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domingo, 19 de junho de 2011

O sentimento do mercado.

O sentimento do mercado.

O mercado de café esta semana teve um belo raly de baixa fechando a semana nas cotações mínimas da semana e as menores em 4 meses.
A ausência de frio suficiente para haver um problema climático e as noticias macro econômicas vindo de encontro faz a semana trazer um sentimento de que a correção esteja apenas começando.
Graficamente uma figura muito conhecida em analise técnica, o ombro cabeça ombro, foi rompida sua reta pescoço outro fator que nos leva a acreditar que a baixa ainda esta só no começo.
No final de semana a briga entre os dois maiores partidos políticos americanos, Republicano e Democrata, expôs a maior divida conhecida da historia, 14 trilhões e 300 bilhões de dólares, algo que a tão falada divida da Grécia, Islândia, Portugal, Espanha, ou Itália parece brincadeira de criança, e a briga entre os partidos seria porque o governo precisa se endividar mais para que possa manter as contas em dia, ou seja, preciso fazer conta nova com prazo mais longo para poder pagar as contas novas.
Com tanta divida instalada no planeta onde gastar mais do que se ganha passou uma atitude normal, se eu fizer isso me chamam de caloteiro fácil, os investidores que têm medo de perder seu rico dinheirinho saem fazendo liquidações aos borbotões, e os mercado simplesmente desabam e os outros participantes, leia se no nosso caso os produtores, passam despercebidos e quem não se precaveu não consegue aproveitar a onda de preços.
Neste nível de preocupação e sabendo que a crise de 2.008 foi só uma onda 1 do mercado me parece que uma nova onda esta perto de acontecer que o mercado esta trabalhando, e ainda por não existir um porto seguro a correria fica em vender ativos e comprar dólares.
Como as noticias vêm de encontro com o mercado as figuras técnico gráficas vão se formando e eu fico tentando traduzir isto para nosso mercado.
A figura OCO rompida projeta a base da reta pescoço para o topo da cabeça, este tamanho de projeção plotado para a direção do rompimento joga nosso mercado para um alvo final em 1,99 o que seria um bela correção onde acredito que o mercado encontrara um suporte adequado, ou seja, temos muito ainda para cair. Em estudos técnicos e minha forma de visão este rompimento sendo respeitado ou confirmado na próxima semana, temos como alvo primário 233,90 cents de dólar por libra peso.
Como disse as noticias vêm de encontro com o mercado fazendo uma bela dupla, nesta semana já temos noticias em aumento de estoque nos países consumidores, o que não nos seria novidade, pois o Brasil bateu recorde de produção e exportação, mas jogam a noticia para apimentar mais o mercado dando sustentação e veracidade à queda.
Ao produtor o recado foi dado neste espaço por varias e varias semanas, o mercado não tem uma única Mao e café a R$500,00 não é preço que se joga fora principalmente porque, usando as frases do ex-presidente, “Nunca Na Historia deste País”, houve preços neste valor, portanto vamos pensar com um pouquinho mais de consciência antes de recusar ofertas tão altas e boas pela sua mercadoria.
Devemos ter um ano onde a media de preço ainda será a maior da historia, mas R$500,00 é preço para não se desperdiçar.
O efeito dominó sempre vem junto com a paúra, e o mercado sabe muito bem aproveitar disso e o sentimento do mercado neste momento não é favorável ao produtor.
Tenham todos uma boa semana e bons negócios que Deus abençoe a todos.
Wagner Pimentel
WWW.cafezinhocomamigos.blogspot.com

FUNDOS COMEÇAM A FICAR VENDIDOS

FUNDOS COMEÇAM A FICAR VENDIDOS
A semana teve um começo tumultuado como o rebaixamento dos títulos gregos para o mais baixo nível de classificação pela agência de risco do S&P, e demonstrações populares no país sinalizando maiores dificuldades do governo em atender novas demandas de aperto fiscal que serão exigidas pelo FMI e Banco Central Europeu.De carona a Moody’s colocou para revisão os “ratings” de três grandes bancos franceses, que detém um bom volume de títulos da Grécia, e que parece coincidir com a pressão que o governo francês tem feito em evitar qualquer conversa de “reestruturação” de dívida que tanto se fala, mas que cedo ou tarde acontecerá (a idéia parece ser postergar o máximo possível isto, aguardando um momento melhor na economia mundial).Na Ásia viu-se uma nova rodada de aumento das reservas bancárias na China, e um novo incremento de juros da Índia para tentar conter a inflação, que está em de 5.5% e 8.66% ao ano respectivamente.Nos Estados Unidos o índice de preços do consumidor também teve um forte incremento, e curiosamente parte do motivo é o aumento dos aluguéis no país, dado que muitas pessoas que tiveram que entregar suas casas, ou não tem crédito bom suficiente para comprar imóveis, acabam alugando moradias.Um outro grande risco que continua a preocupar os mercados é uma nova rodada de exigências de retenção maior de capital para os bancos grandes ao redor do mundo, bancos que dado seus tamanhos poderiam trazer risco sistêmico ao mercado financeiro caso quebrassem. Isto pode machucar ainda mais os balanços dos bancos e principalmente a capacidade de gerar mais negócios, o que sem dúvida provocará também uma (talvez necessária) maior diminuição de alavancagem, respingando em ativos de risco como um todo, incluindo aí as commodities.Neste tom os principais índices das commodities sentiram o baque, com o Goldman Sachs Index cedendo 5.05% na semana, o CRB 3.61%, e o DJUBS (ex-AIG) 3.99%. Os grãos foram os que mais sentiram, seguidos pela energia, e com o café no meio do bolo.O arábica em Nova Iorque teve uma queda de US$ 20.97 por saca nos últimos cinco dias, enquanto na BM&F a perda foi de US$ 16.75 por saca, e no robusta em Londres US$ 10.02 por saca – haja coração!Dados divulgados na semana indicam que os estoques nos Estados Unidos de grão verde no mês de junho subiram em 75,366 sacas, para 4,426,657 sacas de 60 quilos, e os certificados da bolsa londrina estavam em 6,75 milhões de sacas no dia 13 de junho último. Somando-se a eles os estoques nos portos da Europa e no Japão, parece que os estoques nos países consumidores estão ao redor de 21 milhões de sacas, contando as duas grandes “qualidades”, o arábica e o robusta. Para termos uma idéia dos estoques mundiais temos que adicionar o que estão nas origens, que basicamente se concentram no Brasil e no Vietnã. Muitos crêem que o segundo tem algo como 3.1 milhões de sacas, já para o primeiro é um debate duro, pois há os que acham ser 3 milhões de sacas e os que acham ser 9 milhões de sacas – e a briga entre os que defendem cada lado é questão de honra entre os baixistas e os altistas (fique a vontade para contribuir com sua opinião).No mercado físico a atividade foi tímida na semana, um pouco por causa do verão se aproximando no hemisfério norte, e bastante pela queda do terminal que distanciou ainda mais os interesses de compra e venda dos participantes.O fechamento dos preços dos mercados de café, das três principais bolsas, indicam que poderemos ver mais quedas pela frente, com o “C” tendo como principal ponto de suporte os US$ 250 centavos, que caso não seja respeitado deve ter como próxima parada os US$ 240.00 centavos. Os fundos, até a última terça-feira quase não tinham mexido em suas posições, sendo compradores líquidos de 1,222 lotes entre os dias 7 e 14 de junho. De lá para cá o mercado caiu US$ 20.25 centavos, negociando ao redor de 34 mil lotes na quarta, quinta e sexta, o que provavelmente deve significar que fundos venderam 7 mil lotes, estando com uma posição vendida (pela primeira vez desde junho de 2010) de 5 mil lotes líquido. Creio que podemos ver esta posição aumentar mais 5 a 8 mil lotes, para então sinalizar uma recuperação técnica (se o estrago não foi maior do que 240 centavos).Uma ótima semana e muito bons negócios para todos,Rodrigo Corrêa da Costa