Mercado está nas mãos do Congresso americano
Alta da Selic, inflação, queda acentuada do dólar, crise no governo brasileiro, balanços, problemas na Europa. Tudo isso é relevante, mas fica absolutamente em segundo plano quando se compara com o imbróglio na dívida pública americana. O destino do mercado está nas mãos do Congresso americano.Quanto mais se aproxima o dia 2 de agosto, data limite para uma definição, e nada se resolve, mais avessos ao risco ficam os investidores. A consequência é um mercado em compasso de espera, tendendo para a queda.Chance de não passar é desproporcional ao estrago na bolsa Ontem, o Indice Bovespa fechou em queda de 1,05%, aos 59.339 pontos, exatamente por causa desse cenário ainda muito nebuloso nos EUA. Na opinião de Ricardo Pinto Nogueira, diretor da corretora Souza Barros, todo mundo acredita que o Congresso americano vai aprovar o aumento do limite do teto. São remotíssimas as chances disso não acontecer."A questão é que, se esse 0,01% de chance ocorrer, o mundo inteiro vai sofrer de forma desproporcional a esse ínfimo percentual ", diz Pinto Nogueira. A conclusão é que investidores e analistas não querem nem pensar em pagar para ver uma possível zebra dessa magnitude.Assim como 99,9% do mercado, o diretor da Souza Barros acredita que os Republicanos vão aprovar o aumento do teto, mas apenas aos 45 do segundo tempo que, inclusive, se aproximam. Na visão dele, após a aprovação, a bolsa terá condições para começar um movimento de valorização. E, mesmo os problemas com Europa, devem ganhar um tom mais ameno. "O que são ? 120 bilhões de ajuda à Grécia perto dos US$ 4 trilhões da dívida americana que poderia ir para o brejo?", questiona Pinto Nogueira.Ontem, as ações de Cielo e Redecard lideraram os ganhos do Ibovespa, na expectativa dos resultados. Cielo divulgou os números após o fechamento, com lucro 7,5% abaixo do mesmo período de 2010. E Redecard solta seus resultados hoje. Depois de vários rumores, Drogasil e Droga Raia divulgaram à noite que estão negociando uma associação.Daniele Camba Responder Encaminhar Convidar NetcaféBR para bater papo
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Racha entre republicanos dificulta acordo nos EUA
Racha entre republicanos dificulta acordo nos EUA
O presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, John Boehner, do oposicionista Partido Republicano, enfrentou ontem um levante contra seu plano para solucionar o problema do limite da dívida do governo federal. Um líderes do partido disse que estava "confiante" de que não havia deputados republicanos suficientes para aprová-lo. Três grupos conservadores também pediram que os congressistas votassem contra o plano. O deputado Jim Jordan, presidente da Comissão Republicana de Estudo, grupo de deputados conservadores, disse que o plano de Boehner não corta gastos o suficiente. Ele e outros conservadores são a favor do projeto "Corte, Limite e Equilíbrio do Orçamento", que combina as atuais reduções nos gastos com limites futuros, bem como com uma emenda constitucional obrigando o governo federal a nunca ter déficit no orçamento. Essa proposta não foi aprovada no Senado semana passada.Jordan disse que não havia o apoio mínimo de 218 republicanos na Câmara para aprovar o plano de Boehner. Ele lidera um grupo que inclui 178 dos 240 deputados republicanos. Isso amplia a incerteza sobre o resultado da crise do limite da dívida. O Congresso continuava num impasse ontem, uma semana antes de o governo americano ficar sem dinheiro para pagar as suas contas. Sem o apoio do Partido Democrata, Boehner só pode perder 23 votos de republicanos para conseguir aprovar seu plano na Câmara. Até agora, só 12 republicanos, incluindo a pré-candidata a presidente Michele Bachmann, já disseram publicamente que são contra o plano de Boehner. O vice-líder do governo na Câmara, o deputado democrata Seny Hoyer, disse que "muito poucos" deputados democratas vão apoiar o plano de Boehner, que deve ser votado hoje. Para complicar mais o problema de Boehner, três importantes grupos conservadores pediram aos deputados que votem contra o plano: o Clube para o Crescimento, a União Nacional de Contribuintes, e a Ação de Patrimônio para a América, braço lobista da Fundação Heritage, em Washington.O projeto de lei de Boehner não deve ser aprovado no Senado, onde a maioria democrata se opõe à medida. E a Casa Branca disse que o presidente Barack Obama vai vetar a lei se ela chegar à sua mesa.O plano de Boehner prevê cortes no déficit de ao menos US$ 3 trilhões em dez anos, ao mesmo tempo em que eleva o limite de endividamento em duas fases.O líder da maioria no Senado, o democrata Harry Reid, defende uma proposta que eleva o teto da dívida em US$ 2,7 trilhões, o que permitiria ao governo cobrir suas contas até 2012, ao mesmo tempo em que cortaria gastos pelo mesmo valor. O projeto de lei precisa do apoio de sete republicanos para obter 60 votos no Senado, e não está claro se esses votos existem.A busca de votos cresceu depois que Obama, em discurso no horário nobre anteontem, alertou que os EUA estão à beira de um default que causaria um choque econômico. "Ficamos num impasse", disse. Sem uma solução, "nos arriscamos a gerar uma crise econômica profunda, desta vez causada quase inteiramente em Washington"."Pela primeira vez na história, a nota de crédito AAA de nosso país pode ser rebaixada", disse Obama. "Os juros do cartão de crédito, da hipoteca e dos financiamentos automotivos iriam às alturas, o que seria igual a um aumento enorme de impostos do povo americano."Ele pediu aos americanos que peçam a seus congressistas para apoiar o plano de Reid, um toque partidário que pode prejudicar as chances de romper o impasse.Boehner também falou ao país na noite de segunda, logo depois do discurso de Obama. Ele defendeu seu plano. "O presidente já disse muitas vezes que precisa de uma abordagem 'equilibrada', o que significa em Washington que 'nós gastamos mais, você paga mais'", disse Boehner. "A triste verdade é que o presidente, seis meses atrás, queria um cheque em branco, e hoje ele quer um cheque em branco. Isso não vai acontecer."O debate entre os dois principais líderes do país, transmitido pela TV, ocorreu quase uma semana antes de o governo ficar sem poder rolar suas dívidas, uma possibilidade que os dois alertaram que seria uma catástrofe econômica.Os democratas no Senado planejavam realizar primeiro um teste de votação, mas na última hora decidiram adiar o plano até pelo menos quinta-feira. Um representante democrata disse que os líderes queriam esperar para ver se o projeto da Câmara seria derrotado hoje, o que tornaria o plano deles a última opção disponível.A aprovação na Câmara do plano de Boehner aumentaria imediatamente o limite de endividamento do governo, de US$ 14,29 trilhões, em cerca de US$ 1 trilhão e permitiria mais um aumento de até US$ 1,5 trilhão ano que vem.Boehner disse que a primeira fase do novo limite da dívida levaria o governo até fevereiro ou março, impondo ainda cortes de US$ 1,2 trilhão nos gastos por meio de vários limites orçamentários. Além disso, o Congresso teria de votar até o fim do ano uma emenda à Constituição para obrigar o governo a equilibrar o orçamento.Obama é totalmente contra o aumento do limite em duas fases. Reid disse que seu plano atenderia a exigência de Boehner de que qualquer alta no limite da dívida seja acompanhada de cortes no orçamento em valor igual ou maior.
O presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, John Boehner, do oposicionista Partido Republicano, enfrentou ontem um levante contra seu plano para solucionar o problema do limite da dívida do governo federal. Um líderes do partido disse que estava "confiante" de que não havia deputados republicanos suficientes para aprová-lo. Três grupos conservadores também pediram que os congressistas votassem contra o plano. O deputado Jim Jordan, presidente da Comissão Republicana de Estudo, grupo de deputados conservadores, disse que o plano de Boehner não corta gastos o suficiente. Ele e outros conservadores são a favor do projeto "Corte, Limite e Equilíbrio do Orçamento", que combina as atuais reduções nos gastos com limites futuros, bem como com uma emenda constitucional obrigando o governo federal a nunca ter déficit no orçamento. Essa proposta não foi aprovada no Senado semana passada.Jordan disse que não havia o apoio mínimo de 218 republicanos na Câmara para aprovar o plano de Boehner. Ele lidera um grupo que inclui 178 dos 240 deputados republicanos. Isso amplia a incerteza sobre o resultado da crise do limite da dívida. O Congresso continuava num impasse ontem, uma semana antes de o governo americano ficar sem dinheiro para pagar as suas contas. Sem o apoio do Partido Democrata, Boehner só pode perder 23 votos de republicanos para conseguir aprovar seu plano na Câmara. Até agora, só 12 republicanos, incluindo a pré-candidata a presidente Michele Bachmann, já disseram publicamente que são contra o plano de Boehner. O vice-líder do governo na Câmara, o deputado democrata Seny Hoyer, disse que "muito poucos" deputados democratas vão apoiar o plano de Boehner, que deve ser votado hoje. Para complicar mais o problema de Boehner, três importantes grupos conservadores pediram aos deputados que votem contra o plano: o Clube para o Crescimento, a União Nacional de Contribuintes, e a Ação de Patrimônio para a América, braço lobista da Fundação Heritage, em Washington.O projeto de lei de Boehner não deve ser aprovado no Senado, onde a maioria democrata se opõe à medida. E a Casa Branca disse que o presidente Barack Obama vai vetar a lei se ela chegar à sua mesa.O plano de Boehner prevê cortes no déficit de ao menos US$ 3 trilhões em dez anos, ao mesmo tempo em que eleva o limite de endividamento em duas fases.O líder da maioria no Senado, o democrata Harry Reid, defende uma proposta que eleva o teto da dívida em US$ 2,7 trilhões, o que permitiria ao governo cobrir suas contas até 2012, ao mesmo tempo em que cortaria gastos pelo mesmo valor. O projeto de lei precisa do apoio de sete republicanos para obter 60 votos no Senado, e não está claro se esses votos existem.A busca de votos cresceu depois que Obama, em discurso no horário nobre anteontem, alertou que os EUA estão à beira de um default que causaria um choque econômico. "Ficamos num impasse", disse. Sem uma solução, "nos arriscamos a gerar uma crise econômica profunda, desta vez causada quase inteiramente em Washington"."Pela primeira vez na história, a nota de crédito AAA de nosso país pode ser rebaixada", disse Obama. "Os juros do cartão de crédito, da hipoteca e dos financiamentos automotivos iriam às alturas, o que seria igual a um aumento enorme de impostos do povo americano."Ele pediu aos americanos que peçam a seus congressistas para apoiar o plano de Reid, um toque partidário que pode prejudicar as chances de romper o impasse.Boehner também falou ao país na noite de segunda, logo depois do discurso de Obama. Ele defendeu seu plano. "O presidente já disse muitas vezes que precisa de uma abordagem 'equilibrada', o que significa em Washington que 'nós gastamos mais, você paga mais'", disse Boehner. "A triste verdade é que o presidente, seis meses atrás, queria um cheque em branco, e hoje ele quer um cheque em branco. Isso não vai acontecer."O debate entre os dois principais líderes do país, transmitido pela TV, ocorreu quase uma semana antes de o governo ficar sem poder rolar suas dívidas, uma possibilidade que os dois alertaram que seria uma catástrofe econômica.Os democratas no Senado planejavam realizar primeiro um teste de votação, mas na última hora decidiram adiar o plano até pelo menos quinta-feira. Um representante democrata disse que os líderes queriam esperar para ver se o projeto da Câmara seria derrotado hoje, o que tornaria o plano deles a última opção disponível.A aprovação na Câmara do plano de Boehner aumentaria imediatamente o limite de endividamento do governo, de US$ 14,29 trilhões, em cerca de US$ 1 trilhão e permitiria mais um aumento de até US$ 1,5 trilhão ano que vem.Boehner disse que a primeira fase do novo limite da dívida levaria o governo até fevereiro ou março, impondo ainda cortes de US$ 1,2 trilhão nos gastos por meio de vários limites orçamentários. Além disso, o Congresso teria de votar até o fim do ano uma emenda à Constituição para obrigar o governo a equilibrar o orçamento.Obama é totalmente contra o aumento do limite em duas fases. Reid disse que seu plano atenderia a exigência de Boehner de que qualquer alta no limite da dívida seja acompanhada de cortes no orçamento em valor igual ou maior.
Fundos elevam liquidez por temor de resgates
Fundos elevam liquidez por temor de resgates
Fundos de investimento no mercado monetário de curto prazo estão entesourando dinheiro, nos EUA, para se protegerem contra a eventualidade de o Congresso não elevar o limite de endividamento, distorcendo o mercado de curto prazo da dívida pública americana e elevando os custos da tomada de empréstimos por bancos e outras instituições financeiras.Esses fundos manterão sua exposição a títulos do Tesouro dos EUA em caso de rebaixamento da classificação de crédito ou de calote, mas estão melhorando sua liquidez e mantendo distância de certos títulos, por temor de que uma não elevação do teto de endividamento possa deflagrar resgates de aplicações pelos clientes.Fundos do mercado monetário que somente aplicam em títulos governamentais ampliaram seu volume de dinheiro disponível para atender resgates de 68% dos ativos no prazo de uma semana, em comparação com 48% no fim de março, segundo a Barclays Capital. "Reforçamos nossa liquidez com uma quantidade bastante significativa de títulos com vencimentos anteriores à data limite para uma elevação do teto da dívida", disse Robert Brown, diretor de operações da Fidelity para o mercado financeiro de curto prazo.Os bancos também estão mantendo mais dinheiro em caixa, e as grandes empresas americanas estão adiando decisões devido à incerteza sobre onde investir seu dinheiro, em meio ao temor de que a não elevação do limite máximo de endividamento possa levar a um rebaixamento da classificação de crédito e possível calote dos EUA.Os fundos estão evitando os títulos de um mês do Tesouro com vencimento em 4 de agosto e 11 de agosto. "Esses são os títulos mais vulneráveis a algum tipo de mudança", disse Joseph Abate, estrategista do Barclays Capital.As taxas de juros oferecidas pelos dois títulos de dívida com prazo de um mês estão em mais que o dobro da taxa para empréstimos ao governo vinculados a títulos com maturação de três meses com vencimento em setembro.Os fundos do mercado monetário, que detém US$ 338 bilhões de dívida governamental americana, de acordo com o Citigroup, estão também estreitando o tempo durante o qual mantêm-se dispostos a conceder empréstimos, o que poderá levantar questões de liquidez, para os bancos, pois eles dependem de tomar empréstimos no mercado de recompra de títulos (repo, no jargão em inglês.Um dia depois de o presidente Barack Obama ter exortado os legisladores a chegarem a uma "solução justa baseada em concessões mútuas" no próximos dias, não havia nenhum sinal imediato do progresso. Democratas no Senado e republicanos na Câmara dos Representantes estão formulando planos independentes para elevar o limite da dívida nacional. Apesar do nervosismo, os EUA venderam US$ 35 bilhões em títulos de dois anos com um rendimento de 0,417% na terça-feira, uma taxa melhor do que a esperada, embora a demanda tenha se revelado menor do que a prevista.
Fundos de investimento no mercado monetário de curto prazo estão entesourando dinheiro, nos EUA, para se protegerem contra a eventualidade de o Congresso não elevar o limite de endividamento, distorcendo o mercado de curto prazo da dívida pública americana e elevando os custos da tomada de empréstimos por bancos e outras instituições financeiras.Esses fundos manterão sua exposição a títulos do Tesouro dos EUA em caso de rebaixamento da classificação de crédito ou de calote, mas estão melhorando sua liquidez e mantendo distância de certos títulos, por temor de que uma não elevação do teto de endividamento possa deflagrar resgates de aplicações pelos clientes.Fundos do mercado monetário que somente aplicam em títulos governamentais ampliaram seu volume de dinheiro disponível para atender resgates de 68% dos ativos no prazo de uma semana, em comparação com 48% no fim de março, segundo a Barclays Capital. "Reforçamos nossa liquidez com uma quantidade bastante significativa de títulos com vencimentos anteriores à data limite para uma elevação do teto da dívida", disse Robert Brown, diretor de operações da Fidelity para o mercado financeiro de curto prazo.Os bancos também estão mantendo mais dinheiro em caixa, e as grandes empresas americanas estão adiando decisões devido à incerteza sobre onde investir seu dinheiro, em meio ao temor de que a não elevação do limite máximo de endividamento possa levar a um rebaixamento da classificação de crédito e possível calote dos EUA.Os fundos estão evitando os títulos de um mês do Tesouro com vencimento em 4 de agosto e 11 de agosto. "Esses são os títulos mais vulneráveis a algum tipo de mudança", disse Joseph Abate, estrategista do Barclays Capital.As taxas de juros oferecidas pelos dois títulos de dívida com prazo de um mês estão em mais que o dobro da taxa para empréstimos ao governo vinculados a títulos com maturação de três meses com vencimento em setembro.Os fundos do mercado monetário, que detém US$ 338 bilhões de dívida governamental americana, de acordo com o Citigroup, estão também estreitando o tempo durante o qual mantêm-se dispostos a conceder empréstimos, o que poderá levantar questões de liquidez, para os bancos, pois eles dependem de tomar empréstimos no mercado de recompra de títulos (repo, no jargão em inglês.Um dia depois de o presidente Barack Obama ter exortado os legisladores a chegarem a uma "solução justa baseada em concessões mútuas" no próximos dias, não havia nenhum sinal imediato do progresso. Democratas no Senado e republicanos na Câmara dos Representantes estão formulando planos independentes para elevar o limite da dívida nacional. Apesar do nervosismo, os EUA venderam US$ 35 bilhões em títulos de dois anos com um rendimento de 0,417% na terça-feira, uma taxa melhor do que a esperada, embora a demanda tenha se revelado menor do que a prevista.
Impasse leva fundos e empresas dos EUA à proteção da liquidez
Impasse leva fundos e empresas dos EUA à proteção da liquidez
Fundos de investimento no mercado monetário de curto prazo nos EUA estão entesourando dinheiro para se proteger contra a eventualidade de o Congresso não elevar o limite de endividamento, distorcendo o mercado da dívida pública americana e elevando os custos da tomada de empréstimos por bancos e outras instituições financeiras.Esses fundos estão melhorando sua liquidez e mantendo distância de determinados títulos, por temores de que uma não elevação do teto de endividamento possa deflagrar resgates de aplicações por parte de clientes. Os fundos que só aplicam em títulos governamentais ampliaram o volume de dinheiro disponível para atender resgates de 48% (no fim de março) para 68% dos ativos, segundo a Barclays Capital. Eles evitam os títulos de um mês do Tesouro com vencimento em 4 de agosto e 11 de agosto.Empresas americanas adiam decisões de negócios e se defrontam com possíveis problemas na escolha de onde investir seu dinheiro. Jeff Wallace, sócio-gerente da Greenwich Treasury Advisors, disse que os tesoureiros de grandes empresas estão paralisados "como um cervo diante dos faróis de um automóvel". Muitas companhias acumularam muito dinheiro como defesa. "Como aprendemos na crise financeira de 2008, liquidez é tudo", diz Deas Thomas, vice-presidente da empresa química FMC.
Fundos de investimento no mercado monetário de curto prazo nos EUA estão entesourando dinheiro para se proteger contra a eventualidade de o Congresso não elevar o limite de endividamento, distorcendo o mercado da dívida pública americana e elevando os custos da tomada de empréstimos por bancos e outras instituições financeiras.Esses fundos estão melhorando sua liquidez e mantendo distância de determinados títulos, por temores de que uma não elevação do teto de endividamento possa deflagrar resgates de aplicações por parte de clientes. Os fundos que só aplicam em títulos governamentais ampliaram o volume de dinheiro disponível para atender resgates de 48% (no fim de março) para 68% dos ativos, segundo a Barclays Capital. Eles evitam os títulos de um mês do Tesouro com vencimento em 4 de agosto e 11 de agosto.Empresas americanas adiam decisões de negócios e se defrontam com possíveis problemas na escolha de onde investir seu dinheiro. Jeff Wallace, sócio-gerente da Greenwich Treasury Advisors, disse que os tesoureiros de grandes empresas estão paralisados "como um cervo diante dos faróis de um automóvel". Muitas companhias acumularam muito dinheiro como defesa. "Como aprendemos na crise financeira de 2008, liquidez é tudo", diz Deas Thomas, vice-presidente da empresa química FMC.
EUA estão sendo usados para driblar barreiras do Brasil, diz Mantega
EUA estão sendo usados para driblar barreiras do Brasil, diz Mantega
O governo não se deixará vencer pela guerra cambial e está de olho nos países exportadores que usam terceiros mercados, inclusive os Estados Unidos, para driblar as barreiras impostas aos produtos que chegam ao Brasil com preços desleais, disse ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega.Ele demonstrou apreensão em relação ao cenário financeiro global e disse que o crescimento da economia brasileira é sustentável. Reiterou que a defesa comercial é uma prioridade do Executivo, que tomará "medidas importantes nesse campo"."Até os Estados Unidos estão sendo usados como país de triangulação de exportações para o Brasil. A mercadoria sai de um determinado país, vai para os EUA, muda de etiqueta e vem para o Brasil como se fosse uma mercadoria americana. Talvez por isso os EUA estejam com um superávit comercial em relação ao Brasil", disse na segunda reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social no governo Dilma Rousseff."Não vamos deixar a guerra cambial nos derrotar com desvalorizações artificiais das taxas de câmbio de outros países. Estaremos atuando na área de política cambial, estamos intensificando a defesa comercial do país", acrescentou o ministro, que concentrou sua exposição na complexidade do cenário externo atual.Empresários presentes, no entanto, criticaram, sob a condição do anonimato, a demora do governo em adotar medidas efetivas de defesa comercial. De janeiro a junho deste ano, a balança comercial entre o Brasil e os EUA apresentou um déficit de US$ 4 bilhões. Houve déficit também negativo em 2010 (US$ 7,7 bilhões) e 2009 (US$ 4,4 bilhões). De 2000 a 2008, no entanto, a balança comercial bilateral foi superavitária para o Brasil.Mantega afirmou que um eventual fracasso do governo de Barack Obama na tentativa de chegar a um acordo com o Congresso para elevar o teto do endividamento do país teria efeitos negativos na economia mundial. "Seria uma grande insensatez se não se conseguisse superar essa situação. Acredito na resolução, mas confesso minha apreensão pelo rumo que as coisas estão tomando. Espero que haja sensatez ao fim desta semana e que a coisa se resolva."Ele disse ainda que a crise financeira dos países europeus vive nova fase: passou de privada dos bancos para soberana. E ponderou que a conjuntura internacional pode atrapalhar os países em desenvolvimento, mas não a ponto de prejudicar o crescimento das suas economias. Ressaltou, entretanto, que o crescimento da economia nacional se mantém sustentável devido à solidez das contas públicas e o aumento da demanda doméstica. Mantega negou que a economia esteja superaquecida e descartou a existência de uma bolha de crédito no setor imobiliário.Empresários presentes na reunião reforçaram os apelos por medidas concretas de auxílio à indústria, na medida em que segue o cabo de guerra entre os ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento acerca das desonerações tributárias a serem incluídas no pacote de medidas para elevar a competitividade do produto nacional.Presidente do Conselho de Administração da Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter afirmou que "já está acontecendo" um processo de desindustrialização no Brasil. Ele ponderou que o país mantém uma cultura de trabalhar com um cenário de falta de divisas e dólares e, por isso, precisa se adaptar à atual conjuntura de maior oferta da moeda americana no mercado doméstico. Ele defendeu, por exemplo, que o governo amplie o uso de mecanismos tributários que contenham o ingresso de capitais."Se queremos um país desenvolvido, precisaremos ter uma indústria desenvolvida. Do modo que estamos, estamos prejudicando o desenvolvimento industrial", afirmou Gerdau depois da a reunião do Conselhão.O presidente da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, reforçou o coro. Lembrou que a competitividade dos produtos brasileiros vem sendo corroída pelas altas taxas de juros, falta de reformas estruturais e problemas de infraestrutura. "A indústria está passando uma fase muito perigosa", alertou Skaf.
O governo não se deixará vencer pela guerra cambial e está de olho nos países exportadores que usam terceiros mercados, inclusive os Estados Unidos, para driblar as barreiras impostas aos produtos que chegam ao Brasil com preços desleais, disse ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega.Ele demonstrou apreensão em relação ao cenário financeiro global e disse que o crescimento da economia brasileira é sustentável. Reiterou que a defesa comercial é uma prioridade do Executivo, que tomará "medidas importantes nesse campo"."Até os Estados Unidos estão sendo usados como país de triangulação de exportações para o Brasil. A mercadoria sai de um determinado país, vai para os EUA, muda de etiqueta e vem para o Brasil como se fosse uma mercadoria americana. Talvez por isso os EUA estejam com um superávit comercial em relação ao Brasil", disse na segunda reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social no governo Dilma Rousseff."Não vamos deixar a guerra cambial nos derrotar com desvalorizações artificiais das taxas de câmbio de outros países. Estaremos atuando na área de política cambial, estamos intensificando a defesa comercial do país", acrescentou o ministro, que concentrou sua exposição na complexidade do cenário externo atual.Empresários presentes, no entanto, criticaram, sob a condição do anonimato, a demora do governo em adotar medidas efetivas de defesa comercial. De janeiro a junho deste ano, a balança comercial entre o Brasil e os EUA apresentou um déficit de US$ 4 bilhões. Houve déficit também negativo em 2010 (US$ 7,7 bilhões) e 2009 (US$ 4,4 bilhões). De 2000 a 2008, no entanto, a balança comercial bilateral foi superavitária para o Brasil.Mantega afirmou que um eventual fracasso do governo de Barack Obama na tentativa de chegar a um acordo com o Congresso para elevar o teto do endividamento do país teria efeitos negativos na economia mundial. "Seria uma grande insensatez se não se conseguisse superar essa situação. Acredito na resolução, mas confesso minha apreensão pelo rumo que as coisas estão tomando. Espero que haja sensatez ao fim desta semana e que a coisa se resolva."Ele disse ainda que a crise financeira dos países europeus vive nova fase: passou de privada dos bancos para soberana. E ponderou que a conjuntura internacional pode atrapalhar os países em desenvolvimento, mas não a ponto de prejudicar o crescimento das suas economias. Ressaltou, entretanto, que o crescimento da economia nacional se mantém sustentável devido à solidez das contas públicas e o aumento da demanda doméstica. Mantega negou que a economia esteja superaquecida e descartou a existência de uma bolha de crédito no setor imobiliário.Empresários presentes na reunião reforçaram os apelos por medidas concretas de auxílio à indústria, na medida em que segue o cabo de guerra entre os ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento acerca das desonerações tributárias a serem incluídas no pacote de medidas para elevar a competitividade do produto nacional.Presidente do Conselho de Administração da Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter afirmou que "já está acontecendo" um processo de desindustrialização no Brasil. Ele ponderou que o país mantém uma cultura de trabalhar com um cenário de falta de divisas e dólares e, por isso, precisa se adaptar à atual conjuntura de maior oferta da moeda americana no mercado doméstico. Ele defendeu, por exemplo, que o governo amplie o uso de mecanismos tributários que contenham o ingresso de capitais."Se queremos um país desenvolvido, precisaremos ter uma indústria desenvolvida. Do modo que estamos, estamos prejudicando o desenvolvimento industrial", afirmou Gerdau depois da a reunião do Conselhão.O presidente da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, reforçou o coro. Lembrou que a competitividade dos produtos brasileiros vem sendo corroída pelas altas taxas de juros, falta de reformas estruturais e problemas de infraestrutura. "A indústria está passando uma fase muito perigosa", alertou Skaf.
Kraft reposiciona a marca Lacta
Kraft reposiciona a marca Lacta
No segundo semestre do ano passado, a Kraft Foods reuniu 250 consumidores de várias partes do país e pediu que todos ficassem três dias sem comer chocolate. Ao fim dessas 72 horas, a companhia serviu chocolates para essas pessoas e gravou as reações. "Eram tantos ahmms e humms...", diz Patrícia Borges, gerente de Lacta da Kraft Foods Brasil. "O consumidor tem essa relação de prazer com o chocolate que é muito emocional. Essa foi uma das principais razões para que mudássemos o posicionamento de Lacta no mercado". Desde 2007 a Lacta vem usando o 'slogan' "Derrete na boca", reforçando características como a cremosidade e o sabor. "Mas percebemos que a relação do consumidor com o chocolate já não se baseia mais nisso", diz a executiva. Depois de um ano e meio de estudos - e pesquisas com consumidores, como a citada acima -, a Kraft constatou que o consumidor tem mais uma relação de indulgência com o chocolate do que de funcionalidade. "Há uma categoria de pessoas, que inclui homens e mulheres, com idade entre 20 e 35 anos, de todas as classes sociais, que chamamos de 'experience seekers'", diz Patrícia. Esses buscadores de experiências são pessoas que estão cansadas da rotina e que procuram coisas que lhes proporcionem mais sentido para a vida. "Os 'experience seekers' estão cansados de levantar, ir para o trabalho, dormir, levantar e ir trabalhar novamente. Eles querem voltar a se sentir vivos."Com foco nesse perfil de consumidor, a Kraft está mudando toda sua comunicação para a marca Lacta, que inclui a sua linha de chocolates no Brasil. O novo 'slogan' agora será "Entregue-se - Sinta-se vivo com a Lacta". A empresa não revela o quanto está investindo na mudança. Apenas que a verba de marketing para a marca é 40% maior que a do ano passado. Além de ações que incluem campanhas em TV, internet e mídia impressa, a empresa está instalando um tobogã gigante feito para adultos entre um andar e outro de vários shoppings centers do país. "A ideia é fazer com que as pessoas se joguem nele, em vez de ir normalmente pela escada", diz Patrícia. "É essa ideia do 'se jogar', de aproveitar a vida, que estamos querendo passar com relação ao chocolate", acrescenta. Conforme a pesquisa Target Group Index, do Ibope Mídia, 71% dos consumidores regulares de chocolate são mulheres. Esse perfil mais feminino, segundo a gerente da Kraft, também explica um pouco o novo posicionamento da marca. "As mulheres estão muito sobrecarregadas e seu lado emocional aflora mais que o do homem". O reposicionamento de Lacta acontece pouco mais de dois anos depois da rival Nestlé ter lançado a campanha "Chocolover". A fabricante suíça, na época, também fez pesquisas que indicaram a relação emocional com o produto. A Nestlé também não revela o quanto gastou no lançamento de "Chocolover", mas afirma que a campanha representou o maior investimento da área de chocolates da companhia nos últimos dez anos.Hoje, o mercado de chocolates no Brasil movimenta 152,115 milhões de quilos ou R$ 3,435 bilhões, segundo a Nielsen. Nesse cenário, a Lacta é líder no segmento de tabletes (que representa cerca de 38% do mercado total), com 33,3% das vendas em valor e 35,5% em volume. Considerando o mercado de chocolates como um todo (tabletes, bombons etc.), a Lacta está em terceiro lugar, com 34,9% das vendas em valor e 35,2% em volume, atrás da marca Garoto, que pertence à Nestlé, e da líder, Nestlé. No primeiro quadrimestre de 2011, as vendas em volume desse mercado cresceram 8,4%.
No segundo semestre do ano passado, a Kraft Foods reuniu 250 consumidores de várias partes do país e pediu que todos ficassem três dias sem comer chocolate. Ao fim dessas 72 horas, a companhia serviu chocolates para essas pessoas e gravou as reações. "Eram tantos ahmms e humms...", diz Patrícia Borges, gerente de Lacta da Kraft Foods Brasil. "O consumidor tem essa relação de prazer com o chocolate que é muito emocional. Essa foi uma das principais razões para que mudássemos o posicionamento de Lacta no mercado". Desde 2007 a Lacta vem usando o 'slogan' "Derrete na boca", reforçando características como a cremosidade e o sabor. "Mas percebemos que a relação do consumidor com o chocolate já não se baseia mais nisso", diz a executiva. Depois de um ano e meio de estudos - e pesquisas com consumidores, como a citada acima -, a Kraft constatou que o consumidor tem mais uma relação de indulgência com o chocolate do que de funcionalidade. "Há uma categoria de pessoas, que inclui homens e mulheres, com idade entre 20 e 35 anos, de todas as classes sociais, que chamamos de 'experience seekers'", diz Patrícia. Esses buscadores de experiências são pessoas que estão cansadas da rotina e que procuram coisas que lhes proporcionem mais sentido para a vida. "Os 'experience seekers' estão cansados de levantar, ir para o trabalho, dormir, levantar e ir trabalhar novamente. Eles querem voltar a se sentir vivos."Com foco nesse perfil de consumidor, a Kraft está mudando toda sua comunicação para a marca Lacta, que inclui a sua linha de chocolates no Brasil. O novo 'slogan' agora será "Entregue-se - Sinta-se vivo com a Lacta". A empresa não revela o quanto está investindo na mudança. Apenas que a verba de marketing para a marca é 40% maior que a do ano passado. Além de ações que incluem campanhas em TV, internet e mídia impressa, a empresa está instalando um tobogã gigante feito para adultos entre um andar e outro de vários shoppings centers do país. "A ideia é fazer com que as pessoas se joguem nele, em vez de ir normalmente pela escada", diz Patrícia. "É essa ideia do 'se jogar', de aproveitar a vida, que estamos querendo passar com relação ao chocolate", acrescenta. Conforme a pesquisa Target Group Index, do Ibope Mídia, 71% dos consumidores regulares de chocolate são mulheres. Esse perfil mais feminino, segundo a gerente da Kraft, também explica um pouco o novo posicionamento da marca. "As mulheres estão muito sobrecarregadas e seu lado emocional aflora mais que o do homem". O reposicionamento de Lacta acontece pouco mais de dois anos depois da rival Nestlé ter lançado a campanha "Chocolover". A fabricante suíça, na época, também fez pesquisas que indicaram a relação emocional com o produto. A Nestlé também não revela o quanto gastou no lançamento de "Chocolover", mas afirma que a campanha representou o maior investimento da área de chocolates da companhia nos últimos dez anos.Hoje, o mercado de chocolates no Brasil movimenta 152,115 milhões de quilos ou R$ 3,435 bilhões, segundo a Nielsen. Nesse cenário, a Lacta é líder no segmento de tabletes (que representa cerca de 38% do mercado total), com 33,3% das vendas em valor e 35,5% em volume. Considerando o mercado de chocolates como um todo (tabletes, bombons etc.), a Lacta está em terceiro lugar, com 34,9% das vendas em valor e 35,2% em volume, atrás da marca Garoto, que pertence à Nestlé, e da líder, Nestlé. No primeiro quadrimestre de 2011, as vendas em volume desse mercado cresceram 8,4%.
Brasileiros tinham 2ª maior fatia no exterior entre emergentes
Brasileiros tinham 2ª maior fatia no exterior entre emergentes
A exposição de bancos brasileiros no exterior alcançou US$ 84,5 bilhões no primeiro trimestre, uma alta de 32,7% em relação ao mesmo período de 2010. Os dados são do Banco Internacional de Compensações (BIS), banco dos bancos centrais.A exposição aumentou mais nos países desenvolvidos, atingindo US$ 45 bilhões, com alta de 42,8% em relação ao primeiro trimestre de 2010. Em seguida, veio a América Latina com alta de 38,8%, a US$ 16,8 bilhões. Nos centros "offshore", os bancos brasileiros tinham US$ 20,6 bilhões (+17,7%).Dos emergentes que o BIS acompanha, somente os bancos de Taiwan tinham mais engajamento externo que os brasileiros, totalizando US$ 202,4 bilhões. Os bancos do México, por exemplo, tinham apenas US$ 5,9 bilhões e os da Turquia, US$ 24,3 bilhões Por sua vez, a exposição de bancos estrangeiros no Brasil cresceu 31,1% comparado ao primeiro trimestre de 2010 e atingiu US$ 529 bilhões em março. Desse total, US$ 318,4 bilhões são créditos em moeda local fornecidos pelas filiais de bancos estrangeiros, com alta, nesse caso, de 35,4%.Em compensação, a banca espanhola tem exposição externa de US$ 1,5 trilhão, a metade da dos bancos americanos.
A exposição de bancos brasileiros no exterior alcançou US$ 84,5 bilhões no primeiro trimestre, uma alta de 32,7% em relação ao mesmo período de 2010. Os dados são do Banco Internacional de Compensações (BIS), banco dos bancos centrais.A exposição aumentou mais nos países desenvolvidos, atingindo US$ 45 bilhões, com alta de 42,8% em relação ao primeiro trimestre de 2010. Em seguida, veio a América Latina com alta de 38,8%, a US$ 16,8 bilhões. Nos centros "offshore", os bancos brasileiros tinham US$ 20,6 bilhões (+17,7%).Dos emergentes que o BIS acompanha, somente os bancos de Taiwan tinham mais engajamento externo que os brasileiros, totalizando US$ 202,4 bilhões. Os bancos do México, por exemplo, tinham apenas US$ 5,9 bilhões e os da Turquia, US$ 24,3 bilhões Por sua vez, a exposição de bancos estrangeiros no Brasil cresceu 31,1% comparado ao primeiro trimestre de 2010 e atingiu US$ 529 bilhões em março. Desse total, US$ 318,4 bilhões são créditos em moeda local fornecidos pelas filiais de bancos estrangeiros, com alta, nesse caso, de 35,4%.Em compensação, a banca espanhola tem exposição externa de US$ 1,5 trilhão, a metade da dos bancos americanos.
Instituições trazem mais US$ 7,7 bilhões em julho
Instituições trazem mais US$ 7,7 bilhões em julho
Os bancos reduziram fortemente suas posições "vendidas" (apostando na baixa do dólar) no mercado à vista de câmbio para se ajustar às novas regras de recolhimento compulsório anunciadas no início do mês. O volume das apostas dos bancos na apreciação do real caiu de US$ 14,696 bilhões, no fim de junho, para US$ 8,127 bilhões, no dia 22, segundo dados divulgados pelo Banco Central.Para fazer essa correção e escapar do compulsório - 60% do que superar o limite de US$ 1 bilhões ou o patrimônio de referência, o que for menor -, os bancos inundaram o mercado brasileiro com dólares. O fluxo de moeda estrangeira para o país somou, até o dia 22, US$ 7,693 bilhões apenas na conta financeira, que registra a movimentação para aplicações em títulos, bolsa, empréstimos externos e investimento direto. O saldo positivo nesse segmento inverteu uma tendência de três meses consecutivos de saída de recursos em montante semelhante. O fluxo entre abril e junho foi negativo em US$ 7,7 bilhões na conta financeira.Já a conta comercial continua responsável pela entrada de capital no país. O saldo no mês, até o dia 22, ficou positivo pelo quinto mês, em US$ 3,177 bilhões.Como resultado, o saldo de julho, somando as contas comercial e financeira, acumulado até a sexta-feira, chegou a US$ 10,870 bilhões. As compras do BC somaram US$ 3,301 bilhões no período.No ano, o fluxo está positivo em US$ 50,7 bilhões. No mesmo período do ano passado o volume era de US$ 3,363 bilhões.
Os bancos reduziram fortemente suas posições "vendidas" (apostando na baixa do dólar) no mercado à vista de câmbio para se ajustar às novas regras de recolhimento compulsório anunciadas no início do mês. O volume das apostas dos bancos na apreciação do real caiu de US$ 14,696 bilhões, no fim de junho, para US$ 8,127 bilhões, no dia 22, segundo dados divulgados pelo Banco Central.Para fazer essa correção e escapar do compulsório - 60% do que superar o limite de US$ 1 bilhões ou o patrimônio de referência, o que for menor -, os bancos inundaram o mercado brasileiro com dólares. O fluxo de moeda estrangeira para o país somou, até o dia 22, US$ 7,693 bilhões apenas na conta financeira, que registra a movimentação para aplicações em títulos, bolsa, empréstimos externos e investimento direto. O saldo positivo nesse segmento inverteu uma tendência de três meses consecutivos de saída de recursos em montante semelhante. O fluxo entre abril e junho foi negativo em US$ 7,7 bilhões na conta financeira.Já a conta comercial continua responsável pela entrada de capital no país. O saldo no mês, até o dia 22, ficou positivo pelo quinto mês, em US$ 3,177 bilhões.Como resultado, o saldo de julho, somando as contas comercial e financeira, acumulado até a sexta-feira, chegou a US$ 10,870 bilhões. As compras do BC somaram US$ 3,301 bilhões no período.No ano, o fluxo está positivo em US$ 50,7 bilhões. No mesmo período do ano passado o volume era de US$ 3,363 bilhões.
Brasil na 5ª posição do ranking global
Brasil na 5ª posição do ranking global
O Brasil foi o quinto país que mais atraiu Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2010, mostrando um forte salto comparado à 15 posição do ano anterior. O fluxo deve continuar aumentando, com o país ocupando o quarto destino preferido pelas multinacionais para investir no período entre 2011 e 2013. No primeiro semestre, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC), as inversões no mercado brasileiro totalizaram US$ 32,4 bilhões e já há quem esteja revisando o tamanho do fluxo para algo entre US$ 60 bilhões e US$ 65 bilhões. Os dados referentes a 2010 são do Relatório Mundial de Investimentos, da Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). Pela primeira vez, as economias em desenvolvimento e em transição atraíram mais da metade do fluxo de US$ 1,24 trilhão de IED. A projeção para este ano é que fluxo global de IED cresça para algo próximo do US$ 1,4 trilhão, apesar das incertezas na economia global. E à medida que mais produção internacional tome o rumo das economias em desenvolvimento, as multinacionais aumentam os projetos de investimento direto nesses mercados. A ideia é abocanhar bons lucros e permanecer competitivas nas cadeias globais de produção. Isso reflete a mudança no consumo internacional.O Brasil absorveu 30% do total da América Latina no ano passado, com US$ 48 bilhões, quase o dobro dos US$ 26 bilhões no ano anterior. O estoque de investimentos diretos externos no país alcançou US$ 472,5 bilhões, dos quais US$ 187,7 bilhões entraram desde 2005. O país só ficou atrás dos Estados Unidos, China, Hong Kong e Bélgica na captação de IED no ano passado.De outro lado, empresas brasileiras têm estoque de US$ 180,9 bilhões de investimentos diretos no exterior. Desse total, US$ 69,7 bilhões foram investidos nos últimos cinco anos, num ritmo acelerado de internacionalização de vários grupos brasileiros.Diante dos resultados do primeiro semestre do ano, com a entrada de US$ 32,4 bilhões no país, a Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet) aumentou sua previsão para os investimentos externos no Brasil de US$ 56 bilhões para US$ 65 bilhões em 2011. "Se nós estivermos corretos e a Unctad também, isso dá uma participação de 4,4% no fluxo global. O Brasil, assim, deve dobrar sua participação em dois anos", afirma o presidente da Sobeet, Luís Afonso Lima.Em 2009, investimentos com destino no Brasil representaram 2,2% do total do fluxo global de US$ 1,114 trilhão e, em 2010, 3,9% do US$ 1,24 trilhão investido. Segundo Lima, é possível que até o fim do ano o país suba ainda mais no ranking de principais destinos de atração de capital. "Ganhamos destaque. O dinamismo da economia é um apelo especial que temos. Há alguns anos atrás, isso era impensável", diz.A entidade prevê que o Brasil, junto a outros emergentes, passará a ser, além de principal destino, origem de maioria dos investimentos diretos a partir de 2017. "Cada vez mais o destaque virá das economias em desenvolvimento", sustenta Lima.
O Brasil foi o quinto país que mais atraiu Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2010, mostrando um forte salto comparado à 15 posição do ano anterior. O fluxo deve continuar aumentando, com o país ocupando o quarto destino preferido pelas multinacionais para investir no período entre 2011 e 2013. No primeiro semestre, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC), as inversões no mercado brasileiro totalizaram US$ 32,4 bilhões e já há quem esteja revisando o tamanho do fluxo para algo entre US$ 60 bilhões e US$ 65 bilhões. Os dados referentes a 2010 são do Relatório Mundial de Investimentos, da Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). Pela primeira vez, as economias em desenvolvimento e em transição atraíram mais da metade do fluxo de US$ 1,24 trilhão de IED. A projeção para este ano é que fluxo global de IED cresça para algo próximo do US$ 1,4 trilhão, apesar das incertezas na economia global. E à medida que mais produção internacional tome o rumo das economias em desenvolvimento, as multinacionais aumentam os projetos de investimento direto nesses mercados. A ideia é abocanhar bons lucros e permanecer competitivas nas cadeias globais de produção. Isso reflete a mudança no consumo internacional.O Brasil absorveu 30% do total da América Latina no ano passado, com US$ 48 bilhões, quase o dobro dos US$ 26 bilhões no ano anterior. O estoque de investimentos diretos externos no país alcançou US$ 472,5 bilhões, dos quais US$ 187,7 bilhões entraram desde 2005. O país só ficou atrás dos Estados Unidos, China, Hong Kong e Bélgica na captação de IED no ano passado.De outro lado, empresas brasileiras têm estoque de US$ 180,9 bilhões de investimentos diretos no exterior. Desse total, US$ 69,7 bilhões foram investidos nos últimos cinco anos, num ritmo acelerado de internacionalização de vários grupos brasileiros.Diante dos resultados do primeiro semestre do ano, com a entrada de US$ 32,4 bilhões no país, a Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet) aumentou sua previsão para os investimentos externos no Brasil de US$ 56 bilhões para US$ 65 bilhões em 2011. "Se nós estivermos corretos e a Unctad também, isso dá uma participação de 4,4% no fluxo global. O Brasil, assim, deve dobrar sua participação em dois anos", afirma o presidente da Sobeet, Luís Afonso Lima.Em 2009, investimentos com destino no Brasil representaram 2,2% do total do fluxo global de US$ 1,114 trilhão e, em 2010, 3,9% do US$ 1,24 trilhão investido. Segundo Lima, é possível que até o fim do ano o país suba ainda mais no ranking de principais destinos de atração de capital. "Ganhamos destaque. O dinamismo da economia é um apelo especial que temos. Há alguns anos atrás, isso era impensável", diz.A entidade prevê que o Brasil, junto a outros emergentes, passará a ser, além de principal destino, origem de maioria dos investimentos diretos a partir de 2017. "Cada vez mais o destaque virá das economias em desenvolvimento", sustenta Lima.
TRF suspende tributação sobre horas extras
TRF suspende tributação sobre horas extras
Em decisão unânime, a 1 Turma do Tribunal Regional Federal (TRF) da 5 Região, que abrange seis Estados do nordeste, entendeu que não incidem contribuições previdenciárias sobre o pagamento de horas extras. Ao analisar um recurso da Fazenda Nacional contra uma empresa de Sergipe, o juiz convocado e relator do caso, Francisco Barros e Silva, considerou que, por ser verba indenizatória, a hora extra não poderia ser incluída na base de cálculo desses tributos. Para o advogado da empresa, Maurício Faro, do escritório Barbosa, Müssnich & Aragão, a decisão é um importante precedente para os contribuintes. "Esse é o primeiro entendimento de um tribunal de segunda instância", diz o advogado, que possui ações sobre o mesmo tema nas cinco regiões da Justiça Federal. No recurso, a Fazenda Nacional argumentava que apenas as remunerações previstas no parágrafo 9 do artigo 28 da Lei n 8.212, de 1991, como férias indenizadas, licença-prêmio e participação nos lucros ou resultados, poderiam ser retiradas da base de cálculo. O acórdão, publicado neste mês, foi baseado em duas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Os ministros entenderam que somente as parcelas incorporáveis ao salário sofrem a incidência de contribuições previdenciárias. Os julgamentos, no entanto, envolviam horas extras de servidores públicos. Embora considere o acórdão um avanço na discussão, o advogado Alessandro Mendes Cardoso, do escritório Rolim, Viotti & Leite Campos, lembra que os precedentes do Supremo foram aplicados para o regime privado e que o relator do caso no TRF não enfrentou essa diferenciação. "Ficará à cargo dos tribunais superiores analisarem o assunto", diz. Segundo ele, uma forma de aplicar a tese para as empresas seria recorrer ao parágrafo 11 do artigo 201 da Constituição Federal. De acordo com o dispositivo, os ganhos habituais do empregado serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária. "Não sendo habitual, a hora extra poderia ser retirada do cálculo", afirma.Outro ponto a ser analisado pelos tribunais é a separação entre o salário-hora e o adicional de hora extra. "A isenção da contribuição vale apenas para o segundo, que é a indenização", diz Leonardo Mazzillo, do WFaria Advocacia. Ainda assim, ele considera que os contribuintes têm grandes chances nessa discussão, já que a hora extra, que é uma "violação" ao direito dos empregados de cumprir o teto da jornada, terá sempre a função de indenizar, e não de remunerar.
Em decisão unânime, a 1 Turma do Tribunal Regional Federal (TRF) da 5 Região, que abrange seis Estados do nordeste, entendeu que não incidem contribuições previdenciárias sobre o pagamento de horas extras. Ao analisar um recurso da Fazenda Nacional contra uma empresa de Sergipe, o juiz convocado e relator do caso, Francisco Barros e Silva, considerou que, por ser verba indenizatória, a hora extra não poderia ser incluída na base de cálculo desses tributos. Para o advogado da empresa, Maurício Faro, do escritório Barbosa, Müssnich & Aragão, a decisão é um importante precedente para os contribuintes. "Esse é o primeiro entendimento de um tribunal de segunda instância", diz o advogado, que possui ações sobre o mesmo tema nas cinco regiões da Justiça Federal. No recurso, a Fazenda Nacional argumentava que apenas as remunerações previstas no parágrafo 9 do artigo 28 da Lei n 8.212, de 1991, como férias indenizadas, licença-prêmio e participação nos lucros ou resultados, poderiam ser retiradas da base de cálculo. O acórdão, publicado neste mês, foi baseado em duas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Os ministros entenderam que somente as parcelas incorporáveis ao salário sofrem a incidência de contribuições previdenciárias. Os julgamentos, no entanto, envolviam horas extras de servidores públicos. Embora considere o acórdão um avanço na discussão, o advogado Alessandro Mendes Cardoso, do escritório Rolim, Viotti & Leite Campos, lembra que os precedentes do Supremo foram aplicados para o regime privado e que o relator do caso no TRF não enfrentou essa diferenciação. "Ficará à cargo dos tribunais superiores analisarem o assunto", diz. Segundo ele, uma forma de aplicar a tese para as empresas seria recorrer ao parágrafo 11 do artigo 201 da Constituição Federal. De acordo com o dispositivo, os ganhos habituais do empregado serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária. "Não sendo habitual, a hora extra poderia ser retirada do cálculo", afirma.Outro ponto a ser analisado pelos tribunais é a separação entre o salário-hora e o adicional de hora extra. "A isenção da contribuição vale apenas para o segundo, que é a indenização", diz Leonardo Mazzillo, do WFaria Advocacia. Ainda assim, ele considera que os contribuintes têm grandes chances nessa discussão, já que a hora extra, que é uma "violação" ao direito dos empregados de cumprir o teto da jornada, terá sempre a função de indenizar, e não de remunerar.
O G-8 e o desalinhamento deste século
O G-8 e o desalinhamento deste século
Na última década, o mundo sofreu uma grande transformação: entre 2000 e 2010, a participação no PIB mundial das três principais economias emergentes - China, India e Brasil - dobrou. Tal evolução reflete não somente as mudanças que ocorrem dentro dessas economias em desenvolvimento, mas também entre elas. Mais chineses têm visitado a África nos últimos dez anos do que europeus nos últimos 400! A participação da China no comércio mundial foi de 2% em 1990, abaixo de 4% em 2000 e, agora, está em 11%. Entre 2000 e 2010, as exportações do Brasil para a China aumentaram cerca de 20 vezes - antes, a China era um pontinho distante no horizonte comercial brasileiro e hoje é seu maior parceiro comercial, superando os EUA e a UE.O otimismo nas economias emergentes contrasta com a melancolia na UE, Japão e EUA. Devido à crise na Zona do Euro, a Europa está em situação pior do que as economias do Leste Asiático na crise financeira de 1997/98, quando autoridades ocidentais expressaram descontentamento com o "capitalismo de compadres" da Ásia. O declínio da Europa como força econômica parece irreversível também por razões demográficas: a proporção dos europeus em relação à população mundial caiu de 25%, em 1900, para menos de 10% em 2011. Segundo estatísticas do FMI, a fatia do PIB mundial da Europa (em paridade de poder de compra) diminuirá de 25%, em 2000, para 18%, em 2018.Se um marciano visitasse Deauville, resort-sede da recente reunião do G-8 no final de maio, ele dificilmente teria notado essas mudanças profundas. O G-8 foi realizado na Europa, sob um presidente europeu (Sarkozy), dominado por países europeus, que apoiaram uma candidata europeia (Christine Lagarde) para suceder Dominique Strauss-Kahn, outro ex-ministro das finanças francesas, na chefia do FMI. Os europeus argumentam que a razão de se ter um líder do próprio continente se deve à tradição de haver um europeu no FMI e um americano no Banco Mundial, e ao fato de que 80% dos empréstimos do FMI são destinados à Europa, onde há maiores riscos.O desenvolvimento das sociedades depende de sua propensão a se adaptar e da qualidade de sua governança. A composição do Conselho de Segurança da ONU reflete as realidades de 1945; a OMC está estagnada e incapaz de concluir sua atual rodada de negociações (Doha).Seguindo essa lógica, um mexicano deveria ser líder do FMI na época da crise do México, um asiático no momento da crise do Leste Asiático, etc. E quanto à "tradição", bom, tradições têm de se adequar aos tempos. Sociedades incapazes de se adaptarem, inevitavelmente degeneram. Esse foi o caso da China, por cerca de 200 anos. Até que o país abraçou a globalização no final de 1970 - e não olhou para trás desde então.O desenvolvimento das sociedades depende de sua propensão a se adaptar e da qualidade de sua governança. Embora as tecnologias e os mercados tenham mudado, evoluções na governança global, com poucas exceções, não aconteceram. Enquanto as posições entrincheiradas - como a direção do FMI - foram zelosamente guardadas.A composição do Conselho de Segurança da ONU reflete as realidades em 1945; e as perspectivas de mudança são extremamente improváveis. A Organização Mundial do Comércio está estagnada e incapaz de concluir sua atual rodada de negociações (Doha), enquanto o mundo real do comércio está crescendo em inúmeras novas direções.O G-6 foi fundado em 1975 (no ano seguinte tornou-se o G-7, com o Canadá). Naquele ano, a ideia de reunir informalmente os líderes das principais economias do mundo para resolver problemas e estabelecer confiança fazia muito sentido. Após trinta anos de crescimento pós-guerra e de emprego quase pleno, a crise do petróleo de 1973 provocou enorme impacto, resultando na pior crise econômica desde a década de 1930. França, Itália, Alemanha, Reino Unido, EUA, Canadá e Japão eram, sem dúvida, os maiores poderes econômicos. China, India, Brasil e todas as outras economias emergentes, bem como os estados comunistas, não figuravam entre eles e não eram vistos em fóruns oficiais ou não oficiais (ex: Davos).Uma boa ideia em 1975, no entanto, tornou-se obsoleta em 2000. Em 2008, quando surgiu a recessão mundial, havia um elemento de inovação na primeira cúpula do G-20: em Washington, em novembro; seguida por outra reunião em Londres, em abril do ano seguinte. Ambas as reuniões do G-20 tiveram impacto na mitigação dos efeitos da "grande recessão". Esse é um bom exemplo de inovação institucional e adaptação.Desde então, porém, o G-20 tem passeado sem objetivo, com muita retórica e pouca legitimidade. Tenho comparado o G-20 com o drama do autor surrealista Luigi Pirandello, em sua peça "20 personagens em busca de um autor". Estão todos no palco, mas não têm o script.Os problemas do G-20 são agravados pela persistência do G-8. O último tem tentado se projetar como o "autêntico", ao passo que o G-20, com todos seus novos ricos - como India, China, Coreia, Brasil, México, África do Sul, Turquia, etc. - são meramente figurantes.No mundo interconectado de hoje há uma grande preocupação com o desalinhamento entre as novas realidades e as estruturas de governança obsoletas. O alicerce da economia mundial recuperou-se dinamicamente da recessão em muitas áreas do mundo, a maioria em economias emergentes. A base da governança, no entanto, permanece fraca. É provável que haja outros choques na economia global nos próximos anos. Já que tantos negócios estão se direcionando para o mundo em desenvolvimento, a abolição do G-8 e o fortalecimento do G-20 seria um passo construtivo na direção certa. Acabar com a "tradição" de um europeu chefiando imperativamente o FMI seria outro.A incapacidade de modernizar e fortalecer a governança e as instituições globais pode sair extremamente caro. É melhor agir agora. Jean-Pierre Lehmann é professor de International Political Economy no IMD e diretor fundador do Evian Group no IMD.
Na última década, o mundo sofreu uma grande transformação: entre 2000 e 2010, a participação no PIB mundial das três principais economias emergentes - China, India e Brasil - dobrou. Tal evolução reflete não somente as mudanças que ocorrem dentro dessas economias em desenvolvimento, mas também entre elas. Mais chineses têm visitado a África nos últimos dez anos do que europeus nos últimos 400! A participação da China no comércio mundial foi de 2% em 1990, abaixo de 4% em 2000 e, agora, está em 11%. Entre 2000 e 2010, as exportações do Brasil para a China aumentaram cerca de 20 vezes - antes, a China era um pontinho distante no horizonte comercial brasileiro e hoje é seu maior parceiro comercial, superando os EUA e a UE.O otimismo nas economias emergentes contrasta com a melancolia na UE, Japão e EUA. Devido à crise na Zona do Euro, a Europa está em situação pior do que as economias do Leste Asiático na crise financeira de 1997/98, quando autoridades ocidentais expressaram descontentamento com o "capitalismo de compadres" da Ásia. O declínio da Europa como força econômica parece irreversível também por razões demográficas: a proporção dos europeus em relação à população mundial caiu de 25%, em 1900, para menos de 10% em 2011. Segundo estatísticas do FMI, a fatia do PIB mundial da Europa (em paridade de poder de compra) diminuirá de 25%, em 2000, para 18%, em 2018.Se um marciano visitasse Deauville, resort-sede da recente reunião do G-8 no final de maio, ele dificilmente teria notado essas mudanças profundas. O G-8 foi realizado na Europa, sob um presidente europeu (Sarkozy), dominado por países europeus, que apoiaram uma candidata europeia (Christine Lagarde) para suceder Dominique Strauss-Kahn, outro ex-ministro das finanças francesas, na chefia do FMI. Os europeus argumentam que a razão de se ter um líder do próprio continente se deve à tradição de haver um europeu no FMI e um americano no Banco Mundial, e ao fato de que 80% dos empréstimos do FMI são destinados à Europa, onde há maiores riscos.O desenvolvimento das sociedades depende de sua propensão a se adaptar e da qualidade de sua governança. A composição do Conselho de Segurança da ONU reflete as realidades de 1945; a OMC está estagnada e incapaz de concluir sua atual rodada de negociações (Doha).Seguindo essa lógica, um mexicano deveria ser líder do FMI na época da crise do México, um asiático no momento da crise do Leste Asiático, etc. E quanto à "tradição", bom, tradições têm de se adequar aos tempos. Sociedades incapazes de se adaptarem, inevitavelmente degeneram. Esse foi o caso da China, por cerca de 200 anos. Até que o país abraçou a globalização no final de 1970 - e não olhou para trás desde então.O desenvolvimento das sociedades depende de sua propensão a se adaptar e da qualidade de sua governança. Embora as tecnologias e os mercados tenham mudado, evoluções na governança global, com poucas exceções, não aconteceram. Enquanto as posições entrincheiradas - como a direção do FMI - foram zelosamente guardadas.A composição do Conselho de Segurança da ONU reflete as realidades em 1945; e as perspectivas de mudança são extremamente improváveis. A Organização Mundial do Comércio está estagnada e incapaz de concluir sua atual rodada de negociações (Doha), enquanto o mundo real do comércio está crescendo em inúmeras novas direções.O G-6 foi fundado em 1975 (no ano seguinte tornou-se o G-7, com o Canadá). Naquele ano, a ideia de reunir informalmente os líderes das principais economias do mundo para resolver problemas e estabelecer confiança fazia muito sentido. Após trinta anos de crescimento pós-guerra e de emprego quase pleno, a crise do petróleo de 1973 provocou enorme impacto, resultando na pior crise econômica desde a década de 1930. França, Itália, Alemanha, Reino Unido, EUA, Canadá e Japão eram, sem dúvida, os maiores poderes econômicos. China, India, Brasil e todas as outras economias emergentes, bem como os estados comunistas, não figuravam entre eles e não eram vistos em fóruns oficiais ou não oficiais (ex: Davos).Uma boa ideia em 1975, no entanto, tornou-se obsoleta em 2000. Em 2008, quando surgiu a recessão mundial, havia um elemento de inovação na primeira cúpula do G-20: em Washington, em novembro; seguida por outra reunião em Londres, em abril do ano seguinte. Ambas as reuniões do G-20 tiveram impacto na mitigação dos efeitos da "grande recessão". Esse é um bom exemplo de inovação institucional e adaptação.Desde então, porém, o G-20 tem passeado sem objetivo, com muita retórica e pouca legitimidade. Tenho comparado o G-20 com o drama do autor surrealista Luigi Pirandello, em sua peça "20 personagens em busca de um autor". Estão todos no palco, mas não têm o script.Os problemas do G-20 são agravados pela persistência do G-8. O último tem tentado se projetar como o "autêntico", ao passo que o G-20, com todos seus novos ricos - como India, China, Coreia, Brasil, México, África do Sul, Turquia, etc. - são meramente figurantes.No mundo interconectado de hoje há uma grande preocupação com o desalinhamento entre as novas realidades e as estruturas de governança obsoletas. O alicerce da economia mundial recuperou-se dinamicamente da recessão em muitas áreas do mundo, a maioria em economias emergentes. A base da governança, no entanto, permanece fraca. É provável que haja outros choques na economia global nos próximos anos. Já que tantos negócios estão se direcionando para o mundo em desenvolvimento, a abolição do G-8 e o fortalecimento do G-20 seria um passo construtivo na direção certa. Acabar com a "tradição" de um europeu chefiando imperativamente o FMI seria outro.A incapacidade de modernizar e fortalecer a governança e as instituições globais pode sair extremamente caro. É melhor agir agora. Jean-Pierre Lehmann é professor de International Political Economy no IMD e diretor fundador do Evian Group no IMD.
Por que o Brasil é campeão mundial de juros altos
Por que o Brasil é campeão mundial de juros altos
Os números fiscais brasileiros são muito parecidos com os dos Piigs em pelo menos um aspecto importante: as necessidades de financiamento do setor público (NFSP), o conceito mais amplo de déficit público, sem nenhum ajuste ou dedução, estão na faixa de 20% do Produto Interno Bruto (PIB), como pode ser visto na tabela. As NFSP correspondem à soma do déficit nominal (primário mais juros) com as amortizações devidas no exercício fiscal. Os países desenvolvidos, na média, tinham, antes da crise, dívidas brutas um pouco acima de 70% do PIB e prazo médio perto de oito anos, e com isso, se tivessem déficits nominais na faixa de 2%, tinham NFSP na faixa de 10% do PIB ou menos. Depois da crise, as dívidas crescem para algo como 105% do PIB em média e os déficits aumentam de modo que passamos a observar muitos casos de países com NFSP na faixa de 15% do PIB ou mais. O panorama fiscal no mundo desenvolvido conheceu uma piora muito séria, cujas consequências de médio e longo prazo desafiam prognósticos, e aqui se omite deliberadamente o Japão para não desviar a atenção do leitor.O Brasil é um caso singular de país emergente com retrospecto ruim em matéria de dívida mas consegue manter uma dívida bruta acima de 60% do PIB em contraste com a maior parte dos países emergentes, cuja média tem permanecido na faixa de 35%. Com prazos médios na faixa de 3 anos, o Brasil faz rolagens anuais envolvendo algo como 20% do PIB a cada ano. Somando-se a isso um déficit nominal na faixa de 3% tínhamos em 2007 as NFSP na faixa de 23%. Com um tanto mais de alongamento de prazo e a manutenção do superávit primário (ainda que com alguns truques), conseguimos chegar a 19,3% para 2011, segundo a projeção do FMI, possivelmente a primeira vez que estaremos abaixo de 20% nos últimos anos. É um número muito ruim, mas que não atrai muita atenção face ao que se passa no resto do mundo.Temos hoje um modelo menos selvagem onde empurramos a conta para um ausente, as futuras geraçõesA experiência dos Piigs, que refinanciam suas dívidas em mercados internacionalizados de bônus, enfrentando investidores exigentes, mostra que os países quebram quando se rompe a confiança no processo de rolagem, o que normalmente tem a ver sobretudo com o déficit fiscal do exercício corrente e também com os juros (prêmios de risco) pagos. Os investidores aceitam emprestar para países endividados mas que geram caixa, e começam a exigir mais juro apenas quando sua confiança nos números correntes se vê enfraquecida. E como os juros maiores pioram os números correntes, não é difícil criar o círculo vicioso onde estão alguns dos Piigs.No Brasil a rolagem da dívida pública não representa problema graças ao fato de que praticamente toda a dívida é doméstica (as reservas no BC são maiores que a dívida externa pública) e ao fato de que a rolagem há anos tem lugar num ambiente semicativo onde o principal comprador é a indústria de fundos, que carrega algo como 1 trilhão em títulos públicos e operações compromissadas em fundos com liquidez diária. Por precário que pareça ao observador estrangeiro, o sistema é robusto, aguentou turbulências no passado, e não vamos ter problemas com rolagens ao menos enquanto os nossos juros continuarem sendo os maiores do mundo. Mas e o custo dessa segurança? O que aconteceria se a taxa Selic caísse muito significativamente, para um nível normal, como se espera que vá ocorrer no futuro?Teríamos, inevitavelmente, uma migração de recursos para outros ativos, as rolagens ficariam mais difíceis e o Tesouro teria problemas de caixa, especialmente se tiver que amortizar parcelas significativas da dívida que vence. A situação fiscal teria que estar muito melhor para que se pudesse reduzir os juros de forma relevante sem criar problemas sérios com a dívida pública. É fácil concluir que não se pode reduzir a taxa de juros abaixo de certo limite, provavelmente na faixa de uns 8% ou 9%, sem prejudicar o mercado semicativo no âmbito do qual temos conseguido manter em circulação durante anos a fio uma dívida relativamente grande e portanto, uma política fiscal mais frouxa que o ideal. Esta é uma forma elegante de explicar a razão pela qual o Brasil é o campeão mundial de juros: é o preço que pagamos para manter nas mãos de brasileiros que aprenderam a desconfiar do governo um volume de títulos que eles talvez não quisessem manter a juros considerados normais e a prazos que não fossem diários. É o preço que pagamos pela desordem na política fiscal que, felizmente, não é tão grande para trazer de volta a hiperinflação, mas não é pequena o suficiente para que tenhamos juros normais. Em vez de tributar o pobre com a inflação, migramos para um modelo menos selvagem onde continuamos a empurrar a conta para um ausente, as futuras gerações.
Os números fiscais brasileiros são muito parecidos com os dos Piigs em pelo menos um aspecto importante: as necessidades de financiamento do setor público (NFSP), o conceito mais amplo de déficit público, sem nenhum ajuste ou dedução, estão na faixa de 20% do Produto Interno Bruto (PIB), como pode ser visto na tabela. As NFSP correspondem à soma do déficit nominal (primário mais juros) com as amortizações devidas no exercício fiscal. Os países desenvolvidos, na média, tinham, antes da crise, dívidas brutas um pouco acima de 70% do PIB e prazo médio perto de oito anos, e com isso, se tivessem déficits nominais na faixa de 2%, tinham NFSP na faixa de 10% do PIB ou menos. Depois da crise, as dívidas crescem para algo como 105% do PIB em média e os déficits aumentam de modo que passamos a observar muitos casos de países com NFSP na faixa de 15% do PIB ou mais. O panorama fiscal no mundo desenvolvido conheceu uma piora muito séria, cujas consequências de médio e longo prazo desafiam prognósticos, e aqui se omite deliberadamente o Japão para não desviar a atenção do leitor.O Brasil é um caso singular de país emergente com retrospecto ruim em matéria de dívida mas consegue manter uma dívida bruta acima de 60% do PIB em contraste com a maior parte dos países emergentes, cuja média tem permanecido na faixa de 35%. Com prazos médios na faixa de 3 anos, o Brasil faz rolagens anuais envolvendo algo como 20% do PIB a cada ano. Somando-se a isso um déficit nominal na faixa de 3% tínhamos em 2007 as NFSP na faixa de 23%. Com um tanto mais de alongamento de prazo e a manutenção do superávit primário (ainda que com alguns truques), conseguimos chegar a 19,3% para 2011, segundo a projeção do FMI, possivelmente a primeira vez que estaremos abaixo de 20% nos últimos anos. É um número muito ruim, mas que não atrai muita atenção face ao que se passa no resto do mundo.Temos hoje um modelo menos selvagem onde empurramos a conta para um ausente, as futuras geraçõesA experiência dos Piigs, que refinanciam suas dívidas em mercados internacionalizados de bônus, enfrentando investidores exigentes, mostra que os países quebram quando se rompe a confiança no processo de rolagem, o que normalmente tem a ver sobretudo com o déficit fiscal do exercício corrente e também com os juros (prêmios de risco) pagos. Os investidores aceitam emprestar para países endividados mas que geram caixa, e começam a exigir mais juro apenas quando sua confiança nos números correntes se vê enfraquecida. E como os juros maiores pioram os números correntes, não é difícil criar o círculo vicioso onde estão alguns dos Piigs.No Brasil a rolagem da dívida pública não representa problema graças ao fato de que praticamente toda a dívida é doméstica (as reservas no BC são maiores que a dívida externa pública) e ao fato de que a rolagem há anos tem lugar num ambiente semicativo onde o principal comprador é a indústria de fundos, que carrega algo como 1 trilhão em títulos públicos e operações compromissadas em fundos com liquidez diária. Por precário que pareça ao observador estrangeiro, o sistema é robusto, aguentou turbulências no passado, e não vamos ter problemas com rolagens ao menos enquanto os nossos juros continuarem sendo os maiores do mundo. Mas e o custo dessa segurança? O que aconteceria se a taxa Selic caísse muito significativamente, para um nível normal, como se espera que vá ocorrer no futuro?Teríamos, inevitavelmente, uma migração de recursos para outros ativos, as rolagens ficariam mais difíceis e o Tesouro teria problemas de caixa, especialmente se tiver que amortizar parcelas significativas da dívida que vence. A situação fiscal teria que estar muito melhor para que se pudesse reduzir os juros de forma relevante sem criar problemas sérios com a dívida pública. É fácil concluir que não se pode reduzir a taxa de juros abaixo de certo limite, provavelmente na faixa de uns 8% ou 9%, sem prejudicar o mercado semicativo no âmbito do qual temos conseguido manter em circulação durante anos a fio uma dívida relativamente grande e portanto, uma política fiscal mais frouxa que o ideal. Esta é uma forma elegante de explicar a razão pela qual o Brasil é o campeão mundial de juros: é o preço que pagamos para manter nas mãos de brasileiros que aprenderam a desconfiar do governo um volume de títulos que eles talvez não quisessem manter a juros considerados normais e a prazos que não fossem diários. É o preço que pagamos pela desordem na política fiscal que, felizmente, não é tão grande para trazer de volta a hiperinflação, mas não é pequena o suficiente para que tenhamos juros normais. Em vez de tributar o pobre com a inflação, migramos para um modelo menos selvagem onde continuamos a empurrar a conta para um ausente, as futuras gerações.
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