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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Com foco no campo fundamental, café fecha com ganhos na ICE 19/10/2011

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quarta-feira com altas, em uma sessão que predominantemente os participantes se mostraram compradores. Mesmo com os mercados externos passando a ficar pressionados no período da tarde, com novas notícias negativas sobre a economia, os ganhos do café pouco foram abalados.

Operadores ressaltaram que várias compras foram processadas por players que buscam proteção ante a incerteza dos danos provocados por fortes chuvas que continuam a ser registradas na América Central, México e na Colômbia. Dessa forma, o comportamento dos arábicas no dia esteve muito mais atrelado a aspectos fundamentais que técnicos, o que impediu uma "contaminação" da retomada do mau humor dos segmentos externos.
Dados do Federal Reserve divulgados na tarde desta quarta-feira apontaram que a economia dos Estados Unidos se mostra em expansão, mas num ritmo bastante modesto. O equivalente ao Banco Central norte-americano ainda sustentou que se verifica uma piora nas condições financeiras, com redução da demanda por crédito, o que deprimiu o mercado, elevando os investimentos mais seguros. Os dados do Fed foram lidos como "desanimadores" por participantes e isso ficou estampado em indicadores de mercado, como as bolsas de valores norte-americana, que caíram ao final do dia. Segmentos de maior risco, como as commodities, também foram pressionadas. O dólar encerrou o dia com perda de 2,5%.
As constantes chuvas que se registram nos últimos dias no México deixaram apenas no Estado de Tabasco mais de 250 mil pessoas desabrigadas. Na Colômbia, as precipitações fizeram com 32 pessoas morressem desde o começo de setembro. Segundo a emissora de TV TeleSur, também são verificados problemas causados pelas chuvas em várias nações da América Central.
No encerramento do dia, o dezembro em Nova Iorque teve alta de 465 pontos com 236,15 centavos, sendo a máxima em 239,25 e a mínima em 230,90 centavos por libra, com o março tendo ganho de 445 pontos, com a libra a 239,10 centavos, sendo a máxima em 242,00 e a mínima em 234,00 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição novembro registrou baixa de 14 dólares, com 1.872 dólares por tonelada, com o janeiro tendo desvalorização de 14 dólares, com 1.899 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o café volta a se movimentar sem um direcionamento técnico mais concreto. No dia, a predominância foi de fatores fundamentais, ao passo que também há a influência dos segmentos externos para o andamento recente do café. "O suporte mais efetivo atual, que seria em 225,00-215,00 centavos, não vem sendo testado, mas também não conseguimos progredir para resistências mais básicas, como 240,00 centavos", disse um trader.
"Estamos conversando com alguns players e alguns se mostram receosos que a Colômbia volte a ser atingida por um cenário de chuvas intensas como as verificadas na temporada passada. Apesar de o fenômeno El Niña não estar atuando, o que se vê é um volume muito alto de precipitações, inclusive em áreas produtoras. Ainda não temos dados sobre os efeitos dessas chuvas nas zonas produtoras, mas elas poderão, sim, representar uma baixa nas estimativas de produção", disse um trader.
As exportações de café de Uganda projetadas para outubro deverão ter um aumento de, ao menos, 6%, com a utilização de mais estoques para cumprimento de obrigações contratuais, indicou a Autoridade para o Desenvolvimento do Café de Uganda. As remessas deverão atingir 200 mil sacas, contra 188.012 sacas remetidas ao exterior pelo país africano em outubro do ano passado.
As exportações de café do Brasil em outubro, até o dia 18, somaram 1.128.115 sacas, contra 1.223.979 sacas registradas no mesmo período de setembro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 350 sacas, indo para 1.365.572 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 18.317 lotes, com as opções tendo 9.085 calls e 3.136 puts. Tecnicamente, o setembro na ICE Futures US tem uma resistência em 239,25, 239,50, 239,90-240,00, 240,50, 241,00, 241,50, 242,00, 242,50, 243,00, 243,50 e 244,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 230,90, 230,50, 230,10-230,00, 229,50-229,40, 229,00, 228,50, 228,35, 228,10-228,00, 227,50, 227,00, 226,50, 226,00, 225,50 e 225,10-225,00 centavos por libra.