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sábado, 3 de março de 2012

Escritório Carvalhaes

No curto prazo continuaram pressionando as cotações do café   

  A situação da crise europeia aparenta ter melhorado com as operações do Banco Central Europeu (BCE), que na quarta-feira injetou mais 529,5 bilhões de euros em 800 bancos, totalizando 1,1 trilhão de empréstimos para os bancos da zona do euro. O governo brasileiro agiu rapidamente em relação à forte liquidez criada pelo BCE adotando medidas cambiais preventivas. O excesso de liquidez tem tudo para aumentar o apetite dos investidores por ativos de maior risco, entre eles as commodities. Os fundamentos positivos do café devem atrair parte desses capitais. Mesmo assim, interesses de curto prazo continuaram pressionando as cotações do café nas bolsas de futuro e dificultando os negócios no mercado físico brasileiro. Em nossa opinião essa pressão não é saudável e não reflete o quadro dos fundamentos do mercado de café. Os últimos números divulgados pela OIC – Organização Internacional do Café confirmam o precário equilíbrio entre a produção e o consumo mundial de café, bem como as dificuldades encontradas por importantes países produtores para aumentar ou até mesmo manter seus níveis de produção. A OIC também projetou três cenários para a demanda mundial por café, nos próximos dez anos: - Crescimento baixo, mais 1,5% ao ano, levando consumo mundial de café para 156,7 milhões de sacas. - Crescimento médio, mais 2% ao ano, levando o consumo mundial para 164,6 milhões de sacas. - Crescimento alto, mais 2,5% ao ano, correspondendo a um consumo mundial de 172,8 milhões de sacas. A situação é crítica mesmo adotando o cenário de crescimento mais conservador: aumento do consumo mundial em dez anos para 156,7 milhões de sacas. A OIC estima a produção global de café 2011/2012 em 128,5 milhões de sacas de 60 kg. Para atingirmos 156,7 milhões, a produção mundial precisará crescer 28,2 milhões de sacas em dez anos! Quem acompanha o mercado de café sabe como é difícil um crescimento como este. Mudanças climáticas, custos de investimento, competição por terras agriculturáveis e alternativas de menos risco para os agricultores, turvam ainda mais o cenário. A queda das cotações neste início de ano é mais um obstáculo ao aumento da produção. No Brasil, mesmo com os níveis de preço atingidos no ano passado, não houve uma corrida por terras para produzir café. O recuo das cotações traz mais insegurança e dúvidas aos cafeicultores. Não existe lógica na baixa de preços que ocorre atualmente. O tamanho da próxima safra brasileira, se vier a se confirmar, evitará uma situação caótica no fornecimento mundial de café, mas esta longe de significar um novo período de tranquilidade para o mercado cafeeiro. Até o dia 29, os embarques de fevereiro estavam em 1.562.266 sacas de café arábica, 49.334 sacas de café conillon, somando 1.611.600 sacas de café verde, mais 192.917 sacas de solúvel, contra 1.504.058 sacas no mesmo dia de janeiro. Até o dia 29, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em fevereiro totalizavam 2.255.020 sacas, contra 2.053.468 sacas no mesmo dia do mês anterior. A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 24, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 2, caiu nos contratos para entrega em maio próximo, 180 pontos ou US$ 2,38 (R$ 4,10) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 24 a R$ 459,46/saca e hoje, dia 2, a R$ 460,74/saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em maio, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 230 pontos.
 Escritório Carvalhaes
Café tem novo recuo na ICE e gráficos indicam formação baixista  
   Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta sexta-feira com quedas, com a retomada das vendas especulativas. Apesar da retração, o intervalo construído recentemente, após as fortes baixas, conseguiu ser preservado e o maio não testou o nível psicológico de 200,00 centavos por libra peso. Os fatores externos também contribuíram para o desempenho negativo do café no dia. O dólar subiu em relação a uma cesta de moedas internacionais, o que abriu espaço para que muitos players operassem liquidando no segmento de matérias-primas, visando obtenção de lucros em outras moedas. O índice CRB, com isso, fechou a sexta com perda de 0,82%.  No encerramento do dia, o maio em Nova Iorque teve baixa de 230 pontos com 201,80 centavos, sendo a máxima em 204,75 e a mínima em 200,75 centavos por libra, com o julho tendo desvalorização de 230 pontos, com a libra a 204,45 centavos, sendo a máxima em 207,60 e a mínima em 203,50 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição maio registrou alta de 2 dólares, com 2.020 dólares por tonelada, com o julho tendo valorização de 1 dólar, com 1.999 dólares por tonelada.  De acordo com analistas internacionais, o maio para o café experimenta um movimento consolidativo, depois das recentes quedas. porém, formando uma potencial "bandeira baixista" no gráfico diário. Tal padrão, na visão dos analistas, ainda não havia sifo confirmado, mas tradicionalmente a continuidade desse modelo sugere retrações. Avaliando o mercado no longo prazo, operadores indicam que o contrato de maio registra uma longa tendência baixista desde maio de 2011, quando chegou a ir acima dos 311,00 centavos. Atualmente, o mercado se posiciona abaixo da média móvel de 200 dias, que hoje está em 245,13 centavos. Muitos traders usam esse referencial, sendo que cotações abaixo da referida média é uma sinalização baixista. Após consolidar posição entre dezembro e fevereiro, os baixistas forçaram uma nova baixa em 13 de fevereiro. Por vários dias, o mercado foi consideravelmente pressionado, permitindo uma formação gráfica denominada "mastro", de propensão bear (baixista). A recente consolidação seria a formação da "bandeira baixista", sendo que players avaliam que se as mínimas de 16 e 29 de fevereiro sejam atingidas seria possível afirmar o potencial de baixa do atual mercado.  John Isaacson, analista do Highrower Report, em Chicago, sustentou que a formação atual é desfavorável. "Estamos tendo um desenho gráfico baixista bastante maduro, consistente", ressaltou. Para o especialista, o mercado pode ganhar alguma força se testar um patamar próximo de 220,00 centavos por libra, indo até ao nível de 7 de fevereiro, em 225,00 centavos, ao passo que o alvo de baixa estaria em 190,00 centavos. "O excesso de liquidez tem tudo para aumentar o apetite dos investidores por ativos de maior risco, entre eles as commodities. Os fundamentos positivos do café devem atrair parte desses capitais. Mesmo assim, interesses de curto prazo continuaram pressionando as cotações do café nas bolsas de futuro e dificultando os negócios no mercado físico brasileiro. Em nossa opinião essa pressão não é saudável e não reflete o quadro dos fundamentos do mercado de café", indicou o Escritório Carvalhaes, em seu comentário semanal.  As exportações de café da Costa Rica, até 27 de fevereiro, apresentavam queda de 8% na temporada, com 389.986 sacas, indicou o Icafé (Instituto de Café da Costa Rica). Esse país centro-americano exportou 422.189 sacas durante o mesmo período de 2010/2011. As vendas totais de café para o exterior tiveram baixa de 24% nos 12 meses encerrados em fevereiro, com 875.714 sacas, com preço médio de 2,48 dólares por libra. O Icafé estimou o consumo local em 53.997 sacas, volume menor que o observado no mesmo período do ano anterior — 97.051 sacas.  Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 2.030 sacas, indo para 1.571.619 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 16.903 lotes, com as opções tendo 1.737 calls e 467 puts. Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem uma resistência em 204,75, 205,00-205,10, 205,50, 206,00, 206,25, 206,50, 207,00, 207,35, 207,50, 208,00, 208,50, 209,00, 209,50, 209,90-210,00, 210,50, 211,00 e 211,50 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 200,75, 200,50, 200,10-200,00, 199,50, 199,00, 198,50,198,00, 197,80, 197,50, 197,00, 196,50, 196,00, 195,50 e 195,10-195,00 centavos por libra.   
  Londres chega a romper 2 mil dólares, mas fecha com alta   
  Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta sexta-feira com altas mínimas para os contratos de maior liquidez e retração ligeira para as posições mais a futuro, em um dia extremamente calmo. Num primeiro momento, o mercado se viu com altas e as expectativas eram de garantia de que novos avanços poderiam ser experimentados. No entanto, seguindo o mau humor de Nova Iorque, algumas baixas chegaram a ser reportadas, com o maio rompendo os 2.000 dólares. Nesse nível, contudo, os comerciais se mostram bons compradores e, ao final do dia, uma recuperação pôde ser experimentada. De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizada pelo volume exíguo de lotes comercializados e pela manutenção do intervalo construído recentemente, ainda que a mínima para o maio tenha atingido os 1.999 dólares. "Essa pequena 'derivação' não é indicativo de uma mudança de tendência. Os baixistas não conseguiram pressionar mais o mercado e, diante da oferta bastante limitada das origens, voltamos a ter um dia de altas, ainda que mínimas", disse um trader. O dia na bolsa de Londres teve o contrato de café de maio com uma movimentação de 3,01 mil lotes, com o julho tendo 1,20 mil lotes negociados. O spread entre as posições março e maio ficou em 21 dólar. No encerramento da sessão na Euronext/Liffe, a posição maio registrou alta de 2 dólares, com 2.020 dólares por tonelada, com o julho tendo valorização de 1 dólar, com 1.999 dólares por tonelada.  
    CAFÉ: NOVA YORK FECHA EM QUEDA COM PRESSÃO DE ESPECULADORES  Nova York, 2 - Os contratos futuros de café arábica terminaram o dia com perdas na bolsa ICE Futures US, em Nova York, pressionados pela força do dólar. Os lotes para entrega em maio caíram 230 pontos ou 1,13%, cotados a 201,80 cents/lb - menor nível em duas semanas. O movimento foi conduzido principalmente por vendas de especuladores. Além disso, torrefadoras continuam esperando que os preços caiam mais antes de entrar comprando, disse o analista Marcio Bernardo, da corretora Newedge. "Não há muito acontecendo no lado dos fundamentos e estamos vulneráveis a qualquer novidade nos fundamentos", acrescentou. "Parece que torrefadoras não estão comprando agressivamente aqui." Veja abaixo como ficaram os principais vencimentos em Nova York e Londres. As informações são da Dow Jones.