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domingo, 28 de agosto de 2011

Mercado de Açúcar – Comentário Semanal – de 22 a 26 de agosto de 2011

Mercado de Açúcar – Comentário Semanal – de 22 a 26 de agosto de 2011
A VANGUARDA DO ATRASO O mercado de açúcar em NY fechou a semana com pressão nos primeiros meses de vencimento, empurrando para baixo o outubro/2011 que encerrou a semana a 30,22 centavos de dólar por libra-peso, queda de 74 pontos, pouco mais de 16 dólares por tonelada. Março e maio também fecharam mais fracos perdendo, respectivamente, 8 e 3 dólares por tonelada na semana. Os meses com vencimento mais longo (após outubro de 2012) fecharam a semana com ganhos de até 12 dólares por tonelada na semana, indicando que a percepção de que a situação de oferta por parte do principal país exportador (Brasil) continuará a pesar sobre o mercado internacional, antecipando assim hedges de compra para aquele período. Como pano de fundo do velho padrão petista de fazer as coisas e piorar tudo (vide Correio, Infraero, ANEEL), a ANP (Agência Nacional do Petróleo) divulgou na semana passada uma minuta que disciplina a produção de etanol no país. Segundo a agência, a minuta é resultado de consulta pública (sei, sei). Mas no fundo no fundo, a ideia é deixar o setor de joelhos e ressuscitar o anacrônico Instituto do Açúcar e do Álcool. Esse pessoal é o que há de mais moderno em termos de atraso.Se for aprovada a tal minuta, construir, ampliar a capacidade, modificar e operar planta de etanol dependerá de autorização prévia da agência, caso a caso. Aqui o leitor já percebe nas entrelinhas do que se trata. Um truque da burocracia paquidérmica e boçal que mina o Brasil que trabalha, para poder botar a mão no bolso do empresariado, sem pedir licença. Até para aumentar a capacidade de armazenamento de etanol, as usinas terão que pedir benção aos cardeais da agência. Depois de recebida a solicitação, a agência terá até 60 dias, para analisar o pedido de autorização para construção. Depois de concluída a obra, a empresa deverá então solicitar à agência nova autorização, desta vez para operar a usina. Imagine o custo que essa insanidade toda vai acarretar.O pior não é isso. Estamos assistindo ao renascimento do controle do Estado e, como sói acontecer, para desestruturar um setor que já tem de sobra problemas estruturais para resolver sozinho. Veja algumas simulações a seguir.A Archer Consulting estima (com dados obtidos da ANFAVEA, Bioagência e Sindipeças e da própria Archer) que a frota de veículos leves no Brasil em 2016, vai alcançar 41,6 milhões de unidades dos quais 65% serão flex. Assumindo que 45% dos proprietários de carros flex optem por etanol no momento de encher o tanque e que a mistura de anidro na gasolina caia para 18% nos próximos anos, o consumo total de combustível para 2016 será de 72,3 bilhões de litros, 39,5 bilhões de etanol e 32,8 de gasolina A.Para atender a essa demanda conservadora e assumindo que a participação do Brasil no mercado internacional de açúcar mantenha-se nos níveis atuais, o país terá que moer em 5 anos, pelo menos 830 milhões de toneladas de cana, ou seja, crescer anualmente algo como 10,67%, construindo pelo menos 50 novas usinas e investindo quase US$ 40 bilhões.Poucos acreditam que existam condições de crescimento nesse ritmo, ainda mais levando em consideração o sumiço provável dos investidores com os disparates praticados pelo governo, com a falta de transparência com a qual a indústria pode encarar com a intervenção esdrúxula desse pessoal de Brasilia. O setor corre o risco de empacar seu crescimento se o empresário não bater o pé firme e fizer ver à opinião pública da importância que o etanol tem na matriz energética nacional, na melhora das condições de saúde pela utilização de energia renovável e sensivelmente menos poluente, etc.Se o setor conseguir crescer apenas 5% ao mês, e o total disponível de cana moída daqui a 5 anos for, por exemplo, de apenas 650 milhões de toneladas, o percentual de proprietários de carros flex que poderão (pela falta de disponibilidade) encher o tanque com etanol seria de irrisórios 13%. E o consumo de combustível no país passaria a ser de 66,9 bilhões de litros (queda de 5 bilhões de litros), dos quais 24,7 de etanol e 42,2 de gasolina A. Ou seja, o país terá que estar pronto para produzir/importar quase 10 bilhões a mais de gasolina A, ou terá que importar etanol dos EUA, ou mesmo uma combinação entre as duas estratégias. Todas, certamente, mais nocivas do ponto de vista econômico financeiro. Durma-se com um barulho desses.Resgata-se, em tristes episódios como esse que estamos prestes a assistir, a máxima que circulava há anos nos meios acadêmicos de que o PT é mesmo um partido orientado por intelectuais que estudam e não trabalham, formado por militantes que trabalham e não estudam e comandado por socialistas que não estudam e não trabalham.No Fundo administrado pela Archer Consulting, agora verdadeiro, desde o final de março de 2011, apresenta rentabilidade acumulada para o investidor de 51,5316% ao ano líquido.Tenham todos uma excelente semanaArnaldo Luiz Corrêa

Café na ICE mantém força e fecha semana com novas altas

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta sexta-feira com altas. O movimento observado na bolsa norte-americana é de continuidade de aquisições especulativas e de fundos, o que vem permitindo uma evolução contínua dos ganhos, sendo que os preços atingiram os melhores níveis desde 3 de junho.
Tecnicamente, o mercado desmente alguns analistas que, até há pouco, apontavam as dificuldades do mercado em testar — e romper — resistências mais importantes, algo que efetivamente foi conseguido nesta semana, com o dezembro conseguindo deixar para trás níveis como 274,75, 276,70 e 277,50 centavos de dólar por libra peso. Assim, o mercado se posiciona acima de médias móveis consideráveis, como de 20 e 40 dias, que são indicadores bastante consideráveis e que determinam uma tendência, neste momento, altista. Ao contrário do que indicavam esses especialistas, o café conseguiu, inclusive, flutuar acima dos 280,00 centavos, ainda que não tenha conseguido fechar acima desse patamar, mas tal fato demonstra que a disposição compradora dos bullishs (altistas) continua bastante ativa.
O café foi apoiado nesta sexta-feira pelo bom comportamento dos mercados internacionais. As bolsas de valores nos Estados Unidos, por exemplo, subiram mais de 1,5%, ao passo que o índice CRB teve avanço de quase 1%, impulsionado pelo ouro, grãos e alguns softs. O dólar, por sua vez, demonstrou fraqueza e recuou 0,70% em relação a uma cesta de moedas internacionais.
No encerramento do dia, o dezembro em Nova Iorque teve alta de 370 pontos com 279,20 centavos, sendo a máxima em 280,50 e a mínima em 275,25 centavos por libra, com o março registrando oscilação positiva de 355 pontos, com a libra a 281,70 centavos, sendo a máxima em 282,60 e a mínima em 277,95 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição setembro registrou queda de 5 dólares, com 2.340 dólares por tonelada, com o novembro ficando estável em 2.362 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o mercado manteve a consistência, a exemplo da semana passada, quando teve uma valorização bastante expressiva. No encerramento desta semana, a posição dezembro conseguiu acumular ganho de 3,46%. Especificamente nesta sexta-feira, o dezembro iniciou as ações timidamente, mas, assim como verificado na sessão passada, os bearishs (baixistas) não demonstraram força vendedora, o que deu espaço para os compradores consolidarem os ganhos. "Conseguimos ter uma nova ação dos compradores e isso permitiu fazer com que evoluíssemos para as máximas desde 3 de junho. A perspectiva é de testarmos agora a resistência de 281,60 centavos de dólar por libra", indicou um trader.
"A cada semana novos números chegam ao mercado confirmando a apertada situação estatística e a impossibilidade de uma correção significativa a curto e médio prazo. Os estoques mundiais (a somatória dos estoques de países produtores e consumidores) caem ano após ano, enquanto o consumo mundial cresce anualmente acima dos dois milhões de sacas. Em um cálculo bastante conservador, apenas para manter o precário equilíbrio atual entre consumo e produção global, a produção mundial nos próximo dez anos terá de crescer em mais de 20 milhões de sacas, ou um Vietnã, o segundo maior produtor de café do mundo. Aumentar a produção mundial em 20 milhões de sacas em apenas dez anos é uma meta ambiciosa e difícil de ser atingida. As mudanças climáticas e a competição por áreas e mão de obra com outras commodities agrícolas tornam a missão ainda mais difícil", indicou o Escritório Carvalhaes, em seu comentário semana.
O Equador reportou a exportação de 626.504 sacas de café entre janeiro e junho deste ano. Esse volume é 28% maior que as 489.186 sacas remetidas ao exterior no mesmo período do ano passado, indicou o Conselho Nacional do Café do Equador. As remessas de café verde nesses seis primeiros meses somaram 196.915 sacas, ao passo que os embarques de solúvel atingiram 429.589 sacas. A receita líquida dessas exportações somaram 97,49 milhões de dólares,m 44% a mais que em 2010.
As exportações de café do Brasil em agosto, até o dia 25, somaram 2.038.163 sacas, contra1.381.493 sacas registradas no mesmo período de julho, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 1.359 sacas, indo para 1.470.595 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 14.926 lotes, com as opções tendo 5.811 calls e 1.954 puts. Tecnicamente, o dezembro na ICE Futures US tem uma resistência em 280,50, 281,00, 281,50, 282,00, 282,50, 283,00, 283,50, 284,00, 284,50, 284,90-285,00, 285,50 e 286,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 275,25, 275,00, 274,50, 274,00, 273,50, 273,15, 273,00, 272,50, 272,00-271,95, 271,50, 271,00, 270,50, 270,10-270,00, 269,50, 269,00 e 268,50 centavos por libra.