PLANO DE OPÇÕES PODE NÃO SER TÃO EFETIVO PARA NY
O
Banco Central Europeu e o FOMC (equivalente ao COPOM americano)
mantiveram o discurso que indica uma continuação da política monetária
expansionista.
Dados
do crescimento do PIB e do índice de manufaturados dos Estados Unidos
ajudaram o mercado acionário, assim como a criação de postos de
trabalhos menor do que esperada no mês de julho – que apesar de não ser
positiva faz o investidor crer na manutenção do status quo do FED.
As
principais bolsas de ações da Europa tiveram alta ao redor de 2%,
exceção à bolsa inglesa que apreciou próximo de 1% como as americanas.
Entre
as commodities os ganhos do petróleo e óleo de aquecimento ajudaram o
SPGSCI a fechar em alta, enquanto a queda do milho e soja empurraram os
DJAIG e o CRB para baixo.
O
café em Nova Iorque bateu o menor nível desde 16 de julho de 2009
ajudado por prognósticos de clima menos frio no Brasil, da fraqueza da
moeda brasileira e de vendas de especuladores.
Londres cedeu US$ 2.40 a saca, menos do que os US$ 5.29 do arábica, apesar de um volume maior de venda de origens.
A
queda do arábica foi interrompida na sexta-feira com mais uma rodada de
notícias sobre prováveis anúncios que serão feitos na segunda-feira dia
5 de agosto de um plano de opções no Brasil. O noticiário diz que o
plano dará a oportunidade dos produtores venderem seus cafés para o
governo, e fala-se até de um preço por saca de R$ 360.00, bem acima do
preço mínimo de R$ 307.00.
O
fluxo de negócio no físico foi melhor entre os intermediários do que de
produtores para exportadores, com diferenciais um pouco mais
descontados para o robusta e ainda apertados para o arábica.
A
ICE suspendeu a “certificação” de 124,600 sacas de café estocado em um
armazém na Antuérpia em função de problemas de qualidade provocados por
condições insatisfatórias do local. A informação não é significativa
para mexer nos preços dado o volume e a quantidade de café certificado
que se mantém em 2,75 milhões de sacas – próximo dos mesmos patamares de
março de 2010.
O
pico da entressafra do Vietnã deu folego para que o contrato da LIFFE
se firmasse até recentemente, não permitindo que o “C” rompesse os 110
centavos, com a arbitragem mostrando bastante suporte a 35 centavos.
Acontece que com a proximidade do começo da colheita na Ásia e o
enfraquecimento da moeda brasileira o suporte de preços pode ficar
frágil, e o mercado fica vulnerável para fazer novas mínimas.
Se
não houver nenhuma novidade vinda do Brasil de algum plano que enxugue
os estoques, os fundos que tecnicamente tem todos os motivos para
continuar vendendo, encontrarão menos torradores com ordens de compra em
escala de baixa, e tudo indica veremos Nova Iorque testar a parte baixa
do intervalo entre 110 e 130 centavos que tenho defendido.
Vale
lembrar que o peso da safra 13/14 do Vietnã é grande, principalmente
com estoques nas mãos de produtores do país que devem vir ao mercado em
breve. Ou seja, um eventual plano de ajuda no Brasil pode não ser tão
efetivo, e no final acabar por beneficiar mais os produtores asiáticos
do que os sul-americanos.
Analistas
de bancos estão revisando suas apostas do valor do real, com alguns
prevendo que a moeda negociará a 2.40 muito em breve. A desvalorização
tornará menos dolorosa a performance das cotações do mercado futuro, que
não prometem recuperação significativa para ajudar os que precisam
negociar esta safra e seus estoques.
Não haverá comentário de café nas duas próximas semanas, voltarei a escrever no final de semana do dia 24 de agosto.
Uma boa semana e muito bons negócios a todos.