Café passa imune por cenário externo e tem pouca oscilação na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta terça-feira com ligeira elevação, mas com a manutenção dos preços abaixo do nível psicológico de 115,00 centavos de dólar por libra peso. A sessão foi marcada por uma volatilidade bastante débil, com a posição dezembro variando dentro de um range de apenas 150 pontos. Vários operadores trabalhavam com a expectativa de que o café pudesse iniciar o dia pressionado por conta do impasse das dívidas nos Estados Unidos. No entanto, o que se viu foi um comportamento de lado em relação aos aspectos externos e, assim, o café operou basicamente dentro de um viés técnico. Sem conseguir reunir forças para testar o patamar de 115,00 centavos e com os vendedores se mostrando pouco ativos, o dia finalizou com poucas oscilações e dentro de nível trabalhado na primeira sessão da semana. Fundamentalmente, o mercado continua a se mostrar baixista, com os players continuando a trabalhar com a questão da disponibilidade ampla, principalmente com a safra brasileira, com a retomada produtiva da Colômbia e com mais um volume forte do Vietnã. Diante desse quadro, o viés baixista se mantém do curtíssimo ao longo prazo, desconsiderando, portanto, o cenário amplamente sobrevendido atual. No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição dezembro teve alta de 40 pontos, com 114,10 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 114,70 centavos e a mínima de 113,20 centavos, com o março registrando valorização de 40 pontos, com 117,25 centavos por libra, com a máxima em 117,80 centavos e a mínima em 116,35 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição novembro teve queda de 6 dólares, com 1.636 dólares por tonelada, com o janeiro tendo desvalorização de 7 dólares, com 1.643 dólares por tonelada. De acordo com analistas internacionais, a sessão desta terça-feira não refletiu diretamente a "paralisação nos Estados Unidos". Sem acordo entre democratas e republicanos, o que se observou foram a não realização de alguns serviços não essenciais. Os republicanos não querem aprovar nova permissão de gastos se o governo do país não reconsiderar a entrada em vigor de uma lei de assistência à saúde e também outra norma sobre imposto para ajudar a cobertura de pessoas sem planos de saúde. "Os mercados, em geral, não foram largamente afetados por esse primeiro dia de 'paralisação' No entanto, o dólar subiu em vários países, incluindo o Brasil, diante dessas incertezas sobre a economia norte-americana. Essa alta ajudou a limitar quaisquer ganhos mais efetivos. Ao longo do dia, a maior parte das commodities recuou", disse um trader. Os produtores de café do Vietnã contam com os maiores estoques do grão em quatro anos, justamente no momento em que o país inicia mais uma safra que pode ser recorde. Os estoques dos cafeicultores estariam em 120 mil toneladas de café apenas da safra anterior, 45% a mais que as 83 mil toneladas do ano anterior. Esse aumento do volume armazenado teria sido a forma encontrada pelos produtores para buscar uma recuperação dos preços e, diante disso, os exportadores executam compras bastante lentas. A expectativa é que o país tenha uma safra na temporada entrante de 1,7 milhão de toneladas, 13% a mais que na temporada anterior. Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 1.490 sacas, indo para 2.766.479 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 14.448 lotes, com as opções tendo 1.697 calls e 2.176 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o dezembro na ICE Futures US tem resistência em 114,70-114,80, 114,90-115,00, 115,50, 115,90-116,00, 116,50, 117,00, 117,45-117,50, 118,00, 118,50, 119,00, 119,20, 119,50, 119,90-120,00, 120,50, 120,75, 121,00-121,05, 121,10, 121,50, 122,00, 122,50, 122,20 e 122,50 centavos de dólar, com o suporte em 113,20, 113,00, 112,50, 112,00, 111,50, 111,00, 110,50, 110,10-110,00, 109,50, 109,00, 08,50, 108,00, 107,50 e 107,00 centavos
Londres tem retração, mas parâmetro de preço é mantido
Os contratos futuros de café robusta encerraram esta terça-feira com quedas leves em uma sessão de volatilidade apenas relativa, em um pregão caracterizado pela manutenção de um intervalo ligeiramente abaixo do nível psicológico de 1.650 dólares para a posição novembro.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por uma tentativa inicial de avanço de preços. No entanto, o novembro não conseguiu ir além dos 1.658 dólares. Diante da pouca disponibilidade compradora, novas ordens de venda foram registradas e a primeira posição chegou a tocar na mínima de 1.626 dólares. Nesse patamar, contudo, foram registradas algumas recompras de comerciais, que fizeram com que as perdas desacelerassem ao final do dia.
"Tivemos uma sessão técnica e, diante de um quadro de estabilidade nas arbitragens, no confronto com os arábicas em Nova Iorque, o que vimos foi, no final da sessão, retrações apenas leves, com os preços mantendo parâmetros. A expectativa do mercado é com o 'fator Vietnã': o país vai colocar um volume considerável de café no mercado com sua nova safra e, com tanta disponibilidade, a expectativa é que os preços sejam ainda mais pressionados", disse um trader.
O dia na bolsa de Londres teve o contrato de café de novembro com uma movimentação de 9,97 mil lotes, com o janeiro tendo 6,57 mil lotes negociados. O spread entre as posições novembro e janeiro ficou em 7 dólar. No encerramento da sessão na Euronext/Liffe, a posição novembro teve queda de 6 dólares, com 1.636 dólares por tonelada, com o janeiro tendo desvalorização de 7 dólares, com 1.643 dólares por tonelada.
Na BM&F, café cai 2,25% em setembro, menor média desde julho de 2009
O preço médio do boi gordo subiu mais de 5% e bateu recorde em setembro no mercado futuro de São Paulo. Os contratos de milho e etanol também ficaram mais caros, tendência contrabalançada apenas pela desvalorização do café e da soja. De acordo com a consultoria Safras & Mercado, o cenário foi agravado pela queda na oferta de animais criados em confinamento e a forte demanda para exportação. Entre janeiro e agosto, o volume de carne bovina embarcado para o exterior cresceu mais de 20% em relação ao mesmo período do ano passado. Segunda commodity mais negociada na bolsa, o milho também se valorizou em setembro. A cotação média do mês ficou em R$ 24,36 por saca, alta de 0,68% ante agosto. Apesar da alta, o preço ficou 24,58% abaixo da média apurada em dezembro de 2012, o que reflete a colheita de uma safra recorde no Brasil e no mundo em 2013. Na contramão da tendência, o café arábica, ainda pressionado pela colheita no Brasil e pelos amplos estoques globais, recuou 2,25% em setembro, para US$ 141,92 por saca - a menor média desde julho de 2009. Desde dezembro passado, o café já caiu 24,2% na bolsa paulista. Já a soja recuou 1,52%, para US$ 27,95 a saca, um reflexo da queda da demanda para exportação em antecipação à colheita recorde dos Estados Unidos.