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quarta-feira, 19 de março de 2014

Café contém perdas na ICE, mas fecha dia apenas com estabilidade

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta terça-feira com altas ligeiras, em uma sessão marcada por uma volatilidade um pouco menos intensa, permitindo que a posição maio conseguisse se manter acima dos 190,00 centavos, ainda que tenha, ao longo da manhã, flutuado ligeiramente abaixo desse referencial psicológico. A sessão foi marcada por recompras de caráter especulativa. Ao longo da manhã, os vendedores chegaram a esboçar uma nova ação de liquidação, mas rapidamente foram acionadas ordens de recompra e os ganhos voltaram a ser observados. Porém, antes do final do dia, os vendedores ganharam novo fôlego e os preços ficaram próximos da estabilidade. Os operadores ressaltaram o caráter técnico do dia. Após dois pregões com quedas incisivas, o que se verificou foi uma tentativa dos players de ao menos equilibrarem as cotações, ainda que o nível de 200,00 centavos, alcançado ao longo da semana passada, já esteja consideravelmente longe. O mercado continua focado nas questões climáticas do Brasil, sendo que vários players trabalham com a expectativa de que as perdas poderão ser efetivas na atual safra do país, o que, evidentemente, vai afetar na oferta global do grão.


No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição maio teve alta de 15 pontos, com 191,55 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 196,55 centavos e a mínima de 189,10 centavos, com o julho registrando ganho de15 pontos, com 193,40 centavos por libra, com a máxima em 198,35 centavos e a mínima em 191,30 centavos. Na Euronext/Liffe, o maio teve queda de 24 dólares, com 2.135 dólares por tonelada, com o julho tendo desvalorização de 24 dólares, para o nível de 2.131 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por um tentativa de contenção das fortes perdas das duas sessões passada, sendo que alguns ganhos chegaram a ser registrados, mas não mantidos ao final do intraday e também ao longo do after-hours. Alguns desses analistas avaliam queo mercado pode estar em busca de um chão, diante de ganhos tão proeminentes verificados ao longo das últimas semanas, na esteira do temor dos participantes com a questão climática no Brasil. No segmento externo, o dia foi marcado por bons avanços das bolsas de valores nos Estados Unidos. O dólar ficou próximo da estabilidade em relação a uma cesta de moedas internacionais. Já nas commodities, destaque para o bom desempenho do petróleo, ao passo que nos softs a maior parte das matérias-primas tiveram ganho, com exceção do cacau e do açúcar.

"Após as quedas fortes das últimas sessões, tivemos uma sessão de ligeira recomposição. Provavelmente, o mercado tenda a se estabilizar próximo do nível de 190,00 centavos, que é um patamar bastante interessante. Ainda há muitas incertezas em relação à disponibilidade global do grão e dificilmente teremos os players numa avalanche vendedora. Afinal, eles precisam ter uma margem protetiva, já que o mercado pode se mostrar bastante restrito, devido à quebra do Brasil e dos centro-americanos e também aos possíveis problemas de qualidade dos grãos brasileiros", disse um trader.

As exportações de café da Nicarágua em fevereiro subiram 24,8% em relação ao mesmo mês do ciclo anterior, somando 147.312 sacas, revelou o Cetrex (Centro de Trâmites de Exportação da Nicarágua). Em números globais, os embarques do grão ao exterior caíram 47,3% nos primeiros cinco meses do atual safra de café, indo para 336.422 sacas. Os produtores de café do país centro-americano deverão diminuir em pelo menos 20% a oferta de café no ciclo de produção 2013/2014, principalmente devido aos problemas relacionados à ferrugem do colmo nas lavouras locais.

Os estoques de café verde dos Estados Unidos apresentaram uma diminuição de 203.234 sacas no final de fevereiro, somando 4.826.104 sacas, de acordo com dados divulgados pela GCA (Green Coffee Association). Em 31 de janeiro, por sua vez, os estoques do país eram de 5.029.338 sacas. A diminuição mais efetiva de estoques se deu no armazém de San Francisco, com queda de108.196 sacas, ao passo que o armazém de Nova Orleans computou uma retração de 82.691 sacas. Já o armazém de Los Angeles/Long Beach teve um aumento de 70.122sacas.

As exportações brasileiras no mês de março, até o dia 17,totalizaram 750.234 sacas de café, queda de 20,64 % em relação às 945.429 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 860 sacas, indo para 2.587.369 sacas.

Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem resistência196,55, 197,00, 197,50, 198,00, 198,50, 199,00, 199,50, 199,90-200,00, 200,30,200,50, 201,00, 201,50, 202,00, 202,50, 203,00, 203,50 e 204,00 centavos dedólar, com o suporte em 189,10-189,00, 188,80, 188,50, 188,00, 187,50, 187,00,186,50, 186,00, 185,50, 185,10-185,00, 184,50, 184,00, 183,50, 183,00, 182,50,182,00 e 181,50 centavos.



Londres amplia perdas, mas consegue ficar acima dos 2.100 dólares

Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta terça-feira com quedas, em uma sessão em que o julho teve mais liquidez que o maio, mas com o spread entre ambas as posições se mantendo no mesmo nível do dia anterior. Com as novas perdas, o maio se distanciou ainda mais do nível psicológico de 2.200 dólares.


De acordo com analistas internacionais, a sessão desta terça na bolsa britânica foi marcada pela manutenção das vendas especulativas, tal qual o verificado no pregão passado. A abertura se deu no nível de 2.144dólares e a mínima bateu em 2.131 dólares, patamar bastante próximo do registrado na finalização dos negócios.

"Ampliamos as perdas, também seguindo as arbitragens. Na finalização da sessão de segunda-feira as perdas não foram tão incisivas, ao passo que os arábicas despencaram. Diante disso, a expectativa era que tivéssemos realmente uma sessão de baixas, mas conseguimos manter parâmetros significativos, sem nem sequer termos testado o suporte de 2.100 dólares", disse um trader.

O maio teve uma movimentação ao longo do dia de 4,85 mil contratos, contra 5,06 mil do julho. O spread entre as posições maio e julho ficou em 4 dólares.

No encerramento do dia, o maio teve queda de 24 dólares, com2.135 dólares por tonelada, com o julho tendo desvalorização de 24 dólares, para o nível de 2.131 dólares por tonelada.

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