Em dia de boa volatilidade, café volta a conseguir ganhos na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US tiveram uma quarta-feira de altas, numa recuperação bastante interessante, após os preços terem apresentado uma retração efetiva ao longo da primeira metade do dia. A sessão se iniciou com uma tendência para correção, após os bons ganhos experimentados nos terminais nos últimos três pregões. Entretanto, os especuladores e fundos se posicionaram no lado vendedor e rapidamente as perdas foram ganhando corpo. No entanto, ao não conseguir romper o nível psicológico de 190,00 centavos, o maio abriu espaço para as recompras, que foram executadas com bastante solidez. O primeiro contrato inverteu a mão e passou a registrar avanços, chegando, inclusive, pelo segundo dia consecutivo, a testar o nível psicológico de 200,00 centavos de dólar. No encerramento, porém, o maio ficou abaixo desse patamar. O mercado se mostra bastante sustentado, com a preocupação dos players com a disponibilidade global continuando a nortear os negócios. Diante da incerteza sobre a safra brasileira de 2014, muitos participantes continuam a desencadear um movimento protetivo e os ganhos se mostram consideráveis.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição maio teve alta de 335 pontos, com 199,82 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 200,25 centavos e a mínima de 190,15 centavos, com o julho registrando ganho de 340 pontos, com 202,10 centavos por libra, com a máxima em 202,45 centavos e a mínima em 192,40 centavos. Na Euronext / Liffe, o maio teve queda de 33dólares, com 2.141 dólares por tonelada, com o julho apresentando desvalorização de 33 dólares, para 2.133 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia na bolsa nova-iorquina foi marcado pela volatilidade. A posição maio variou quase mil pontos ao longo do dia, com algumas perdas pronunciadas pela manhã. Os analistas, contudo, ressaltaram a consistência atual do mercado, que conseguiu inverter o quadro e fechar com ganhos interessantes. Tecnicamente, o "target" para o maio é 200,00 centavos, no curto prazo, com o objetivo seguinte residindo em 209,75 centavos. No segmento externo, o dia foi de boas altas para as bolsas de valores nos Estados Unidos, ao passo que o dólar caiu em relação a uma cesta de moedas internacionais. Nas commodities, alta para o petróleo, ao passo que nos softs o açúcar recuou e café, trigo e cacau tiveram bom desempenho.
"Não tivemos uma mudança no cenário. O mercado se mantém tenso e tende a manter o comportamento comprador, principalmente quanto às incertezas sobre a safra brasileira nesta temporada. Tivemos um março com muitas fixações dos produtores brasileiros, algo que diminuiu consideravelmente nos últimos dias e que também contribuiu para que os ganhos se efetivassem. Diante da incerteza quanto à disponibilidade global, o mecanismo escolhido é o mais conservador, com compras protetivas. Algumas correções, como as da manhã desta quarta, são esperadas, ante o avanço significativo recente", disse um trader.
O Brasil exportou 4,4% a mais de café em março passado na comparação com o mesmo mês de 2013, mas a receita foi 9,9% inferior. Dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) mostram embarques de2.682.437 sacas (verde, torrado & moído e solúvel), contra 2.568.939 em março de 2013. Já a receita foi de 429,285 milhões de dólares. Considerando o ano safra, foram comercializadas 24.823.991 sacas de café entre julho de 2013 e março de 2014, 7,9% mais que no mesmo período da safra anterior. A receita acumulada é de 3,664 bilhões de dólares. O arábica respondeu por 85,9% das vendas do país no mês passado, o solúvel por 9,2% e o robusta por 4,8%. Os Estados Unidos lideraram as compras de café brasileiro, sendo seguidos por Alemanha e Itália.
As exportações brasileiras no mês de abril, até o dia 07,totalizaram 369.951 sacas, queda de 22,9% em relação às 480.038 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé.
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 3.687 sacas, indo para 2.596.174 sacas.
Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem resistência200,25, 200,50, 201,00, 201,50, 202,00, 202,50, 202,80, 203,00, 203,50, 204,00,204,50, 204,90-205,00 e 205,50 centavos de dólar, com o suporte em 190,15,190,10-190,00, 189,50, 189,00, 188,50, 188,00, 187,50, 187,00, 186,50, 186,00,185,50, 185,00, 184,50 e 184,00 centavos.
Londres tem dia de retração, mas se mantém acima dos US$ 2.100
O bom desempenho dos preços dos cafés robustas negociados na Euronext / Liffe não conseguiu ser repetido nesta quarta-feira. Em uma sessão relativamente tranquila, os vendedores foram predominantes e os terminais fecharam no lado negativo da escala. No entanto, a posição maio conseguiu preservar, sem maiores problemas, o intervalo acima do nível psicológico de 2.100 dólares.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por algumas vendas especulativas e também realizações de lucro, após os avanços significativos dos últimos dias. Algumas perdas também estiveram na esteira das retrações da manhã para os arábicas em Nova Iorque. Entretanto, na bolsa norte-americana o que se viu foi uma recuperação, na parte final do dia, algo que não conseguiu ser produzido na casa de comercialização britânica.
"Tivemos um dia com algumas liquidações, mas com uma volatilidade modesta. Temos de lembrar que a maior pressão sobre a oferta está com os cafés do tipo arábica. Assim, as oscilações com os robustas são menores e mais facilmente de passarem por correções. Ainda assim, o cenário em Londres ainda é bastante positivo", disse um trader.
O maio teve uma movimentação ao longo do dia de 5,48 mil contratos, contra 8,69 mil do julho. O spread entre as posições maio e julho ficou em 8 dólares.
No encerramento do dia, o maio teve queda de 33 dólares, com2.141 dólares por tonelada, com o julho apresentando desvalorização de 33dólares, para 2.133 dólares por tonelada.