Café=Frango uma escravatura branca
A produção avícola no Brasil tem se dado no sistema integrado de produção onde o produtor recebe do frigorífico abatedouro os pintinhos, os insumos, os transporte e ele o produtor fica encarregado de produzir o frango. Na época do abate o frigorífico manda buscar na propriedade o produto terminado, o frango, e paga por ele um preço pré determinado entre as partes ,valor esse que remunera o produtor de seus serviços prestado, um mero prestador de serviços.
A nossa cafeicultura esta partindo para o mesmo caminho, com a diferença que a produção nossa é anual, ou melhor, bienal e a de frango através de rodízio de galpões o produtor consegue um faturamento mensal.
O mercado fica trabalhando dentro de uma variação de bolsa, digo bolsa de Nova Iorque a Ice (Berg), dentro dessa variação, chamada de suporte e resistência, é que dão o tom do mercado físico de café domestico. Trabalham fazendo hegde que seria o seguro dos grandes investidores ou trades,o que significa que quando compra no mercado físico nosso café vendem na bolsa, e quando compram bolsa vendem no físico,nunca perdem sempre tem como fazer o hedge. Uma tradução simples de hedge seria cerca.
Em finanças, chama-se cobertura (hedge (em inglês) ao instrumento que visa proteger operações financeiras contra o risco de grandes variações de preço de determinado ativo.Quando o produtor vende uma CPR visando se assegurar de um preço atual que possivelmente não terá no futuro ele esta fazendo seu hedge.
Essa variação de mercado que esta estacionada nos últimos 3 meses, entre os piores dias de baixa que foi dia 13/07/09 no valor de 116.45 cents de dólar por libra peso formando um suporte nesse nível e a máxima de 146.45 também cents de dólar por libra peso que foi no dia 02/06/2009 formando uma resistência .Ficamos dentro desse intervalo onde as grandes companhias traders e industria trabalham, abrem as compras quando cai e diminuem quando sobem nos mantendo dentro desse intervalo.Grandes companhias de fertilizantes e insumos também trabalham neste sentido, nos mantendo dentro dos intervalos que os melhor remuneram, deixando nos produtores a ver navios.Estamos recebendo pelo nosso café aquilo que eles acham que é o suficiente para nos manter vivos .Com as melhores informações possíveis sabem quando viremos comprar insumo ou quando vamos pagar nossa contas no banco não nos deixando receber um preço justo pela nossa mercadoria,simplesmente o que acham que nos remunera.Enquanto uma saca de café torrado, transformado em café expresso ,por exemplo, custa pro consumidor R$11.250,00 a saca de 60 kg ou seja R$2,50 a chicrinha de café nos recebemos uma miséria migalha desse valor.
Isso é um jogo de cartas marcadas onde a grande brincadeira ,diga-se de passagem de mal gosto, é a de lesar o bolso e o património do produtor.
Temos que ter força para se opor a esse sistema carrasco que estão nos impondo a força guela a baixo.
Esse fair trader que tanto falam é só pra inglês ver.
A diferença entre o produtor de frango, e de café ,seria que nós não temos o fluxo de caixa mensal e nem um faturamento combinado, estamos jogados em um mercado de canibais,que nos pagam só o suficiente para não acabarmos de morrer.
“Café=Frango uma escravatura branca”.
Wagner Pimentel
www.cafezinhocomamigos.blogspot.com
MANHUAÇU MG 28/09/09
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Nós da Associação Paranaense de Cafeicultores – APAC queremos o debate das idéias
OPINIÃO - Nós da Associação Paranaense de Cafeicultores – APAC queremos o debate das idéias
Ricardo Gonçalves Strenger - Londrina - PR
Há oito anos, quando estava presidente da Associação Paranaense de Cafeicultores – APAC-, eu e meus companheiros, lançamos várias idéias, e naquela época se transformaram em propostas da entidade.
Reassumimos a presidência da APAC há pouco mais de 60 dias, com uma diretoria coesa, e com a responsabilidade de retomarmos as idéias e ideais da associação.
A minha responsabilidade aumentou junto aos meus companheiros, que querem unicamente que defendamos a classe dos produtores de café, portanto, a cafeicultura paranaense e consequentemente brasileira.
Nosso objetivo é não faltar com a verdade e ser fiel a nós mesmos.
Dias difíceis já duram mais de uma década, e no nosso retorno encontramos as mesmas lideranças que em 2001 encararam com ceticismo os novos rumos, que então propúnhamos.
Seria muita ingenuidade pensar que tanto eu, quanto a APAC, podemos influenciar no mercado. Só podemos propor outros caminhos para tentar construir um futuro melhor.
Alguns mais aquinhoados conseguiram diversificar suas atividades, tornando-se torradores de café e até mesmo exportadores. Só temos que elogiar a capacidade empresarial destas pessoas e entidades. Mas, é claro que estes encontram uma certa dificuldade de fazer propostas que beneficiem o produtor primário de uma forma geral, pois este setor é o que menos rende lucro, ou até mesmo, diríamos, é o que mais dá prejuízos.
As idéias da APAC se tornaram realidade pelo simples fato da lei da rotulação do café ter sido aprovada no Paraná e referendada pelo Supremo Tribunal Federal.
Não somos portadores da verdade, mas quando dizemos algo, nunca é no sentido de ofender alguém, e se assim se sentirem não foi nosso intuito. Nós da APAC queremos o debate das idéias, o que não tem havido. Desde os primeiros dias temos visto que há omissão de uma parte das lideranças da classe. É claro, que há ressalva daqueles que concordam com as propostas, mas aqueles que possivelmente não concordam se omitem do debate.
Não posso aceitar que simplesmente sejamos ofendidos por emitir opiniões, que certas ou erradas, são feitas de maneira objetiva e direta, sem subterfúgios ou interesses pessoais.
É evidente, que a rotulação, agregação de valor, a ABCA, retirada do Brasil da OIC, CDPC, instrução normativa nº 8 (PVAs), Brasil Café, etc,etc, são propostas polêmicas merecedoras de debates. Se não acharem, pelo menos digam o por que.
A cafeicultura brasileira tem 282 anos e nada mudou até hoje, para mudar temos que virar “mesa”. Muito me incentivou as palavras de grande conhecedor do setor, que concordou integralmente com as propostas da APAC, fazendo a ressalva de que era difícil introduzi-las.
Precisamos realmente repetir o mesmo discurso de anos, até a exaustão, e até despertar os omissos. Estamos abertos ao diálogo, ao debate, aos elogios e às críticas; não são necessários intermediários.
Propomos a todos os interessados, lideranças e produtores, inclusive de Robusta/Conillon, um debate conciliatório, para que possamos, definitivamente, superar qualquer divergência e dar novos rumos à cafeicultura brasileira. Concordamos que se a conclusão não for favorável às nossas propostas, elas sejam simplesmente esquecidas, porém, caso contrário, lutemos para que sejam implantadas.
Gostaria de esclarecer, que não sou contra a compra de café pelo governo federal, como foi entendido por alguns. Sou apenas contra o estoque, que acho ser ineficiente. A APAC, assim como eu, assumimos a responsabilidade de defender a cafeicultura paranaense e brasileira.
Ricardo Gonçalves Strenger
Presidente da APAC
ricardostrenger@yahoo.com.br
Londrina, 27 de setembro de 2009.
Ricardo Gonçalves Strenger - Londrina - PR
Há oito anos, quando estava presidente da Associação Paranaense de Cafeicultores – APAC-, eu e meus companheiros, lançamos várias idéias, e naquela época se transformaram em propostas da entidade.
Reassumimos a presidência da APAC há pouco mais de 60 dias, com uma diretoria coesa, e com a responsabilidade de retomarmos as idéias e ideais da associação.
A minha responsabilidade aumentou junto aos meus companheiros, que querem unicamente que defendamos a classe dos produtores de café, portanto, a cafeicultura paranaense e consequentemente brasileira.
Nosso objetivo é não faltar com a verdade e ser fiel a nós mesmos.
Dias difíceis já duram mais de uma década, e no nosso retorno encontramos as mesmas lideranças que em 2001 encararam com ceticismo os novos rumos, que então propúnhamos.
Seria muita ingenuidade pensar que tanto eu, quanto a APAC, podemos influenciar no mercado. Só podemos propor outros caminhos para tentar construir um futuro melhor.
Alguns mais aquinhoados conseguiram diversificar suas atividades, tornando-se torradores de café e até mesmo exportadores. Só temos que elogiar a capacidade empresarial destas pessoas e entidades. Mas, é claro que estes encontram uma certa dificuldade de fazer propostas que beneficiem o produtor primário de uma forma geral, pois este setor é o que menos rende lucro, ou até mesmo, diríamos, é o que mais dá prejuízos.
As idéias da APAC se tornaram realidade pelo simples fato da lei da rotulação do café ter sido aprovada no Paraná e referendada pelo Supremo Tribunal Federal.
Não somos portadores da verdade, mas quando dizemos algo, nunca é no sentido de ofender alguém, e se assim se sentirem não foi nosso intuito. Nós da APAC queremos o debate das idéias, o que não tem havido. Desde os primeiros dias temos visto que há omissão de uma parte das lideranças da classe. É claro, que há ressalva daqueles que concordam com as propostas, mas aqueles que possivelmente não concordam se omitem do debate.
Não posso aceitar que simplesmente sejamos ofendidos por emitir opiniões, que certas ou erradas, são feitas de maneira objetiva e direta, sem subterfúgios ou interesses pessoais.
É evidente, que a rotulação, agregação de valor, a ABCA, retirada do Brasil da OIC, CDPC, instrução normativa nº 8 (PVAs), Brasil Café, etc,etc, são propostas polêmicas merecedoras de debates. Se não acharem, pelo menos digam o por que.
A cafeicultura brasileira tem 282 anos e nada mudou até hoje, para mudar temos que virar “mesa”. Muito me incentivou as palavras de grande conhecedor do setor, que concordou integralmente com as propostas da APAC, fazendo a ressalva de que era difícil introduzi-las.
Precisamos realmente repetir o mesmo discurso de anos, até a exaustão, e até despertar os omissos. Estamos abertos ao diálogo, ao debate, aos elogios e às críticas; não são necessários intermediários.
Propomos a todos os interessados, lideranças e produtores, inclusive de Robusta/Conillon, um debate conciliatório, para que possamos, definitivamente, superar qualquer divergência e dar novos rumos à cafeicultura brasileira. Concordamos que se a conclusão não for favorável às nossas propostas, elas sejam simplesmente esquecidas, porém, caso contrário, lutemos para que sejam implantadas.
Gostaria de esclarecer, que não sou contra a compra de café pelo governo federal, como foi entendido por alguns. Sou apenas contra o estoque, que acho ser ineficiente. A APAC, assim como eu, assumimos a responsabilidade de defender a cafeicultura paranaense e brasileira.
Ricardo Gonçalves Strenger
Presidente da APAC
ricardostrenger@yahoo.com.br
Londrina, 27 de setembro de 2009.
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