Café na ICE mantém pressão e finalmente fica abaixo de 150 cents
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta sexta-feira com novas baixas e se posicionando abaixo do nível psicológico de 150,00 centavos de dólares por libra peso. Assim, a bolsa nova-iorquina dá mais um passo no processo de fraqueza, que se arrasta desde maio de 2011, quando chegou a buscar patamares ao redor de 300,00 centavos para a posição de maio.
Passo a passo, apenas com alguns hiatos pelo caminho, os preços vão apresentando retração e não conseguindo estimular os "bulls" (altistas) a tentarem correções mais efetivas. Com isso, suportes importantes vão sendo rompidos e a tendência é que novos patamares de preço possam ser buscados.
Com a nova baixa desta sexta-feira, o dezembro conseguiu se posicionar abaixo das mínimas praticadas em junho. Apesar de o rompimento dos 150,00 centavos não ter estimulado stops de venda, alguns operadores avaliam que a nova semana deve se iniciar com uma pressão adicional e que, abaixo do patamar psicológico, os vendedores poderão se sentir confortáveis a liquidar ainda mais, mesmo com os terminais gráficos mostrando claramente que o mercado está muito sobrevendido.
Tecnicamente, o mercado assume, para o curto prazo, mais uma vez, um viés baixista e pode ampliar consideravelmente as retrações, ao passo que no longo prazo a tendência também é de baixa, num quadro que já se arrasta há vários meses. As cotações atuais continuam abaixo de referenciais importantes, como a média móvel de 200 dias.
No encerramento do dia, o dezembro em Nova Iorque apresentou queda de 150 pontos, com 149,90 centavos, sendo a máxima em 152,35 e a mínima em 149,60 centavos por libra, com o março tendo desvalorização de 130 pontos, com a libra a 155,55 centavos, sendo a máxima em 157,70 e a mínima em 155,00 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição janeiro teve alta de 10 dólares, com 1.976 dólares por tonelada, com o março tendo valorização de 11 dólares, com 1.993 dólares por tonelada.
Segundo analistas internacionais, o dia, mais uma vez, demonstrou a consistência inócua dos compradores, que não conseguiram levar o dezembro nem se quer a testar as máximas da sessão anterior. Com essa pouca efetividade, o que se viu foi o acionamento de novas vendas e a concretização, finalmente, do rompimento do referencial psicológico mais imediato. O café também não conseguiu seguir as bolsas de valores, que tiveram uma sexta-feira mais calma e oscilaram pouco, assim como outras commodities e nem mesmo os robustas comercializados em Londres.
"Temíamos esse ação mais forte sobre o nível de 150,00 centavos. No entanto, a tendência pode ser continuarmos a flutuar nesse intervalo, principalmente se os mercados externos não pressionarem mais efetivamente os preços. O fato de não termos registrado stops indicam que o café também não parece disposto a derreter, ainda mais, a atual base de preços", disse um trader.
"Os cafeicultores brasileiros não estão retendo a produção, mas apenas administrando as vendas ao longo dos doze meses do ano-safra. Com acesso a financiamento, vendem na medida de suas necessidades de caixa. No ritmo de vendas atual chegaremos ao final do ano-safra 2012/2013, em junho próximo, com toda a produção brasileira de café comercializada. Entraremos no ano-safra 2013/2014, de ciclo baixo, dependendo praticamente da safra que será colhida. Não podemos nem pensar em problemas climáticos", indicou o Escritório Carvalhaes, em seu comentário semanal.
As exportações de café do Brasil em novembro, até o dia 08, somaram 135.416 sacas, contra 350.915 sacas registradas no mesmo período de outubro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 8.891 sacas, indo para 2.435.814 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 39.728 lotes, com as opções tendo 7.414 calls e 7.583 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o dezembro na ICE Futures US tem uma resistência em 152,35, 152,50, 153,00, 153,20, 153,50, 154,00, 154,50, 154,70, 154,90-155,00, 155,50, 156,00, 156,40-156,50, 157,00, 157,50, 158,00, 158,50, 158,85, 159,00, 159,50, 159,90-160,00, 160,50 e 161,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 149,60-149,50, 149,00, 148,50, 148,00, 147,50, 147,00, 146,50, 146,00, 145,50, 145,10-145,00, 144,50, 144,00, 143,50 e 143,00 centavos por libra.
Londres mantém ritmo e fecha dia com nova alta para café
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe tiveram uma sexta-feira calma e de manutenção das altas, em um pregão marcado por algumas recompras e coberturas de posições, que permitiram ao novembro avançar e encerrar o dia próximo das máximas. De acordo com analistas internacionais, o dia foi técnico na bolsa britânica, sem novidades no campo fundamental, com algumas aquisições dando sustentação para os avanços de preços que, no entanto, não conseguiram buscar resistência mais consistentes, como o patamar de 2.000 dólares.
Os robustas, no entanto, se dissociam, mais uma vez, do comportamento dos arábicas em Nova Iorque, que voltaram a recuar. Operadores indicaram que, diante das ligeiras altas recentes dos robustas em Londres, os descontos para o café do Vietnã saltaram para 30 dólares por tonelada. Nas baixas mais recentes, esse desconto havia praticamente zerado para os grãos dessa origem indo-asiática. "Tivemos um pouco do mais do mesmo. O café foi pressionado recentemente, chegou próximo de 1.900 dólares e agora retoma parte dessas perdas, no entanto, dentro do intervalo. O mercado de robusta ainda parece mais procurado e sente menos a pressão da oferta de origens que os arábicas", disse um trader.
O dia na bolsa de Londres teve o contrato de café de janeiro com uma movimentação de 4,70 mil lotes, com o março tendo 1,59 mil lotes negociados. O spread entre as posições janeiro e março ficou em 17 dólares. No encerramento da sessão na Euronext/Liffe, a posição janeiro teve alta de 10 dólares, com 1.976 dólares por tonelada, com o março tendo valorização de 11 dólares, com 1.993 dólares por tonelada.
CENÁRIO EXTERNO E POSIÇÃO DE BANCOS IMPULSIONAM O DÓLAR ANTE O REAL
São Paulo, 09/11/2012 - As preocupações com a situação fiscal dos EUA e com a crise da Grécia, que prejudicaram os ativos de maior risco principalmente na primeira metade dos negócios, serviu de combustível para a alta do dólar ante o real nesta sexta-feira. O fato de os bancos no Brasil estarem vendidos (apostando na queda da moeda americana) tanto no mercado à vista (spot) quanto no futuro, o que eleva o risco, ampliou o estresse na sessão. Com isso, o dólar chegou a marcar pela manhã a máxima de R$ 2,0680 no balcão (alta de 1,27%) e a moeda americana para dezembro atingiu a máxima de R$ 2,0735 (elevação de 1,32%) no mercado futuro.
Ao fim da sessão, o dólar à vista mostrou alta mais modesta, de 0,29% no balcão, cotado a R$ 2,0480. A moeda permaneceu em território positivo durante todo o dia. Pouco depois das 16h30, o giro financeiro somava US$ 1,528 bilhão (US$ 1,388 bilhão em D+2). Na BM&F, a moeda à vista fechou em alta de 0,26%, a R$ 2,0451, com seis negócios. Às 16h55, o dólar para dezembro de 2012 estava cotado a R$ 2,0535, em alta de 0,34%.
Chama a atenção no mercado futuro, onde as operações prosseguem até as 18 horas, o volume de negócios ao longo do dia. Até as 16h36, o volume financeiro total neste segmento de dólar somava US$ 19,153 bilhões, sendo US$ 19,009 bilhões para o contrato de dezembro. O montante é superior aos que vinham sendo registrados nas sessões das últimas semanas. Ontem, por exemplo, quando o volume já havia sido mais alto, o total foi de US$ 13,214 bilhões e o contrato de dezembro havia movimentado US$ 13,081 bilhões.
O movimento maior está ligado à posição dos bancos, que estão vendidos tanto no mercado à vista quanto no futuro. Esta situação, que se tornou mais clara na última quarta-feira, quando o Banco Central divulgou dados mostrando que os bancos encerraram o mês de outubro vendidos no mercado spot em R$ 3,658 bilhões - algo que não ocorria desde dezembro do ano passado -, ampliou o risco das instituições financeiras. Como consequência, criou-se uma situação em que elas precisam reduzir a exposição vendida no mercado futuro - ou seja, precisam ir às compras. Dados de ontem da BM&FBovespa mostram que os bancos estão vendidos em 34.573 contratos em aberto de dólar e em 102.987 contratos em aberto de cupom cambial (DDI).
Conforme apurou a Agência Estado, as ordens de compra de moeda no segmento futuro teriam partido, hoje, principalmente de dois grandes bancos, que buscavam reverter posições. Este movimento de busca por moeda no futuro estava em sintonia com o exterior ruim, onde o dólar também ganhava espaço em meio às preocupações com a Europa e os Estados Unidos. "Pela manhã, o mercado chegou a estressar bastante, porque havia uma posição propícia a isso no Brasil, por causa dos bancos", comentou o economista Alfredo Barbutti, da BGC Liquidez Corretora. "Por trás de tudo há a questão do abismo fiscal norte-americano", ressaltou, em referência à possibilidade de, em janeiro, uma série de incentivos à economia norte-americana desaparecerem.
NY: EURO VOLTA A CAIR FRENTE AO DÓLAR COM INDICADORES EUROPEUS FRACOS E PREOCUPAÇÃO COM GRÉCIA
Nova York, 09/11/2012 - O euro voltou a cair diante do dólar, chegando a baixar de US$ 1,27 pela primeira vez desde 7 de setembro. O mercado reagiu a dados fracos de produção industrial em países importantes da zona do euro e mostrou preocupação antes da votação do Orçamento do governo da Grécia para 2013 pelo Parlamento do país, neste domingo. Itália, Grécia, França e Suécia divulgaram dados fracos de produção industrial em setembro, ecoando o indicador divulgado ontem pela Alemanha.
"O que vimos recentemente é uma incerteza maior sobre como exatamente a situação do Orçamento da Grécia vai se desenrolar e qual será a resposta que os credores vão produzir para aliviar a dívida grega. Quanto mais demoras, mais isso pesa sobre o euro", disse Shahab Jalinoos, estrategista do UBS.
No fim da tarde em Nova York, o euro estava cotado a US$ 1,2709, de US$ 1,2748 ontem, depois de ter caído á mínima intraday de US$ 1,2690; o iene estava cotado a 79,47 por dólar, mesmo nível de ontem; a libra estava cotada a US$ 1,5896, de US$ 1,5986 ontem. As informações são da Dow Jones.
BOLSA DE NY FECHA EM LEVE ALTA; INVESTIDORES VOLTAM ATENÇÃO PARA QUESTÃO FISCAL NOS EUA
Nova York, 09/11/2012 - O mercado norte-americano de ações fechou com os principais índices em leve alta, em dia marcado pela volatilidade. Os investidores interromperam o movimento de vendas que se seguiu à eleição presidencial dos EUA e voltaram suas atenções para as negociações políticas em torno da questão fiscal. Nas duas sessões anteriores, o índice Dow Jones havia caído 434 pontos, ou 3,3%.
"Os EUA têm eleição a cada quatro anos, mas o mercado tem eleição todo dia", comentou o estrategista John Manley, da unidade de fundos do Wells Fargo. Em seu primeiro pronunciamento em Washington desde que foi reeleito, o presidente Barack Obama convidou lideranças políticas para uma reunião na próxima semana e deixou claro que não aceitará a prorrogação dos cortes temporários de impostos para os mais ricos, adotados durante o governo de seu antecessor, o republicano George W. Bush. Já o presidente da Câmara, o republicano John Boehner, disse que seu partido rejeitará qualquer acordo que aumente os impostos para os mais ricos. O Dow, que havia chegado a subir 75 pontos mais cedo, em reação ao índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan, passou a recuar.
"Parece que a atitude suprapartidária está se degradando, dando lugar a provocações e poses para o público externo. Precisamos de um acordo. Qualquer coisa que dê a aparência de que os políticos estão sento intransigentes levará a um movimento de venda", disse Paul Zemsky, da ING Investment Management.
Entre os destaques da sessão estavam ações de empresas que divulgaram resultados do terceiro trimestre, entre elas Disney (-5,96%), JC Penney (-4,84%) e Groupon (-29,55%).
O índice Dow Jones fechou em alta de 4,07 pontos (0,03%), em 12.815,39 pontos. O Nasdaq fechou em alta de 9,29 pontos (0,32%), em 2.904,87 pontos. O S&P-500 fechou em alta de 2,34 pontos (0,17%), em 1.379,85 pontos. O NYSE Composite fechou em alta de2,74 pontos (0,03%), em 8.053,56 pontos. Na semana, o Dow acumulou uma queda de 2,12%, o Nasdaq, uma baixa de 2,59% e o S&P-500, uma perda de 2,43%. As informações são da Dow Jones.
BOVESPA VIRA NO FINAL E CAI 0,29%; NA SEMANA, PERDA É DE 1,75%
São Paulo, 09/11/2012 - O bom humor externo não resistiu até o final dos negócios e a Bovespa, que chegou a superar os 58 mil pontos ao longo do dia, voltou para o negativo e terminou, novamente, no patamar de 57 mil pontos. O movimento acompanhou as bolsas em Nova York, que também mudaram de direção momentaneamente após o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciar que convidou as lideranças partidárias para uma reunião na próxima semana, para discutir a questão do abismo fiscal. As ações da Petrobras e da Vale, que também registravam forte alta, desaceleraram os ganhos, o que contribuiu para a Bolsa se manter em terreno negativo.
Assim, o Ibovespa encerrou com queda de 0,29%, aos 57.357,71 pontos. Na semana, a Bolsa acumulou baixa de 1,75%. No mês e ano, o índice ainda sustenta alta de 0,51% e 1,06%. Na mínima de hoje, o Ibovespa atingiu 56.862 pontos (-1,15%) e, na máxima, 58.109 pontos (+1,02%). O giro financeiro ficou em 6,496 bilhões.
O sócio-diretor da Título Corretora, Marcio Cardoso, lembrou que o cenário nos EUA continua o mesmo de antes das eleições e que nada mudou para a Bolsa subir ou cair. "Estamos vivendo o mesmo cenário de antes das eleições, quando a questão do abismo fiscal ficou para segundo plano. O problema fiscal é muito delicado", disse, lembrando ainda que a Grécia, que voltou ao centro das atenções, é outra questão que está há meses no radar dos investidores.
Durante a tarde, as bolsas estavam registrando forte alta, à espera de que Obama fosse falar e dar alguma sinalização para a resolução da questão fiscal. No entanto, o presidente norte-americano apenas convidou as lideranças partidárias para discutir a questão na próxima semana. Obama pediu ainda equilíbrio com impostos e cortes de gastos. "Me recuso a aceitar qualquer abordagem que não seja equilibrada", disse, ressaltando ainda que a elevação de impostos para os mais ricos deve integrar plano de redução do déficit.
Para um experiente operador, a inversão da Bolsa, após Obama, confirma a fragilidade do mercado de renda variável. "O investidor está muito inseguro e o cenário é muito incerto. Na dúvida, o investidor vende e embolsa o lucro, se for possível, ou, ao menos, diminui o prejuízo", ressaltou, destacando ainda que os gringos operaram fortemente na venda em três dias desta semana.
Por aqui, Petrobras terminou com alta de 0,85% na ação ON e 0,82% na PN, em linha com o petróleo no mercado internacional.
Já a Vale subiu 0,87% a ON e 0,75% a PNA. A maioria dos metais fechou o dia em queda.
Pela manhã, as incertezas com a Grécia seguiram altas, diante da expectativa da chegada de mais ajuda ao país. No entanto, dados positivos sobre a economia norte-americana fizeram o contraponto e ditaram o ritmo positivo durante a maior parte do dia.
JUROS DOS TREASURIES TÊM LEVE ALTA EM DIA DE VOLATILIDADE; "ABISMO FISCAL" PREOCUPA
Nova York, 09/11/2012 - Os preços dos títulos do Tesouro dos EUA chegaram ao fim do dia entre estáveis e em alta modesta, com correspondente baixa nos juros. O dia foi marcado pela volatilidade e pelas preocupações em torno do "abismo fiscal", situação em que os EUA estarão no começo de 2013 com o fim de cortes temporários de impostos para os mais ricos, simultâneo a cortes automáticos de gastos, caso o Congresso não chegue a um acordo antes disso.
Em relação a isso, o presidente Barack Obama anunciou um convite para as lideranças partidárias irem à Casa Branca na próxima semana, para negociar um acordo. Ele advertiu, porém, que não aceitará qualquer acordo que não inclua um aumento do Imposto de Renda para os mais ricos. Horas antes, porém, o presidente da Câmara, Joyn Boehner, havia dito que rejeitaria qualquer aumento de impostos para os mais ricos.
"O mercado está reagindo de tal maneira que se um acordo não for alcançado, o 'abismo fiscal' se tornará realidade. Como portador de bônus, eu amo juros mais baixos, mas eu realmente não quero que elas baixem por causa do 'abismo fiscal'", disse Kevin Giddis, chefe da divisão de renda fixa da Raymond James/Morgan Keegan. O juro das T-notes de 10 anos chegou a cair a 1m578%, nível mais baixo em dois meses.
Entre as preocupações que continuam a alimentar a demanda por Treasuries como "porto seguro" está a questão da dívida da zona do euro. Neste domingo, o Parlamento da Grécia deve votar o Orçamento para 2013.
No fechamento em Nova York, o juro projetado pelos T-bonds de 30 anos estava em 2,749%, de 2,751% ontem; o juro das T-notes de 10 anos estava em 1,619%, mesmo nível de ontem; o juro das T-notes de 2 anos estava em 0,254%, de 0,266% ontem. As informações são da Dow Jones.
BALANÇO SEMANAL DO CNC ESTIMA RETOMADA DAS COMPRAS DAS INDÚSTRIAS
SAFRAS (09) - Veja abaixo texto com o balanço da semana do café divulgado
pelo Conselho Nacional do Café (CNC) e assinado pelo presidente da entidade,
Silas Brasileiro:
"BALANÇO SEMANAL - 05 a 09/11/2012
- Na semana, Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) busca
alternativas para a cafeicultura de montanha e também para a indústria de
solúvel. O colegiado analisou, ainda, fundamentos de mercado e espera que as
compras industriais sejam retomadas a partir de janeiro.
CLIMA E SAFRA - Esta semana foi marcada pela realização da 64 Reunião
Ordinária do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC). No encontro, o
colegiado, composto por representantes do Governo Federal e de todos os elos da
iniciativa privada, aprovou, entre outros pontos, a criação de dois Grupos de
Trabalho.
O primeiro GT focará a busca por soluções à cafeicultura de montanha,
atividade que tem seu custo de produção bem mais elevado que em outras áreas
do cinturão produtor nacional, principalmente em função do grande emprego de
mão de obra nos trabalhos e da inexistência de maquinários adaptáveis à
declividade do solo. Mesmo sendo responsável pela produção de cafés
especiais, vencedores de diversos concursos de qualidade, a atividade cafeeira
nas áreas de montanha tende a se extinguir caso não sejam adotadas políticas
estratégicas específicas à ela e é nesse exato sentido que optou-se pela
criação do grupo.
Já o segundo GT focará nas necessidades da indústria de café solúvel do
Brasil. Esse setor é visto por todos do CDPC como importante veículo de
abertura de novos mercados, como já ocorrido em relação ao Japão no passado
e, agora, deverá o ser para o Leste Europeu e também para a China. A
intenção desse grupo de trabalho é encontrar soluções para agregar valor à
cafeicultura nacional e, ainda, gerar mais empregos no setor industrial do
solúvel.
QUALIDADE - Em uma de nossas explanações na reunião, manifestamos a
constante preocupação para que os produtores brasileiros busquem ofertar
cafés de alta qualidade, os quais proporcionem sabor e aroma agradáveis, ponto
que consideramos fundamental para, além de atrair mais jovens ao consumo,
destacar os benefícios que uma bebida saborosa traz à saúde, sendo
responsável pelo aumento da atenção, da redução do risco dos males de
Parkinson e Alzheimer, de ataques cardíacos, entre outras inúmeras benesses
que proporciona.
FUNDAMENTOS - Os fatores fundamentais do mercado também foram debatidos pelos
membros do CDPC, havendo consenso sobre o fato de que os preços remuneradores
em 2010 e 2011 permitiram que os produtores, de maneira inteligente, vendessem
toda a safra, fator que nos conduziu para o menor nível dos estoques de
passagem dos últimos anos em 2012. Essa ação, aliada à greve ocorrida nos
portos brasileiros este ano e à crise financeira, em especial na União
Europeia, foi responsável pela redução nas exportações brasileiras.
Por outro lado, já pudemos notar uma recuperação no volume remetido ao
exterior em outubro, o qual acreditamos que será mais acentuada a partir de
janeiro de 2013, porque, obrigatoriamente, as indústrias internacionais terão
que recompor seus estoques, saindo do movimento atual de compras da "mão para
a boca", ou apenas para cumprir necessidades pontuais.
Atualmente, ainda permanece no mercado a política dos consumidores de
pretenderem impor um valor pago ao café brasileiro abaixo dos custos de
produção que possuímos. Entretanto, recordamos que as medidas adotadas pelo
Governo na disponibilização de recursos para um inteligente programa de
ordenamento de oferta deu e ainda dá suporte para que o produtor possa vender
somente nos momentos de reação dos preços, não os obrigando a se desfazer de
seu produto por qualquer valor ofertado.
MERCADO - Os contratos futuros do café continuaram o movimento de baixa
observado na semana anterior e, com os preços reduzidos, não se vê interesse
vendedor, tanto que o físico no Brasil segue parado. Com as posições vendidas
aumentando na Bolsa de Nova York, o que notamos, de fato, é venda de papel,
não de mercadoria.
Os embarques brasileiros de café realizados nas últimas semanas refletem
as vendas antigas e de Cédulas de Produto Rural feitas no ano anterior e
entregues em setembro passado. Como consequência disto, no mês de outubro foi
verificada uma queda de 9,5% nos embarques do país ante mesmo mês de 2011,
segundo o Cecafé. As remessas totais do produto (verde e industrializado)
totalizaram 2,874 milhões de sacas no mês passado.
Para Guilherme Braga, diretor da entidade, "as exportações mostram a
tendência de retomada dos níveis normais de embarques para o período,
superando os atrasos ocorridos nos meses iniciais da safra por conta das chuvas
que retardaram o fluxo de entrada, bem como as dificuldades causadas pelas
greves dos fiscais. Isto, contudo, mantém as expectativas de redução no
volume das exportações de 2012, para algo em torno de 28,5 milhões a 29
milhões de sacas". Ele também crê que os torrefadores devem retornar às
compras logo e que o movimento de substituição de grãos arábica por robusta
cessou. "Acredito em aquecimento da demanda e não em vendas agressivas no
primeiro semestre de 2013", conclui.
Enquanto continua a "queda de braço" entre as indústrias e os
produtores, os estoques das torrefadoras internacionais permanecem baixos e os
volumes de vendas de contratos futuros na Bolsa de Nova York continuam
aumentando. Esta combinação favorece a ideia de que, em breve, teremos uma
correção de preços no mercado.
Desta forma, acreditamos que os produtores devem continuar administrando as
suas vendas, aguardando o aquecimento da demanda para voltar ao mercado e
escoando paulatinamente sua safra."
Todas as informações partem do balanço semanal do CNC.