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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Liquidações especulativas fazem café despencar 4,9% na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta terça-feira com fortes perdas, de 4,9%. Praticamente a metade dos ganhos obtidos ao longo de todo o mês de janeiro — quando uma recuperação coordenada foi registrada para o produto —, se esvaiu nas duas últimas horas da sessão.
Especuladores e fundos entraram liquidando mais fortemente e o março, que buscava se posicionar acima dos 156,00 centavos, rapidamente se viu operando, mais uma vez, abaixo do nível psicológico de 150,00 centavos por libra. As perdas produzidas estiveram baseadas em aspectos técnicos, já que no campo fundamental não se observou nenhuma novidades mais consistente. Adicionalmente, as perdas tiveram a influência, ainda que em menor grau, de alguns números sobre a economia dos Estados Unidos que se mostraram menos animadores que os especulados anteriormente pelo mercado. Operadores indicaram que a resistência de 156,40 centavos para o março foi testada ao longo da sexta-feira, mas sem que houvesse uma sustentação para o fechamento acima desse nível. Nesta terça-feira, mais uma vez, isso ocorreu. Alguns desses operadores sustentaram que essa dupla tentativa abriu as perspectivas para certos vendedores, que liquidaram efetivamente e encontraram alguns stops de venda, que permitiram que o fechamento se desse com uma retração considerável.
No encerramento do dia, o março em Nova Iorque apresentou queda de 770 pontos, com 148,60 centavos, sendo a máxima em 156,45 e a mínima em 148,20 centavos por libra, com o maio tendo desvalorização de 760 pontos, com a libra a 151,50 centavos, sendo a máxima em 159,20 e a mínima em 151,15 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição março teve queda de 32 dólares, com 1.938 dólares por tonelada, com o maio tendo desvalorização de 30 dólares, com 1.955 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado inicialmente por um quadro de volatilidade, sem um direcionamento mais claro. Algumas baixas foram produzidas para, na sequência, recompras serem efetivas e permitirem à primeira posição tocar na máxima de 156,45. A partir daí, uma desaceleração modesta foi observadas, sendo que, na sequência, ordens mais efetivas de vendas, com consequentes stops, ocorreram, garantindo, ao final do pregão, perdas consideráveis e o posicionamento do março no intervalo de 148,00 centavos por libra.
Alguns dados da economia dos Estados Unidos foram lidos como negativos ao longo do dia, como o índice de atividade do Federal Reserve, que ficou abaixo do verificado em dezembro. Outro indicador lido como negativo foi o de venda de imóveis. O mercado trabalhava com a perspectiva de uma alta de 2% em dezembro, mas o registro foi de uma retração de 1%. "Foi uma ducha de água gelada após o feriado. Tivemos uma ação rápida de liquidações mais intensas, com especuladores e fundos vendendo, e abrindo espaço para o março romper, com significativa facilidade, o patamar de 150,00 centavos. Acreditamos numa ação mais técnica, numa liquidação de fundos que permitiu os sell-stops, do que realmente uma influência mais efetiva dos mercados externos, tanto que outras commodities e alguns mercados de maior risco conseguiram operar próximos da estabilidade nesta tarde", disse um trader.
As exportações de café do Brasil em janeiro, até o dia 21, somaram 1.047.657 sacas, contra 1.081.560 sacas registradas no mesmo período de dezembro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 1.005 sacas, indo para 2.605.581 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 24.301 lotes, com as opções tendo 6.621 calls e 4.102 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem uma resistência em 156,45-156,50, 157,00, 157,50, 158,00, 158,50, 159,00, 159,50, 159,90-160,00, 160,50, 161,00, 161,50, 162,00, 162,50 e 163,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 148,20, 148,00, 147,75, 147,00, 146,50, 146,00-145,95, 145,65, 145,50, 145,10-145,00, 144,50, 144,00, 143,50, 143,00, 142,50, 142,00 e 141,50 centavos por libra.
Londres segue outros mercados e cai mais fortemente
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe tiveram um dia de quedas mais consideráveis, o que permitiu fazer com que o intervalo informal construído ao longo das últimas sessões na bolsa londrina não fosse respeitado. A posição março foi pressionada e encerrou o dia abaixo do nível psicológico de 1.950 dólares.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por um período sem maiores pressões, com a primeira posição girando próximo dos 1.970 dólares. No entanto, na segunda metade do dia, seguindo as notícias ruins sobre a economia nos Estados Unidos e a fraqueza dos contratos de café arábica em Nova Iorque, os especuladores passaram a ofertar mais significativamente e as perdas foram produzidas. A posição março chegou a bater na mínima de 1.933 dólares, sendo que nas mínimas foram observadas algumas compras esporádicas de comerciais. "Tivemos uma sessão com dois momentos distintos. O primeiro, com o direcionamento dentro do intervalo que já vinha sendo praticado e o segundo com a 'reflexo' de outros segmentos, o que permitiu que tivéssemos as perdas finais. Não podemos falar de tendência. O que tivemos foram perdas efetivas no segmento arábica e elas atingiram os robustas, que podem, diante da oferta limitada das origens, se recuperarem de pronto", disse um trader.
O dia na bolsa de Londres teve o contrato de café de março com uma movimentação de 9,14 mil lotes, com o maio tendo 4,03 mil lotes negociados. O spread entre as posições março e maio ficou em 17 dólares. No encerramento da sessão na Euronext/Liffe, a posição março teve queda de 32 dólares, com 1.938 dólares por tonelada, com o maio tendo desvalorização de 30 dólares, com 1.955 dólares por tonelada.
Dólar atinge R$ 2,05 mas reduz alta no fechamento
O dólar à vista no balcão chegou a superar os R$ 2,05 no início da tarde desta terça-feira e acabou retornando para patamar inferior, em meio à percepção de que o Banco Central (BC) poderia agir para segurar as cotações, o que não ocorreu. O fluxo negativo de dólares determinou o viés de alta na maior parte do dia, mas perto do fechamento a relativa melhora externa fez o dólar encerrar a R$ 2,0440, em alta de 0,10%.
Na mínima do dia, vista na abertura, a moeda norte-americana marcou R$ 2,0410, em baixa de 0,05%. Na máxima, atingiu R$ 2,0510 (+0,44%), a maior cotação intraday desde 27 de dezembro último. No mês passado, a autoridade monetária fez várias intervenções no câmbio para conduzir a divisa para níveis mais baixos, considerados confortáveis para o controle de preços.
Agora, a preocupação com a inflação - verbalizada inclusive pelo Comitê de Política Monetária (Copom), no comunicado distribuído na semana passada - volta a influenciar o mercado de câmbio. Quando a moeda superou os R$ 2,05 um sinal de alerta acendeu nas mesas de operação. "Isso porque o mercado está trabalhando com a ideia de que o governo quer a moeda até o limite de R$ 2,05", comentou Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK. "Mas o BC não atuou, porque a moeda voltou a cair após superar este nível", completou.
Como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga na quarta-feira (24) o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), analistas veem novas pressões de alta sobre o dólar, dependendo do resultado, com o mercado testando a disposição do BC para intervir. "Se o IPCA-15 vier muito alto, o mercado pode testar o BC", declarou Maurício Nakahodo, consultor de pesquisas econômicas do Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ.
Outro operador acredita, contudo, que o BC somente voltará a atuar se a cotação da moeda se aproximar dos R$ 2,10 ou houver variações abruptas. "A cotação de R$ 2,04 está boa para o governo. E se operar acima de R$ 2,05, ainda assim isso não justificaria uma atuação do BC", opinou.
Nesta sessão o volume de negócios também foi mais consistente, com a retomada do mercado norte-americano aos negócios. Às 17h20, a clearing de câmbio da BM&F registrava giro financeiro de US$ 2,030 bilhões. O dólar pronto da BM&F, com apenas três negócios, fechou em alta de 0,27%, a R$ 2,0480. No mercado futuro, o dólar com vencimento em fevereiro era cotado a R$ 2,0455, em alta de 0,05%.
Assim como ocorreu nas transações de balcão, o mercado futuro de dólar desacelerou os ganhos em função da melhora do cenário externo. O movimento foi motivado pela informação, dada pela Casa Branca, de que o presidente Barack Obama aprovaria o projeto para estender o teto da dívida dos EUA no curto prazo, caso seja aprovado no Congresso.
PERSPECTIVA CÂMBIO E JUROS: DIs sobem à espera de dados de inflação amanhã
São Paulo, 22 de janeiro de 2013 - Os contratos de Depósitos
Interfinanceiros (DI) encerraram o pregão de hoje em alta, em compasso de
espera pelos dados de inflação que devem ser divulgados amanhã. A Fundação
Getulio Vargas (FGV) divulga, às 8h, o Indice de Preços ao Consumidor Semanal
(IPC-S) referente à terceira quadrissemana de janeiro. Às 9h, o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o Indice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) referente a janeiro.
De acordo com Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco WestLB, esses
indicadores, somados ao resultado da reunião que ocorre amanhã com
congressistas nos Estados Unidos para avaliar a proposta de elevação do teto
do endividamento norte-americano, devem orientar as negociações no próximo
pregão.
A alta de hoje nos DIs, além de buscar "proteção" quanto a uma
expectativa de elevação dos índices inflacionários, também refletiram dados
da economia alemã e da indústria brasileira. O índice que mede a confiança
da economia alemã entre os analistas financeiros e investidores institucionais
saltou 24,6 pontos em janeiro, para 31,5 pontos, ante os 6,9 pontos registrados
em dezembro, sinalizando melhora na economia local.
No mercado interno, o Indice de Confiança da Indústria (ICI), medido pela
Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 0,2% na prévia de janeiro em relação
ao resultado final de dezembro, para 106,6 pontos. Se confirmado o resultado, o
ICI alcançará o maior patamar desde junho de 2011 (107,1 pontos), mantendo-se
acima da média histórica recente, de acordo com a instituição.
Destaque também para o Nível de Utilização da Capacidade Instalada
(NUCI), que avançou 0,4 ponto porcentual (pp) na prévia de janeiro, passando
de 84,1% para 84,5%, o maior patamar desde janeiro de 2011.
"Houve alta significativa do Nuci e a confiança na economia da Alemanha
deu um salto em dezembro atingindo o maior nível desde maio de 2010. Hoje o
mercado também operou buscando se proteger com o IPCA 15 e o IPC-S amanhã",
avalia Rostagno.
O mercado estima que a inflação medida pelo IPCA-15 fique em 0,83% em
janeiro, segundo as projeções do Termômetro CMA. Se confirmada a projeção,
o índice terá registrado aceleração em relação a dezembro, quando foi
apurada inflação de 0,69%.
Em um cenário externo mais otimista e expectativa de maior pressão
inflacionária, o contrato mais líquido foi aquele com vencimento em janeiro de
2015, com alta de 7,82% para 7,88%, movimentando R$ 16,488 bilhões, seguido do
DI para janeiro de 2014, que avançou de 7,14% para 7,17%, com giro financeiro
de R$ 10,105 bilhões. O contrato para janeiro de 2017 subiu de 8,63% para
8,67%, movimentando R$ 5,906 bilhões.
Entre os contratos de curto prazo, aquele com vencimento em julho de 2014
subiu de 7,39% para 7,44%, com giro financeiro de R$ 3,873 bilhões e o DI com
vencimento para julho de 2013 avançou de 7,04% para 7,06%, movimentando
R$ 3,107 bilhões.
O número de contratos negociados atingiu 566.593, queda de 2,2% em
relação aos negócios realizados no pregão de ontem. O volume financeiro das
operações atingiu R$ 46,373 bilhões.
Câmbio
O dólar comercial encerrou as negociações de hoje praticamente estável,
com variação positiva de 0,04%, cotado a R$ 2,0410 para compra e a R$ 2,0430
para venda. Durante o dia, a moeda norte-americana atingiu a mínima do dia de
R$ 2,0400 e a máxima de R$ 2,0510.
No mercado futuro, o contrato com vencimento em fevereiro subiu 0,07%, a R$
2.046,000 e o contrato com vencimento em março avançou 0,04%, cotado a
R$ 2.054,000.
"O câmbio seguiu o movimento do euro, em um primeiro momento se
valorizando com decepção com o Banco Central japonês ter anunciado mudança
para compra de títulos e depois, com os dados da Alemanha, acabou se
equilibrando e ficando praticamente estável", avalia Rostagno, que destaca o
fato da moeda norte-americana ter testado o patamar de R$ 2,05, valor no qual o
Banco Central fez sua última intervenção sobre o câmbio.
Bovespa tem 3ª queda seguida; Oi desaba 8% e CCX dispara 22%
São Paulo, SP - A Bovespa caiu pelo terceiro pregão consecutivo
nesta terça-feira (22), com as ações da Oi liderando as perdas do dia após a
empresa confirmar a troca de seu presidente, que estava há apenas um ano e meio
no cargo.
Principal índice de ações da Bolsa brasileira, o Ibovespa caiu 0,34%, para
61.692 pontos, em um pregão dominado pelo noticiário corporativo doméstico.
"O mercado está querendo enxergar um ano melhor, mas ainda estamos vendo poucas
apostas mais pronunciadas em Bolsa", disse o economista Daniel Cunha, da XP
Investimentos em São Paulo.
O giro financeiro do pregão foi de R$ 6,44 bilhões de reais, abaixo da média
diária do ano, de 7,3 bilhões de reais.
DESCE
As ações da Oi lideraram as perdas do Ibovespa --a preferencial perdeu 7,9%, a
R$ 8,01, e a ordinária recuou 6,6%, para R$ 9,00--, com o mercado reagindo mal
à demissão de seu presidente-executivo, Francisco Valim, e a nomeação do
presidente do conselho de administração, José Mauro Carneiro da Cunha, para o
posto.
A preferencial da Usiminas também pesou no mercado, com queda de 6,1%, após
analistas do banco BTG Pactual rebaixarem a recomendação para as ações da
siderúrgica, de "neutra" para "venda", em relatório divulgado hoje.
A unit do Santander caiu 3,24%, para R$ 14,94, após o presidente mundial do
banco espanhol, Emilio Botín, descartar a venda da filial brasileira do grupo.
SOBE
Fora do Ibovespa, o destaque foi para a alta de 22,36% da CCX, para R$ 3,83,
após o empresário Eike Batista ter manifestado a intenção de fechar o capital
de sua empresa de carvão e pagar até R$ 4,31 por papel.
As ações da Eletrobras lideraram os ganhos do Ibovespa, com destaque para a
preferencial B, que subiu 6,2%. Foi o décimo pregão consecutivo de alta para o
papel, acumulando valorização de 41,4% desde 8 de janeiro.
Fontes do grupo Eletrobras afirmaram que, diante da perspectiva de receitas
menores pela renovação de suas concessões, algumas subsidiárias da Eletrobras
já iniciaram programas de redução de despesas antes mesmo de o comando da
holding aprovar o novo plano de negócios.
"BLUE CHIPS"
Entre as "blue chips" (ações mais negociadas da Bolsa), a OGX recuou 3,25%,
para R$ 4,77, a preferencial da Petrobras subiu 0,98%, para R$ 19,58, e a
preferencial da Vale teve alta de 1,12%, para R$ 39,59.
Em Wall Street, o índice Dow Jones tinha alta de 0,26% e o S&P 500 subia 0,24%
às 18h22 (horário de Brasília). Mais cedo, o principal índice europeu de ações
fechou em queda de 0,09%.
PERSPECTIVA: Agenda com poucos indicadores pode favorecer alta do Ibovespa
São Paulo, 22 de janeiro de 2013 - O Ibovespa pode registrar alta amanhã,
em um pregão em que a agenda de indicadores econômicos apresentará poucos
indicadores relevantes. Diante disso, os investidores estarão atentos à
possibilidade de avanço na negociação sobre o aumento do teto da divida nos
Estados Unidos.
O gerente de investimentos Gillmor Monteiro, da Intrader, lembra que amanhã
não há indicadores previstos nos Estados Unidos. "Com isso, o mercado pode
reagir a alguma novidade sobre a discussão sobre o teto da dívida.
Considerando que o mercado de renda fixa perdeu atratividade, a bolsa pode
aproveitar o dia para subir", diz. Congressistas norte-americanos devem se
reunir para avaliar a proposta de elevação do teto do endividamento.
Marc Sauerman, gestor de fundos da JMalucelli Investimentos, acredita que o
Ibovespa e os índices internacionais não devem registrar variações de 1%,
ainda assim vê o mercado amanhã como indefinido. "Como a agenda não
apresenta muita coisa, os investidores podem se orientar pela divulgação de
algum balanço corporativo nos Estados Unidos. Se não houver nenhuma surpresa
nos números, devemos ter um dia calmo".
Em relação à Europa, a agenda de indicadores também será fraca. Entre
os números previstos, será divulgada a versão preliminar do índice de
confiança do consumidor referente a janeiro. Em dezembro, o índice subiu para
-26,5 pontos. "Com isso, o que pode influenciar mais seria alguma notícia
relacionada à economia da região".
Sauerman lembra ainda que começa amanhã o Fórum Econômico Mundial, em
Davos, na Suíça. O evento reúne líderes empresariais e chefes de Estado e
deve oferecer debates sobre temas como a recuperação da economia da zona do
euro e sobre o endividamento dos Estados Unidos. "Ainda assim, não deve ter
muita influência para os mercados amanhã", aponta.
O principal índice da BM&FBovespa caiu hoje 0,34%, aos 61.692 pontos. O
volume negociado na bolsa foi de R$ 6,3 bilhões.
O principal destaque negativo do pregão hoje foram dos papéis da Oi, que
registraram a maior perda do Ibovespa. A companhia anunciou hoje a saída do
presidente, Francisco Valim. O conselho de administração da Telemar aprovou a
indicação de José Mauro Mettrau Carneiro da Cunha para ocupar o cargo de
Valim. As preferenciais da companhia (OIBR4) caíram 7,93%, a R$ 8,01, e os
ordinários (OIBR3) cederam 6,63%, a R$ 9.
As ações da Usiminas também registraram fortes perdas, após o banco BTG
Pactual recomendar que os investidores vendam as ações da siderúrgica. As
PNAs da companhia (USIM5) caíam 6,06%, a R$ 11,30, e as ordinárias (USIM3)
perderam 5,58%, a R$ 12,35.
Sauerman aponta ainda que as construtoras contribuíram para a queda do
Ibovespa, refletindo uma insatisfação com prévias operacionais divulgadas
pela Cyrela e pela Eztec. Os números influenciaram perdas na maioria das
ações do setor, como no cado da Brookfield (BISA3), que perdeu 5,57%, a
R$ 3,55, e da Gafisa (GFSA3), com recuo de 3,44%, a R$ 5,06.
Por outro lado, as blue chips fecharam em campo positivo. As PNAs da Vale
(VALE5) avançaram 1,12%, a R$ 39,59, com o maior giro financeiro do dia, de R$
546,204 milhões. Em seguida, as preferenciais da Petrobras (PETR4) subiram
0,97%, a R$ 19,58, movimentando R$ 453,855 milhões, e as preferenciais do Itaú
Unibanco (ITUB4) valorizaram 1,11%, a R$ 36,20.
Fora do índice, destaque para os papéis da CCX Carvão da Colômbia
(CCXC3), que expandiram 22,36%, a R$ 3,83. O movimento ocorreu após o acionista
controlador da empresa, Eike Batista, propor uma Oferta Pública de Aquisição
de Ações (OPA), mediante permuta por ações das demais companhias do Grupo
EBX, para fechamento de capital da companhia.
Os índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam as
negociações em alta. O Dow Jones subiu 0,46%, em 13.712,2; o S&P 500 avançou
0,44%, em 1.492,56 pontos; e o Nasdaq Composto ganhou 0,27%, em 3.143,18 pontos.
MERCADO EUA: Otimismo com voto de teto da dívida amanhã impulsiona ganhos
São Paulo, 22 de janeiro de 2013 - Os índices do mercado de ações dos
Estados Unidos fecharam as negociações de hoje em alta, refletindo resultados
corporativos que superaram as expectativas de analistas, e também o otimismo
dos agentes de mercado em relação à lei que será votada amanhã no Congresso
norte-americano para elevar temporariamente o teto da dívida do país. O Dow
Jones subiu 0,46%, em 13.712,2 pontos; o S&P 500 avançou 0,44%, em 1.492,56
pontos; e o Nasdaq Composto ganhou 0,27%, em 3.143,18 pontos.
O secretário de Imprensa da Casa Branca, Jay Carney, afirmou hoje que o
presidente Barack Obama não bloqueará o projeto de lei dos republicanos que
suspende em três meses o limite de endividamento do país caso o plano seja
aprovado amanhã pelo Congresso.
O projeto de lei dos republicanos suspende até 18 de maio o limite de
endividamento, atualmente em US$ 16,394 trilhões, e prevê que ele volte a
vigorar um dia depois, adaptado a quaisquer empréstimos que o governo
norte-americano precise tomar para honrar compromissos que exijam pagamento
antes de 19 de maio.
No campo corporativo, os resultados financeiros das empresas impulsionaram
os ganhos de hoje. A empresa de produtos químicos norte-americana DuPont
anunciou hoje que obteve no quarto trimestre de 2012 um lucro líquido
atribuível a si própria de US$ 111 milhões (US$ 0,12 por ação),
representando uma queda de 70% em relação aos US$ 373 milhões (US$ 0,40 por
ativo) apresentados no mesmo período do ano passado. O resultado, porém, foi
melhor que o esperado por analistas, que previam uma queda maior do lucro. As
ações fecharam com alta de 1,77%.
Outro balanço financeiro que foi bem recebido hoje foi o da Travelers, que
teve um lucro líquido de US$ 304 milhões (US$ 0,78 por ação) no quarto
trimestre de 2012, o que representa uma queda de 50,8% em relação ao mesmo
período de 2011, quando teve lucro de US$ 618 milhões (US$ 1,51 por ação). A
receita total da empresa subiu 1,63% no trimestre, passando de US$ 6,373
bilhões para US$ 6,477 bilhões. Analistas esperavam uma queda muito maior no
lucro da seguradora, devido aos impactos do furacão Sandy no final do ano
passado, e os papéis fecharam com alta de 2,15%.
Produtores do Vietnã estão retendo as vendas de café
Produtores de café do Vietnã estão desacelerando as vendas de robusta à espera de preços domésticos mais altos, uma vez que as projeções são de uma safra menor e uma demanda maior este ano. Muitos cafeicultores esperam que a produção de grãos de robusta no atual ano-safra seja entre 20% e 25% menor que a do ciclo anterior.
Segundo analistas, a produção deve ser menor devido ao clima seco, que afetou os grãos de robusta durante o período de floração. Agricultores estão esperando que os preços domésticos de robusta atinjam 42 mil dong (US$ 2,05) por kg, ou cerca de US$ 2.050 por tonelada no contrato futuro referencial negociado na Bolsa de Londres (Euronext Liffe), segundo participantes de mercado. Essa meta está cerca de 3 mil dong (US$ 0,14) acima dos preços atuais no Vietnã. Os futuros de robusta, atualmente negociados a cerca de US$ 1.968/t, devem se beneficiar no longo prazo da crescente demanda pelo grão - uma variedade mais barata do que o café arábica.
No final do ano passado, muitos cafeicultores no Vietnã - o maior produtor mundial de robusta - estavam esperando os preços atingirem 40 mil dong/kg, mas a alta demanda fez com que eles desacelerassem as vendas à espera de preços próximos a 42 mil dong/kg. 'Os preços domésticos estão ligeiramente acima de 39 mil dong/kg, o que não é atraente para nenhum produtor aqui', disse o cafeicultor Vu Duc Hanh. O Rabobank também prevê que os preços de robusta subam neste trimestre, por causa da forte demanda e da safra menor de robusta no país asiático. Segundo James Hearn, chefe de Agricultura da corretora Marex Spectron, existe uma chance real de que os preços se aproximem de 42 mil dong/kg. Mesmo assim, nem todos os produtores estão otimistas, já que a Indonésia pode deixar o mercado bem abastecido com grãos de robusta. A Indonésia produz cerca de 10 milhões de sacas de 60 kg de robusta por ano, o que representa 15% da produção mundial.
A crescente demanda por robusta deve afetar o café arábica este ano, embora seja esperada uma queda na produção desta variedade no Brasil, o maior produtor mundial, disse o banco Macquarie. O Vietnã exportou cerca de 1,6 milhão de toneladas de café na safra 2011-12, um aumento de 36,4% ante o ano-safra anterior, de acordo com dados do governo. Segundo produtores, isso reflete a forte procura por robusta entre torrefadores, depois que muitos deles elevaram o porcentual dessa variedade nos blends no ano passado, quando os preços de arábica atingiram os patamares mais altos em muitos anos.
Colômbia quer ampliação do Apoio da Receita do Cafeicultor
Em vista de que os preços do café não conseguem atingir o mínimo estabelecido para cumprir com, ao menos, os custos de produção, a Federacafe (Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia) levará ao governo do país as solicitações para que medidas sejam tomadas para reverter a crítica situação. Segundo Luis Genaro Muñoz, diretor executivo da Federação, uma das primeiras medidas apresentadas será a execução de um estudo para avaliar a possibilidade de estabelecer um preço fixo de compra, ou de sustentação, de ao menos 650 mil pesos (366 dólares) para a carga de 125 quilos, montante que a entidade acredita ser suficiente para cobrir o custo de produção desse volume, ainda que não se observasse um lucro efetivo para a comercialização dessa carga. Em segundo lugar, a entidade representativa dos milhares de cafeicultores do país, indicou que seria imprescindível que existisse a alocação de mais recursos para que se mantenha, por um tempo maior do chamado AIC (Apoio da Receita do Cafeicultor), programa de apoio e sustentação do setor e que existe desde 17 de outubro de 2012. De acordo com dados da própria Federação, até o último dia 16 de janeiro haviam sido executados, junto ao AIC, 72 bilhões de pesos (40,5 milhões de dólares), de um montante originalmente fixado pelo governo de 78 bilhões de pesos (43,9 milhões de dólares). Os temas propostos serão discutidos ainda nesta semana com comitês diretores e também no Comitê Nacional de Café do país. "Teríamos de ter uma segurança com os recursos em mãos para efetuar os investimentos necessários. A cafeicultura não é viável nos atuais níveis de preço e, diante disso, é que precisamos do apoio governamental", observou o dirigente da Federação. Genaro Muñoz ressaltou que as solicitações apresentadas pelo setor cafeeiro é uma postulação diante de um período difícil, mas que a cafeicultura vem permitindo o desenvolvimento econômico da Colômbia ao longo de décadas e décadas. "O que necessitamos é apenas passar por esse período de vacas magras", concluiu. Sob esse programa, acordado entre a Federacafe e o governo, os produtores de café recebem 60 mil pesos (33,7 dólares) adicionais por carga de café de 125 quilos, com compensação das baixas cotações internacionais do café e também devido à queda do dólar em relação ao peso colombiano, variáveis que afetaram fortemente o preço do grão no mercado interno do país sul-americano. Por outro lado, também funciona o chamado CPP (Contrato de Proteção do Preço), desenhado para que os cafeicultores protejam o preço que vende o café, que não envolve o desembolso de recursos por parte do setor
Muñoz: tendência do café da Colômbia é aumento da produtividade
A Colômbia espera aumentar, entre 80% e 90%, seus cafezais renovados em 2016 para aumentar paulatinamente sua produção e voltar a atingir os níveis históricos de 11 milhões de sacas anuais. A afirmativa é do diretor executivo da Federacafe (Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia), Luis Genaro Muñoz. Conjuntamente o plano inclui incrementar a área plantada para 1 milhão de hectares, contra os atuais 930 mil hectares, com o propósito de elevar a produção de café para 18 milhões de sacas anuais no futuro e ter uma maior participação no mercado. O país, famoso por seus cafés suaves e de alta qualidade, registrou em 2012 a sua pior safra em mais de três décadas, com 7,74 milhões de sacas, como conseqüência do mesmo programa de renovação e das fortes chuvas que não permitiram o adequado cumprimento das metas de produção. Muñoz sustentou que cerca de 500 mil sacas não saíram ao mercado ao final do ano passado no aguardo de preços melh0res, o que impediu de alcançar a meta fixada. Desde a década de 80 até 2008, a Colômbia registrava uma média de produção de 11 milhões de sacas, o que permitia que ele se posicionasse, juntamente com o Brasil e o Vietnã, como os maiores produtores mundiais do grão. O dirigente cafeeiro reconheceu que o objetivo imediato é elevar a produção que era comum ao mercado. "Daí em diante iremos crescendo em produtividade e produção, até números mais importantes que os tradicionais e se o mercado nos dá, por que não ampliar as áreas de cultivo e superar 1 milhão de hectares para buscar 18 milhões de sacas?", questionou. Para 2013, a Colômbia aspira obter uma safra de dois dígitos e a manter nos próximos anos na medida em que se incorporam à produção os cafezais renovados. "Se não tivéssemos renovado, teríamos uma tragédia nacional", sustentou o diretor, ao defender o programa e revelar que, quando ele foi iniciado, 70% das lavouras estavam envelhecidas, com uma baixa produtividade, o que ocasionava uma queda mais drástica na safra, sem possibilidade de recuperação. "A meta deste ano é de cerca de 100 mil hectares renovados, que seria um número que se comportaria bem para a meta que temos colocado para o qüinqüênio que está em curso", afirmou Muñoz. A Colômbia tem atualmente 400 mil hectares renovados, o que significa um pouco mais de 40% de suas lavouras. Entre 2011 e 2012, foram renovados 244 mil hectares e o propósito ao final de três anos é que 90% dos cafezais atendam três requisitos básicos: "Sejam tecnificados, jovens e com variedades resistentes às mudanças climáticas", complementou o dirigente.