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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Em sessão de pouca oscilação, café fecha com baixa ligeira na ICE.

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quinta-feira com quedas ligeiras, em uma sessão marcada por alguma pressão vendedora que, no entanto, não foi das mais intensas, o que permitiu que suportes básicos conseguissem ser preservados. O contrato para entrega em dezembro variou pouco, apenas 375 pontos, num quadro bem diferente daquele de grande volatilidade que vinha sendo observado nas semanas recentes. O mercado externo também não teve maior influência no café nesta quinta. As bolsas de valores chegaram a registrar ganhos por boa parte do dia, mas, ao final dos pregões, inverteram a tendência e registraram algumas baixas, sendo que o índice Dow Jones recuou mais de 1%, com players preocupados com o teor de um pacote econômico a ser proposto pelo governo dos Estados Unidos. O dólar fechou com valorização de mais de 1% em relação a uma cesta de moedas internacionais. Operadores repercutiram uma entrevista do presidente da Associação de Café e Cacau do Vietnã, Luong Van Tu, a um jornal vietnamita. O dirigente sustentou que os armazéns locais de café estão praticamente vazios, sendo que não há mais disponibilidades de grãos referentes à safra 2011/2012. Em anos anteriores, durante a primeira metade de setembro, o país possuía em mãos ao menos 100 mil toneladas de café para aguardar a chegada do produto da nova temporada. No encerramento do dia, o dezembro em Nova Iorque teve queda de 40 pontos com 284,10 centavos, sendo a máxima em 284,75 e a mínima em 281,00 centavos por libra, com o março registrando oscilação negativa de 30 pontos, com a libra a 287,05 centavos, sendo a máxima em 287,45 e a mínima em 284,40 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição novembro registrou alta de 46 dólares, com 2.219 dólares por tonelada, com o janeiro tendo valorização de 44 dólares, com 2.242 dólares por tonelada. De acordo com analistas internacionais, a quinta-feira foi novamente marcada por algumas tentativas de correção. Por outro lado, para continuar seu viés de alta, como vinha sendo observado até a semana passada, esses analistas indicam que o mercado deve superar alguns fechamentos abaixo de um gap bearish (baixista) nos gráficos diários. Desde o começo de agosto, os bulls (altistas) tomaram as rédeas dos negócios com café para o mercado de curto e médio prazo, sendo que o dezembro foi da mínima de 235,30 centavos, em 8 de agosto, para a máxima de 290,85, em 1 de setembro. O rally se mostrou constante, com poucas interrupções, até o gap de baixa em 6 de setembro. A ação baixista abriu uma lacuna no gráfico diário, com as cotações ficando entre 284,70 centavos, que foi a baixa de 2 de setembro e os 283,50 centavos, que foi a máxima de 6 de setembro. O Índice de Força Relativa, que é um indicador do momento do mercado amplamente utilizado pelos operadores, deu demonstrações de uma tendência sobrecomprada do mercado, o que é uma sinalização de vendas. No dia 1 de setembro, o Índice de nove dias registrou 89%, sendo que níveis acima de 70% são considerados de sobrecompra. Nesta quinta-feira o referencial mostrou apenas 63%, mas com um viés de baixa. Na sessão da quarta-feira, o café tentou "fechar um gap" de alta, mas não conseguiu esse intento tão adequadamente. "Agora, nós observamos uma pequena correção", disse Paul Hare, vice-presidente executivo da Linn Group. No entanto, ele apontou que é possível que o ônus desse não cumprimento do gap se verifique no curto prazo, mas que, com algumas resistências sendo testadas, os ganhos poderiam ser retomados. "Se conseguirmos fechar além dos 285,00 centavos poderemos retomar as altas. O café ainda tem um potencial de alta para buscar patamares ao redor de 300,00 centavos", disse. O especialista ressaltou que nenhum prejuízo maior foi verificado no gráfico diário após a baixa recente, em 6 de setembro, em 276,60 centavos, mas que o mercado deveria testar algumas resistências em um movimento de reposição. "Caso isso não ocorra poderemos voltar para uma área entre 275,00 e 270,00 centavos e criar uma inversão de tendência no gráfico", sustentou. As exportações de café do Brasil em setembro, até o dia 6, somaram 307.141 sacas, contra 20.597 sacas registradas no mesmo período de agosto, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 4.345 sacas, indo para 1.448.061 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 11.861 lotes, com as opções tendo 3.610 calls e 2.742 puts. Tecnicamente, o setembro na ICE Futures US tem uma resistência em 284,75, 284,90-285,00, 285,50, 286,00, 286,50, 287,00, 287,50, 288,00 e 288,50 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 281,00, 280,50, 280,10-280,00, 279,50, 279,00, 278,50, 278,00, 277,50, 277,00, 276,60-276,50, 276,00, 275,50 e 275,10-275,00 centavos por libra.