Jair Coser, da Unicafé a maior exportadora de café do Brasil critica política cambial
26/11/2009
Maior exportador de café critica política cambial e câmbio pode prejudicar receita do próximo ano
O capixaba, radicado no Rio de Janeiro, Jair Coser, da empresa Unicafé, foi homenageado nesta quarta-feira, pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) como maior exportador de café do mundo. O evento ocorreu no encerramento do 29º Encontro Nacional dos Exportadores (Enaex), na sede da Federação das Indústrias do Rio (Firjan).
A esta coluna, Coser se queixou da excessiva valorização do real ante o dólar.
"Se a política cambial não mudar, os produtores de café terão problemas crescentes. No início do ano, parecia que a remuneração seria boa, mas a alta do real afeta diretamente a produção e exportação", disse.
Segundo Coser, a cotação em dólares para a saca de 60 kg está boa, mas a remuneração em reais é decepcionante. Garantiu que não está cobrindo os custos de produção e, consequentemente, tira o Brasil da competição.
Este ano, o café deverá praticamente repetir os resultados de 2008: 30 milhões de sacas exportadas e receita cambial de US$ 4,5 bilhões. Mas, para 2010, afirma Coser que haverá queda na produção e na exportação, exclusivamente em razão do problema cambial.
"É claro que isso não é ruim só para o café. O real valorizado prejudica todos os produtos agrícolas e também os manufaturados. Não podemos ter a moeda que mais se valoriza no mundo", acentuou.
Segundo ele, o produtor de cafés finos chegou a receber, no início do ano, R$ 280 por saca e hoje não consegue mais do que R$ 230.
Informou o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral, que praticamente todos os produtos agrícolas tiveram queda nas vendas externas de 2008 para 2009. Só açúcar e álcool subiram e por uma razão especial: quebra na safra da Índia. As informações parte do Monitor Mercantil / AGRO-CIM.