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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

FAEMAG AVALIA PACOTE CONTRA CRISE DA CAFEICULTURA
Após meses de intensa campanha, produtores de todo o país
comemoram o lançamento de um conjunto de medidas para a recuperação da
cafeicultura brasileira. Além de um programa de contratos de opção de venda
para 3 milhões de sacas de café, a presidente Dilma Rousseff também anunciou
hoje, em Varginha, recursos para financiamento de estocagem e custeio da safra.
    Para o diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas
Gerais (FAEMG) e presidente da Comissão de Café da FAEMG, Breno Mesquita, o
pacote de medidas emergenciais anunciado hoje deve dar novo fôlego ao setor,
que amarga baixos preços no mercado. A notícia parte da assessoria de
comunicação da FAEMG.
    "Ainda que tenha demorado muito a acontecer, estamos satisfeitos com o
conjunto do que foi anunciado. Alguns pontos poderiam ter saído melhores para o
setor, como o preço para os contratos de opção, que acabou fixado em R$
343,00 a saca. Infelizmente, não alcançamos a marca de R$ 360,00, como
havíamos solicitado, mas, de uma forma geral, o pacote é um grande avanço e
atendeu ao que vínhamos pleiteando como ações emergenciais há alguns meses.
Acreditamos que são esses os melhores mecanismos para fomentar o mercado e
tirar o setor da situação lamentável em que se encontra. A expectativa agora
é que o mercado reaja, trazendo alguma melhoria à cafeicultura brasileira",
disse Breno Mesquita.
    As medidas anunciadas visam garantir ao país maior ordenação no fluxo de
escoamento da safra no mercado, permitindo ao produtor maior controle sobre o
melhor momento para vender sua produção. Com os contratos de opção de venda,
ele pode garantir a venda antecipada da safra ao governo. O contrato com data
de vencimento futura (fixado para março de 2014), permite também que o
produtor opte por vender sua produção diretamente ao mercado, caso encontre
preço melhor.
    Outra medida anunciada no pacote para os cafeicultores foi a liberação de
crédito para financiar a estocagem de café até que os preços de venda ao
mercado melhorem. Dilma também anunciou a liberação de recursos para a
política de preço mínimo para compra do grão, o que beneficia diretamente os
pequenos produtores.

Próximo passo
    Com mais de 40% da safra já colhida e preço da saca sendo cotado abaixo
do custo de produção, os produtores mineiros têm grande expectativa de que as
políticas anunciadas hoje gerem renda para o setor o quanto antes.
Responsável por mais da metade da produção brasileira e cerca de 20% de todo
o café produzido no mundo, o estado liderou intensa mobilização desde o
início do ano, com manifestações populares e grande pressão política por
entidades do setor. 
    Anunciadas as medidas consideradas emergenciais, o setor já começa a se
preparar para o passo seguinte. Segundo Breno Mesquita, o alívio de questões
consideradas críticas deve abrir espaço para que os produtores possam se
reunir e repensar a atividade de forma geral. "Existem ainda muitos gargalos
que precisam ser resolvidos. Precisamos pensar em como resolver demandas como a
questão da qualidade dos cafés, das normas para rotulagem, as políticas para
a cafeicultura de montanha e tantos outros assuntos de extrema importância à
cafeicultura brasileira".