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terça-feira, 7 de junho de 2011

Café na ICE Futures tem dia de correções e fecha com ganhos

Café na ICE Futures tem dia de correções e fecha com ganhos

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta terça-feira com altas, em um dia de recuperação parcial, após a forte perda da sessão passada. Recompras e algumas aquisições especulativas deram o tom dos negócios, principalmente na primeira metade do dia, quando a posição julho chegou a flutuar no nível de 265,00 centavos por libra. Na segunda metade da sessão, os ganhos desaceleraram, mas a pressão baixista não conseguiu inverter a tendência. Com isso, o mercado, mais uma vez, não testa o suporte e dá um alento às cotações, após a sessão anterior, quando o otimismo criado na semana passada se esvaiu rapidamente.

A sessão desta terça-feira foi caracterizada basicamente por fatores técnicos, sendo que vários players atuaram no lado comprador, numa ação corretiva após as perdas anteriores. Por sua vez, algumas compras ligeiras de indústrias de torrefação também foram verificadas nas mínimas do dia. Fundamentalmente, o mercado trabalha no monitoramento do clima do Brasil. O centro-sul do país volta a registrar temperaturas consideravelmente baixas, mas, segundo algumas empresas de meteorologia, não deverá haver riscos de ocorrência de geadas no curto prazo nas áreas de lavouras.

No encerramento do dia, o julho em Nova Iorque teve alta de 250 pontos com 263,00 centavos, sendo a máxima em 265,50 e a mínima em 260,00 centavos por libra, com o setembro registrando oscilação positiva de 260 pontos, com a libra a 266,40 centavos, sendo a máxima em 268,90 e a mínima em 263,00 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou alta de 29 dólares, com 2.433 dólares por tonelada, com o setembro tendo valorização de 30 dólares, com 2.479 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado pela verificação de um suporte no nível de 260,00 centavos por libra, nível que, aliás, foi a abertura da sessão. A partir do não rompimento desse importante nível, o mercado passou a registrar novas ações de compra que permitiram a consolidação dos ganhos. Nas máximas, porém, algumas vendas e realizações foram notadas, o que limitou as altas finais. "O café teve um dia de recuperação, de recomposição após as fortes baixas. Os players entraram corrigindo e definiram um suporte interessante em 260,00 centavos, num patamar acima dos 256,00 ou dos 253,30 centavos, que são suportem mais incisivos e que, se rompidos, aí sim, poderiam abrir espaço para perdas mais consideráveis", disse um trader. No cenário externo, o dia foi marcado por uma ligeira alta do índice CRB — +0,26% —, com o dólar voltando a registrar perdas de mais de 0,50%.

O Brasil realizou a exportação de 2,62 milhões de sacas de café no mês de maio, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). O montante é 3,7% se comparado com maio de 2010. Em receita, as remessas geraram um total de 706,9 milhões de dólares, alta de 79%. A Europa adquiriu 50% dos cafés exportados pelo país no mês, sendo que 20% desses grãos foram para a América do Norte, com a Ásia adquirindo 17%. As exportações de café do Brasil em junho, até o dia 6, somaram 106.714 sacas, contra 77.839 sacas registradas no mesmo período de maio, informou o Cecafé.

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 2.528 sacas indo para 1.671.544 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 29.212 lotes, com as opções tendo 2.824 calls e 3.901 puts. Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem uma resistência em 265,50, 266,00, 266,50, 267,00, 267,50, 268,00, 268,50, 269,00, 269,50, 269,90-270,00, 270,50 e 270,75 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 260,00, 259,50, 259,00, 258,50, 258,00, 257,50, 257,00, 256,50, 256,00, 255,50 e 255,10-255,00 centavos por libra.

Market International Coffee Today

Market International Coffee Today

Colombians, UGQ, were offered FOB, for July/Aug. shipment from 18¢ to 20¢ over Sept. “C,” and offered FOB, for July through Nov. equal shipment from 22¢ to 25¢ over the relevant months “C.”
Colombian supremos, screen 17/18, were offered FOB, for July through Nov. equal shipment from 27¢ to 30¢ over the relevant months “C.”
Santos 2s, screen 17/18, fine cup, were offered FOB for July through Dec. equal shipment from 11¢ to 10¢ under the relevant months “C.”
Santos 2/3s, medium to good bean, fine cup, were offered FOB for July through Dec. equal shipment from 17¢ to 15¢ under the relevant months “C.”
Santos 3/4s were offered FOB for July through Dec. equal shipment from 26¢ to 24¢ under the relevant months “C.”
Brazil conillon robustas, 5/6s, screen 13, were offered FOB for July shipment from 5¢ over Sept. London. Prime Mexicans were offered FOB Laredo for June/July crossing from 7¢ over Sept. “C.”
Prime Mexicans, were offered FOB Veracruz for July/Aug. shipment from 5¢ over Sept. “C.”
High grown Mexicans, European preparation, were offered FOB Veracruz for July/Aug. shipment from 10¢ over Sept. “C.”
Prime Guatemalas were offered FOB, per 46 kilos, July/Aug. shipment from $8 over Sept. “C.”
Hard bean Guatemalas, European preparation, were offered FOB for July/Aug./Sept. equal shipment from $10 to $11 over, per 46 kilos, the relevant months “C,” and strictly hard beans, European preparation, were offered FOB, per 46 kilos, for July/Aug./Sept. equal shipment from $16 to $18 over the relevant months “C.”
Hard bean Costa Ricas, European preparation, were offered FOB for July/Aug. shipment from $22 to $24 over, per 46 kilos, Sept. “C,” and strictly hard beans, European preparation, were offered FOB, per 46 kilos, for July/Aug. shipment from $30 over Sept. “C.”
Central standard Salvadors were offered FOB per 46 kilos, for July/Aug. shipment from $7 over Sept. “C.” High grown Salvadors, European preparation, were offered FOB for July/Aug./Sept. equal shipment from $10 to $11 over per 46 kilos, the relevant months “C.”
Strictly high grown Salvadors, European preparation, were offered FOB for July/Aug./Sept. equal shipment from $14 to $15 over, per 46 kilos, the relevant months “C.”
Strictly high grown Nicaraguas, European preparation, for July/Aug. shipment were offered FOB from $15 over Sept. “C.”
High grown Hondurans, European preparation, were offered FOB, per 46 kilos, for July/Aug./Sept. equal shipment from $2 over the relevant months “C.”
Strictly high grown Hondurans, European preparation, were offered FOB, per 46 kilos, for July/Aug./Sept. equal shipment from $7 over the relevant months “C.”
Hard bean Perus, MCMs, were offered FOB for July/Aug. shipment, per 46 kilos, from equal to to $2 over Sept. “C.”
Hard bean Perus, MCs, were offered FOB for July/Aug. shipment, per 46 kilos, from $2 under Sept. “C.” Uganda robustas, screen 15, were offered exdock for June/July shipment from 15¢ over Sept. London. Vietnam robustas, grade 1, were offered exdock for June/July shipment from 10¢ over Sept. London.
Vietnam robustas, grade 2, were offered exdock for June/July shipment from 8¢ over Sept. London. Indonesian robustas, grade 4, 80 defects, were offered exdock for June/July shipment from 10¢ over Sept. London.

Especialistas traçam perspectivas para o mercado de café

Especialistas traçam perspectivas para o mercado de café

Durante o evento "Perspectivas para o Agribusiness em 2011 e 2012", realizado pela BM&FBovespa e o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) no dia 26 de maio, em São Paulo/SP, estiveram presentes para falar sobre as perspectivas do mercado de café, Rodrigo Correa da Newedge (palestrante), Celso Vegro do IEA (moderador) e Octávio Pires, da Louis Dreyfus Commodities Brasil (debatedor).

Celso Vegro acredita que a cafeicultura vem passando por um momento formidável, com cotações em altos patamares, estoques baixos, consumo indo muito bem e qualidade do café melhorando.

Apresentando o cenário do mercado de café de 2010 para cá, Rodrigo Correa aponta que as cotações do café subiram significativamente e os diferenciais foram e estão sendo negociados a níveis bem acima da média histórica. Além disso, ele pondera que os estoques em bolsa estão descendentes e há certa dúvida em relação a recuperação da crise mundial.

"Em 2011 as cotações tiveram a maior alta em 14 anos, sendo que o contrato de segundo vencimento teve a maior alta desde 1977, o que proporcionou aos produtores remuneração mais satisfatória, permitindo que investissem mais em suas lavouras, resultando em recuperação da produção de cafés suaves."

Segundo ele, o efeito do aumento de preços também deve gerar leve aumento da área plantada, uso de estoques, cobertura da indústria aquém do ideial e aperto do fluxo de caixa.

Análise conjuntural

Traçando uma análise do que vem acontecendo neste mercado, Rodrigo afirma que a demanda por robusta aumentou e seu diferencial subiu significativamente, devido à escasses do árabica e alta dos preços desse tipo de café.

Em função disso, foi visto uma substituição gradativa de café da Colômbia e Guatemala, por exemplo.

"A safra grande do Brasil teve menos impacto do que se imaginava porque teve pouco café fino", afirma Rodrigo.

Outra análise feita por Rodrigo é em relação aos consumidores que começaram a ter nova percepção e mudaram o hábito de consumo, bebendo mais café em casa, pagando menos pelo produto.

Para 2011/12, Rodrigo acredita numa tendência de que aumente a porcentagem de robusta nos blends, em função da falta de arábica seu preço valorizado.

"Precisamos de uma safra brasileira maior", exclama ele, explicando que se somados os volumes de venda de café para exportação, com consumo e estoques, sobra muito pouco café em estoque. Além do que os níveis dos estoques, tanto em países produtores como em consumidores, é muito baixo.

Perspectivas futuras

Seguem abaixo os possíveis acontecimento que influenciariam o mercado daqui para frente, positiva ou negativamente.

Pontos positivos

- fundos reduzindo posições compradas e podendo ficar vendidos;
- expectativa otimista em relação a produção mundial;
- com o passar dos anos o período de entressafra tem diminuído;
- demora em mudança política de juros americanos;
- clima favorável.

Pontos negativos

- fundos entrarem fortemente vendidos;
- apreciação do dólar;
- composição dos estoques em bolsa. Como a qualidade não é mais tão boa, as cotações futuras podem não subir tanto;
- Consumo estabilizar ou diminuir;
- subida de juros;
- mudança nos blends, com maior composição de robusta, pode ter afeito negativo para os preços do arábica.

A safra brasileira 2011/12 será menor pelo bianualidade baixa, porém não tanto. Rodrigo destaca que há possibilidade de outras origens recuperarem suas produções, o que elevaria a oferta da commoditie.

Resumindo, ele acredita que o mercado já se ajustou. "Os diferencias caíram e os preços em bolsa aumentaram". "Teremos bons preços, talvez não ótimos", afirma.

Contrato "C"

O fato inédito de o Brasil poder entregar seu café na Bolsa de Nova York, causou certo receio das outras origens, que temem que o Brasil inunde o mercado com seu café, o que causaria queda de preços.

Contudo, Rodrigo deixa claro que apenas serão aceitos na Bolsa os cafés não naturais, ou seja, o volume não é tão elevado assim ao ponto de inundar o mercado.

Até o momento, o diferencial aprovado para entrega do café brasileiro não é atrativo, pois o custo para preparar este café e carregá-lo até lá são maiores, não compensando a entrega.

Como solução para isso, Rodrigo sugere que a BM&FBovespa certifique armazéns nos destinos, colocando armazéns para o Brasil entregar café fora do país.

Visão de Octávio Pires

Complementando o que foi apresentado por Rodrigo Correa, Octávio Pires define a situação como vunerável, devido ao desabastecimento momentâneo de café.

Conforme cita Octávio, com apenas uma florada e meia nas lavouras brasileiras, a maturação está muito uniforme, o que vai contra a estrutura de preparação de CD (cereja descascado).

"É muita carga para a estrutura de preparo de CD."

Para Octávio, os brasileiros tem que se preocupar agora com preço e qualidade.

Diante da atual conjuntura de preços altos, o produtor está em dúvida se com aumento de renda ele aumenta a área de produção, faz mais cereja descascado, diversifica sua produção, entre outras ações.

Octávio acredita que tudo isso irá acontecer.

O alimento e a guerra cambial

O alimento e a guerra cambial

Nos acostumamos por gerações com a comida mais barata. Desde o boom de
commodities de 1973/74 (que ainda que frequentemente esquecido incluiu tanto o
petróleo como os alimentos) até anos recentes, o preço mundial de commodities
alimentícias em dólares apresentou uma forte tendência declinante - tanto se
deflacionado pelo preço unitário global de manufaturas, como pelo Indice de
Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA (que inclui o custo de bens de serviço),
como mostra o gráfico abaixo. Deflacionado por este último, o preço relativo da
alimentação caiu cerca de 80%.
Relativamente a outras commodities, o preço das commodities alimentícias é hoje
dez vezes menor do que o petróleo em 1960, cerca da metade do preço de metais
(como o ferro e o cobre), e também inferior a commodities agrícolas não
alimentícias como o algodão e outros. Face a um século atrás, também pagamos
relativamente menos pelo alimento.
Tal tendência a reversão de preços relativos começou em 2003/2004, como mostram
as linhas pontilhadas no gráfico. Embora de magnitude ainda modesta comparada a
episódios de reversão nos últimos cem anos, é interessante observar que a crise
financeira global de 2008-09 não interrompeu tal processo.
Evidência econométrica sugere que isso deve continuar por algum tempo, já que o
preço mundial de commodities alimentícias é sensível à baixa da taxa de juros
de curto prazo nos países avançados (que deverá continuar por algum tempo) e à
recuperação do produto mundial. Com estoques mundiais hoje abaixo de sua média
histórica, essa sensibilidade é exacerbada.
Dada a natureza insubstituível da comida, tal inflação mais alta no mundo
emergente resultará em pressões salariais mais fortes, reforçando a apreciação
cambial resultante do choque inicial. Nesses países, os salários já crescem a
uma taxa na casa dos dois dígitos.
Embora haja bastante discussão sobre o efeito inflacionário dos choques de
commodities e em que medida a política monetária deva ou não acomodá-los, uma
dimensão internacional do problema tem sido um tanto negligenciada - a saber, o
vínculo entre a inflação mundial de comida e a "guerra cambial".
A conexão advém de duas peculiaridades da comida vis-à-vis outros bens: é muito
pouco substituível, e os gastos com comida em proporção do consumo total do
cidadão médio variam muito internacionalmente: nos países avançados é
tipicamente entre 10% e 15%, enquanto nos países emergentes é aproximadamente o
dobro, chegando algumas vezes a 40% ou 50%. Isso leva a que um aumento do preço
internacional da comida aumenta automaticamente a inflação no mundo emergente
mais que no mundo avançado.
Tudo o mais constante, a taxa de câmbio real do mundo emergente se valoriza.
Dada a natureza insubstituível da comida, tal inflação mais alta no mundo
emergente resultará em pressões salariais mais fortes, reforçando a apreciação
cambial resultante do choque inicial. Não é, portanto, surpreendente que em
alguns países emergentes, os salários já cresçam a uma taxa na casa dos dois
dígitos enquanto em países avançados estejam basicamente estáveis.
Na medida em que tais choques de comida são muito persistentes e a tendência à
subida do preço relativo da comida continue (como historicamente observado),
tal apreciação real será inexorável se nada for feito. E será tanto mais aguda
quanto maior forem os mecanismos de indexação formal e/ou informal, pois esses
generalizam a pressão inflacionária e aumentam a sua persistência.
Os instrumentos clássicos de política monetária não são os mais apropriados a
lidar com pressões persistentes de apreciação da taxa de cambio real. Afinal de
contas, a política monetária pode e deve controlar para que esse ajuste de
preços relativos se faça num ambiente de baixa inflação, mas tem muito pouco ou
nenhum controle da taxa de câmbio real no médio e longo prazo. No linguajar
macroeconomês, trata-se da chamada neutralidade de longo prazo da política
monetária.
Se, na visão dos gestores de política econômica, a apreciação real e a
consequente perda de competitividade dos setores não produtores de commodities
(como a manufatura e certos serviços) geram um sério problema para o respectivo
país, cabe atacá-lo por meio da política fiscal e reformas estruturais que
cortem radicalmente o custo naqueles setores. Isso inclui não só medidas de
desoneração da folha de salários, mas também uma redução da despesa real do
governo, e em particular da despesa corrente (em contraste com gastos de
capital em infraestrutura) na medida em que tais despesas pressionam a demanda
agregada e o preço dos bens domésticos (non tradeables). E, obviamente,
mecanismos de indexação formal ou informal de salários só complicam essa
batalha.
Em alguns países emergentes, o controle fiscal já é feito, seja por meio de
regras que gerem um maior superávit primário em proporção à subida do preço de
commodities, seja por meio da redução real de gastos correntes discricionários.
Isso é ainda mais imperativo em países onde a taxa de cambio nominal
apreciou-se fortemente.
A eliminação de fórmulas, implícitas ou explícitas, de reajustes salariais
indexados foi um importante ganho anti-inflacionário do passado,
particularmente na América Latina; revertê-lo significa retroceder na história.
Num momento que a inflação mundial de comida erode a competitividade de países
como o nosso, quase que por piloto automático, não parece ser hora de deixar o
voo correr solto.
Luis A.V. Catão é economista do Departamento de Hemisfério Ocidental do Fundo
Monetário Internacional (FMI).

Mercado brasileiro é o mais atrativo para o varejo, segundo A.T. Kearney

Mercado brasileiro é o mais atrativo para o varejo, segundo A.T. Kearney

Não é novidade que o mercado internacional está de olho no Brasil, mas a A.T.
Kearney divulgou ontem mais um motivo para chamar a atenção dos empresários. O
Brasil saltou, neste ano, para o primeiro lugar no ranking da consultoria
americana que classifica a atratividade das nações emergentes, visando a
expansão do varejo.
Em 2010, o país ocupava a quinta posição entre os 30 pesquisados. O 10 índice
anual Global Retail Development Index (GRDI) traz outros três países da América
do Sul nas dez primeiras posições: Uruguai (2), Chile (3) e Peru (8). A
China, que em 2010 liderava a lista, desceu para o sexto lugar.
Nos últimos anos, o Brasil subiu sucessivamente de colocação. Há uma década,
nem figurava entre os 30 mais atrativos, de acordo com Markus Stricker, sócio
da A.T. Kearney no Brasil e coordenador do estudo na América Latina. Para ele,
o país deve continuar entre os mais promissores para o varejo global nos
próximos anos, dependendo da entrada de players e de como o mercado se
comportará.
O ranking é elaborado a partir de um conjunto de 25 variáveis, incluindo risco
econômico e político, atratividade do mercado varejista, saturação do varejo,
assim como a diferença entre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e o
crescimento do varejo.
O mercado brasileiro está mais saturado principalmente no varejo de alimentos,
enquanto ainda apresenta uma boa oportunidade no setor de vestuário, segundo
Stricker.
Quanto à atratividade do mercado, o Brasil apresenta índice 100, o mais alto.
Para o executivo, esse resultado se justifica pela forma como o país se
recuperou rapidamente da crise e pelas perspectivas positivas da economia, com
o crescimento de investimentos em infraestrutura no país que receberá dois
megaeventos esportivos nos próximos anos (Copa do Mundo e Olimpíada).
Enquanto isso, o gigante chinês se encontra mais próximo de uma consolidação do
mercado. "A China já está na lista das empresas internacionais há dez, quinze
anos. Quem queria ter uma importância no país já está lá. No Brasil, por outro
lado, elas estão entrando muito mais agora", afirma Stricker.
Como peculiaridades do mercado brasileiro, ele aponta a necessidade de
financiamento para as compras no varejo, com cartões de crédito e de bandeira;
além da existência de "vários Brasis". "São necessidades diferentes e desafios
específicos em cada região, e países menores ou mais homogêneos não estão
acostumados a pensar dessa forma". O momento é propício, mas o investidor que
decidir investir no Brasil terá que ficar de olho também nesses requisitos.
Responder Encaminhar Convidar NetcaféBR para bater papo

Tendência de alta de juros é mais forte na América Latina

Tendência de alta de juros é mais forte na América Latina
Cinco bancos centrais da região da Ásia-Pacífico vão definir o rumo dos juros
esta semana, e apenas um, a Coreia do Sul, tende a elevar a taxa. Já na América
Latina, a expectativa no mercado é de o aperto monetário continuar no Brasil e
no Peru esta semana e na Colômbia e Chile na semana que vem.
Nos países industrializados, a recuperação econômica mais frágil do que o
previsto empurra para o final de 2012 um aperto monetário. Na zona euro, o
mercado ainda tem expectativa de que a taxa básica aumente 25 pontos básicos,
para 1,75% até o fim do ano, para depois fazer uma longa pausa. Nos Estados
Unidos, cresce a especulação sobre a possibilidade de nova injeção de liquidez
pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), por meio de uma terceira
fase da política de "quantitative easing", que acelerou o fluxo de capitais
para os emergentes.
Para o Banco Internacional de Compensações (BIS), as perspectivas de
crescimento e inflação se deterioraram. Para os emergentes, as forças são
conflitantes - de um lado o risco de desaceleração nas exportações, com queda
de demanda global, e de outro a persistência no mercado interno de crédito
barato e pressões inflacionárias.
"Fatores temporários provocaram a desaceleração agora, com a ruptura no
abastecimento pelo Japão, mas se essa queda continuar em junho e julho, a
situação será realmente preocupante na economia mundial", diz Jeremy Lawson, do
Instituto Internacional de Finanças (IIF).
O banco Nomura Securities projeta alta da taxa Selic em 25 pontos básicos, para
12,25% amanhã, no Brasil, e logo depois também no Peru no mesmo percentual para
4,5%. Na terça-feira, será a vez do Chile, podendo aumentar a taxa em 25 pontos
básicos. para 5,25%, e na sexta-feira na Colômbia, para 4,25%. O único país que
deve manter por um longo tempo sua taxa é o México, em 4,5%.
Na Ásia-Pacífico, a Austrália poderá manter a taxa de 4,75% hoje, embora parte
dos analistas veja possibilidade de alta de 25 pontos base, para 5%. Na Nova
Zelândia, o Banco Central poderá amanhã manter o juro básico em 2,5%, com a
confiança do consumidor baixa e o consumo fraco.
Certos analistas mudaram a projeção de que o Banco da Indonésia aumentaria os
juros na quinta-feira, e agora esperam a manutenção da taxa de 6,75%. Isso em
razão de queda na inflação e indicadores de que a economia global entrou num
ritmo mais lento. Mas a economia indonésia continua crescendo acima do
potencial, a taxa de juro continua historicamente baixa e o banco central
poderá retomar o ciclo de alta no terceiro trimestre. Na sexta-feira, o BC de
Sri Lanka poderá manter sua taxa em 8,5%, mas a política de acomodação tende a
logo ter fim.
Boa parte dos analista espera alta no juro básico na Coreia do Sul, na
sexta-feira, em 25 pontos base, para 3,25%. Lá, a inflação caiu para 4,1% e
poderá voltar à meta entre 2% e 4% no segundo semestre, graças à baixa no preço
do barril de petróleo. O ponto central é que a durabilidade da recuperação
econômica coreana não é mais colocada em dúvida e a autoridade monetária poderá
apertar os juros.
A India e a Malásia anunciarão resultados da produção industrial, com provável
aceleração no primeiro e baixa no segundo. Isso dará uma ideia do rumo dos
juros.
Além disso, as atenções do mercado continuam voltadas para a China, segunda
maior economia do planeta. O consenso é de que a politica monetária de Pequim
permanece "muito frouxa". A taxa de juro para empréstimos de 12 meses está em
6,31%, comparado com 7,47% há três anos. Mas usando a inflação como deflator, a
taxa real é negativa (a taxa de inflação ao produtor foi de 6,8% em abril em
ritmo anual). Na zona do euro, o evento será a decisão sobre taxa de juro. A
recuperação econômica perdeu fôlego e a crise da dívida da periferia se
aprofunda. A inflação caiu um pouco, para 2,7%, ainda acima do teto de 2%. O
provável futuro presidente do banco, o italiano Mario Draghi, cobra a
"normalização" da política monetária.
Nesse cenário, embora a taxa deva permanecer em 1,5%, há pouca dúvida de que
uma ligeira queda na inflação seja suficiente para frear o BCE de elevar a taxa
em julho. A questão é o que virá depois. Analistas acham que os juros só voltam
a subir no final de 2012.
Também nos EUA os últimos indicadores de fragilidade econômica e desemprego
recorde empurram para o final de 2012 uma elevação do juro. A taxa para dois
anos é de 0,5%, enquanto a inflação está em 2,5%. A taxa real de juros é
inferior ao crescimento real nos EUA, Grã-Bretanha, Japão, em vários emergentes
e exportadores de petróleo, como nota o banco Natixis, de Paris.
O Fed comprou mais títulos do Tesouro em maio, como parte da segunda rodada do
quantitave easing, acumulando agora papéis valendo mais de US$ 1,5 trilhão. No
final do mês, o Fed deve parar de comprar os títulos do Tesouro ligados ao
"QE". Isso normalmente deveria provocar uma redução do fluxo de capital para os
emergentes, e portanto da acumulação de reservas por esses países e da compra
dos papéis americanos. Mas, diante da fragilidade demonstrada pela retomada
americana, um novo choque de liquidez continua no radar, admitem analistas.

A frágil recuperação americana

A frágil recuperação americana

Os últimos dados sobre o desempenho econômico da economia americana lançam
dúvidas a respeito do vigor e da solidez da recuperação da economia mais
avançada do planeta. O economista Patrick Artus, redator do boletim econômico
da consultoria Natikisis, lançou uma pergunta um tanto retórica: Estamos certos
de que há realmente uma recuperação econômica?
Quase em uníssono, os economistas das consultorias e dos bancos antecipam uma
retomada econômica nos Estados Unidos e na Europa, ainda que mais lenta nos
próximos anos. Uma avaliação mais cuidadosa põe em dúvida tais prognósticos.
Sob o signo da incerteza, há que levantar questões nem sempre consideradas por
analistas mais sanguíneos quando se trata da recuperação da economia dos
Estados Unidos.
Como o leitor atilado desconfia, a 'Ciência Triste' figura no rol dos saberes
precários. Precários os saberes, mas nem por isso menos imprescindíveis para a
legitimação do status quo e de suas consequências para os povos submetidos às
políticas recomendadas por sacerdotes ou consultores. Que digam os gregos
submetidos às dores da crematística, a arte da ação ambiciosa deplorada por
Aristóteles.
Resumo das aflições que afetam a maioria das famílias: rendimentos reais
cadentes e estoque de riqueza idem
Nos Estados Unidos, desde 2010 até agora, a política fiscal expansionista
sustenta o crescimento, enquanto a política monetária escorada no "quantitative
easing" cuida de manter baixas as taxas de juro de longo prazo, aquela exibida
pelos "treasuries" de dez anos. Apesar dos esforços do Federal Reserve e do
Tesouro, a resposta do gasto privado tem sido pífia. O consumo das famílias e o
investimento das empresas permanecem deprimidos e a redução do déficit externo
não é suficiente para compensar a fragilidade dos supracitados componentes da
demanda doméstica.
Em linguagem mais técnica, mas nem tanto: o multiplicador keynesiano está
emperrado. As famílias não conseguem se desvencilhar de uma funesta combinação
entre quatro encrencas: 1) o desemprego de 9,1%, o mais alto do período de pós
recessão dos últimos trinta anos; 2) o elevado grau de endividamento; 3) a
subida dos preços dos alimentos e dos combustíveis, o que corrói as
remunerações estagnadas; e 4) a queda continuada dos valores das residências
(ou, pior, a perda das moradias por inadimplemento).
Resumo das aflições que afetam a maioria das famílias americanas: rendimentos
reais cadentes e estoque de riqueza idem. Diante disso, as empresas fogem do
investimento. Afogadas em liquidez e com capacidade sobrante, as corporações
não financeiras vislumbram o estreitamento das oportunidades de investimento.
Socorrido pelas ações tempestivas do Federal Reserve, os bancos e demais
instituições financeiras agarram-se ao racionamento do crédito. As famílias não
podem e as empresas não querem tomar novos empréstimos. As discussões sobre os
limites do endividamento do governo e a perspectiva de suspensão do
"quantitative easing" não ajudam a melhorar as expectativas do setor privado.
Os dados de maio dão conta da criação de 54 mil empregos, muito aquém dos 165
mil prognosticados pelos economistas ouvidos na pesquisa Bloomberg. Trata-se, é
verdade, de cifras referentes a um mês apenas. Mas, não custa lembra: a
absorção dos desempregados pela recessão e a criação de novos empregos para os
que ingressam no mercado de trabalho supõe, nos próximos anos, a "invenção" de
postos de trabalho num ritmo muito superior à média de 272 mil dos três meses
anteriores (fevereiro, março e abril de 2011).
No livro "A Consciência de um Liberal", Paul Krugman fustiga os mandatos
conservadores de Reagan, seguido das façanhas de Bush pai e filho. Foram 20
anos de celebração da desigualdade. Celebrada pela "economia da oferta", a
desigualdade não se fez de rogada e invadiu a vida americana. Sem cerimônia,
devastou a classe média, próspera e feliz nos anos 50 e 60 do século XX.
O ambiente social calou os dissidentes, produziu unanimidades tão daninhas
quanto grotescas. Esse clima político aplastou as vozes discordantes, satanizou
os sindicatos, reduzindo o seu poder de negociação. O número de sindicalizados
minguou na mesma proporção em que cresceu a participação dos empregos em tempo
parcial e a título precário. Para juntar ofensa à injúria, sobreveio a
destruição dos postos de trabalho mais qualificados na indústria de
transformação, sob o impacto da concorrência chinesa.
O líder do Partido Republicano, John Boehmer apresentou o diagnóstico
conservador nas páginas do "Financial Times": "Nossa economia não esta criando
empregos suficientes.. a responsabilidade por isso é do furor dos democratas em
cobrar impostos, gastar, tomar empréstimos e regulamentar excessivamente (a
economia)".
Declarações como essa permitiram ao articulista do "New York Times", Nicholas
Kristof, lançar ataques virulentos contra os republicanos. Na edição de
domingo, 5 de junho, Kristof admite que os republicanos têm razão quanto à
necessidade de uma política fiscal de longo prazo capaz de reduzir o déficit
(hoje em torno de 10% do PIB) e aplacar a evolução da dívida pública.
Dispara Kristof: "É claro que Sarah Palin ou John Boehmer não pretendem
transformar Washington em Islamabad-sobre-o-Potomac. Mas a maioria dos
republicanos quer 'matar por inanição a besta do governo', reduzir impostos,
bloquear a regulamentação e cortar os serviços sociais - derrubar tudo, menos
os gastos militares. Bem, esta é a marcha em direção ao Paquistão."
Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo, ex-secretário de Política Econômica do
Ministério da Fazenda é professor titular do Instituto de Economia da Unicamp



Durabilidade da reação econômica dos EUA gera inquietação

Uma série de dados econômicos desapontadores que culminou na semana passada com
um relatório sobre a situação dos empregos, está levando até mesmo os
economistas mais otimistas a questionarem a durabilidade da recuperação dos
Estados Unidos.
Analistas como Stephen Stanley da Pierpoint Securities e Michael Feroli do JP
Morgan Chase ainda veem uma melhoria do crescimento nos próximos meses, mas
agora demonstram uma preocupação com uma calmaria da economia que poderá ser
mais prolongada, deixando-a mais vulnerável a choques externos ou erros de
política.
"Vamos melhorar no segundo semestre", disse Feroli, principal economista do JP
Morgan para os EUA e ex-membro da equipe de prognósticos do Federal Reserve
(Fed). "Dito isto, a preocupação é que há uma fraqueza suficiente que poderá se
retroalimentar."
Os planejadores econômicos têm uma liberdade de movimentos limitada para
responder ao acúmulo dos sinais de desaceleração. O Fed está concluindo este
mês seu plano de aquisição de US$ 600 bilhões em títulos do Tesouro, deixando-o
com um saldo de US$ 2,77 trilhões, que para alguns banqueiros centrais é grande
demais.
O déficit fiscal recorde de US$ 1,6 trilhão que a Casa Branca está projetando
para este ano vem deixando o presidente Barack Obama com pouco espaço para usar
a política fiscal para estimular a economia, especialmente com os legisladores
republicanos exigindo cortes nos gastos.
"Nossa economia não está criando empregos suficientes e a farra da tributação,
dos gastos, dos empréstimos e a regulamentação excessiva dos democratas tem uma
grande culpa nisso", disse em 3 de junho John Boehner, presidente da Câmara dos
Representantes e republicano por Ohio.
As folhas de pagamento cresceram no ritmo mais lento em oito meses em maio, e a
taxa de desemprego subiu inesperadamente para 9,1%, contra 9% em abril, segundo
números do Departamento do Trabalho divulgados na sexta-feira. A criação de
54.000 novos empregos seguiu-se a um ganho de 232.000 em abril.
Os números referentes ao nível de emprego seguiram-se a uma série de
estatísticas econômicas que sugerem que a economia americana está se
desacelerando. Em maio, a produção industrial cresceu no menor ritmo em mais de
um ano, segundo dado do Institute for Suply Management divulgado na semana
passada. Os gastos do consumidor, que respondem por 70% da economia americana,
cresceram menos que o previsto em abril.
Stanley, que é o economista-chefe da Pierpoint de Stanford, Connecticut, disse
estar apostando que a fraqueza da economia será temporária, resultado de uma
alta nos preços da gasolina, que já recuaram, e interrupções na cadeia de
suprimentos provocadas pelo terremoto no Japão em março. Mas ele está ficando
mais preocupado. "O espírito da economia está mais fraco", disse Stanley.
Feroli e Stanley começaram o ano mais otimistas que a maioria de seus colegas.
Economistas consultados pela Bloomberg previram um crescimento de 3,1% para a
economia americana em 2011, segundo pesquisa publicada em 13 de janeiro. Na
ocasião, a projeção de Stanley foi de 3,8%, enquanto Feroli cravou 3,3%. De lá
para cá, Stanley reduziu sua previsão para 2,9% e Feroli para 2,4%.
Os dois não estão sozinho no corte de suas previsões. Joe LaVorgna, principal
economista da corretora Deutsche Bank Securities de Nova York, projetou um
crescimento de 3,3% para 2011 no começo do ano, levando em conta o quarto
trimestre sobre o mesmo período anterior. Posteriormente ele reduziu seu número
para 3,1%.
Os economistas não são os únicos com motivos para se preocupar: os números mais
recentes sobre o emprego apresentam um desafio para Obama, cujas possibilidades
de reeleição dependem de uma redução do desemprego.
"O perigo é que se continuarmos dando dois passados para frente e dois para
trás, as pessoas continuarão muito ansiosas com a economia", disse Bill
Carrick, um estrategista democrata. "Não há como isso possa ser politicamente
bom para o presidente." Austan Goolsbee, economista-chefe da administração
Obama, disse que o relatório sobre o nível de emprego representa "um pequeno
solavanco" no caminho da recuperação e que as tendências mais amplas estão
"substancialmente mais positivas" do que quando Obama assumiu em janeiro de
2009.
"Não deveríamos dar muita importância ao relatório de um único mês", disse na
sexta-feira Goolsbee, presidente do Conselho de Consultores Econômicos, em uma
entrevista à Bloomberg Television. "Não há dúvidas de que enfrentamos alguns
ventos desfavoráveis."
O ritmo da recuperação não chega a ser uma surpresa para Kenneth Rogoff,
ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), hoje professor da
Harvard University em Cambridge, Massachusetts. A história mostra que é preciso
tempo para as economias se recuperarem de crises financeiras como a que atingiu
os EUA.

Louis Dreyfus é impedida de terceirizar colheita

Louis Dreyfus é impedida de terceirizar colheita

Justiça proíbe Louis Dreyfus de utilizar mão de obra indireta na colheita mecanizada e no transporte de cana
Terceirização foi uma manobra para ter mão de obra barata, afirma liminar; empresa diz que recorreu da decisão

A Justiça do Trabalho impediu a empresa Louis Dreyfus Commodities Bioenergia S/A, de Jaboticabal, de terceirizar a mão de obra para a colheita mecanizada e o transporte da cana-de-açúcar.
A decisão liminar foi concedida numa ação proposta pelo Ministério Público do Trabalho, que identificou a suposta fraude em esquemas de terceirização. A empresa afirma que já recorreu.
Segundo a decisão da Justiça, a partir da citação, a usina deve contratar diretamente a mão de obra destinada ao setor de colheita mecanizada e transporte. A usina confirmou ter sido citada.
Segundo as investigações da Procuradoria, a empresa transferiu todo o seu maquinário para empregados que manifestaram interesse em abrir empresa e manter contrato exclusivo com a empresa no corte e no transporte.
O contrato previa o repasse de parte dos lucros à usina como pagamento pelo maquinário. Porém, os trabalhadores que adquiriram o equipamento não dispunham de estrutura administrativa e condições financeiras para manter a equipe contratada.
A situação, de acordo com a Procuradoria, provocou o surgimento de diversas irregularidades trabalhistas.
Entre elas estão atrasos salariais, jornadas de trabalho excessivas -cerca de 14 horas por dia, sem folgas- e atos discriminatórios contra empregados que procuraram a Justiça.
De acordo com o texto da liminar, o processo de terceirização adotado pela empresa é "uma manobra ilegal para a contratação de mão de obra barata, com consequente fraude de direitos trabalhistas, tendo por finalidade a redução dos custos do empreendimento".
Em nota, a Louis Dreyfus informou que tomou as providências necessárias para o cumprimento da decisão logo após ser notificada, mas que no seu entendimento a contratação de prestadores de serviços agrícolas é lícita.

Badalada, dupla é ídolo entre os analistas gráficos

Badalada, dupla é ídolo entre os analistas gráficos

A Leandro & Stormer tem uma escola em São Paulo e outra em Porto Alegre com
duas salas para 40 pessoas cada, por onde passam em média 200 alunos por mês.
Outros 200 fazem os cursos via internet, facilidade que começou a ser oferecida
em 2010. "Achávamos que o ensino à distância não ia dar certo, mas descobrimos
que o aproveitamento é até melhor que o do curso presencial", afirma Alexandre
Wolwacz, o Stormer.
Em nove anos, ele e o sócio Leandro Ruschel se orgulham de terem formado cerca
de 20 mil pessoas, dos quais metade se tornou investidor. "Mas nosso perfil é o
aplicador de curtíssimo prazo, o 'trader', que segue os gráficos, e não o
investidor de longo prazo, que estuda a empresa e quer ser sócio dela", deixa
claro Ruschel.
Os dois reconhecem que têm de enfrentar o preconceito de boa parte do mercado
com relação à análise gráfica. "Esse preconceito é justificado, pois até
recentemente a análise técnica ou gráfica sofria pela falta de uma abordagem
mais científica", afirma Stormer. "Eu sou médico e resolvi aplicar à análise
técnica os mesmos conceitos que aprendi na medicina, de observação empírica e
levantamento de dados estatísticos, para ver o que realmente funcionava", diz.
Para aprofundar esse trabalho, montaram uma equipe de nove estatísticos e
analistas que ajudam a estudar os modelos de investimento a serem adotados.
O resultado é que os dois são investidores bem-sucedidos, que passaram a ser
seguidos de perto por uma multidão de admiradores/especuladores. "Temos nossos
modelos para montar estratégias de investimento e incentivamos os alunos a
procurarem os seus", afirma Ruschel. Ele lembra que, apesar de todo preconceito
com a análise gráfica, muitos gestores de fundos os procuram para saber o que
eles acham do mercado. "Em 2008, na crise, choveram ligações de gestores
fundamentalistas perguntando qual seria o fundo do poço para o Ibovespa",
lembra Ruschel.
Mas o foco, desde o começo, foi educação, diz Stormer, lembrado que o site
começou em 2002 com os dois trocando experiências com outros investidores. Em
2003, já eram 10 mil cadastrados. "Vimos que as pessoas se sentiam inseguras em
operar e perdiam esse medo ao discutir e aprender com outras mais experientes."
A tietagem sobre os dois é tão grande que um dos 30 cursos que oferecem
consiste em passar três dias operando junto com eles, o dia todo, ao preço de
R$ 7 mil. "Temos cursos mais baratos, como o básico, de três horas, que custa
R$ 190, mas o carro-chefe é o de análise técnica para 'traders', que dura 16
horas e custa R$ 990", explica Ruschel. "Mostramos que também podemos perder,
mas que costumamos acertar mais do que errar", afirma, acrescentando que "quem
diz que só acerta é mentiroso".
XP e Leandro & Stormer têm muita história em comum. Ambas começaram em Porto
Alegre, quase na mesma época, chegando a ser vizinhas de prédio. "Sempre
conversamos e agora tivemos a oportunidade de fechar uma parceria", explica
Guilherme Benchimol, da XP. Os novos parceiros terão comissão nos negócios
feitos por seus clientes no home broker da XP e a corretora terá uma parcela
dos ganhos nos cursos dados pela dupla.