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sábado, 19 de abril de 2014

WOLTHERS DOUQUE PROJETA PERDA DE ATÉ 35% NO SUL DE MINAS GERAIS
O café no sul de Minas Gerais, principal região produtora
da commodity no Brasil, apresenta grande número de grãos "chochos",
pequenos e com defeitos de formação, além de mortos ou descoloridos, devido
à seca que afetou o país em janeiro e fevereiro deste ano. Com isso, as perdas
devem ser de até 35% na região. A avaliação é de Christian Wolthers,
presidente da Wolthers Douque, importadora de café com sede na Flórida,
Estados Unidos.
    As perdas do grão arábica devem totalizar 20% na Zona da Mata, 25% em
São Paulo, 15% no Paraná e 25% no Espírito Santo. Enquanto isso, as
plantações de robusta aparentam normalidade no Cerrado, norte de Minas Gerais
e no estado da Bahia.
    Além disso, Wolthers afirma estar cético de que sua estimativa de
produção para o Brasil, projetada inicialmente em 47,7 milhões de sacas, vá
se manter. Ele acredita que a oferta do país, maior produtor e exportador
mundial, será menor.

Café tem alta intensa e devolve todas as perdas da semana na ICE

Queimou a língua quem disse que esta semana seria de correções de baixa na bolsa de Nova Iorque. Apesar das fortes retrações recentes, os contratos futuros do grão na ICE Futures US conseguiram fechar o período com variação zero. Isso devido ao desempenho fortíssimo de alta desta quinta-feira. Na sexta, a casa de comercialização norte-americana não terá operações devido ao feriado de Páscoa. A sessão da quinta foi caracterizada pelo forte potencial dos compradores, que conseguiram suplantar várias resistências e permitiram que o julho voltasse a se posicionar acima do nível de 200,00 centavos de dólar por libra peso, com o fechamento das operações se dando muito próximo das máximas do dia. A sessão foi marcada pelo acionamento de muitas ordens de compra, que permitiram fazer com que a letargia dos primeiros movimentos da manhã fosse rapidamente revertida em ganhos. Esses avanços, na primeira metade da sessão, no entanto, foram apenas modestos. Entretanto, na parte final do dia, com o rompimento dos níveis psicológicos de 195,00 e de 200,00 centavos, os terminais ganharam corpo e as altas foram generalizadas, ficando acima dos 1.500 pontos. Operadores destacaram que a notícia sobre os primeiros levantamentos da colheita da principal cooperativa cafeeira do Brasil foi bastante comentada entre os players e, mais uma vez, foi um fundamento altista.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição julho teve alta de 1.525 pontos, com 204,10 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 204,50 centavos e a mínima de 189,50 centavos, com o setembro registrando oscilação positiva de 1.525 pontos, com 206,20 centavos por libra, com a máxima em 206,50 centavos e a mínima em 191,65 centavos. Na Euronext/Liffe, o maio teve alta de 54 dólares, com 2.118 dólares por tonelada, com o julho apresentando valorização de 54 dólares, para 2.136 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o mercado manteve a gangorra da volatilidade, devolvendo todas as perdas acumuladas ao longo dos três primeiros dias da semana. Alguns desses especialistas ressaltaram que parte das altas do dia podem estar atreladas ao final de semana prolongado, que nos Estados Unidos será de três dias, ao passo que no Brasil será de quatro dias, por conta do feriado em homenagem a Joaquim José da Silva Xavier. Ainda assim, as aquisições também tiveram um caráter protetivo, com vários players continuando temerosos quanto à questão da disponibilidade global do café, notadamente dos arábicas. No segmento externo, dia de altas modestas para as bolsas de valores nos Estados Unidos e de estabilidade do dólar em relação a uma cesta de moedas internacionais. Nas commodities softs, o destaque de alta foi o café(+8,03%), com o suco de laranja e o algodão apresentando retrações.

"O mercado continua focado na questão climática do Brasil e na disponibilidade do grão. Efetivamente, a oferta de arábicas na atual temporada vai ser comprometida. Apenas o México deixará de colocar 2 milhões de sacas nas mesas de comercialização, depois de uma quebra muito forte, na esteira do ataque de ferrugem do colmo. O Brasil terá uma retração significativa, ainda que os operadores não consigam avaliar ao certo sua extensão. Mas a quebra existiu e, além disso, a renda dos grãos fica abaixo do normal. O mercado, assim, se foca no fator disponibilidade e, provavelmente, continuará sofrendo com essa turbulência ainda por umas boas semanas", disse um trader.

A Cooxupé, maior cooperativa cafeeira do Brasil, indicou que os primeiros levantamentos das colheitas realizadas na sua região de abrangência apontam para uma quebra de cerca de 30% na produção. Os resultados, porém, são iniciais, mas corroboram com a perspectiva já existe entre os produtores. De acordo com a cooperativa, um dos problemas mais sérios é quanto à renda. A expectativa inicial era que realmente o tamanho dos grãos, devido ao enchimento comprometido, fosse menor. Entretanto, os cafés que estão sendo colhidos se mostram ainda menores do que antes projetado, o que faz com que exista a necessidade de um número maior de grãos para a composição de uma saca.

As exportações brasileiras no mês de abril, até o dia 16, totalizaram 1.153.093 sacas de café, alta de 23,54% em relação às 933.329 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 6.476 sacas, indo para 2.584.020 sacas.

Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem resistência em 201,55, 202,00, 202,50, 203,00, 203,50, 204,00, 204,50, 205,00, 205,50, 206,00,206,50, 207,00, 207,50, 208,00 e 208,50 centavos de dólar, com o suporte em 186,90, 186,50, 186,00, 185,60-185,50, 185,00, 184,50, 184,00, 183,50, 183,00,182,50, 182,00, 181,50, 181,00 e 180,50 centavos.




Londres tem boa recuperação e julho supera os 2.100 dólares

Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta quinta-feira com bons ganhos, numa significativa recuperação em relação aos dois últimos dias, quando a posição julho chegou a flutuar abaixo do nível psicológico de 2.100 dólares. A sessão foi caracterizada pela continuidade das rolagens de posição, notadamente entre maio e julho e pela predominância das ações dos bulls (altistas).

De acordo com analistas internacionais, novamente as origens se mostraram pouco afeitas ao viés comprador, dado que os preços voltaram a uma margem considerada pouco interessante por alguns produtores. Diante disso, a sessão teve uma feição mais técnica e os compradores ganharam corpo. Depois de o julho ter sofrido algumas pressões e tocado o nível de 2.062 dólares, uma onda de ordens de compra passou a ser identificada e rapidamente os ganhos se formaram, com o dia sendo finalizado próximo da máxima da sessão.

"Novamente as ações de arbitragem contribuíram para um bom desempenho dos preços. Nova Iorque teve ganhos bastante significativos nesta quinta-feira e isso se refletiu em Londres também, com os compradores se mostrando muito mais animados próximos do final do pregão. Efetivamente, o julho tem potencial, no curto prazo, para se manter acima dos 2.100 dólares", disse um trader.

Os estoques de café robusta com um certificado de classificação válido em armazéns monitorados pela NYSE Liffe teve queda de 24,38%. No dia 14 de abril os estoques estavam em 13.860 toneladas( 231 mil sacas), em comparação com 18.330 toneladas ( 305,5 mil sacas), duas semanas antes, de acordo com dados no site da bolsa.

O maio teve uma movimentação ao longo do dia de 4,34 mil contratos, contra 9,29 mil do julho. O spread entre as posições maio e julho ficou em 18 dólares.

No encerramento do dia, o maio teve alta de 54 dólares, com 2.118 dólares por tonelada, com o julho apresentando valorização de 54 dólares, para 2.136 dólares por tonelada.