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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Nós da Associação Paranaense de Cafeicultores – APAC queremos o debate das idéias

OPINIÃO - Nós da Associação Paranaense de Cafeicultores – APAC queremos o debate das idéias




Ricardo Gonçalves Strenger - Londrina - PR

Há oito anos, quando estava presidente da Associação Paranaense de Cafeicultores – APAC-, eu e meus companheiros, lançamos várias idéias, e naquela época se transformaram em propostas da entidade.

Reassumimos a presidência da APAC há pouco mais de 60 dias, com uma diretoria coesa, e com a responsabilidade de retomarmos as idéias e ideais da associação.

A minha responsabilidade aumentou junto aos meus companheiros, que querem unicamente que defendamos a classe dos produtores de café, portanto, a cafeicultura paranaense e consequentemente brasileira.

Nosso objetivo é não faltar com a verdade e ser fiel a nós mesmos.

Dias difíceis já duram mais de uma década, e no nosso retorno encontramos as mesmas lideranças que em 2001 encararam com ceticismo os novos rumos, que então propúnhamos.
Seria muita ingenuidade pensar que tanto eu, quanto a APAC, podemos influenciar no mercado. Só podemos propor outros caminhos para tentar construir um futuro melhor.

Alguns mais aquinhoados conseguiram diversificar suas atividades, tornando-se torradores de café e até mesmo exportadores. Só temos que elogiar a capacidade empresarial destas pessoas e entidades. Mas, é claro que estes encontram uma certa dificuldade de fazer propostas que beneficiem o produtor primário de uma forma geral, pois este setor é o que menos rende lucro, ou até mesmo, diríamos, é o que mais dá prejuízos.

As idéias da APAC se tornaram realidade pelo simples fato da lei da rotulação do café ter sido aprovada no Paraná e referendada pelo Supremo Tribunal Federal.

Não somos portadores da verdade, mas quando dizemos algo, nunca é no sentido de ofender alguém, e se assim se sentirem não foi nosso intuito. Nós da APAC queremos o debate das idéias, o que não tem havido. Desde os primeiros dias temos visto que há omissão de uma parte das lideranças da classe. É claro, que há ressalva daqueles que concordam com as propostas, mas aqueles que possivelmente não concordam se omitem do debate.

Não posso aceitar que simplesmente sejamos ofendidos por emitir opiniões, que certas ou erradas, são feitas de maneira objetiva e direta, sem subterfúgios ou interesses pessoais.
É evidente, que a rotulação, agregação de valor, a ABCA, retirada do Brasil da OIC, CDPC, instrução normativa nº 8 (PVAs), Brasil Café, etc,etc, são propostas polêmicas merecedoras de debates. Se não acharem, pelo menos digam o por que.

A cafeicultura brasileira tem 282 anos e nada mudou até hoje, para mudar temos que virar “mesa”. Muito me incentivou as palavras de grande conhecedor do setor, que concordou integralmente com as propostas da APAC, fazendo a ressalva de que era difícil introduzi-las.
Precisamos realmente repetir o mesmo discurso de anos, até a exaustão, e até despertar os omissos. Estamos abertos ao diálogo, ao debate, aos elogios e às críticas; não são necessários intermediários.

Propomos a todos os interessados, lideranças e produtores, inclusive de Robusta/Conillon, um debate conciliatório, para que possamos, definitivamente, superar qualquer divergência e dar novos rumos à cafeicultura brasileira. Concordamos que se a conclusão não for favorável às nossas propostas, elas sejam simplesmente esquecidas, porém, caso contrário, lutemos para que sejam implantadas.

Gostaria de esclarecer, que não sou contra a compra de café pelo governo federal, como foi entendido por alguns. Sou apenas contra o estoque, que acho ser ineficiente. A APAC, assim como eu, assumimos a responsabilidade de defender a cafeicultura paranaense e brasileira.



Ricardo Gonçalves Strenger
Presidente da APAC
ricardostrenger@yahoo.com.br
Londrina, 27 de setembro de 2009.

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