06/01 CAFÉ: IBGE APONTA SAFRA DE 43,3 MILHÕES DE SACAS EM 2011
A primeira estimativa do IBGE para a safra nacional de café
a ser colhida em 2011 totaliza 2.600.641 t, ou 43,3 milhões de sacas de 60kg do
produto em grãos beneficiados. O percentual de decréscimo em relação a 2010
é de 9,1%. A área destinada à colheita é de 2.152.511 ha, 0,3% inferior ao
ano de 2010.
A área total ocupada com a cultura decresce 0,9%. A queda prevista na
produção, em relação à safra colhida em 2010, é consequência,
principalmente, da particularidade que apresenta o café arábica, espécie
predominante no país (70%), que alterna anos de altas e baixas produtividades.
Com informações do Departamento de Comunicação Social do IBGE.
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Cafeicultura sai vitoriosa de ciclo de baixa, diz Vegro
Tomas Okuda | Agência Estado
A cafeicultura brasileira, em particular de grãos arábica, comemora. O setor venceu o ciclo de baixa nos preços dos últimos sete anos apostando em qualidade e produtividade. \"Nenhum outro país conseguiu isso\", garante o pesquisador Celso Luis Vegro, do Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. Desde o fim do Instituto Brasileiro do Café (IBC), no início dos anos 90, a produtividade média dos cafezais tem crescido na proporção de 1 saca de 60 kg a cada três sacas. \"É incomparável no mundo\", diz o pesquisador. Segundo ele, mesmo na crise, aflorou no Brasil um conjunto de cafeicultores altamente empreendedor. O ciclo de baixos preços não impediu que mostrassem dinamismo, investindo em tecnologia das mais avançadas.
Mais: os cafeicultores estão aplicando avançada tecnologia, como a irrigação branca. A ideia é utilizar gesso na terra antes do plantio do cafezal. Com isso, a planta tende a aprofundar as raízes, para cerca de 2 a 3 metros em busca de água, dispensando o uso de irrigação. O custo com gesso é praticamente zero, pois se trata de resíduo nas fábricas de fertilizantes, \"É claro que a tecnologia não é isolada. Deve fazer parte de um pacote e um dos elementos é a aplicação de gesso\", ressalta o pesquisador, ao comentar as técnicas que têm avançado no campo.
Ele ressalta, porém, que o Brasil carece de mecanismos que possam valorizar esse esforço empreendedor. Segundo o especialista, um dos maiores absurdos ainda em prática no País é a classificação dos cafés como \"bebida dura para melhor\". \"Isso não existe. A classificação define grãos bebida dura, mole ou extremamente mole. Classificar um café como bebida dura para melhor é uma forma pouco transparente de se apropriar, inclusive monetariamente, do esforço do cafeicultor em produzir um grão mais fino\", reclama.
Mesmo assim, o pesquisador acredita que o Brasil tem todas as condições para se transformar em uma plataforma mundial para o café. O País é o maior produtor e exportador mundial de café. Em breve, deve superar os Estados Unidos como maior consumidor global. \"Isso atrai a indústria mundial\", comenta.
Produção assegurada – Vegro considera que a safra de 2011, embora seja de ciclo baixo, por causa da bienalidade da cultura, não deve diminuir muito em relação à produção de 2010. Isso porque a amplitude de variação entre os ciclos tem diminuído, em grande parte em virtude dos ganhos em produtividade. Segundo ele, isso é favorável ao Brasil na relação com o comprador internacional, \"que sempre terá a garantia de oferta\".
Com relação aos preços do produto, Vegro estima que as cotações deverão permanecer alavancadas por pelo menos mais duas ou três safras. A questão da baixa oferta mundial não deve ser equacionada no curto prazo. \"O cafeicultor brasileiro deve aproveitar a boa maré para reformar cafezais, investir na produção, sanear dívidas para, nas safras seguintes, acumular capital, pois certamente virá um novo ciclo de baixa\", sugere.
O pesquisador comenta que o cafeicultor precisa ter a questão do endividamento solucionada \"seriamente\". \"O café tem condições de ocupar áreas da cana-de-açúcar, desde que o endividamento seja equacionado e a classificação \'duro para melhor\' seja eliminada\".
Vegro diz que o ciclo de baixos preços prejudicou o setor produtivo da Colômbia e da América Central, fazendo com que alguns cafeicultores abandonassem a atividade. O Vietnã tenta se equilibrar, embora venha enfrentando pelo menos dois anos de baixos preços. \"O Brasil é o único dos países produtores em que o ambiente é diferente, positivo\", conclui.
A cafeicultura brasileira, em particular de grãos arábica, comemora. O setor venceu o ciclo de baixa nos preços dos últimos sete anos apostando em qualidade e produtividade. \"Nenhum outro país conseguiu isso\", garante o pesquisador Celso Luis Vegro, do Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. Desde o fim do Instituto Brasileiro do Café (IBC), no início dos anos 90, a produtividade média dos cafezais tem crescido na proporção de 1 saca de 60 kg a cada três sacas. \"É incomparável no mundo\", diz o pesquisador. Segundo ele, mesmo na crise, aflorou no Brasil um conjunto de cafeicultores altamente empreendedor. O ciclo de baixos preços não impediu que mostrassem dinamismo, investindo em tecnologia das mais avançadas.
Mais: os cafeicultores estão aplicando avançada tecnologia, como a irrigação branca. A ideia é utilizar gesso na terra antes do plantio do cafezal. Com isso, a planta tende a aprofundar as raízes, para cerca de 2 a 3 metros em busca de água, dispensando o uso de irrigação. O custo com gesso é praticamente zero, pois se trata de resíduo nas fábricas de fertilizantes, \"É claro que a tecnologia não é isolada. Deve fazer parte de um pacote e um dos elementos é a aplicação de gesso\", ressalta o pesquisador, ao comentar as técnicas que têm avançado no campo.
Ele ressalta, porém, que o Brasil carece de mecanismos que possam valorizar esse esforço empreendedor. Segundo o especialista, um dos maiores absurdos ainda em prática no País é a classificação dos cafés como \"bebida dura para melhor\". \"Isso não existe. A classificação define grãos bebida dura, mole ou extremamente mole. Classificar um café como bebida dura para melhor é uma forma pouco transparente de se apropriar, inclusive monetariamente, do esforço do cafeicultor em produzir um grão mais fino\", reclama.
Mesmo assim, o pesquisador acredita que o Brasil tem todas as condições para se transformar em uma plataforma mundial para o café. O País é o maior produtor e exportador mundial de café. Em breve, deve superar os Estados Unidos como maior consumidor global. \"Isso atrai a indústria mundial\", comenta.
Produção assegurada – Vegro considera que a safra de 2011, embora seja de ciclo baixo, por causa da bienalidade da cultura, não deve diminuir muito em relação à produção de 2010. Isso porque a amplitude de variação entre os ciclos tem diminuído, em grande parte em virtude dos ganhos em produtividade. Segundo ele, isso é favorável ao Brasil na relação com o comprador internacional, \"que sempre terá a garantia de oferta\".
Com relação aos preços do produto, Vegro estima que as cotações deverão permanecer alavancadas por pelo menos mais duas ou três safras. A questão da baixa oferta mundial não deve ser equacionada no curto prazo. \"O cafeicultor brasileiro deve aproveitar a boa maré para reformar cafezais, investir na produção, sanear dívidas para, nas safras seguintes, acumular capital, pois certamente virá um novo ciclo de baixa\", sugere.
O pesquisador comenta que o cafeicultor precisa ter a questão do endividamento solucionada \"seriamente\". \"O café tem condições de ocupar áreas da cana-de-açúcar, desde que o endividamento seja equacionado e a classificação \'duro para melhor\' seja eliminada\".
Vegro diz que o ciclo de baixos preços prejudicou o setor produtivo da Colômbia e da América Central, fazendo com que alguns cafeicultores abandonassem a atividade. O Vietnã tenta se equilibrar, embora venha enfrentando pelo menos dois anos de baixos preços. \"O Brasil é o único dos países produtores em que o ambiente é diferente, positivo\", conclui.
Três Pontas - Decisão judicial revolta produtores em cooperativa de café
Três Pontas - Decisão judicial revolta produtores em cooperativa de café
Produtores protestaram contra retirada de sacas para pagamento de dívida
Uma decisão judicial causou tumulto em uma cooperativa de café na tarde desta terça-feira (4) em Três Pontas, no Sul de Minas. Cafeicultores da região quase perderam sacas de café que estavam sendo dadas como garantia para pagamento de uma dívida da cooperativa.
Mais de 40 produtores que fazem parte da Associação de Pequenos Produtores de Santana da Vargem, foram ao armazém depois de receber a notícia de que quase 4,5 mil sacas deles estavam sendo dadas como pagamento de uma dívida da União Cooperativa Agropecuária do Sul de Minas, a Unicoop. A Polícia Militar foi chamada pelos oficiais de Justiça que cumpriam a determinação da juíza plantonista Luciana Santana, de Poço Fundo.
A retirada das sacas de café começou antes da manifestação dos produtores. A cooperativa não sabe ao certo, mas estima que pelo menos duas mil sacas foram retiradas do armazém. No fim da tarde, os produtores receberam a notícia de que uma liminar do Tribunal de Justiça de Minas Gerais impedia a retirada do café. Segundo a determinação, o café que já foi retirado dos armazéns terá que ser devolvido aos produtores.
A advogada da cooperativa, Patrícia Mello Reis, informou que parte da dívida já foi paga e que o restante está sendo negociado. Ela disse ainda que o café retirado já está sendo devolvido aos armazéns
Produtores protestaram contra retirada de sacas para pagamento de dívida
Uma decisão judicial causou tumulto em uma cooperativa de café na tarde desta terça-feira (4) em Três Pontas, no Sul de Minas. Cafeicultores da região quase perderam sacas de café que estavam sendo dadas como garantia para pagamento de uma dívida da cooperativa.
Mais de 40 produtores que fazem parte da Associação de Pequenos Produtores de Santana da Vargem, foram ao armazém depois de receber a notícia de que quase 4,5 mil sacas deles estavam sendo dadas como pagamento de uma dívida da União Cooperativa Agropecuária do Sul de Minas, a Unicoop. A Polícia Militar foi chamada pelos oficiais de Justiça que cumpriam a determinação da juíza plantonista Luciana Santana, de Poço Fundo.
A retirada das sacas de café começou antes da manifestação dos produtores. A cooperativa não sabe ao certo, mas estima que pelo menos duas mil sacas foram retiradas do armazém. No fim da tarde, os produtores receberam a notícia de que uma liminar do Tribunal de Justiça de Minas Gerais impedia a retirada do café. Segundo a determinação, o café que já foi retirado dos armazéns terá que ser devolvido aos produtores.
A advogada da cooperativa, Patrícia Mello Reis, informou que parte da dívida já foi paga e que o restante está sendo negociado. Ela disse ainda que o café retirado já está sendo devolvido aos armazéns
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