Mesmo com aversão a riscos, café mantém intervalos na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta segunda-feira com quedas, em um dia caracterizado por vendas especulativas, na esteira do mau humor dos mercados externos. Apesar das retrações, suportes importantes conseguiram ser preservados, o que é um sinal de consistência. Ao longo da manhã, o café tentou esboçar alguns ganhos, no entanto, com a abertura de outros mercados, a pressão sobre as commodities ganhou mais força e os vendedores se sentiram mais estimulados a operar. Baixas relativas foram verificadas, mas, em nenhum momento, o setembro tentou buscar o patamar psicológico de 180,00 centavos. Operadores indicaram que as quedas atingiram vários segmentos de commodities, devido, principalmente ao dólar em alta e o temor de players de que a crise econômica na Europa ganhe contornos ainda mais negativos. Por outro lado, os operadores sustentaram que as avaliações sobre os estoques mundiais de café são um fator de apoio para que os preços não se deprimam consideravelmente. Os estoques certificados na bolsa de Nova Iorque, por exemplo, a despeito das altas recentes, continua nos menores níveis desde outubro de 2010. Fundamentalmente, o mercado avalia os aspectos meteorológicos que indicam que o Brasil deverá ter dias secos e relativamente mais quentes na seqüência de julho. Isso deverá colaborar para que a colheita seja adiantada e, assim, seja possível ter uma avaliação mais efetiva sobre a qualidade dos cafés da atual temporada. No encerramento do dia, o setembro em Nova Iorque teve queda de 185 pontos, com 185,10 centavos, sendo a máxima em 186,40 e a mínima em 183,10 centavos por libra, com o dezembro tendo desvalorização de 195 pontos, com a libra a 187,65 centavos, sendo a máxima em 189,00 e a mínima em 185,85 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição setembro teve queda de 20 dólares, com 2.167 dólares por tonelada, com o novembro tendo desvalorização de 16 dólares, com 2.152 dólares por tonelada. De acordo com analistas internacionais, o café sofreu nesta segunda-feira com a ação dos mercados externos, com uma nova queda sendo observada e com o setembro tocando o intervalo de 183,00 centavos. Mesmo com as baixas de sexta-feira e desta segunda, o setembro ainda consegue se manter acima de referenciais importantes, como é o caso da média móvel de 100 dias. Os mercados externos têm um dia de temor, principalmente com a percepção de alguns operadores de que a Espanha pode precisar de um novo resgate financeiro. Além disso, algumas especulações apontam para o fato de que a Grécia pode deixar a zona do euro, o que poderia desencadear uma nova onda de desconfiança em outros países em situação delicada, como Irlanda, Portugal e Chipre. O índice CRB fechou a segunda com quede de 1,58%, assim como as bolsas dos Estados Unidos recuaram. "Diante de um cenário externo negativo, as baixas de hoje não surpreenderam. Mas a manutenção de parâmetros tem uma leitura positiva. Os baixistas buscaram forçar novos níveis, mas encontramos uma sustentação de algumas compras ao redor do patamar de 183,00 centavos", disse um trader. "Os fundos já diminuíram bem suas posições vendidas, e com os gráficos dando sinais de firmeza eu não ficaria surpreso em ver uma reversão dos seus livros, eventualmente puxando o contrato da ICE para cima de 200,00 centavos. Vendas de origens por outro lado podem fazer com que o rompimento do nível mencionado seja mais lento do que os altistas gostariam. Tudo isto está alinhado com o pensamento de que o último trimestre do ano é quando o mercado deve se mostrar mais forte", indicou Rodrigo Corrêa da Costa, da Archer Consulting. A Anacafé (Associação Nacional do Café da Guatemala) informou que as exportações de café do bloco formado por México, Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, República Dominicana, Colômbia e Peru totalizaram 20.709.455 de sacas entre outubro 2011 e junho. Esse montante é 2,28% menor que o registrado no mesmo período da temporada anterior — 21.193.739 sacas. De acordo com a Anacafé, uma das maiores quedas foram da Colômbia, 16,30%, El Salvador, 40,84,% e Guatemala e Nicarágua, 4,76% e 10,21%, respectivamente. As exportações de café do Brasil em julho, até o dia 20, somaram 945.415 sacas, contra 830.629 sacas registradas no mesmo período de junho, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 6.123 sacas, indo para 1.749.529 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 15.289 lotes, com as opções tendo 623 calls e 419 puts. Tecnicamente, o setembro na ICE Futures US tem uma resistência em 186,40-186,50, 187,00, 187,50, 188,00, 188,50, 189,00, 189,50, 189,90-190,00, 190,50, 190,85, 191,00, 191,50, 192,00, 192,20, 192,50, 193,00 e 193,50 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 183,10-183,00, 182,50, 182,05-182,00, 181,50, 181,00, 180,50, 180,10-180,00, 179,50, 179,00, 178,50, 178,00, 177,50 e 177,00 centavos por libra.
Londres segue mercado externo e cai, mas mantém parâmetros
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta segunda-feira com quedas. Em uma sessão relativamente calma, os preços recuaram, seguindo o clima negativo dos mercados externos, mas parâmetros importantes conseguiram ser mantidos, o que foi lido por alguns operadores como um sinal de consistência. De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por algumas vendas especulativas, com o setembro chegando a tocar na mínima de 2.153 dólares. Nesse patamar foram registradas algumas aquisições por parte de indústrias de torrefação, o que possibilitou uma ligeira desaceleração das perdas. O mercado externo, devido, principalmente, à retomada da preocupação com Espanha e Grécia e até mesmo com o futuro da zona do euro, teve um dia de forte nervosismo, o que afetou diretamente os negócios em mercados de maior risco, como as commodities. "Tivemos algumas retrações, até normais diante do mercado negativo para as commodities. Mas o café conseguiu se manter menos pressionados que outros ativos e conseguimos sustentar importantes suportes, o que gera uma leitura positiva", expressou um trader. O dia na bolsa de Londres teve o contrato de café de setembro com uma movimentação de 4,26 mil lotes, com o novembro tendo 1,66 mil lotes negociados. O spread entre as posições setembro e novembro ficou em 15 dólares. No encerramento da sessão na Euronext/Liffe, a posição setembro teve queda de 20 dólares, com 2.167 dólares por tonelada, com o novembro tendo desvalorização de 16 dólares, com 2.152 dólares por tonelada.
DÓLAR SOBE COM BUSCA DE PROTEÇÃO CONTRA AGRAVAMENTO NA EUROPA São Paulo, 23/07/2012 -
Espelho do comportamento internacional das moedas desde cedo, a cotação do dólar à vista no mercado doméstico de balcão encerrou o dia em alta de 0,69%, a R$ 2,039. Lá fora, a moeda norte-americana também subiu perante as divisas consideradas de maior risco e do euro, servindo de proteção, à medida em que os investidores voltam a se preocupar com a situação na Europa. Às 17h21, o euro estava sendo cotado a US$ 1,2135, depois de ter batido a mínima de US$ 1,2067 mais cedo. Ainda assim, o valor era inferior ao registrado no final da tarde de sexta-feira em Nova York, de US$ 1,2155. No mesmo horário, o dólar index - relação com seis moedas fortes - tinha alta de 0,20%. No mercado futuro da BM&F, a valorização estava em 0,81%, às 17h28, com o contrato de agosto valendo R$ 2,044. Já no mercado à vista houve somente um negócios a R$ 2,043, com alta de 1,14%. Os temores dos investidores, hoje, recaem sobre a situação da Espanha. Depois de terem se beneficiado recentemente das notícias de que os bancos do país receberiam suporte, os investidores sucumbem, agora, perante as informações mostrando que também os governos regionais precisarão de ajuda.Os preocupações começaram na sexta-feira passada, com a informação de que a região de Valência pediria ajuda ao governo central para financiar suas dívidas. E agravaram-se com indicações de que várias regiões autônomas - o número estaria em seis - farão o mesmo. Ao mesmo tempo, o Banco da Espanha informou que provavelmente os números mostrarão que houve contração na economia do país no segundo trimestre.A Grécia, que estava esquecida, também voltou ao centro das atenções. Uma equipe da Troica deve chegar ao país para avaliar o andamento das reformas e a percepção dos analistas é de que pouco foi feito. Também circulam rumores de que o Fundo Monetário Internacional poderia deixar de ajudar financeiramente o governo grego, o que deixaria o país sem dinheiro em pouco tempo. Diante disso, o FMI se manifestou por meio de uma nota à imprensa em que disse apenas que "está apoiando a Grécia na superação das dificuldades econômicas".Por aqui, o mercado ouviu as palavras do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sem identificar novidades. O mercado segue convicto de que a autoridade monetária e o Ministério da Fazenda estão dispostos a intervir no câmbio se acharem necessário, o que ajuda a manter as cotações em margens estreitas de negociação. Por conta disso, hoje, segundo operadores, quando o dólar abateu a máxima de R$ 2,045, o movimento de venda de dólares aumentou.
NY: EURO VOLTA A CAIR COM INTENSIFICAÇÃO DOS TEMORES SOBRE A EUROPA
Nova York, 23/07/2012 -
O euro caiu para o nível mais baixo frente ao dólar desde junho de 2010, em reação a informes de que mais regiões administrativas da Espanha deverão pedir ajuda financeira ao governo central e à reportagem da revista alemã Der Spiegel, publicada no fim de semana, segundo a qual o FMI não está disposto a dar mais assistência financeira à Grécia. O euro recuperou algum terreno ao longo do dia, mas o movimento de queda foi retomado no fim da tarde, depois de a Moody's rebaixar para "negativa" a perspectiva dos ratings soberanos de Alemanha, Holanda e Luxemburgo."Os investidores estão preocupados com a possibilidade de a zona do euro se fragmentar. A incerteza que cerca a saúde da Europa no futuro está criando uma tensão enorme e levando a vendas da moeda única" comentou Andrew Wilkinson, economista-chefe e estrategista da Miller, tabak & Co. Para Eric Viloria, estrategista da Forex.com, "o caminho de menor resistência para o euro é para baixo". Ele disse acreditar que o euro testará o nível psicologicamente importante de US$ 1,20 em algum momento nesta semana, embora seja provável alguma atividade de realização de lucros à medida que a cotação se aproxime desse nível.No fim da tarde em Nova York, o euro estava cotado a US$ 1,2117, de US$ 1,2155 na sexta-feira, depois de ter caído à mínima de US$ 1,2067. Frente ao iene, o euro estava cotado a ¥ 94,98, de ¥ 95,42 na sexta-feira. O iene estava cotado a 78,40 por dólar, de 78,48 por dólar na sexta-feira; o franco suíço estava cotado a 0,9911 por dólar, de 0,9881 por dólar na sexta-feira; a libra estava cotada a US$ 1,5508, de US$ 1,5624 na sexta-feira. As informações são da Dow Jones.
MOODY'S/ANALISTA: RISCO PARA ALEMANHA, HOLANDA E LUXEMBURGO HOJE É MAIOR Nova York, 23/07/2012 -
O risco de Alemanha, Holanda e Luxemburgo perderem o rating de crédito triplo A cresceu por causa da maior incerteza em relação às perspectivas para a zona do euro e do aumento da probabilidade de a Grécia vir a deixar a união monetária, disse Sarah Carlson, analista de crédito sênior da Moody's."A saída da Grécia não figura em nosso cenário central", salientou ela em entrevista concedida à Dow Jones, "mas o risco é materialmente mais alto hoje do que há seis meses".Carlson conversou com a Dow Jones depois de a agência de classificação de risco de crédito Moody's ter anunciado o rebaixamento, de estável para negativa, da perspectiva dos ratings soberanos da Alemanha, da Holanda e da Grécia.Ainda segundo ela, a Espanha e a Itália sofreriam um forte impacto de uma eventual saída da Grécia porque já se encontram em uma situação de estresse.