Senadores planejam lei florestal mais rígida
Possíveis relatores querem alterar anistia a desmate; Aldo Rebelo critica cientistas
Cotados para as relatorias do Código Florestal no Senado, Luiz Henrique (PMDB-SC) e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) já trabalham para mudar pontos polêmicos no texto aprovado pela Câmara.
Luiz Henrique quer alterar a anistia aos desmatadores, enquanto Rollemberg tem na mira as regras para que os Estados participem de regularização ambiental. Luiz Henrique deve fechar o texto na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça do Senado). O peemedebista adotou um discurso alinhado com os ambientalistas. "Não quero deixar margem para anistiar quem degradou as áreas para enriquecimento ilícito."
O governo rejeita a anistia. O texto da Câmara legaliza todas as atividades agrícolas em APPs (Áreas de Preservação Permanente), como várzeas e topos de morros, mantidas até julho de 2008.
Ligado aos ambientalistas, Rollemberg quer reduzir o poder dos Estados na regularização ambiental. A ideia é que o governo federal estabeleça as regras e que os Estados só tenham autonomia para ampliar áreas protegidas.
Pelo texto da Câmara, os Estados terão a prerrogativa de criar seus programas de regularização, o que faz o governo temer mais desmate.
LOBBY
O deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) acusou ontem parte dos pesquisadores da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) de serem financiados pelo "lobby ambientalista" formado por organizações como Greenpeace e WWF.
"A SBPC, quando foi convocada pela comissão especial da Câmara, negou-se a comparecer", disse.
"Quando procurada pelo lobby ambientalista, que paga a alguns dos pesquisadores -paga, porque eu sei-, a SPBC resolveu se manifestar", completou o deputado.
"O lobby ambientalista internacional instalado no Brasil se habituou durante 20 anos a usurpar o direito da Câmara de legislar." O deputado classificou também a imprensa estrangeira como desinformada.
"Países que fazem guerra e não preservam nada da sua vegetação nativa vêm criticar o país que mais preserva no mundo?", questionou.
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sexta-feira, 27 de maio de 2011
Desemprego fica estável, mas rendimento já caiu 5,1%
Desemprego fica estável, mas rendimento já caiu 5,1%
O desemprego ficou praticamente estável em abril, na comparação com março, mas
o rendimento médio real caiu 1,8% em termos reais, retomando a tendência de
queda iniciada no último trimestre do ano passado e interrompida em janeiro e
março. Desde outubro de 2010, o rendimento já encolheu 5,1%. Os dados
divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
mostraram uma taxa de desocupação de 6,4%, a menor para um mês de abril desde o
início da série, em 2002 - quase igual aos 6,5% de março.
A comparação com o mês anterior aponta uma redução de mil pessoas - considerada
estabilidade pelo IBGE - na população desocupada, que atingiu 1,537 milhão de
pessoas no mês passado. A população ocupada também se mostrou estável
estatisticamente, com um aumento de 34 mil pessoas frente a março. "O mercado
mostra estabilidade na desocupação em razão de não terem sido gerado postos
suficientes para atender a demanda de 1,5 milhão de desocupados", ressaltou
Cimar Azeredo, gerente da PME.
Na comparação com abril de 2010, o rendimento médio real de abril estava 1,8%
maior, atingindo R$ 1.540,00. O sinal amarelo está na comparação com março, com
a queda de 1,8%. "Temos que olhar o rendimento para saber se é apenas pontual
ou se a queda no poder de compra vai persistir", disse Azeredo, acrescentando
que a perda no rendimento não foi fruto da entrada de pessoas no mercado de
trabalho, já que esse número entre março e abril não foi significativo. A
redução do rendimento entre março e abril foi puxada pela indústria, comércio e
serviços prestados às empresas.
O técnico do IBGE lembrou ainda que o emprego com carteira assinada no setor
privado também se manteve estável, mas com tendência de alta, com a criação de
64 mil postos formais entre março e abril. "No mês, embora a alta da carteira
assinada não seja significativa, apresenta forte tendência de crescimento",
disse Azeredo.
Se as comparações com março mostram um mercado de trabalho em compasso de
espera, a relação com igual período do ano anterior apresenta um desempenho
significativamente superior em 2011. Além de a taxa de desocupação ter recuado
de forma mais significativa nessa comparação, com queda de 0,9 ponto
percentual, o nível de ocupação - percentual de pessoas ocupadas no universo
daqueles com 10 anos ou mais de idade - atingiu 53,4%, contra 52,9% em igual
mês do ano passado. "Essa evolução é muito positiva e mostra a força da
economia sobre o mercado de trabalho", destacou Azeredo.
A população ocupada também mostra força em relação ao ano passado, com
crescimento de 2,3%, equivalente a 492 mil pessoas, entre abril de 2010 e o mês
passado. Esse crescimento na ocupação contribuiu ainda para uma redução
significativa da população desocupada, com recuo de 10,1%, ou 173 mil pessoas a
menos procurando trabalho.
Esse movimento de melhora no mercado de trabalho na comparação anual foi
acompanhado também do incremento da qualidade do emprego. Os postos formais
gerados no setor privado subiram 6,8% - com 686 mil novas vagas formais -
frente a abril do ano passado. No mês passado, os funcionários formais de
empresas privadas somaram 10,803 milhões nas seis regiões metropolitanas
pesquisadas pelo IBGE.
O bom momento entre 2010 e 2011 também é atestado pela média da desocupação,
que passou de 7,4% nos quatro primeiros meses do ano passado para 6,4% entre
janeiro e abril deste ano.
Responder Encaminhar Convidar NetcaféBR para bater
O desemprego ficou praticamente estável em abril, na comparação com março, mas
o rendimento médio real caiu 1,8% em termos reais, retomando a tendência de
queda iniciada no último trimestre do ano passado e interrompida em janeiro e
março. Desde outubro de 2010, o rendimento já encolheu 5,1%. Os dados
divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
mostraram uma taxa de desocupação de 6,4%, a menor para um mês de abril desde o
início da série, em 2002 - quase igual aos 6,5% de março.
A comparação com o mês anterior aponta uma redução de mil pessoas - considerada
estabilidade pelo IBGE - na população desocupada, que atingiu 1,537 milhão de
pessoas no mês passado. A população ocupada também se mostrou estável
estatisticamente, com um aumento de 34 mil pessoas frente a março. "O mercado
mostra estabilidade na desocupação em razão de não terem sido gerado postos
suficientes para atender a demanda de 1,5 milhão de desocupados", ressaltou
Cimar Azeredo, gerente da PME.
Na comparação com abril de 2010, o rendimento médio real de abril estava 1,8%
maior, atingindo R$ 1.540,00. O sinal amarelo está na comparação com março, com
a queda de 1,8%. "Temos que olhar o rendimento para saber se é apenas pontual
ou se a queda no poder de compra vai persistir", disse Azeredo, acrescentando
que a perda no rendimento não foi fruto da entrada de pessoas no mercado de
trabalho, já que esse número entre março e abril não foi significativo. A
redução do rendimento entre março e abril foi puxada pela indústria, comércio e
serviços prestados às empresas.
O técnico do IBGE lembrou ainda que o emprego com carteira assinada no setor
privado também se manteve estável, mas com tendência de alta, com a criação de
64 mil postos formais entre março e abril. "No mês, embora a alta da carteira
assinada não seja significativa, apresenta forte tendência de crescimento",
disse Azeredo.
Se as comparações com março mostram um mercado de trabalho em compasso de
espera, a relação com igual período do ano anterior apresenta um desempenho
significativamente superior em 2011. Além de a taxa de desocupação ter recuado
de forma mais significativa nessa comparação, com queda de 0,9 ponto
percentual, o nível de ocupação - percentual de pessoas ocupadas no universo
daqueles com 10 anos ou mais de idade - atingiu 53,4%, contra 52,9% em igual
mês do ano passado. "Essa evolução é muito positiva e mostra a força da
economia sobre o mercado de trabalho", destacou Azeredo.
A população ocupada também mostra força em relação ao ano passado, com
crescimento de 2,3%, equivalente a 492 mil pessoas, entre abril de 2010 e o mês
passado. Esse crescimento na ocupação contribuiu ainda para uma redução
significativa da população desocupada, com recuo de 10,1%, ou 173 mil pessoas a
menos procurando trabalho.
Esse movimento de melhora no mercado de trabalho na comparação anual foi
acompanhado também do incremento da qualidade do emprego. Os postos formais
gerados no setor privado subiram 6,8% - com 686 mil novas vagas formais -
frente a abril do ano passado. No mês passado, os funcionários formais de
empresas privadas somaram 10,803 milhões nas seis regiões metropolitanas
pesquisadas pelo IBGE.
O bom momento entre 2010 e 2011 também é atestado pela média da desocupação,
que passou de 7,4% nos quatro primeiros meses do ano passado para 6,4% entre
janeiro e abril deste ano.
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"Lobby ambientalista faz propaganda falsa sobre o relatório"
"Lobby ambientalista faz propaganda falsa sobre o relatório"
A seguir os principais trechos da entrevista do relator do Código Florestal na
Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), ao Valor:
Valor: O projeto aprovado pela Câmara anistia desmatadores?
Aldo Rebelo: A anistia que existe no Brasil, que eu não concordo que seja
anistia porque não é perdão, é a adotada pelo governo. Está em vigor, assinada
pelo presidente Lula e o ministro Carlos Minc. É o Decreto 7.029, que suspende
as multas e as autuações por desmatamento em reserva legal e em APPs. O governo
suspendeu essas multas e, na prática, suspendeu a legislação que exige reserva
legal e recomposição de APP, porque sabe que 100% das propriedades não têm como
atender essas exigências. O que faço é copiar esse decreto, suspendendo as
multas, mas suspendendo o prazo de prescrição dessas multas para que o
agricultor tenha condições de ter reserva legal e APP e, depois disso, tenha
suas multas convertidas em serviços ambientais. Se ele não atender à
legislação, as multas com os respectivos prazos passam a correr normalmente.
Valor: Mas, comparando aos crimes comuns, isso não é trocar uma pena de regime
fechado por serviços comunitários?
Aldo: Não. Nesse caso, não há perdão da multa. Apenas, como no decreto do
governo, que deve ser reeditado, há a suspensão da prescrição dessa multa para
que o agricultor possa se regularizar e atender à legislação.
Valor: Mas o produtor pagará a multa do próprio bolso?
Aldo: O pagamento dele será a recomposição da área de reserva legal que ele
não tenha ou de APP que ocupou fora da legislação. Então, vai ter que pagar por
recompor a área que precisa reflorestar ou a área de APP. Mesmo levando em
conta que, em muitos casos, quando ele ocupou essas áreas, não cometeu nenhuma
ilegalidade e, às vezes, ocupou mediante estímulo do próprio governo.
Valor: É um prêmio a desmatamentos passados?
Aldo: Não. A data de 2008 é a do primeiro decreto. Ele é mais amplo do que meu
projeto de lei. O segundo decreto traz a data para dezembro de 2009. Portanto,
estamos usando uma data anterior. E assumimos um compromisso, e recuei na
moratória a pedido do governo, de vedar qualquer tipo de novo desmatamento a
partir dessa legislação.
"Os ruralistas aceitaram a mediação da maioria da Câmara e dos partidos. O
lobby ambientalista não aceitou"
Valor: E estimula novas derrubadas?
Aldo: É impossível. Vedamos a possibilidade de novos desmatamentos, a não ser
os já previstos.
Valor: Mas não há manutenção automática das atividades em APPs?
Aldo: Não há porque o Artigo 8 condiciona a manutenção dessas atividades a
desde que não estejam em área de risco, ou seja, não ofereçam risco ambiental,
e sejam observados critérios técnicos de conservação de solo e de água. Onde o
órgão ambiental achar que há risco, a APP será recomposta na medida
recomendada. Portanto, não consolida nada até que o órgão ambiental decida qual
o topo de morro ou a margem de rio que precisa ser recomposta.
Valor: O texto dá mais poderes aos Estados?
Aldo: Seria inócuo um projeto de lei tratar disso. Essa questão já é definida
no Artigo 24 da Constituição que diz que a União e os Estados podem legislar
sobre proteção da natureza, do meio ambiente, recursos hídricos, fauna, flora.
Ou seja, não há como uma lei impedir que União e Estados legislem sobre o tema.
Esse artigo avança e diz que o Estado preencherá a omissão da União e não
poderá legislar sobre o que a União já estabeleceu. Embora diga que a União
tratará de princípios gerais e os Estados, de temas específicos.
Valor: Critica-se o projeto por delegar funções da União aos Estados. É isso
mesmo?
Aldo: O projeto não pode delegar aquilo que a Constituição nega e não pode
negar aos Estados aquilo que a Constituição autoriza. O que é prerrogativa está
definido na Constituição.
Valor: O senhor retirou do texto as referências à Lei de Crimes Ambientais?
Aldo: Algumas coisas da Lei de Crimes Ambientais que têm relação com a matéria
estão no texto. Outras não estão exatamente por não haver necessidade.
Valor: Há, no texto, permissão para reduzir a área de reserva legal na Amazônia?
Aldo: Não há redução. A reserva legal continuará sendo, na área de floresta,
80% da propriedade. O que houve é que estendemos a possibilidade de compensar a
reserva legal no mesmo bioma e fora do Estado. E esse princípio não poderia ser
negado aos agricultores da Amazônia. Não há por quê um agricultor de São Paulo
poder compensar sua reserva legal no Piauí ou no Tocantins e um agricultor de
Rondônia ter que arrancar milho, café ou cacau para plantar floresta exatamente
no bioma onde existe a maior reserva florestal do país. Ele pode compensar sua
área e não haverá novo desmatamento. Mas a área que ele ocupou pode ser
compensada fora da propriedade como permitido aos agricultores de todo o Brasil.
Valor: Isso pode ser um "liberou geral", estimular o desmatamento?
Aldo: Pelo contrário. Não haveria um "liberou geral" aprovado por 410 votos na
Câmara. O que o lobby ambientalista não admite é perder o monopólio do ato de
legislar sobre esse assunto. Se os ruralistas tivessem 410 votos na Câmara, nem
eu seria o relator e nem esse seria o relatório. Seguramente, não haveria 80%
de reserva legal na Amazônia nem APP de 500 metros que não existe em nenhum
lugar do mundo. O que ocorreu foi que os ruralistas aceitaram a mediação da
maioria da Câmara e da maioria dos partidos. O lobby ambientalista não aceitou
e fica fazendo propaganda falsa de que o relatório admite desmatamento e
anistia. Espalha criminosamente pela mídia internacional essa versão e consegue
"plantar" isso numa parte da mídia brasileira. Isso não passa de farsa, de
mentira. O que aconteceu foi a capacidade da imensa maioria, que não é
ruralista nem ambientalista, de impor uma solução intermediária, que é a
solução dos 410 deputados a favor do meu relatório.
Valor: A aprovação, nas condições em que ocorreu, foi uma derrota do governo
para sua própria coalizão?
Aldo: Não houve derrota nenhuma. Não era uma matéria administrativa. Não
votamos reforma fiscal, tributária ou previdenciária. Votamos a adequação de
uma regulação entre meio ambiente e agricultura que o próprio governo tinha
interesse em aprovar. Como é que um líder do governo encaminharia a favor do
meu relatório? E o PCdoB, o PT, PDT, PMDB, PSB, DEM, PSDB, PSC? O governo
encaminhou a favor. A polêmica foi em torno da Emenda 164.
Valor: Essa emenda não acabou por modificar o espírito do projeto?
Aldo: Não creio. A emenda veio para resolver um impasse: se deixaríamos na
ilegalidade 2 milhões de agricultores que estão em APPs ou se daríamos a eles
um tempo para que os órgãos técnicos, considerando a proteção do solo, da água
e da natureza, estabelecessem qual a atividade possível nas áreas que eles já
estão ocupando.
Valor: Um veto da presidente Dilma Rousseff seria uma desfeita?
Aldo: Não considero. Acredito que a presidente Dilma não foi suficientemente
informada por seus assessores sobre o que está em curso. Talvez, quando ela se
deparar com a necessidade de reeditar o decreto da anistia e da suspensão da
legislação que deveria estar em vigor, ela se dê conta da situação de fato e
possa refletir mais sobre essa situação.
A seguir os principais trechos da entrevista do relator do Código Florestal na
Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), ao Valor:
Valor: O projeto aprovado pela Câmara anistia desmatadores?
Aldo Rebelo: A anistia que existe no Brasil, que eu não concordo que seja
anistia porque não é perdão, é a adotada pelo governo. Está em vigor, assinada
pelo presidente Lula e o ministro Carlos Minc. É o Decreto 7.029, que suspende
as multas e as autuações por desmatamento em reserva legal e em APPs. O governo
suspendeu essas multas e, na prática, suspendeu a legislação que exige reserva
legal e recomposição de APP, porque sabe que 100% das propriedades não têm como
atender essas exigências. O que faço é copiar esse decreto, suspendendo as
multas, mas suspendendo o prazo de prescrição dessas multas para que o
agricultor tenha condições de ter reserva legal e APP e, depois disso, tenha
suas multas convertidas em serviços ambientais. Se ele não atender à
legislação, as multas com os respectivos prazos passam a correr normalmente.
Valor: Mas, comparando aos crimes comuns, isso não é trocar uma pena de regime
fechado por serviços comunitários?
Aldo: Não. Nesse caso, não há perdão da multa. Apenas, como no decreto do
governo, que deve ser reeditado, há a suspensão da prescrição dessa multa para
que o agricultor possa se regularizar e atender à legislação.
Valor: Mas o produtor pagará a multa do próprio bolso?
Aldo: O pagamento dele será a recomposição da área de reserva legal que ele
não tenha ou de APP que ocupou fora da legislação. Então, vai ter que pagar por
recompor a área que precisa reflorestar ou a área de APP. Mesmo levando em
conta que, em muitos casos, quando ele ocupou essas áreas, não cometeu nenhuma
ilegalidade e, às vezes, ocupou mediante estímulo do próprio governo.
Valor: É um prêmio a desmatamentos passados?
Aldo: Não. A data de 2008 é a do primeiro decreto. Ele é mais amplo do que meu
projeto de lei. O segundo decreto traz a data para dezembro de 2009. Portanto,
estamos usando uma data anterior. E assumimos um compromisso, e recuei na
moratória a pedido do governo, de vedar qualquer tipo de novo desmatamento a
partir dessa legislação.
"Os ruralistas aceitaram a mediação da maioria da Câmara e dos partidos. O
lobby ambientalista não aceitou"
Valor: E estimula novas derrubadas?
Aldo: É impossível. Vedamos a possibilidade de novos desmatamentos, a não ser
os já previstos.
Valor: Mas não há manutenção automática das atividades em APPs?
Aldo: Não há porque o Artigo 8 condiciona a manutenção dessas atividades a
desde que não estejam em área de risco, ou seja, não ofereçam risco ambiental,
e sejam observados critérios técnicos de conservação de solo e de água. Onde o
órgão ambiental achar que há risco, a APP será recomposta na medida
recomendada. Portanto, não consolida nada até que o órgão ambiental decida qual
o topo de morro ou a margem de rio que precisa ser recomposta.
Valor: O texto dá mais poderes aos Estados?
Aldo: Seria inócuo um projeto de lei tratar disso. Essa questão já é definida
no Artigo 24 da Constituição que diz que a União e os Estados podem legislar
sobre proteção da natureza, do meio ambiente, recursos hídricos, fauna, flora.
Ou seja, não há como uma lei impedir que União e Estados legislem sobre o tema.
Esse artigo avança e diz que o Estado preencherá a omissão da União e não
poderá legislar sobre o que a União já estabeleceu. Embora diga que a União
tratará de princípios gerais e os Estados, de temas específicos.
Valor: Critica-se o projeto por delegar funções da União aos Estados. É isso
mesmo?
Aldo: O projeto não pode delegar aquilo que a Constituição nega e não pode
negar aos Estados aquilo que a Constituição autoriza. O que é prerrogativa está
definido na Constituição.
Valor: O senhor retirou do texto as referências à Lei de Crimes Ambientais?
Aldo: Algumas coisas da Lei de Crimes Ambientais que têm relação com a matéria
estão no texto. Outras não estão exatamente por não haver necessidade.
Valor: Há, no texto, permissão para reduzir a área de reserva legal na Amazônia?
Aldo: Não há redução. A reserva legal continuará sendo, na área de floresta,
80% da propriedade. O que houve é que estendemos a possibilidade de compensar a
reserva legal no mesmo bioma e fora do Estado. E esse princípio não poderia ser
negado aos agricultores da Amazônia. Não há por quê um agricultor de São Paulo
poder compensar sua reserva legal no Piauí ou no Tocantins e um agricultor de
Rondônia ter que arrancar milho, café ou cacau para plantar floresta exatamente
no bioma onde existe a maior reserva florestal do país. Ele pode compensar sua
área e não haverá novo desmatamento. Mas a área que ele ocupou pode ser
compensada fora da propriedade como permitido aos agricultores de todo o Brasil.
Valor: Isso pode ser um "liberou geral", estimular o desmatamento?
Aldo: Pelo contrário. Não haveria um "liberou geral" aprovado por 410 votos na
Câmara. O que o lobby ambientalista não admite é perder o monopólio do ato de
legislar sobre esse assunto. Se os ruralistas tivessem 410 votos na Câmara, nem
eu seria o relator e nem esse seria o relatório. Seguramente, não haveria 80%
de reserva legal na Amazônia nem APP de 500 metros que não existe em nenhum
lugar do mundo. O que ocorreu foi que os ruralistas aceitaram a mediação da
maioria da Câmara e da maioria dos partidos. O lobby ambientalista não aceitou
e fica fazendo propaganda falsa de que o relatório admite desmatamento e
anistia. Espalha criminosamente pela mídia internacional essa versão e consegue
"plantar" isso numa parte da mídia brasileira. Isso não passa de farsa, de
mentira. O que aconteceu foi a capacidade da imensa maioria, que não é
ruralista nem ambientalista, de impor uma solução intermediária, que é a
solução dos 410 deputados a favor do meu relatório.
Valor: A aprovação, nas condições em que ocorreu, foi uma derrota do governo
para sua própria coalizão?
Aldo: Não houve derrota nenhuma. Não era uma matéria administrativa. Não
votamos reforma fiscal, tributária ou previdenciária. Votamos a adequação de
uma regulação entre meio ambiente e agricultura que o próprio governo tinha
interesse em aprovar. Como é que um líder do governo encaminharia a favor do
meu relatório? E o PCdoB, o PT, PDT, PMDB, PSB, DEM, PSDB, PSC? O governo
encaminhou a favor. A polêmica foi em torno da Emenda 164.
Valor: Essa emenda não acabou por modificar o espírito do projeto?
Aldo: Não creio. A emenda veio para resolver um impasse: se deixaríamos na
ilegalidade 2 milhões de agricultores que estão em APPs ou se daríamos a eles
um tempo para que os órgãos técnicos, considerando a proteção do solo, da água
e da natureza, estabelecessem qual a atividade possível nas áreas que eles já
estão ocupando.
Valor: Um veto da presidente Dilma Rousseff seria uma desfeita?
Aldo: Não considero. Acredito que a presidente Dilma não foi suficientemente
informada por seus assessores sobre o que está em curso. Talvez, quando ela se
deparar com a necessidade de reeditar o decreto da anistia e da suspensão da
legislação que deveria estar em vigor, ela se dê conta da situação de fato e
possa refletir mais sobre essa situação.
NY de ficar entre 2,30 e 2,70 dólares nos próximos meses, diz diretor da Dreyfus
NY de ficar entre 2,30 e 2,70 dólares nos próximos meses, diz diretor da Dreyfus
Os picos de 34 anos dos preços do café registrados na bolsa de Nova York no início do mês muito provavelmente deverão ser coisa do passado, com o mercado não voltando a oscilar naquele patamar nos próximos meses, afirmaram dois importantes negociadores da commodity nesta quinta-feira, no seminário Perspectivas para o Agribusiness 2011 e 2012. "Para a o período, acredito que já atingiu o pico", disse o diretor da Cadeia de Suprimentos para Brasil, Peru e Colômbia da Louis Dreyfus, Otávio Pires. "Mas pode ter coisas novas, como aumento da demanda, questões climáticas...," ponderou ele a jornalistas após a palestra. Segundo os palestrantes, embora o Brasil esteja entrando em uma safra de baixa do ciclo do arábica, os futuros já precificaram essa situação de menor oferta. "Acredito que os preços altos não passaram, mas vão diminuir dos atuais patamares. A impressão que tenho é que a gente já viu a alta, eles podem cair, mas eles vão se manter em um histórico mais alto do que a média.
A gente já teve a precificação do problema," declarou Rodrigo Costa, vice-presidente de Vendas Institucionais da Newedge, uma das grandes corretores norte-americanas. Ele se referia ao problema da baixa oferta de café de alta qualidade no mundo. "Se cair muito, volta a subir de novo," avaliou Costa, que prevê que os futuros do café em Nova York fiquem entre 2,30 e 2,70 dólares nos próximos meses. Segundo ele, o mercado eventualmente poderia se surpreender com uma colheita melhor que a esperada no Brasil. Mas ele disse não ser possível fazer estimativas ainda. Em sua palestra, Costa apresentou um intervalo de 44 a 49 milhões de sacas para a produção do Brasil na nova safra, contra uma estimativa oficial de 43,5 milhões de sacas --na temporada passada o governo estimou a produção em 48 milhões de sacas. Mas ao lado dos 49 milhões de sacas expostos em sua palestra, para o intervalo maior de uma estimativa, ele colocou um ponto de interrogação. Uma produção de 49 milhões de sacas para o Brasil, se fosse somada à perspectiva mais otimista para a safra do Vietnã, de 23 milhões de sacas, poderia aliviar um eventual déficit na temporada. Se o Brasil produzir 49 e não 44 e o Vietnã 23 e não 20 milhões de sacas, isso pode equilibrar o mercado global, Costa afirmou em sua palestra.
MENOS CEREJA DESCASCADO
O executivo da Dreyfus avaliou que numa safra de baixa do ciclo do arábica a disponibilidade de cereja descascado já seria menor no Brasil. Reuters Mas considerando que a florada foi bastante homogênea, Pires disse que a disponibilidade desse tipo de café será ainda menor, pois não haverá tempo hábil de os produtores realizarem as atividades pós-colheita para produzi-lo. "Imagina, tudo amadurece de uma só vez, na mesma hora, na hora que você vai para a segunda etapa, ele deixou de ser fruta, e secou, aí não dá pra fazer o despolpado," explicou ele, acrescentando que a estrutura de máquinas para as atividades pós-colheita limitariam a produção. "Existe um risco grande de produzirmos ainda menos café cereja descascado," disse. Na safra passada, o Brasil produziu entre 4 e 5,5 milhões de sacas de cereja descascado, segundo o executivo.
Os picos de 34 anos dos preços do café registrados na bolsa de Nova York no início do mês muito provavelmente deverão ser coisa do passado, com o mercado não voltando a oscilar naquele patamar nos próximos meses, afirmaram dois importantes negociadores da commodity nesta quinta-feira, no seminário Perspectivas para o Agribusiness 2011 e 2012. "Para a o período, acredito que já atingiu o pico", disse o diretor da Cadeia de Suprimentos para Brasil, Peru e Colômbia da Louis Dreyfus, Otávio Pires. "Mas pode ter coisas novas, como aumento da demanda, questões climáticas...," ponderou ele a jornalistas após a palestra. Segundo os palestrantes, embora o Brasil esteja entrando em uma safra de baixa do ciclo do arábica, os futuros já precificaram essa situação de menor oferta. "Acredito que os preços altos não passaram, mas vão diminuir dos atuais patamares. A impressão que tenho é que a gente já viu a alta, eles podem cair, mas eles vão se manter em um histórico mais alto do que a média.
A gente já teve a precificação do problema," declarou Rodrigo Costa, vice-presidente de Vendas Institucionais da Newedge, uma das grandes corretores norte-americanas. Ele se referia ao problema da baixa oferta de café de alta qualidade no mundo. "Se cair muito, volta a subir de novo," avaliou Costa, que prevê que os futuros do café em Nova York fiquem entre 2,30 e 2,70 dólares nos próximos meses. Segundo ele, o mercado eventualmente poderia se surpreender com uma colheita melhor que a esperada no Brasil. Mas ele disse não ser possível fazer estimativas ainda. Em sua palestra, Costa apresentou um intervalo de 44 a 49 milhões de sacas para a produção do Brasil na nova safra, contra uma estimativa oficial de 43,5 milhões de sacas --na temporada passada o governo estimou a produção em 48 milhões de sacas. Mas ao lado dos 49 milhões de sacas expostos em sua palestra, para o intervalo maior de uma estimativa, ele colocou um ponto de interrogação. Uma produção de 49 milhões de sacas para o Brasil, se fosse somada à perspectiva mais otimista para a safra do Vietnã, de 23 milhões de sacas, poderia aliviar um eventual déficit na temporada. Se o Brasil produzir 49 e não 44 e o Vietnã 23 e não 20 milhões de sacas, isso pode equilibrar o mercado global, Costa afirmou em sua palestra.
MENOS CEREJA DESCASCADO
O executivo da Dreyfus avaliou que numa safra de baixa do ciclo do arábica a disponibilidade de cereja descascado já seria menor no Brasil. Reuters Mas considerando que a florada foi bastante homogênea, Pires disse que a disponibilidade desse tipo de café será ainda menor, pois não haverá tempo hábil de os produtores realizarem as atividades pós-colheita para produzi-lo. "Imagina, tudo amadurece de uma só vez, na mesma hora, na hora que você vai para a segunda etapa, ele deixou de ser fruta, e secou, aí não dá pra fazer o despolpado," explicou ele, acrescentando que a estrutura de máquinas para as atividades pós-colheita limitariam a produção. "Existe um risco grande de produzirmos ainda menos café cereja descascado," disse. Na safra passada, o Brasil produziu entre 4 e 5,5 milhões de sacas de cereja descascado, segundo o executivo.
CAFÉ: ABN AMRO ESTIMA PRODUÇÃO MUNDIAL EM 136,6 MI DE SACAS EM 2011/12
CAFÉ: ABN AMRO ESTIMA PRODUÇÃO MUNDIAL EM 136,6 MI DE SACAS EM 2011/12
O mercado mundial de café deverá registrar um excedente de
4,76 milhões de sacas de 60 quilos na safra 2011/12, menos da metade do o
previsto para a temporada atual, de 10,53 milhões de sacas, de acordo com o
banco ABN Amro.
A expectativa é de que a produção de arábica recue 5% para 80,97
milhões de sacas, com o principal produto mundial, o Brasil, entrando em um ano
de baixa produção no ciclo de bienalidade da cultura. Isto deixa o mercado
com um excedente de apenas 690.000 sacas, enquanto a demanda cresce para 80,28
milhões de sacas, acima das 79,50 milhões de sacas em 2010/11.
O mercado de robusta deverá ser menos apertado, uma vez que a oferta
ultrapassa a demanda em 4,07 milhões de sacas, segundo o banco. Mas, alerta que
a redução da oferta de arábica poderá elevar a demanda por robusta no
próximo ano, atualmente apontada em 51,32 milhões de sacas.
"O excedente da produção do robusta poderá ser significativamente
erodido, já que aqueles torrefadores que tradicionalmente preferem arábica
terão pouco escolha além de substituir o grão e utilizar o robusta", afirmou
a entidade financeira.
O Brasil deverá produzir um volume recorde para um ano de baixa colheita,
de 43,5 milhões de sacas, acréscimo de 10% quando comparado à última
temporada de baixa de 2009/10. A expectativa é de que os preços acentuadamente
mais altos do café e outras commodities agrícolas impulsionem os
investimentos no setor para US$ 122 bilhões neste ano, volume sem precedentes.
Entretanto, a valorização crescente das terras, cujos preços subiram 50% nos
últimos cinco anos, deverá limitar o aumento da área de cultivo.
Porém, na Colômbia, importante produtor de café arábica lavado, os
contínuos problemas causados pelas chuvas nas regiões produtoras do sul
significam que as esperanças de que o país colhesse entre 9 e 9,5 milhões de
sacas "possam ser muito otimistas", afirmou o ABN Amro.
Enquanto isso, a produção do Vietnã, maior país de cultivo de robusta
do mundo, deverá crescer em 1,5 milhão de sacas para 21,5 milhões de sacas,
enquanto os bons preços deste ano auxiliam os produtores na melhoria das
práticas agrícolas.
Já na Indonésia, as chuvas excessivas que inibiram os trabalhos de
colheita em 2010/11 deverão afetar o desenvolvimento das lavouras em 2011/12,
cortando a produção de robusta em 18% para 6,75 milhões de sacas e a de
arábica para 1 milhão de sacas. De acordo com o banco, "os rendimentos estão
baixos e os cafeicultores têm colhido cerejas desde janeiro depois que chuvas
persistentes causaram o início prematuro das floradas em alguns distritos".
Com a expectativa de aperto na oferta no próximo ano contra o crescimento
do consumo, os preços deverão se recuperar da queda recente, depois de
atingirem os níveis mais altos em 32 anos no mês de abril, disse o banco, que
apontou o próximo preço alvo do arábica em US$ 3,18 centavos de dólar por
libra-peso, nível atingido em maio de 1997.
A instituição reduziu ainda sua estimativa para o excedente mundial do
arábica na atual safra em 900.000 sacas para 5,64 milhões de sacas e em
290.000 sacas de robusta, totalizando 4,89 milhões de sacas. "A projeção
otimista não permanece apenas intacta, mas também reforçadas, caso estivermos
corretos em nossas estimativas para a safra 2011/12", afirmou o ABN Amro em
relatório divulgado nesta sexta-feira. As informações partem de agências
internacionais.
O mercado mundial de café deverá registrar um excedente de
4,76 milhões de sacas de 60 quilos na safra 2011/12, menos da metade do o
previsto para a temporada atual, de 10,53 milhões de sacas, de acordo com o
banco ABN Amro.
A expectativa é de que a produção de arábica recue 5% para 80,97
milhões de sacas, com o principal produto mundial, o Brasil, entrando em um ano
de baixa produção no ciclo de bienalidade da cultura. Isto deixa o mercado
com um excedente de apenas 690.000 sacas, enquanto a demanda cresce para 80,28
milhões de sacas, acima das 79,50 milhões de sacas em 2010/11.
O mercado de robusta deverá ser menos apertado, uma vez que a oferta
ultrapassa a demanda em 4,07 milhões de sacas, segundo o banco. Mas, alerta que
a redução da oferta de arábica poderá elevar a demanda por robusta no
próximo ano, atualmente apontada em 51,32 milhões de sacas.
"O excedente da produção do robusta poderá ser significativamente
erodido, já que aqueles torrefadores que tradicionalmente preferem arábica
terão pouco escolha além de substituir o grão e utilizar o robusta", afirmou
a entidade financeira.
O Brasil deverá produzir um volume recorde para um ano de baixa colheita,
de 43,5 milhões de sacas, acréscimo de 10% quando comparado à última
temporada de baixa de 2009/10. A expectativa é de que os preços acentuadamente
mais altos do café e outras commodities agrícolas impulsionem os
investimentos no setor para US$ 122 bilhões neste ano, volume sem precedentes.
Entretanto, a valorização crescente das terras, cujos preços subiram 50% nos
últimos cinco anos, deverá limitar o aumento da área de cultivo.
Porém, na Colômbia, importante produtor de café arábica lavado, os
contínuos problemas causados pelas chuvas nas regiões produtoras do sul
significam que as esperanças de que o país colhesse entre 9 e 9,5 milhões de
sacas "possam ser muito otimistas", afirmou o ABN Amro.
Enquanto isso, a produção do Vietnã, maior país de cultivo de robusta
do mundo, deverá crescer em 1,5 milhão de sacas para 21,5 milhões de sacas,
enquanto os bons preços deste ano auxiliam os produtores na melhoria das
práticas agrícolas.
Já na Indonésia, as chuvas excessivas que inibiram os trabalhos de
colheita em 2010/11 deverão afetar o desenvolvimento das lavouras em 2011/12,
cortando a produção de robusta em 18% para 6,75 milhões de sacas e a de
arábica para 1 milhão de sacas. De acordo com o banco, "os rendimentos estão
baixos e os cafeicultores têm colhido cerejas desde janeiro depois que chuvas
persistentes causaram o início prematuro das floradas em alguns distritos".
Com a expectativa de aperto na oferta no próximo ano contra o crescimento
do consumo, os preços deverão se recuperar da queda recente, depois de
atingirem os níveis mais altos em 32 anos no mês de abril, disse o banco, que
apontou o próximo preço alvo do arábica em US$ 3,18 centavos de dólar por
libra-peso, nível atingido em maio de 1997.
A instituição reduziu ainda sua estimativa para o excedente mundial do
arábica na atual safra em 900.000 sacas para 5,64 milhões de sacas e em
290.000 sacas de robusta, totalizando 4,89 milhões de sacas. "A projeção
otimista não permanece apenas intacta, mas também reforçadas, caso estivermos
corretos em nossas estimativas para a safra 2011/12", afirmou o ABN Amro em
relatório divulgado nesta sexta-feira. As informações partem de agências
internacionais.
Safra de café deve superar expectativa em 2 mi sacas
Safra de café deve superar expectativa em 2 mi sacas
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) avalia que a nova safra de café do país (2011/12) deverá superar as expectativas atuais em cerca de até 2 milhões de sacas, após produtores terem contado com boas condições climáticas e também terem cuidado melhor de seus cafezais em meio a preços altos.
"Fala-se em 5 a 6 por cento de crescimento na safra (em relação à expectativa atual), pelo aumento da produtividade", afirmou à Reuters o diretor-geral do Cecafé, Guilherme Braga, em um intervalo do seminário Perspectivas para o Agribusiness em 2011 e 2012, promovido pela BM&FBovespa e pelo Ministério da Agricultura.
O bom desempenho da safra deve trazer algum alívio para o setor, que terá ao final da temporada 2010/11 (julho-junho) um dos estoques de passagem "mais baixos" já registrados, em meio a uma situação global de baixa disponibilidade de café, disse Braga.
Segundo ele, a colheita 11/12 já iniciada mostra que os grãos estão mais graúdos, o que impacta no rendimento por hectare. Além disso, disse ele, a safra está mais "homogênea" que a anterior e a qualidade está boa.
Essas boas condições deverão elevar a safra entre 1,5 e 2 milhões de sacas, na comparação com os números oficialmente estimados.
A produção 11/12 está estimada pelo Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em 43,5 milhões de sacas --volume que já se configura como o maior já registrado para um ano de baixa no ciclo bianual do arábica.
Na temporada passada, ano de alta do ciclo do arábica, o Brasil colheu 48 milhões de sacas, de acordo com a Conab.
"A colheita está se desenvolvendo em boas condições, e foi uma safra mais bem cuidada pelos bons preços, o que estimula os produtores a fazerem uma colheita mais bem cuidada", disse.
Os preços do café oscilaram recentemente nos maiores patamares em 34 anos na bolsa de Nova York, em meio a baixos estoques globais de grãos de alta qualidade.
No Brasil, maior produtor mundial, a situação não é diferente.
Segundo o diretor do Cecafé, os estoques de passagem da temporada 2010/11 (base em 31 de março) --antes do início da colheita 2011/12 da variedade robusta no Espírito Santo-- somaram cerca de 6 a 7 milhões de sacas, provavelmente os mais baixos da história.
"É um dos mais baixos, se não o mais baixo," avaliou ele, lembrando que esse volume está nas mãos de produtores, cooperativas, comerciantes e exportadores.
EXPORTAÇÕES
Diante de baixos estoques de passagem para a nova safra, as exportações até a chegada ao mercado do café da nova safra vão sofrer.
Ele estima uma redução nos embarques em maio para cerca de 2,2 milhões de sacas (incluindo café verde e solúvel).
"Em abril, as exportações (totais) foram de 2,7 milhões de sacas, em maio não vai passar de 2,2 milhões e em junho vai ficar bem próximo de 2 milhões", afirmou ele.
A queda nas exportações ocorre após o Brasil ter exportado grandes volumes ao longo da temporada 2010/11, que deve fechar em junho com 34 milhões de sacas (verde e solúvel).
Considerando apenas café verde, os embarques em 10/11 deverão totalizar cerca de 31 milhões de sacas, um volume maior que o registrado no ano passado, afirmou Braga, sem dar comparações.
Os estoques também se apertaram devido ao forte consumo interno, estimado por Braga em cerca de 19-20 milhões de sacas.
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) avalia que a nova safra de café do país (2011/12) deverá superar as expectativas atuais em cerca de até 2 milhões de sacas, após produtores terem contado com boas condições climáticas e também terem cuidado melhor de seus cafezais em meio a preços altos.
"Fala-se em 5 a 6 por cento de crescimento na safra (em relação à expectativa atual), pelo aumento da produtividade", afirmou à Reuters o diretor-geral do Cecafé, Guilherme Braga, em um intervalo do seminário Perspectivas para o Agribusiness em 2011 e 2012, promovido pela BM&FBovespa e pelo Ministério da Agricultura.
O bom desempenho da safra deve trazer algum alívio para o setor, que terá ao final da temporada 2010/11 (julho-junho) um dos estoques de passagem "mais baixos" já registrados, em meio a uma situação global de baixa disponibilidade de café, disse Braga.
Segundo ele, a colheita 11/12 já iniciada mostra que os grãos estão mais graúdos, o que impacta no rendimento por hectare. Além disso, disse ele, a safra está mais "homogênea" que a anterior e a qualidade está boa.
Essas boas condições deverão elevar a safra entre 1,5 e 2 milhões de sacas, na comparação com os números oficialmente estimados.
A produção 11/12 está estimada pelo Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em 43,5 milhões de sacas --volume que já se configura como o maior já registrado para um ano de baixa no ciclo bianual do arábica.
Na temporada passada, ano de alta do ciclo do arábica, o Brasil colheu 48 milhões de sacas, de acordo com a Conab.
"A colheita está se desenvolvendo em boas condições, e foi uma safra mais bem cuidada pelos bons preços, o que estimula os produtores a fazerem uma colheita mais bem cuidada", disse.
Os preços do café oscilaram recentemente nos maiores patamares em 34 anos na bolsa de Nova York, em meio a baixos estoques globais de grãos de alta qualidade.
No Brasil, maior produtor mundial, a situação não é diferente.
Segundo o diretor do Cecafé, os estoques de passagem da temporada 2010/11 (base em 31 de março) --antes do início da colheita 2011/12 da variedade robusta no Espírito Santo-- somaram cerca de 6 a 7 milhões de sacas, provavelmente os mais baixos da história.
"É um dos mais baixos, se não o mais baixo," avaliou ele, lembrando que esse volume está nas mãos de produtores, cooperativas, comerciantes e exportadores.
EXPORTAÇÕES
Diante de baixos estoques de passagem para a nova safra, as exportações até a chegada ao mercado do café da nova safra vão sofrer.
Ele estima uma redução nos embarques em maio para cerca de 2,2 milhões de sacas (incluindo café verde e solúvel).
"Em abril, as exportações (totais) foram de 2,7 milhões de sacas, em maio não vai passar de 2,2 milhões e em junho vai ficar bem próximo de 2 milhões", afirmou ele.
A queda nas exportações ocorre após o Brasil ter exportado grandes volumes ao longo da temporada 2010/11, que deve fechar em junho com 34 milhões de sacas (verde e solúvel).
Considerando apenas café verde, os embarques em 10/11 deverão totalizar cerca de 31 milhões de sacas, um volume maior que o registrado no ano passado, afirmou Braga, sem dar comparações.
Os estoques também se apertaram devido ao forte consumo interno, estimado por Braga em cerca de 19-20 milhões de sacas.
Café fecha em alta na ICE, nas não rompe níveis da sessão passada
Café fecha em alta na ICE, nas não rompe níveis da sessão passada
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US enceraram esta quinta-feira com ganhos ligeiros, em uma sessão que não demonstrou grande direcionamento. Na parte da manhã, as cotações registraram altas e baixas, refletindo as compras e vendas especulativas. As indústrias de torrefação realizaram também algumas aquisições e foram importantes para, na segunda metade do dia, garantir um fechamento no lado positivo para as cotações.
O mercado externo trabalhou como um fator de pressão para os preços, já que as commodities registraram, ao longo de praticamente toda a quinta-feira, quedas, principalmente devido à fraqueza do petróleo, que chegou a acumular baixas de mais de 2% ao longo da sessão. Tecnicamente, o café demonstrou alguma solidez, ao continuar se afastando de seus dois suportes mais significativos no atual momento, nos níveis de 256,75 e 256,00 centavos por libra. Caso esses patamares fossem rompidos, a tendência seria de um aumento ainda maior da pressão vendedora, provavelmente com o julho voltando a buscar uma linha próxima dos 230,00 centavos por libra. Apesar das altas do dia, o mercado ainda não deu demonstração de uma força mais ativa para uma retomada efetiva dos ganhos. A primeira posição, por exemplo, não conseguiu testar a máxima do dia anterior — 269,45 centavos por libra — o que fez com que os stops de compra não fossem verificados e, ao final dos negócios, as oscilações de alta fossem apenas modestas.
Fundamentalmente, o mercado vive uma preocupação com o clima, mas as previsões indicam que o centro-sul do Brasil não deve ter ondas de frio mais intensas no curto prazo, ao prazo que as chuvas na Colômbia continuam a ser registradas, mas com uma intensidade mais leve.
No encerramento do dia, o julho em Nova Iorque teve ganho de 75 pontos com 265,60 centavos, sendo a máxima em 267,50 e a mínima em 262,15 centavos por libra, com o setembro registrando oscilação positiva de 80 pontos, com a libra a 268,70 centavos, sendo a máxima em 270,40 e a mínima em 265,25 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou alta de 10 dólares, com 2.600 dólares por tonelada, com o setembro tendo valorização de 10 dólares, com 2.636 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por variar dentro de um range de pouco mais de 500 pontos, com as máximas e mínimas da sessão passada sendo preservadas. As indústrias de torrefação voltaram a registrar ofertas, mas ainda em níveis bastante modestos. "Temos avaliações técnicas sobre o comportamento do mercado e essas avaliações indicam a possibilidade de estarmos dentro de um cenário sobrevendido. As retrações recentes foram muito intensas e isso influencia os baixistas, que já não registram um potencial vendedor dos mais consideráveis, o que faz com que as cotações se afastem do nível de suporte", indicou um trader
A safra brasileira de café 2011/2012 deve ficar em 47,7 milhões de sacas. A avaliação é da primeira estimativa da consultoria agrícola Safras & Mercado. Já a produção 2010/2011 foi ligeiramente revisada para baixo pela empresa, de 54,6 milhões de sacas para 54,1 milhões de sacas. Na comparação entre a safra 2011/10 e 2010/11, a Safras projeta uma redução na produção de 12%. A produção total de arábica 2011/2012 foi estimada em 35,0 milhões de sacas, com queda de 16% sobre o ano anterior — 41,6 milhões de sacas. Já a safra 2011/2012 de conillon deverá chegar a 12,7 milhões de sacas, na visão da empresa, com incremento de 2% na comparação com a safra anterior, 12,5 milhões de sacas.
As exportações de café do Brasil em maio, até o dia 25, somaram 1.674.891 sacas, contra 2.091.407 sacas registradas no mesmo período de abril, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 959 sacas indo para 1.662.812 sacas.
O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 17.696 lotes, com as opções tendo 2.166 calls e 1.227 puts. Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem uma resistência em 267,50, 268,00, 268,50, 268,95-269,00, 269,20, 269,50, 269,90-270,00, 270,50, 271,00, 271,50, 272,00 e 272,50 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 262,15, 262,00, 261,50, 261,00, 260,50, 260,10-260,00, 259,50, 259,00, 258,90, 258,50, 258,00, 257,50, 257,00 e 256,50 centavos por libra.
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US enceraram esta quinta-feira com ganhos ligeiros, em uma sessão que não demonstrou grande direcionamento. Na parte da manhã, as cotações registraram altas e baixas, refletindo as compras e vendas especulativas. As indústrias de torrefação realizaram também algumas aquisições e foram importantes para, na segunda metade do dia, garantir um fechamento no lado positivo para as cotações.
O mercado externo trabalhou como um fator de pressão para os preços, já que as commodities registraram, ao longo de praticamente toda a quinta-feira, quedas, principalmente devido à fraqueza do petróleo, que chegou a acumular baixas de mais de 2% ao longo da sessão. Tecnicamente, o café demonstrou alguma solidez, ao continuar se afastando de seus dois suportes mais significativos no atual momento, nos níveis de 256,75 e 256,00 centavos por libra. Caso esses patamares fossem rompidos, a tendência seria de um aumento ainda maior da pressão vendedora, provavelmente com o julho voltando a buscar uma linha próxima dos 230,00 centavos por libra. Apesar das altas do dia, o mercado ainda não deu demonstração de uma força mais ativa para uma retomada efetiva dos ganhos. A primeira posição, por exemplo, não conseguiu testar a máxima do dia anterior — 269,45 centavos por libra — o que fez com que os stops de compra não fossem verificados e, ao final dos negócios, as oscilações de alta fossem apenas modestas.
Fundamentalmente, o mercado vive uma preocupação com o clima, mas as previsões indicam que o centro-sul do Brasil não deve ter ondas de frio mais intensas no curto prazo, ao prazo que as chuvas na Colômbia continuam a ser registradas, mas com uma intensidade mais leve.
No encerramento do dia, o julho em Nova Iorque teve ganho de 75 pontos com 265,60 centavos, sendo a máxima em 267,50 e a mínima em 262,15 centavos por libra, com o setembro registrando oscilação positiva de 80 pontos, com a libra a 268,70 centavos, sendo a máxima em 270,40 e a mínima em 265,25 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou alta de 10 dólares, com 2.600 dólares por tonelada, com o setembro tendo valorização de 10 dólares, com 2.636 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por variar dentro de um range de pouco mais de 500 pontos, com as máximas e mínimas da sessão passada sendo preservadas. As indústrias de torrefação voltaram a registrar ofertas, mas ainda em níveis bastante modestos. "Temos avaliações técnicas sobre o comportamento do mercado e essas avaliações indicam a possibilidade de estarmos dentro de um cenário sobrevendido. As retrações recentes foram muito intensas e isso influencia os baixistas, que já não registram um potencial vendedor dos mais consideráveis, o que faz com que as cotações se afastem do nível de suporte", indicou um trader
A safra brasileira de café 2011/2012 deve ficar em 47,7 milhões de sacas. A avaliação é da primeira estimativa da consultoria agrícola Safras & Mercado. Já a produção 2010/2011 foi ligeiramente revisada para baixo pela empresa, de 54,6 milhões de sacas para 54,1 milhões de sacas. Na comparação entre a safra 2011/10 e 2010/11, a Safras projeta uma redução na produção de 12%. A produção total de arábica 2011/2012 foi estimada em 35,0 milhões de sacas, com queda de 16% sobre o ano anterior — 41,6 milhões de sacas. Já a safra 2011/2012 de conillon deverá chegar a 12,7 milhões de sacas, na visão da empresa, com incremento de 2% na comparação com a safra anterior, 12,5 milhões de sacas.
As exportações de café do Brasil em maio, até o dia 25, somaram 1.674.891 sacas, contra 2.091.407 sacas registradas no mesmo período de abril, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 959 sacas indo para 1.662.812 sacas.
O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 17.696 lotes, com as opções tendo 2.166 calls e 1.227 puts. Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem uma resistência em 267,50, 268,00, 268,50, 268,95-269,00, 269,20, 269,50, 269,90-270,00, 270,50, 271,00, 271,50, 272,00 e 272,50 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 262,15, 262,00, 261,50, 261,00, 260,50, 260,10-260,00, 259,50, 259,00, 258,90, 258,50, 258,00, 257,50, 257,00 e 256,50 centavos por libra.
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