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Jânio Zeferini, veio prestigiar
a edição 2014 da Feira Nacional de Irrigação em Cafeicultura (Fenicafé),
que está sendo realizada entre os dias 18 e 20 de março em Araguari, no
cerrado de Minas Gerais.
O diretor do Decaf salientou que o Governo Federal "acredita e aposta na
cafeicultura" e corroborou a recomendação da Federação dos Cafeicultores do
Cerrado (MG) no sentido de que os produtores têm que participar mais do
mercado. "Não percam a oportunidade de participarem do mercado. Façam suas
vendas futuras. É muito melhor vender barato do que vender desvalorizado.
Protejam-se com um preço bom e remunerador", exaltou Zeferini.
Segundo Zeferini, o Ministério da Agricultura recomenda que o cafeicultor
aumente sua produtividade, não sua área. "Um crescimento de área
sinalizaria ao mercado que haveria mais café vindo por aí e o preço cairia.
Avaliem muito bem a situação antes de a incrementarem", alertou.
A Fenicafé é promovida pela Associação dos Cafeicultores de Araguari
(ACA) e Federação dos Cafeicultores do Cerrado, com apoio do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Embrapa Café, Prefeitura e
Câmara Municipal de Araguari.
FENICAFÉ: MOMENTO É PRÓSPERO, MAS SETOR NECESSITA POLITICA DURADOURA - CNC
O presidente da Conselho Nacional do Café (CNC) e deputado
federal por Minas Gerais, Silas Brasileiro, foi um dos principais nomes
presentes no primeiro dia da edição 2014 da Feira Nacional de Irrigação em
Cafeicultura (Fenicafé), que está sendo realizada entre os dias 18 e 20 de
março, em Araguari, no cerrado de Minas Gerais.
Brasileiro salientou que cada vez mais cafeicultores estão tendo acesso à
irrigação graças a recursos disponibilizados pelo Banco Nacional do
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Saudando a presença de outras
autoridades ilustres, como o diretor-executivo da Organização Internacional do
Café (OIC), Robério Oliveira Silva, o presidente do CNC exaltou que o momento
da cafeicultora é próspero, mas que o setor necessita de políticas
duradouras que permitam a manutenção desta rentabilidade. "Se queremos
continuarmos a ser competitivos e a manter nosso lugar no mercado internacional,
precisamos de ainda mais investimentos em excelência e pesquisa", disse
Brasileiro, que classificou as certificações de origem obtidas pelos
produtores do cerrado mineiro como um "acontecimento grandioso".
O presidente do CNC lembrou que os produtores do Brasil estão presentes
praticamente no mundo todo no mercado de fornecimento de café. Os preços agora
são remuneradores, frisou, mas "não apenas por conta do veranico". Houve,
além do lançamento de contratos de opção de venda para três milhões de
sacas de café, alongamento de dividas, o que veio se somar aos efeitos da
estiagem no Brasil refletidos pelo mercado internacional, comentou Brasileiro.
Silas Brasileiro aproveitou a ocasião para agradecer ao ex-ministro da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antonio Andrade, o qual "lutou muito
pela realização dos leilões, sem se satisfazer quando foram oferecidas
opções para apenas um milhão de sacas em um primeiro momento e nem para dois
milhões de sacas posteriormente. Andrade bateu o pé até a presidenta Dilma
Roussef autorizar opções para três milhões de sacas", informou o presidente
do CNC.
Quando houve a reivindicação dos produtores pela realização dos
leilões de opção de venda, os preços do café no mercado físico giravam em
torno de R$ 240,00 a R$ 250,00 por saca, contra os atuais R$ 480,00 por saca.
"Temos então que agradecer ao Governo Federal por seu papel fundamental na
recuperação dos preços. O veranico foi importante, sim, mas não foi o único
fator por trás dela", finalizou.
A Fenicafé é promovida pela Associação dos Cafeicultores de Araguari
(ACA) e Federação dos Cafeicultores do Cerrado, com apoio do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Embrapa Café, Prefeitura e
Câmara Municipal de Araguari.
FENICAFÉ: PRODUTOR TEM QUE PARTICIPAR MAIS DO MERCADO FUTURO - FEDERAÇÃO
O presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado
(MG), Francisco Sérgio de Assis, esteve presente na abertura oficial da
edição 2014 da Feira Nacional de Irrigação em Cafeicultura (Fenicafé), em
Araguari. Assis exaltou as recentes conquistas dos produtores da tradicional
região produtora de café mineira, que se estende por cerca de 175 mil
hectares.
A Federação dos Cafeicultores do Cerrado conta com nove cooperativas,
sete associações de produtores e, ainda, com uma fundação. Na última
quarta-feira (12), Assis foi reeleito presidente, desta vez para o triênio 2014
- 2016.
Assis em seu pronunciamento observou que "nada acontece por acaso",
referindo-se à primeira denominação de origem controlada no Brasil, mais um
feito dos produtores de café do cerrado mineiro. Segundo ele, este é "um selo
de reconhecimento internacional do café do cerrado, fruto de um trabalho de
anos". Assis exaltou ainda a irrigação, que "garante a produtividade do
alimento que colocamos na mesa do brasileiro", e pediu respeito ao agricultor,
pois "se há superávit na balança comercial, esse saldo positivo é resultado
do trabalho dele".
O presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado agradeceu ao
Governo Federal pelos leilões de opção de venda, as quais os produtores não
precisaram exercer, já que foram oferecidos na época dos pregões R$ 343,00
por saca de 60 quilos, mas hoje este mesmo café tem preço de cerca de R$
480,00 no mercado físico.
Por falar em mercado, Assis salientou que o produtor de café tem que
participar mais dele, seja na venda física como na venda futura. "Temos que
utilizar mais esta importante ferramenta representada pelo mercado futuro. Se
hoje temos um preço em torno de R$ 480,00 por saca para o mercado físico de
café, já é possível obter R$ 500,00 nas vendas futuras", alertou Assis.
FENICAFÉ: NA REGIÃO DE ARAGUARI (MG), 100% DA ÁREA CULTIVADA É IRRIGADA
O presidente da Associação dos Cafeicultores de Araguari
(ACA), Cláudio Morales Garcia, participou da abertura oficial da edição 2014
da Feira Nacional de Irrigação em Cafeicultura (Fenicafé), evento que se
estenderá até a quinta-feira no município. Garcia saudou especialmente as
presenças de autoridades do setor, como o diretor-executivo da Organização
Internacional do Café (OIC), Robério Oliveira Silva, e ainda do presidente do
Conselho Nacional do Café (CNC), o deputado federal Silas Brasileiro.
Em um evento voltado principalmente para a irrigação, o presidente da
ACA destacou que nada menos que 100 por cento das áreas de café da região de
Araguari são irrigadas, "situação que chama a atenção do Brasil inteiro".
Garcia salientou ainda que a Fenicafé, perto de completar 20 anos, já em sua
décima-nona edição, começou tímida em 1995, mas tornou-se 'gigantesca'.
Garcia pregou a necessidade de mais investimentos em irrigação. Conforme
o presidente da ACA, a irrigação é um dos procedimentos na agricultura que
mais desperta a atenção dos investidores. Enquanto que a produtividade média
dos cafezais brasileiros está na casa de 24 sacas por hectare, as lavouras
irrigadas de Araguari propiciam o beneficiamento de 35 sacas por hectare.
A Fenicafé é promovida pela ACA e Federação dos Cafeicultores do
Cerrado, com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA), Embrapa Café, Prefeitura e Câmara Municipal de Araguari.
FENICAFÉ: QUEREMOS PARTICIPAÇÃO DOS COMERCIANTES NAS ESTIMATIVAS, DIZ OIC
O diretor-executivo da Organização Internacional do
Café (OIC), Robério Oliveira Silva, foi o responsável pela primeira palestra
da edição 2014 da Feira Nacional de Irrigação em Cafeicultura (Fenicafé),
aberta nesta terça-feira em Araguari, no cerrado de Minas Gerais. Silva falou
brevemente sobre as perspectivas para o mercado cafeeiro, que iniciou o ano de
2014 com bastante turbulência e volatilidade.
Em seu último relatório mensal de safra, a OIC estimou a produção
global de café da temporada 2013/14 em 145,8 milhões de sacas de 60 quilos,
alta de 0,5 por cento em relação as 145,1 milhões de sacas da temporada
anterior. "Queremos que o mercado aceite mais nossos números de safra, que
contam com bastante acuidade e que são coletados através de grupos de trabalho
formados em nossos países-membros. Para tanto, queremos participação dos
comercializadores na elaboração deles. Isso contribuirá para aprimorá-los e
diminuir a volatilidade do mercado internacional. Precisamos afunilar os
números da OIC junto aos comerciantes", pediu o diretor-executivo da
entidade.
A OIC divulga no início de cada mês um relatório atualizado com as
estimativas de oferta e demanda globais de café. Contudo, para a temporada
2014/15 - cuja colheita estará iniciando nos próximos meses no Brasil em
meio a muita especulação em torno dos efeitos de uma estiagem nas principais
regiões de cultivo - a OIC ainda não tem uma estimativa fechada.
FENICAFÉ: RALI NAS COTAÇÕES NÃO É EVENTO INESPERADO - OIC
As cotações internacionais do café que vinham em
contração nos últimos três anos passaram a disparar na virada de 2013 para
2014 e acentuaram o movimento de alta em fevereiro. Mas, em entrevista exclusiva
à Agência SAFRAS durante um intervalo da Fenicafé 2014, evento que teve
início hoje em Araguari, no cerrado de Minas Gerais, o diretor-executivo da
Organização Internacional do Café (OIC), Robério Oliveira Silva, salientou
que o rali não foi e não é um evento "inesperado".
Segundo o dirigente máximo da entidade, a OIC vinha alertando através de
seus relatórios mensais que o equilíbrio entre a oferta e a demanda mundial
é "bastante precário". Para a temporada 2013/14, que iniciou no último
mês de outubro e se estenderá até setembro deste ano, a Organização
Internacional do Café (OIC) estima a produção global de café em 145,8
milhões de sacas, alta de apenas 0,5 por cento ante as 145,1 milhões da
temporada anterior. A produção da variedade robusta deve ter um crescimento de
7,2 por cento, para 60,3 milhões de sacas, enquanto a produção de arábica
foi projetada em queda de 3,8 por cento, para 85,4 milhões de sacas. Os
últimos dados da OIC sobre o consumo são de 2012/13, quando a demanda cresceu
para 142 milhões de sacas, alta de cerca de 2,4 por cento em relação ao ciclo
anterior.
A OIC avalia através de seu diretor-executivo que os preços do café
estavam muito baixos e já era esperada uma correção nas cotações, que
tiveram agora recentemente como seu grande catalisador a estiagem no cinturão
produtor de café do Brasil. Essa situação levou os indicadores de preços da
OIC a registrarem a maior alta para um único mês desde 1977. "Como o mercado
ainda não tem condições de avaliar os efeitos dessa estiagem sobre a
produção de café e ainda sobre outros países que também estão com
problemas, acredito que o mercado segue com viés de alta, ou pelo menos vai
continuar nestes níveis de agora. Além disso, acho que entramos de fato num
ciclo virtuoso para a produção de café", frisou Silva.
O rali nas cotações internacionais do café não pegou a OIC de surpresa.
"Nós já advertíamos nos nossos relatórios que os números de produção e
consumo estavam muito próximos e que qualquer disrupção na oferta poderia
causar isso aí", finalizou o diretor-executivo da OIC.
FENICAFÉ: ADUBAÇÃO INADEQUADA E CLIMA VÃO PREJUDICAR PRÓXIMAS DUAS SAFRAS
O mercado de café vinha em constante depressão nos seus
preços e perspectivas até o início do ano de 2014, quando então quase que de
forma súbita os seus fundamentos emergiram e passaram a reger o comportamento
das cotações. O ano que seria de produção alta no Brasil passou a ser de
muitas dúvidas e incertezas em relação ao potencial produtivo dos cafezais do
principal player mundial.
Com cotações deprimidas há cerca de três anos, os cafeicultores
brasileiros passaram a investir menos na lavoura. "Em muitas regiões onde a
recomendação de adubação é de pelo menos 400 quilos por hectare de café,
foram realizados no máximo entre 200 a 250 quilos de adubação. Assim, desde
setembro do ano passado percebemos que haveria redução no potencial de
produção brasileiro", disse uma fonte ligada ao governo brasileiro nos
bastidores da Fenicafé - maior Feira de Cafeicultura Irrigada do Brasil -, que
preferiu não ser identificada.
A Fenicafé terá inicio as 10h desta terça-feira no Pica Pau Country
Club, em Araguari, no Triângulo Mineiro, com presenças confirmadas do
presidente do Conselho Nacional do Café (CNA), Silas Brasileiro, e ainda do
diretor-executivo da Organização Internacional do Café, Robério Silva.
A falta de adubação e ainda das perdas de produtividade ocasionadas pela
estiagem no Sudeste do Brasil entre os meses de janeiro e fevereiro irão
provocar queda nas expectativas de produção do Brasil, agravadas agora pela
infestação da broca principalmente nas regiões afetadas pela estiagem.
"Serão dois anos complicados para a cafeicultura. A falta de adubação
adequada abriu espaço para a infestação da broca. Mas a declaração do
estado de emergência em Minas Gerais deve permitir uma aplicação mais precisa
dos defensivos a partir de setembro e novembro", disse a fonte.
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