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domingo, 25 de setembro de 2011

Welcome to the jungle

Welcome to the jungle




Este foi o recado dado pelo mercado para os produtores nesta semana.

“Bem vindo à selva”, com uma queda de quase 3.000 pontos na semana para ser exato foi uma queda de 2870 pontos entre a abertura e o fechamento da semana e de 3520 pontos entre a máxima e a mínima um verdadeiro recorde.

A reação do mercado no mês de setembro foi realmente inacreditável e já temos 13,5% e baixa no mês, e graficamente fazendo uma candle chamada de engolfo de baixa no gráfico mensal.

Qual seria a explicação?

No mês de agosto tivemos 17 pregoes ininterruptos de alta o que para os fundamentalistas céticos a explicação seria, estoques baixos com ano de baixa produção e demanda em alta, tudo bem, mas e agora Jose? o que dizer da baixa do mês de setembro qual seria a explicação?

Bom na minha humilde opinião a alta do mês de agosto não foi provocada pelo aperto de mercadoria e sim na expectativa que o mercado tinha no lançamento de mais um afrouxamento das finanças por parte do governo Norte Americano, afrouxamento este que foi chamado em suas duas versões de quantitative easy ou simplesmente Q.E onde tivemos o Q.E e Q.E2, onde o ultimo consistia em uma recompra de títulos da divida americana na intenção de ajudar a resolver a crise e tirando o mercado do atoleiro que vinha desde 2.008.

O plano Q.E2 que teve em seu orçamento a recompra de 840 bilhões de dólares de títulos teve seu fim em junho deste ano onde o mercado no geral já demonstrava fraqueza e as bolsas ao redor do mundo já caía, como o plano não teve na economia o resultado esperado o FED não fez ainda o tão esperado Q.E3.

O Q.E2 foi o grande responsável pela alta das bolsas como Dow Jones e algumas commodities no ano de 2.010/2.011, e foi também o grande responsável pela alta do café, que já iria subir sim por causa do aperto na oferta, mas a alta realmente foi alavancada por este plano aonde vimos o café subir a níveis só atingidos antes por efeito de uma geada no Brasil fato realmente não houve.

No final de julho o mercado já cogitava em um novo plano do tipo do Q.E2 o que seria o Q.E3, o mercado respondeu prontamente e tivemos a alta do mês de agosto, é inegável o perto de mercadoria, mas este aperto para mim já estaria precificado e para tenhamos uma nova rodada de alta teria que ter um novo problema climático fato que ate agora não ocorreu.

O que os participantes não podem esquecer que esta tendência de alta onde o mercado de café estava, onde tivemos o pico neste ano acima de $3.00 dólares por libra peso, teve seu começo em 2.002, ano em que o mercado fez seu fundo depois de ter feito também um pico acima de $3.00 dólares por libra peso em 1.997, e assumir depois desta alta uma tendência de baixa, que resultou na grande tragédia de 2.002, portanto a alta foi nada mais nada menos do que nove anos.

Entendo que esta alta não vinha sendo repassada para o produtor pelo mercado, que trabalhava sempre com diferencias cada vez mais altos, e também a valorização do real frente ao dolar, fato que não se pode deixar de comentar o que atrapalhou o repasse do preço para o produtor, o que realmente mudou neste mercado foi à grande e massiva injeção de dólar pelo governo Americano no plano citado acima e se espalhou por todo mercado, e alavancou o mercado do ano passado para este resultando numa bela alta, mas temos que entender que o café nestes últimos nove anos de alta teve uma valorização de 500% na bolsa que saiu de 4.400pontos em 2.002 para 30800 pontos em 2.011.

A valorização tão almejada pelo produtor chegou e a resposta em que o mercado quer parece que também que seria o aumento de produção, o fato da alta do mercado traz melhores tratos culturais e aumento de área plantada, coisa que já estamos escutando, onde temos dados que falam que pode dobrar a produção da Colômbia nos próximos oito anos e falta de muda para plantio no Brasil este ano, fatos que soam como musica para indústria internacional.

A queda do mercado em setembro que teve sua aceleração nesta semana pelo agravamento da crise na Europa e por nenhuma atitude tomada pelo Fed. traz novamente a questão se o mercado realmente não teria já feito o seu topo e estar entrando em uma tendência de baixa mais longa.

Costumo dividir o mercado em ciclos de três anos que para mim traz uma analise melhor dos fatos, e estaríamos saindo de um ciclo de três anos de baixa de produção de café para entrarmos em um ciclo de três anos de alta produção, sendo que este ciclo terá aumento de produção pela melhoria dos tratos por parte do cafeicultor, resultado de melhores preços, e também teremos um aumento de área plantada, portanto em termos de produção este novo ciclo que começa agora em outubro com a nova safra dos países da America Central, Colômbia e Vietnã, que são países acima da linha do equador e representam 60% da produção mundial e da florada da próxima safra brasileira, o que traz como entendimento que o aperto de mercadoria esta no final.

Logicamente não estou falando em problemas climáticos, pois se tivermos algo em cima disso este ciclo acima citado seria desfeito e o mercado responderia com uma bela alta.

O fato novo do mercado foi à alta do dólar que salvou o mercado físico da baixa desta semana, deixando o produtor sobre aviso, mas é muito pouco para segurar o que pode estar por vir, portanto todo cuidado é pouco e continuo dizendo que café acima de R$500,00 é excelente preço e lucro nunca quebrou ninguém

Tecnicamente fechamos a semana em zona de suporte, mas fizemos novo fundo e tudo leva crer que a queda vai continuar.

Sem uma política adequada o produtor volta ao sabor do mercado, onde ele é a parte mais fraca e mais desinformada de todos.

“Welcome to the jungle”

Uma boa semana a todos que Deus abençoe a todos, e continuamos vendidos em trade iniciado em 07/09/2011 com stop agora em $245,00 só administrando os lucros.

Wagner Pimentel

WWW.cafezinhocomamigos.blogspot.com

Café mantém perdas na ICE com mercado externo e origens

Os contratos futuros de café arábica tiveram mais um dia de fortes perdas na ICE Futures US, com os preços batendo nos menores níveis em nove meses, atingindo os patamares de 25 de janeiro.


Diante da continuidade da pressão externa, com o temor de um agravamento da situação recessiva, especuladores e fundos se mostraram amplamente vendedores ao longo do dia e as perdas, que já vinham sendo incisivas ao longo dos últimos dias, apenas se ampliaram. Com muitos players partindo para segmentos como o do dólar, a moeda se valorizou e as origens também se sentiram estimuladas a efetuar liquidações, o que contribuiu para que as perdas se acentuassem.

No after-hours, as perdas desaceleraram e o dezembro fechou próximo do nível de 234,50 cents. Tecnicamente, o mercado se mostra extremamente baixista, com as resistências mais efetivas conseguindo ser rompidas sem maiores problemas.

Fundamentalmente, o mercado destaca a possibilidade de ampliação das chuvas no centro-sul do Brasil nos próximos dias, fato que, se consumado, dará fôlego para floradas e também para o pegamento.

No encerramento do dia, o dezembro em Nova Iorque teve queda de 780 pontos com 231,45 centavos, sendo a máxima em 241,95 e a mínima em 230,80 centavos por libra, com o março tendo retração de 770 pontos, com a libra a 234,60 centavos, sendo a máxima em 245,00 e a mínima em 234,05 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição novembro registrou queda de 75 dólares, com 1.951 dólares por tonelada, com o janeiro tendo desvalorização de 73 dólares, com 1.983 dólares por tonelada.

Segundo analistas internacionais, o mercado voltou a demonstrar toda sua faceta negativa, caindo fortemente e seguindo o péssimo comportamento das commodities e da economia global como um todo. "Nós simplesmente sofremos com liquidações especulativas massivas. Todo mundo está atemorizado com o colapso financeiro", disse Jack Scoville, vice-presidente da Price Futures Group.

O café, ao longo desta semana, despencou 12% em Nova Iorque. Segundo o trader, com as perdas acentuadas as indústrias de torrefação realizaram algumas compras no período. "Os torrefadores estiveram bem ativos ao longo dos últimos três dias e estão recompondo um pouco de suas reservas para o final deste ano e começo do próximo. Eles ainda vão ter de adquirir para garantir que suas marcas estejam nas gôndolas dos supermercados", indicou o especialista.

Depois de o Federal Reserve pintar um quadro sombrio sobre a economia dos Estados Unidos na quarta-feira, os mercados ficaram nervosos e muitos players se refugiaram no dólar. Isso pressionou, por exemplo, o real brasileiro, o que fez com que os produtores do país se sentissem estimulados a liquidar mais incisivamente, já que vendem em dólar e recebem na moeda local que, segundo a consultoria EBS, teve 3,8% de retração ao longo desta semana. "Com o dólar tão forte, você talvez venda um pouco a mais do que aquilo que você não queria vender", sustentou Christian Wolthers, presidente da divisão de café verde da Wolthers Americas, ao se referir aos cafeicultores.

"Os fundamentos do mercado de café não se alteraram e continuam sólidos. Agora é preciso aguardar os desdobramentos das medidas que estão sendo tomadas pelas autoridades econômicas do hemisfério norte e sua influência sobre o rumo dos mercados nas próximas semanas", indicou o Escritório Carvalhaes, em seu comentário semanal.

O Vietnã deverá exportar 30 mil toneladas métricas de café em setembro, cerca de 500 mil sacas, total 16,7% menor que o registrado em agosto, previu o Escritório Geral de Estatísticas do país. A receita dos embarques deverá cair neste mês para 70 milhões de dólares, ante 83 milhões de dólares do mês passado. A previsão de remessas para a temporada 2010/2011 foi mantida em 1,16 milhão de toneladas métricas. A safra do país em 2011/2012, que se inicia em uma semana,é estimada em 18 milhões de sacas.

As exportações de café do Brasil em setembro, até o dia 22, somaram 1.600.339 sacas, contra1.699.950 sacas registradas no mesmo período de agosto, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 3.410 sacas, indo para 1.434.411 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 24.504 lotes, com as opções tendo 7.432 calls e 7.628 puts. Tecnicamente, o setembro na ICE Futures US tem uma resistência em 241,95-242,00, 242,50, 243,00, 243,50, 244,00, 244,50, 244,90-245,00 e 245,50 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 230,80, 230,50, 230,10-230,00, 229,50, 229,00, 228,50, 228,00, 227,50, 227,00 e 226,50 centavos por libra.