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domingo, 10 de março de 2013


Café sobe na ICE, mas preços ficam presos em intervalo estreito
   
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta sexta-feira com altas, em uma sessão de perfil basicamente técnico, na qual o range entre 140,00 e 145,00 centavos foi integralmente preservado.

Especuladores atuaram predominantemente no lado comprador, ainda que os mercados externos se mostrassem pressionados. No entanto, tal ação apenas permitiu algumas correções, não fazendo com que o contrato de maio conseguisse avançar além da primeira resistência. O mercado não demonstra um direcionamento mais concreto, com compradores e vendedores se mostrando reticentes, o que não abre margem para mudanças mais efetivas. No entanto, os gráficos ainda dão uma conotação de baixista a neutra para os negócios.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição maio teve alta de 95 pontos, com 144,05 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 144,70 centavos e a mínima de 142,15 centavos, com o julho tendo ganho de 95 pontos, com 146,75 centavos por libra, com a máxima em 147,25 centavos e a mínima em 144,95 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição maio teve alta de 27 dólares, com 2.181 dólares por tonelada, com o julho tendo ganho de 29 dólares, no nível de 2.175 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, a sexta-feira foi marcada por pouca ação efetiva. Os compradores avançaram, mas não conseguiram nem sequer testar o nível de 145,00 centavos. Com isso, os preços continuaram a flutuar dentro de um intervalo estreito, num cenário de acomodação.

"Tivemos uma sexta-feira de mercados externos mais carregados para as commodities, por conta, principalmente, de uma alta mais efetiva do dólar. Isso, no entanto, não afetou diretamente o café, que opera dentro de uma faixa estreita de preço e sem uma perspectiva mais incisiva no curtíssimo prazo. Ainda vivemos diante da pressão da safra brasileira, que, realmente, parece ser consistente e isso retrai os compradores", sustentou um trader.

Operadores indicaram que pesou relativamente nos ganhos do dia os números sobre as exportações brasileiras de café no mês passado. As remessas de café do país atingiram 1,94 milhão de sacas, com retração de 2% em relação ao mesmo período do ano passado. O mercado trabalhava com uma perspectiva de um número relativamente maior de sacas remetidas ao exterior.

Depois de 11 dias de mobilização, os cafeicultores da Colômbia aceitaram encerrar o movimento de protesto. Representantes dos cafeicultores e do governo chegaram a um acordo para a fixação do subsídio sobre a carga de 125 quilos de café de 145 mil pesos, ou 38,60 dólares. Por sua vez, a solicitação dos produtores de estabelecimento de um preço base para o grão não foi acatada.

"Estreitaram fortemente o diferencial do robusta para o arábica e, no Brasil, entre os arábicas mais fracos e os de alta qualidade. Diminuiu, praticamente desapareceu, o prêmio para cafés arábica certificados. Os cafeicultores brasileiros se mostram desorientados e ludibriados. A pergunta que mais ouvimos é se vale a pena continuar investindo na produção de café arábica e em qualidade. Os custos são altos e os riscos (secas, frio, pragas, escassez de mão de obra) assustam. É urgente um pronunciamento do Ministério da Agricultura sobre os números de produção divulgados pela CONAB. Se estiverem corretos não existe excesso de café no Brasil. Se não for estancada e revertida a atual queda de preços, corremos o sério risco de perder 25 anos de trabalho dos cafeicultores brasileiros", indicou o Escritório Carvalhaes, em seu comentário semanal.

As exportações brasileiras de café de março, até o último dia 7, somaram 92.260 sacas, contra 131.820 sacas do mesmo período de fevereiro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 5.970 sacas, indo para 2.721.167 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 19.261 lotes, com as opções tendo 4.143 calls e 1.652 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem resistência em 144,70, 144,90-145,00, 145,50, 146,00, 146,50, 147,00, 147,50, 148,00, 148,50, 149,00, 149,50 e 149,90-150,00 com o suporte em 142,15, 142,00, 141,50, 141,00, 140,65, 140,50, 140,10-140,00, 139,50, 139,30, 139,00, 138,50, 138,00, 137,50, 137,00, 136,55-136,50, 136,00, 135,50 e 135,10-135,00 centavos por libra.




Consistente, Londres fecha sexta com novo avanço nos preços
   
  Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta sexta-feira com bons ganhos, com a posição maio consolidando, ainda mais sua força acima do intervalo de 2.150 dólares. A movimentação ao longo do dia foi consistente e os robustas continuam a reafirmar o quadro de força, ao contrário do verificado com os arábicas. De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado, mais uma vez, por compras especulativas.

O maio chegou a tocar na máxima de 2.188 dólares. Nesse nível, algumas realizações foram observadas, mas sem qualquer força para reverter o quadro de alta. "Notamos uma evolução constante e nem mesmo em um dia como hoje, caracterizado por forte alta do dólar em relação a várias moedas, tivemos uma pressão maior em relação aos preços. A demanda pelos robustas é efetiva, ao passo que temos o temor em relação à safra do Vietnã, o que significa um apoio consistente para que o mercado se mantenha positivo", disse um trader. O maio teve uma movimentação ao longo do dia de 9,68 mil contratos, contra 6,68 mil do junho. O spread entre as posições maio e junho ficou em 6 dólares. No encerramento do dia, o maio teve alta de 27 dólares, com 2.181 dólares por tonelada, com o julho tendo ganho de 29 dólares, no nível de 2.175 dólares por tonelada.





Cafeicultores brasileiros se mostram desorientados e ludibriados
Escritório Carvalhaes   -  Santos, sexta-feira, 8 de março de 2013

O extraordinário investimento dos últimos 25 anos em pesquisa, qualidade, produtividade e desenvolvimento de novas áreas de produção de café no Brasil, resultaram em um aumento na oferta de arábicas de qualidade e o consequente crescimento do consumo mundial de café, através das cafeterias, abertas aos milhares ao redor do mundo, e agora do mercado de monodoses, que conquistaram os jovens nos diversos mercados consumidores. Todo este trabalho agora está ameaçado pela forte queda dos preços do arábica, que no Brasil chegou ao patamar dos trezentos reais por saca, valor que gera prejuízo até nas regiões produtoras mais eficientes e capitalizadas.

Acreditando no discurso dominante nos principais mercados consumidores do mundo, os cafeicultores brasileiros investiram e trabalharam com afinco, levando o Brasil a ser hoje o fornecedor de mais de cinquenta por cento do café arábica consumido no mundo (aí incluso o consumo interno brasileiro).

A queda dos preços aconteceu em cima de um discurso de excesso de estoques e produção no Brasil, que não são confirmados pelos números levantados pela CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento e, nos últimos meses, por um novo factoide: o café arábica está sendo substituído por robusta nos principais mercados consumidores, sem prejuízo para a qualidade e sem queda no consumo.

O discurso sobre café arábica de qualidade, café “gourmet”, “terroir”,“fair trade”, certificação e meio ambiente praticamente desapareceu. Agora o robusta resolve todo e qualquer problema de abastecimento (não se sabe de onde apareceu tanto café robusta).

Estreitaram fortemente o diferencial do robusta para o arábica e, no Brasil, entre os arábicas mais fracos e os de alta qualidade. Diminuiu, praticamente desapareceu, o prêmio para cafés arábica certificados.

Os cafeicultores brasileiros se mostram desorientados e ludibriados. A pergunta que mais ouvimos é se vale a pena continuar investindo na produção de café arábica e em qualidade. Os custos são altos e os riscos (secas, frio, pragas, escassez de mão de obra) assustam.

É urgente um pronunciamento do Ministério da Agricultura sobre os números de produção divulgados pela CONAB. Se estiverem corretos não existe excesso de café no Brasil. Se não for estancada e revertida a atual queda de preços, corremos o sério risco de perder 25 anos de trabalho dos cafeicultores brasileiros.

A situação das lavouras de café na América Central já é reflexo dos preços praticados no mercado internacional. Não podemos deixar que o quadro se repita no Brasil.

O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, informou que no último mês de fevereiro foram embarcadas 2.166.096 de sacas de 60 kg de café, aproximadamente 3% (57.670 sacas) menos que no mesmo mês de 2012 e 15% (380.855 sacas) a menos que no último mês de janeiro. Foram 1.909.695 sacas de café arábica e 34.452 sacas de café conillon, totalizando 1.944.147 sacas de café verde, que somadas a 220.891 sacas de solúvel e 1.058 sacas de torrado, totalizaram 2.166.096 sacas de café embarcadas.

Até o dia 7 os embarques de março estavam em 63.840 sacas de café arábica e 5.250 sacas de café conillon, somando 69.090 sacas de café verde, mais 23.170 sacas de café solúvel, contra 131.820 sacas no mesmo dia de fevereiro. Até o dia 7, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em março totalizavam 498.930 sacas, contra 479.445 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 1, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 8, subiu nos contratos para entrega em maio próximo, 70 pontos ou US$ 0,93 (R$ 1,81) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 1 a R$ 375,64/saca e hoje, dia 08 a R$ 371,76/saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em maio, a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 95 pontos.




Café colombiano precisa de apoio de proteção e estímulo
Dario Acevedo

Se há um produto que nos identifique positivamente no mundo esse é o café. Seu cultivo e a cultura em torno dele há mais de um século implica a participação do núcleo familiar, construção de estradas, formação de capitais e negócios diversos, constituindo um patrimônio na formação da nação colombiana. A prosperidade, sem chegar nunca ao exorbitante ou sobrevivência digna, deu lugar à educação de milhares de pessoas, de técnicos e de profissionais. A estabilidade social, os elevados níveis de organização camponesa, através da Federacafe (Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia), em comitês locais, municipais e distritais e de ações comuns. Desembocou na existência de um complexo tecido social digno de admiração em um país marcado pela violência política. A cultura e a família do café têm também a seu favor o povoamento de vastas zonas do país, a fundação de vilas e a emergência de cidades ricas, com uma classe média forte e regiões dinâmicas em todos os aspectos. A cultura e a sociedade do café, além disso, conseguiram sobreviver à presença ameaçadora do narcotráfico. Não há experiências de plantios de cultivos ilícitos ali onde há café, o que nos indica que a economia cafeeira é promissora, eficaz e de alta rentabilidade social. A Colômbia deve muito ao cultivo desse grão, que, com seu aroma encanta finos paladares do mundo. Povoamento, cultura, paz, convivência, solidariedade, receita, democratização, bom nível de vida, educação, progresso, laços de sociabilidade, elites. Em todos elas e outras noções o café e a cultura cafeeira têm estado presente no país, como exemplo e abrindo horizontes promissores. Por tudo o que significa, pela importância que segue tendo, já que é uma economia que permite a subsistência de meio milhão de famílias. Há cafeicultores desde La Guajira até Puitamuyo e desde Santander até o Pacífico. Por tudo isso, o país todo, o Estado, a nação e o governo devem dialogar propositivamente com o movimento de cafeicultores que busca não desaparecer, evitar a ruína. Não se trata de um movimento classista ou de protesto, muito menos de interesse politiqueiro. É um clamor para que não demos as costas neste momento de crise de preço e de câmbio valorizado, que são as causas de seu empobrecimento. Temos de entender que a salvação dos cafeicultores conduz à reativação da economia de centenas de rincões do país, que dependem do café. Armazéns, galpões, bares, bancos, supermercados, depósitos de materiais, insumos agrícolas e, sobretudo, das pessoas que, diante da crise, se vêem obrigadas a se refugiar nas grandes cidades. Salvar a economia do café é salvar milhões de pessoas, é benefício social, é manutenção dos laços sociais, é assegurar a pais e muitas outras coisas positivas. Entre os deveres do Estado e dos governos encarregados de manejar e dirigir os destinos da sociedade com políticas estruturais e conjunturais se encontra a blindagem de setores da economia e da sociedade que, por seu alto aporte e valor estratégico, devem ter em conta a prerrogativa de contarem com medidas extraordinárias e urgentes. Isso não pode ser entendido como gorjeta ou tampouco o pagamento de uma dívida histórica. Deve ser entendido como um investimento social, como aqueles que são feitos em saúde ou educação. Em outros momentos de nossa história, assim como na experiência de outros países no manejo da crise de setores vitais, cabe a intervenção do Estado. No caso particular nos deparamos com um setor que tem dado muito ao país. A ajuda que se deve ao café é similar a que foi dada, em outros tempos, a banqueiros quebrados, floricultores, pecuaristas, industriais, desde um critério de proteção e estímulo, uma vez que os cafeicultores saberão aproveitar e retornarão com crédito o estímulo recebido. Não é hora de atitudes tacanhas. O que se investir agora não será recurso perdido, como o que ocorreu, desafortunadamente, com os aportes do estado que se escapam como água em razão da corrupção reinante. Com os cafeicultores, não há perda e, portanto, o governo não deveria satanizar seu movimento.




Dilma anuncia fim dos impostos federais sobre o café
   
 Em mais uma medida da rodada de desonerações do governo federal, a presidente Dilma Rousseff anunciou nesta sexta-feira o fim da tributação sobre os produtos que compõem a cesta básica. Parte deles já não pagava o Imposto sobre Produtos Industralizados (IPI), mas ainda era sujeita à alíquota de 9,25% do PIS/Cofins. O PIS/Confis do café que tinha alíquota de 9,25%, com a nova medida passou a 0% .

A medida, que visa a reduzir a inflação e estimular o consumo, a agricultura e a indústria, foi anunciada em pronunciamento em rede nacional. Com a decisão, o governo abre mão de mais de R$ 7,3 bilhões em impostos ao ano. A presidente afirmou contar com a ajuda de empresários para que a desoneração implique em uma redução de ao menos 9,25% no preço de produtos de alimentação como carnes, café, manteiga e óleo de cozinha e de 12,5% no custo de produtos de higiene como pasta de dentes e sabonetes.

A cesta básica também será reformulada e, segundo Dilma, terá um formato que prioriza alimentos de maior qualidade nutritiva. "O aumento do poder de compra das pessoas trará benefícios imediatos para toda a economia", disse. No pronunciamento, Dilma Rousseff também afirmou que em 15 de março será anunciada uma nova política federal de defesa dos consumidores. As medidas devem incluir a criação de novos instrumentos legais para premiar as boas práticas de empresas e punir as más, além de reforçar as estruturas já existentes como os Procons.

"Com a inclusão social, fizemos nascer novos consumidores. É nossa obrigação agora defendê-los, pois essa é uma forma poderosa de cuidar do desenvolvimento do Brasil", disse. Aproveitando a ocasião do Dia Internacional da Mulher, Dilma prometeu que centros de atendimento à mulher serão instalados em cada estado do país. As unidades fornecerão serviços de prevenção à violência, assim como instrumentos de apoio ao empreendedorismo, como microcrédito e capacitação profissional.




Brasil representa metade das vendas do McDonald´s na AL
   
  Os brasileiros consumiram quase metade de tudo o que foi vendido pelo McDonald´s na América Latina – e o lucro operacional da rede de fast food no país, de 193,3 milhões e dólares, representou 81,43% de todo o resultado da empresa na região, de 236,6 milhões de dólares. O lucro líquido no ano foi de 114,3 milhões de dólares. As informações de balanço foram divulgadas hoje pela Arcos Dorados, maior franquia do McDonald’s no mundo e representante da marca na América Latina. A empresa raramente destrincha os números obtidos por cada país da região. Mas, com esses resultados abertos, dá para se ter uma ideia da importância do mercado brasileiro para a rede. O Brasil foi responsável pela maior parte das vendas da Arcos Dourados, que faturou 3,8 bilhões de dólares no total, sendo que apenas no Brasil a receita foi de 1,8 bilhão de dólares, valor que representara 47,3% das receitas totais em dólar da companhia na região. Na América Latina como um todo, o aumento de vendas foi de 14,2%, enquanto que no Brasil o crescimento foi de 11%. De acordo com a empresa, se a desvalorização média de 16,5% do real frente ao dólar for considerada, de acordo com a cotação utilizada no balanço, as receitas em dólar apresentariam queda de 4,9%. Já o lucro teria tido um aumento de 5,5% em moeda constante e 5,6% em dólar. O lucro no Brasil também ficou abaixo que no ano de 2011. A queda foi de 9,3% em real e 21,7% em dólar. O lucro operacional na América Latina diminuiu um pouco menos, 5,6% em dólar, e teve um aumento de 5,5% se calculado em moeda constante. A empresa atingiu a marca de 4.234 pontos de venda na América Latina, sendo 1.948 restaurantes, 1.952 quiosques e 334 McCafés. Dos 108 novos restaurantes abertos no período, 64% deles foram inaugurados no Brasil. Por aqui, a empresa fechou o ano com 731 restaurantes, 69 a mais que em 2011, o que representa um novo restaurante aberto a cada 5,3 dias. Considerando apenas os restaurantes abertos há pelo menos treze meses, as vendas comparáveis no Brasil foram 5,2% superiores às do ano anterior. O Ebitda ajustado foi de US$ 82,3 milhões de dólares no Brasil o último trimestre de 2012, valor 17,2% superior em moeda constante ou 2,6% em dólar. No ano, esse montante chegou a 241,0 milhões de dólares, uma queda de 3,4% em moeda constante ou 16,8% em dólar.



Queda de preços já começa a afetar a sustentabilidade do setor, diz a OIC
   
  Ao término do seminário internacional do café, que ocorreu nesta semana na capital britânica, o diretor executivo da Organização Internacional do Café (OIC), Robério Silva, fez uma avaliação pouco otimista do mercado global da commodity depois de meses de forte recuo dos preços. "A queda de preços já começa a afetar a sustentabilidade do setor, especialmente dos produtores de arábica", lamentou. Após os debates dos últimos dias, Silva diz que o ambiente negativo reduz o fôlego financeiro dos produtores, o que deve ser visível na próxima safra."Produtores de arábica já estão sendo afetados e terão menos condições de fazer os novos tratos culturais", disse em entrevista ao Broadcast. Silva considera não que não há "número mágico" para o preço da commodity. "O que posso afirmar é que já vi situações com preços muito baixos e outras com preços muito altos. E hoje não estamos em um patamar satisfatório", argumenta. Nos últimos meses, o preço internacional do café amargou queda de cerca de 30%. Diante desse quadro, o representante da OIC afirma que representantes do governo brasileiro indicaram que o País estuda medidas para ajudar os cafeicultores em dificuldade. "O governo está estudando medidas para ajudar o produtor brasileiro. Isso está em curso". Sobre as perspectivas do mercado, Robério Silva diz que a OIC tem uma visão menos otimista da produção nos próximos anos que parte dos analistas. "Não vemos o crescimento que muitos analistas esperam. O próprio preço mais baixo do café mostra que a produção não crescerá tanto, já que acaba inviabilizando o setor", diz.




Em cenário otimista, OIC prevê consumo de 173,6 milhões de sacas em 2020
   
  A Organização Internacional do Café (OIC) trabalha com três cenários para o consumo global da commodity nos próximos anos. Conforme estimativas para o ano de 2020 apresentadas durante a semana na capital britânica, a diferença de demanda entre o quadro mais otimista para o mais pessimista é de quase 15 milhões de sacas. De acordo com relatório da OIC, a perspectiva mais otimista aponta crescimento da demanda - que somou 142,2 milhões de toneladas em 2012 - para 173,6 milhões de sacas em 2020. Esse quadro sinaliza expansão de 22% do consumo no período entre 2013 e 2020. Por outro lado, o cenário pessimista prevê ritmo de crescimento pela metade: 11,7% no mesmo período, para 158,9 milhões de sacas em 2020. Dessa maneira, a diferença entre o consumo do café entre os dois cenários é de significativas 14,7 milhões de sacas. Há, ainda, um cenário intermediário. Nesse caso, a OIC prevê elevação da demanda para 166,1 milhões de sacas - o que representa expansão de 16,8% em relação ao consumo registrado em 2012.



Cepea: Preço enfraquecido mantém produtor afastado do mercado
   
  Há pouco mais de duas semanas, o Indicador CEPEA/ESALQ do café arábica tipo 6 bebida dura para melhor vem fechando ligeiramente acima dos R$ 300,00/saca de 60 kg. Esse patamar, por sua vez, é considerado bastante baixo por produtores. Assim, vendedores mais capitalizados se mantêm afastados do mercado, enquanto os que necessitam de caixa negociam pontualmente. Quanto ao desenvolvimento da nova safra de arábica, segundo informações do Cepea, as chuvas retornaram de forma consistente e com boa frequência às regiões produtoras, trazendo alívio a produtores – o clima seco já preocupava quanto ao volume a ser produzido na safra. Por outro lado, a umidade e as temperaturas mais altas geram receio de que aumente a incidência de doenças e, consequentemente, se elevem os gastos com manejo da lavoura.




Abundância de café pode sufocar planos do Brasil de comprar grãos
   
  O governo se reuniu ontem tarde para discutir um apoio aos produtores de café no momento em que os preços de grãos despencam, mas com a oferta abundante o mercado pode não se recuperar mesmo que Brasília faça compras de grãos. Analistas dizem que os amplos estoques privados e outra safra grande prevista no Brasil este ano deverão criar um excedente de café arábica. Produtores, reclamando que os futuros da arábica caíram para níveis desvantajosos, têm feito lobby intenso nas últimas semanas para Brasília intervir. No mês passado, o contrato de maio da arábica em Nova York atingiu 1,3760 dólar, seu nível mais baixo em mais de dois anos e para menos da metade dos níveis recordes vistos em 2011, quando os preços saltaram para 3 dólares por libra-peso com preocupações sobre oferta. Na quinta-feira, eles fecharam em torno de 1,43 dólar por libra-peso "Os produtores estão desanimados", disse Carlos Melles, presidente da cooperativa Cooparaíso, em Minas Gerais, Estado que cultiva cerca de metade do café do Brasil. "Com estes níveis, os produtores (de Minas) vão acabar cortando árvores na maior área de café do Brasil." O pesado investimento necessário para o plantio das árvores de café torna essa ação precipitada improvável. Enquanto isso, o governo escuta os produtores, prometendo ficar aberto a "todas as opções" quanto as suas demandas. "A ideia não é voltar a 3 dólares por libra. Era um preço elevado e que não vai voltar... Agora estamos de volta a preços que não cobrem os custos de produção... Cerca de 2 dólares por libra é o preço que queremos", disse Silas Brasileiro, presidente da principal associação de produtores de café no Brasil, o Conselho Nacional do Café (CNC). O CNC quer que o governo estenda empréstimos aos produtores para que eles possam ajustar o ritmo das vendas de grãos, ao invés de correr para vender, para restringir a oferta e firmar os preços. A entidade também quer que um bônus especial usado pela última vez em 2008/09 seja retomado, gratificando os produtores que vendem acima do preço de mercado e encorajando os produtores a coletivamente esperar por melhores taxas. Brasileiro disse que o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, tinha assegurado a ele que estava comprometido em fornecer ajuda para os produtores. Altos funcionários dos ministérios da Agricultura, Fazenda e Planejamento participaram da reunião. Mas com os estoques privados inchados e uma grande colheita no Brasil prevista para junho, o governo será bastante pressionado a corrigir um mercado bem abastecido que mal sofreu com o surto de ferrugem que assolou as fazendas da América Central. Os futuros de arábica caíram acentuadamente em 4 por cento na terça-feira, mesmo com os produtores colombianos mantendo a ação de greve, bloqueando estradas em protesto contra os preços baixos e rejeitando uma oferta do governo para aumentar os seus subsídios. Os preços mal se mexeram na quarta-feira apesar de uma dura advertência do executivo da Organização Internacional do Café Ricardo Villanueva, que disse que o surto de ferrugem poderia reduzir a produção da América Central em cerca de um terço na temporada 2013/14. Todos esses fatores são superados pela expectativa de uma safra brasileira de 47 milhões a 50,2 milhões de sacas de 60 quilos e pelos estoques privados no Brasil que saltaram para 11 milhões de sacas ou quase 50 por cento até 1 de janeiro, em comparação ao ano anterior. "Eles realmente precisam fazer um grande anúncio, ou não anunciar nada", disse James Cordier, operador-chefe do Liberty Trading Group/Optionsellers.com, na Flórida, apostando que somente uma ação agressiva afetaria o mercado. A mais recente intervenção agressiva do governo no mercado de café foi quando comprou 1,5 milhão de sacas de 60 quilos da safra de café de 2009. Os preciso estavam cerca de 10 centavos por libra abaixo do que estão atualmente. Os futuros caíram por semanas após o anúncio. Reuters




Sobe prêmio para café da Indonésia e cai do Vietnã
   
  Os prêmios de café da Indonésia aumentaram esta semana ante ao aumento de futuros de Londres em oferta limitada no início da safra, mas deve diminuir nas próximas semanas como mais café. No Vietnã, prêmios diminuiu ligeiramente e poderia suavizar ainda mais nas próximas semanas, se as condições de tempo seco melhorar, disseram operadores. De futuros de Londres robusta ganhou quase 2 por cento até agora nesta semana, indo para sua terceira semana consecutiva de aumento, e atingiu seu mais elevado em cinco meses nesta quinta-feira. A atual safra na Indonésia é esperado para prestar bons rendimentos, com a Organização Internacional do Café previsão de produção do país 2012/2013 pode subir 27 por cento, para 10,95 milhões de sacas. Mas poucas casas comerciais estão oferecendo para carregar grãos da Indonésia este mês, com foco em embarques a partir de abril, quando a colheita acelera, disseram operadores. "Nós vemos a colheita agora indo em áreas baixas", disse um trader de Cingapura que lida com café do Vietnã e Indonésia, que, juntos, fornecem um quarto do café do mundo. As exportações de robusta em fevereiro de área principal da Indonésia crescendo em Sumatra saltou mais de quatro vezes a partir de um ano atrás, para cerca de 24 mil toneladas como produtores liberados estoques deixados de 2012 para tirar proveito dos preços mais elevados. Sumatra grau 4, 80 café defeito ampliou aos prêmios de US$ 40 - US$ 60 por tonelada esta semana para Londres contrato de maio, a partir de zero na semana passada. Prêmios para grau do Vietnã 2, 5 por cento de preto e grãos quebrados diminuiu para US$ 10 - US$ 20 por tonelada para maio, em Londres, a partir de prémios de $ 20 - $ 30 no início desta semana. "Há uma febre com os preços do café vietnamita agora, mas poderia ser de curta duração, se a chuva cai no mês seguinte", um comerciante na cidade de Ho Chi Minh City. Apesar da preocupação sobre a oferta apertada no Vietnã, o volume de carga neste mês pode subir para entre 130 mil toneladas e 180 mil toneladas, segundo operadores, a partir de 100 mil toneladas em janeiro, quando o feriado do Ano Novo Lunar teve um impacto sobre volumes. A produção dos dois países do Sudeste Asiático serão 32,95 milhões de sacas de 60 kg na safra 2012/2013 em vigor, ou 23 por cento da produção mundial de 144,5 milhões de sacas, disse a Organização Internacional do Café .





Café colombiano precisa de apoio de proteção e estímulo
Dario Acevedo

Se há um produto que nos identifique positivamente no mundo esse é o café. Seu cultivo e a cultura em torno dele há mais de um século implica a participação do núcleo familiar, construção de estradas, formação de capitais e negócios diversos, constituindo um patrimônio na formação da nação colombiana. A prosperidade, sem chegar nunca ao exorbitante ou sobrevivência digna, deu lugar à educação de milhares de pessoas, de técnicos e de profissionais. A estabilidade social, os elevados níveis de organização camponesa, através da Federacafe (Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia), em comitês locais, municipais e distritais e de ações comuns. Desembocou na existência de um complexo tecido social digno de admiração em um país marcado pela violência política. A cultura e a família do café têm também a seu favor o povoamento de vastas zonas do país, a fundação de vilas e a emergência de cidades ricas, com uma classe média forte e regiões dinâmicas em todos os aspectos. A cultura e a sociedade do café, além disso, conseguiram sobreviver à presença ameaçadora do narcotráfico. Não há experiências de plantios de cultivos ilícitos ali onde há café, o que nos indica que a economia cafeeira é promissora, eficaz e de alta rentabilidade social. A Colômbia deve muito ao cultivo desse grão, que, com seu aroma encanta finos paladares do mundo. Povoamento, cultura, paz, convivência, solidariedade, receita, democratização, bom nível de vida, educação, progresso, laços de sociabilidade, elites. Em todos elas e outras noções o café e a cultura cafeeira têm estado presente no país, como exemplo e abrindo horizontes promissores. Por tudo o que significa, pela importância que segue tendo, já que é uma economia que permite a subsistência de meio milhão de famílias. Há cafeicultores desde La Guajira até Puitamuyo e desde Santander até o Pacífico. Por tudo isso, o país todo, o Estado, a nação e o governo devem dialogar propositivamente com o movimento de cafeicultores que busca não desaparecer, evitar a ruína. Não se trata de um movimento classista ou de protesto, muito menos de interesse politiqueiro. É um clamor para que não demos as costas neste momento de crise de preço e de câmbio valorizado, que são as causas de seu empobrecimento. Temos de entender que a salvação dos cafeicultores conduz à reativação da economia de centenas de rincões do país, que dependem do café. Armazéns, galpões, bares, bancos, supermercados, depósitos de materiais, insumos agrícolas e, sobretudo, das pessoas que, diante da crise, se vêem obrigadas a se refugiar nas grandes cidades. Salvar a economia do café é salvar milhões de pessoas, é benefício social, é manutenção dos laços sociais, é assegurar a pais e muitas outras coisas positivas. Entre os deveres do Estado e dos governos encarregados de manejar e dirigir os destinos da sociedade com políticas estruturais e conjunturais se encontra a blindagem de setores da economia e da sociedade que, por seu alto aporte e valor estratégico, devem ter em conta a prerrogativa de contarem com medidas extraordinárias e urgentes. Isso não pode ser entendido como gorjeta ou tampouco o pagamento de uma dívida histórica. Deve ser entendido como um investimento social, como aqueles que são feitos em saúde ou educação. Em outros momentos de nossa história, assim como na experiência de outros países no manejo da crise de setores vitais, cabe a intervenção do Estado. No caso particular nos deparamos com um setor que tem dado muito ao país. A ajuda que se deve ao café é similar a que foi dada, em outros tempos, a banqueiros quebrados, floricultores, pecuaristas, industriais, desde um critério de proteção e estímulo, uma vez que os cafeicultores saberão aproveitar e retornarão com crédito o estímulo recebido. Não é hora de atitudes tacanhas. O que se investir agora não será recurso perdido, como o que ocorreu, desafortunadamente, com os aportes do estado que se escapam como água em razão da corrupção reinante. Com os cafeicultores, não há perda e, portanto, o governo não deveria satanizar seu movimento.