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quarta-feira, 9 de abril de 2014

Marex revisa oferta global de café para déficit de 7,1 mi de sacas

São Paulo, 08 - A corretora britânica Marex  Spectron divulgou relatório de abril sobre o mercado de café no qual estima déficit global do grão de 7,1 milhões de sacas de 60 quilos na safra 2014/15, em comparação ao superávit de 3,6 milhões de sacas em 2013/14 e excedente de 6,05 milhões de sacas em 2012/13. No relatório anterior, de janeiro, a Marex previa superávit de 1,9 milhão de sacas em 2014/15.

A corretora informa que uma inédita seca nas áreas produtoras do Brasil, entre meados de janeiro e início de fevereiro, mudou completamente as projeções para o mercado do grão. "A seca levou o balanço global 2014/15 a um déficit de 7,1 milhões de sacas. Mas isso será antecedido de um superávit acumulado de 9,65 milhões de sacas ao longo de 2012/13 e 2013/14", observa a Marex.

A safra brasileira em 2014/15, cuja colheita se inicia entre maio e junho, está estimada pela Marex em 49 milhões de sacas, em comparação com 55 milhões de sacas na previsão de janeiro passado. A mais recente estimativa oficial da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada antes da estiagem, projeta a safra brasileira 2014/15 entre 46,53 milhões e 50,15 milhões de sacas, com média de 48,3 milhões de sacas, em comparação aos 49,15 milhões de sacas no período anterior.

Conforme o relatório da Marex, "não há nenhum problema com a disponibilidade física de café no ano civil de 2014, mas existem significativos riscos que ameaçam 2015/16". Além do problema no Brasil, o futuro é incerto por causa da ameaça de desenvolvimento do fenômeno climático El Niño, que pode prejudicar plantações, e pela doença roya nos cafezais da América Central. "É muito cedo para tentar prever o balanço 2015/16, mas já há razões para temer um outro déficit significativo em 2015/16, o que levaria a preços substancialmente mais altos", avalia a corretora.

Modelos climáticos estão começando a mostrar o aumento da temperatura do Oceano Pacífico, indicando um provável retorno do El Niño, pela primeira vez desde 2009. "A semelhança com o forte El Niño de 1997, na mesma época do ano, é impressionante, mas ainda é muito cedo para prever o impacto que isso pode ter sobre a produção em 2014/15", diz a Marex.

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