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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Comentário diário 29/02/2012

Comentário diário 29/02/2012




Em seção de volatilidade mercado de café ontem, teve a mínima em 202,15 e a máxima em 207,35, com fechamento em formato de martelo em 206,25.

Após fazer uma bandeira de baixa mercado faz sua trajetória normal subindo em contra tendência, e hoje o rompimento de 206,25 abre alvo para rompimento da máxima de ontem, e alvo final para hoje em 209,50.



Wagner Pimentel

www.cafezinhocomamigos.blogspot.com

Café na ICE tem aumento de volatilidade e volta a fechar em alta

Café na ICE tem aumento de volatilidade e volta a fechar em alta     
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta terça-feira com novas altas, em um dia caracterizado pelo aumento da volatilidade, com bons ganhos reportados na primeira metade da sessão, seguindo por quedas e pela retomada das altas, com ações mais efetivas de compradores especulativos. Entretanto, resistência mais efetivas continuam preservas, assim como as tentativas de baixas foram apenas pontuais, com níveis referenciais, como os 200,00 centavos de dólar por libra para maio, conseguindo ser preservados. Os mercados externos, mais uma vez, não influenciaram diretamente no humor dos contratos de café. Algumas commodities experimentaram baixas ao longo do dia, o que abriu espaço ára que o índice CRB encerrasse a terça-feira com retração de meio por cento, influenciado, notadamente, pelo petróleo, que caiu quase 2% ao dia, refletindo, principalmente, a situação de saúde do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Por sua vez, as bolsas de valores nos Estados Unidos experimentaram ganhos e o dólar voltou a cair em relação a uma cesta de moedas internacionais. Fundamentalmente, o mercado também não conta com maiores novidades. Questões como oferta da Colômbia e safra no Brasil, apesar de suscitarem alguns comentários mais efetivos entre os players, já estão devidamente precificadas. No encerramento do dia, o maio em Nova Iorque teve alta de 165 pontos com 206,25 centavos, sendo a máxima em 207,,35 e a mínima em 202,15 centavos por libra, com o julho tendo ganho de 170 pontos, com a libra a 209,05 centavos, sendo a máxima em 210,00 e a mínima em 205,00 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição março registrou alta de 7 dólares, com 2.008 dólares por tonelada, com o maio tendo desvalorização de 4 dólares, com 2.008 dólares por tonelada. De acordo com analistas internacionais, apesar da relativa volatilidade do dia, o mercado ainda se mantém dentro de um range construído após as fortes oscilações de baixa dos últimos dias. Para esses analistas, a tendência baixista se mantém e a expectativa de uma recuperação mais efetiva se daria apenas se o patamar de 216,00 centavos no maio fosse rompido, o que poderia abrir a perspectiva de novas compras e de busca de novos níveis de ganho. Por sua vez, um suporte efetivo no maio se verifica em 200,00-197,80 centavos, patamar que também não vem sendo testado. "A pressão baixista até tentou forçar o mercado ao longo do dia, mas encontramos uma linha compradora interessante nos 202,00 centavos. Alguns operadores trabalham com a perspectiva de que o maio teria um perfil, no curto prazo, dentro de um range entre 200,00 e 220,00 centavos, ainda que, no longo prazo, as perspectivas continuem baixistas, como verificado, por exemplo, no comparativo com a média móvel de 200 dias", disse um trader. A Nicarágua poderá ter uma produção de 1,53 milhão de sacas em 2011/2012, mesmo com os problemas decorrentes da chuva, indicou a empresa Nicarágua Peralta Cafés, uma das principais do país. Na temporada anterior, o país teve uma safra de 1,23 milhão de sacas. De acordo com a empresa, em decorrência das chuvas, muitos colhedores estariam encontrando dificuldades para entrar nas zonas produtoras. As exportações de café do Brasil em fevereiro, até o dia 27, totalizaram 1.512.795 sacas de café, queda de 9,31% em relação às 1.383.940 sacas registradas no mesmo período de janeiro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 310 sacas, indo para 1.571.140 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 17.359 lotes, com as opções tendo 1.862 calls e 1.448 puts. Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem uma resistência em 207,35, 207,50, 208,00, 208,50, 209,00, 209,50, 209,90-210,00, 210,50, 211,00, 211,50, 212,00, 212,50 e 213,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 202,15, 202,00, 201,50, 201,30, 201,00, 200,50, 200,10-200,00, 199,50, 199,00, 198,50,198,00, 197,80, 197,50, 197,00, 196,50, 196,00, 195,50 e 195,10-195,00 centavos por libra.

Fundos soberanos avançam sobre tradings de commodities

Fundos soberanos avançam sobre tradings de commodities 
  O anúncio feito na sexta-feira pela Corporação de Investimento do Governo de Cingapura (GIC, na sigla em inglês), dando conta de que adquiriu uma fatia da americana Bunge, apenas confirma o crescente interesse dos países asiáticos pelas firmas globais de commodities. Com US$ 248 bilhões em sua carteira, o GIC comprou 5% das ações da companhia americana por um valor estimado em US$ 500 milhões. Nos últimos anos, a Corporação de Investimento da China (CIC) e a da Coreia (KIC) adquiriram fatias na Noble, maior trading de commodities da Ásia, e a Temasek Holdings, também de Cingapura, entrou no capital da Olam, trading agrícola com sede no mesmo país. A própria GIC já tinha participação em outra gigante do setor, a suíça Glencore. Mas a compra de ações da Bunge tem um peso simbólico. Marca a entrada do capital asiático em uma empresa do seleto grupo das "ABCD" - formado também pelas tradings americanas ADM e Cargill, além da francesa Louis Dreyfus -, que domina o comércio global de produtos agrícolas. Com vendas de US$ 58 bilhões, a Bunge movimentou quase 142 milhões de toneladas entre grãos, açúcar e adubos em 2011. A Dreyfus pode ser a próxima a ter um investidor estatal asiático. A empresa já informou que um aporte de um fundo soberano pode ser uma saída para atrair recursos em um desejado processo de capitalização. Os fundos soberanos, ligados a governos de países com grandes superávits comerciais, detêm mais de US$ 4,8 trilhões em ativos espalhados pelo mundo. Cerca de 75% desses fundos estão na Ásia e no Oriente Médio. Papéis lastreados em recursos naturais ainda têm um espaço pequeno nessa carteira - no caso da GIC, não passam de 3% - mas são uma aposta cada vez mais evidente. Os governos asiáticos têm procurado ampliar o controle sobre fontes de alimentos, metais e energia, com o objetivo de sustentar o rápido crescimento de suas economias e populações. Como a compra direta de terras por estrangeiros vem sendo combatida em países que ainda têm condição de expandir a produção agrícola, a participação acionária em empresas do segmento pode ser uma alternativa. No Brasil, a legislação carece de definições claras sobre a participação de estrangeiros nesse tipo de ativo. Algumas concessões devem ser feitas, mas a tendência é os fundos soberanos ficarem de fora. "Fizemos todas as consultas e análises possíveis e nos convencemos de que a lei não permite, em nenhum caso, a participação de fundos soberanos na propriedade de terras no Brasil", disse Arlindo Moura, presidente da SLC Agrícola, ao Valor no fim de fevereiro. À frente da maior companhia agrícola do país, Moura negociou durante todo o ano de 2011 a entrada de fundos soberanos no capital da Land Co., uma subsidiária da SLC Agrícola com foco em compra e venda de terras. Na época, a proposta era vender 49% da empresa de terras por US$ 220 milhões. "Estávamos com o cheque na mão. Mas, na última hora, se percebeu que, apesar de a legislação brasileira fazer concessões, elas não existiriam para os fundos soberanos", relata Moura, que agora negocia com fundos de investimentos nacionais para a Land Co. Mas a compra de pequenas participações em companhias de commodities por fundos soberanos pode indicar tão somente uma aposta no retorno financeiro desses ativos ou uma estratégia para minimizar os prejuízos com a desvalorização do dólar. Apesar da queda no segundo semestre de 2011, os preços das commodities devem seguir pressionados para cima frente ao aumento da demanda, o excesso de liquidez nos mercados financeiros e as restrições ao aumento da oferta no médio prazo.