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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Apagão científico ameaça pesquisas em institutos

Apagão científico ameaça pesquisas em institutos





Êxodo em institutos traz risco de 'apagão científico'

Responsáveis por gerar e transferir conhecimentos científicos e tecnológicos para os agronegócios, os institutos de pesquisas agrícolas do Estado estão sob o risco de um "apagão científico" por causa dos altos índices de exoneração de servidores - pesquisadores, técnicos, oficiais e agentes de pesquisa - que buscam institutos federais ou até mesmo o setor privado por melhores salários. Segundo a Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APQC), Campinas - sede de quatro dos oito institutos estaduais - tem hoje cerca da metade dos profissionais que o setor registrava há dez anos.

Coordenados pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento, os institutos - Agronômico de Campinas (IAC), Biológico (IB), Economia Agrícola (IEA), Pesca (IP), Tecnologia de Alimentos (Ital) e Zootecnia (IZ), e 15 Pólos Regionais distribuídos estrategicamente no estado, bem como o Departamento de Gestão Estratégica (DGE) - contribuem contribuem para o desenvolvimento regional, a inovação científica e tecnológica, e para o fortalecimento da economia baseada no agronegócio. Porém, por causa do "exôdo profissional", muitos projetos correm o risco de não seguir adiante por falta de pessoal.

No IAC, por exemplo, atualmente são 187 pesquisadores e 542 técnicos, oficiais e agentes de pesquisa. No passado, segundo o presidente da associação, Laerte Machado, esse número era quase o dobro. "Tomando em consideração que Campinas ainda abriga o Ital e uma parte do Instituto Biológico, não somamos na cidade 300 pesquisadores", disse. Na Região Metropolitana de Campinas (RMC), também está localizado o Instituto de Zootecnia (IZ) de Nova Odessa, atualmente com a maioria dos 46 pesquisadores e 214 profissionais da pesquisa. A explicação para Machado são os baixos salários. "O Estado de São Paulo é o que pior paga no país", disse.

Exôdo

Os profissionais dos institutos têm preferido optar pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), onde o salário inicial é de R$ 7 mil e pode chegar a R$ 11 mil em um curto período de tempo. No estado, o salário inicial de um pesquisador com doutorado é de R$ 2,7 mil. No auge da carreira, o salário atinge R$ 6,4 mil. "Em alguns órgãos, o salário chega a ser o dobro do nosso", disse o pesquisador do IAC, Maurílio Terra, durante uma debate ocorrido no final do ano passado na Câmara de Vereadores de Campinas. Segundo ele, no Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), o salário varia entre R$ 5 mil e R$ 10,5 mil. Nas universidades estaduais, o salário varia de R$ 3,5 mil a R$ 9,5 mil.

"Além de estarmos perdendo profissionais para órgãos federais ou empresas privadas que pegam mais, não conseguimos repor as vagas deixadas por quem se aposenta. Os jovens que estão preferindo prestar concurso em órgãos como a Embrapa e outros federais do que nos institutos", disse Machado. "Há vários anos foi prometida a equiparação salarial entre pesquisadores e professores universitários de São Paulo. Mas, com os anos, essa promessa foi deixada de lado e hoje a diferença é grande. Todos os nossos pesquisadores tem no mínimo o mestrado, mas ganha menos", completou.

Em todos os institutos há notícias de pesquisas paralisadas por falta de pessoal. No IZ, por exemplo, um projeto de suinocultura foi abandonado por um pesquisador que preferiu atuar em outras instituições. "Os institutos estão bem equipados, mas a falta de pesquisadores faz com que eles não sejam usados. Há casos como o de um microscópio de última geração que ficou quase dois anos sem uso por falta de um profissional adequado", contou o presidente da associação. "Em outros casos, por não suportar os baixos salários, os pesquisadores têm partido para a iniciativa privada. Hoje, o setor do agronegócio cresce e demanda profissionais, e é onde eles encontram bons salários", completou.

APQC cobra equiparação salarial com professores universitários

Há pelo menos um ano a direção da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo cobra do governo do Estado a equiparação salarial com professores de universidades estaduais. Embasados em decisões da Justiça que lhes garante a equiparação, eles cobram o governador José Serra (PSDB) e o secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, João de Almeida Sampaio Filho, o aumento do salário. Segundo dados da associação, a correção resultaria em mais R$ 87,8 milhões ao ano ou R$ 7,3 milhões por mês ao Estado.

"Estamos cientes das dificuldades que iremos encontrar nas negociações com o atual governo. Fato já demonstrado nas respostas que nos tem sido dado à ementa que encaminhamos a diversos elementos do governo, pleiteando o ato normativo, junto ao governo paulista, para corrigir a diferença salarial provocada por efeito de medidas judiciais", disse o presidente da associação, Laerte Machado. "Esperamos solucionar os problemas pertinentes a nossa carreira, principalmente o relacionado à questão salarial. Algo que tem sido desestimulador e nos deixado muito a quem de outros órgãos de pesquisa, a exemplos, citamos aqueles mantidos pelo governo federal", completou.

No ano passado, em debate na Câmara de Vereadores de Campinas, os pesquisadores acusaram o governador de sucatear a categoria. Machado disse que o recurso enviado aos institutos pelo governo não é suficiente. "Precisamos nos mobilizar para conquistar melhorias", defendeu, à época. Ele contou ainda que o governo estudava a possibilidade de transformar os institutos de pesquisa em autarquias. "Nós não temos medo de mudança, o que tememos é perder os recursos de orçamento do Estado", disse. "Se isso acontecer, teremos que vender projetos de pesquisa para gerar nossos recursos", criticou Machado. "O governo tem que investir em pesquisa porque nosso trabalho é longo e sequenciado, não podemos perder a manutenção desses repasses", disse o pesquisador do IAC, Maurílio Terra. (VBF/AAN)

Direção da Apta reconhece problema, mas nega "apagão"

O coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), Orlando Melo de Castro, que já atuou como pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), reconheceu o "exôdo profissional" de pesquisadores e técnicos, oficiais e agentes de pesquisa por causa dos baixos salários oferecidos pelo governo do Estado. "É muito difícil a gente competir com a Embrapa. Se fosse por salário base, até que dava, mas existem outras remunerações que fazem com que o salário fique superior", disse. Ele, inclusive, prevê uma nova debandada de servidores com o novo concurso aberto pela Empresa de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

No entanto, ao mesmo tempo que confirma o problema, ele nega a possibilidade de um "apagão científico". "Não vai sair todo mundo, de um dia para outro (dos institutos). Nós temos os jovens pesquisadores", disse. "Os projetos de pesquisa são crescentes, as atividades estão sendo mantidas. O que acontece é que, quando a pesquisa não gera mais interesse para o estado, ela deixa de ser trabalhada. E, diante disso, cada instituto tem que se plajenar e ajustar no que é de importância trabalhar", completou, ao responder sobre a falta de profissionais para seguir com pesquisas iniciadas e paralisadas.

Castro contou que um dos problemas que podem ter contribuído para o déficit de profissionais é a falta de regularidade nos concursos públicos. O último grande concurso foi finalizado em 2006. No entanto, um ano depois, a Embrapa abriu um concurso e todos os profissionais recém-contratados pelo Estado deixaram as funções. "Atualmente, estamos com 805 pesquisadores em todo o estado e 2.488 profissionais de apoio à pesquisa. Por conta disso, estamos fazendo um levantamento para identificar vagas em aberto e novos cargos. Após toda essa pesquisa, vamos apresentar ao secretário e pedir concurso, cuja regularidade tem de ser no máximo de quatro em quatro anos", afirmou.

Sobre a equiparação salarial, Castro afirmou que o pedido deverá ser encaminhado em breve ao governador José Serra (PSDB). (VBF/AAN)

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Lavazza terá indústria de exportação no Brasil

Lavazza terá indústria de exportação no Brasil


O Brasil exportou 30,3 milhões de sacas de café no ano passado. Desse volume, apenas 107 mil foram equivalentes a café torrado e moído. Outros 2,9 milhões corresponderam a café solúvel.

O café é um dos setores mais tradicionais da economia brasileira, mas também um dos de menor agregação de valor quando se trata de vendas externas. Porém, esse cenário pode começar a mudar.

Uma das principais indústrias de café no mundo, a italiana Lavazza fará do Brasil a base para as exportações de café industrializado para as Américas. Há vários anos no Brasil, a empresa vinha fazendo análises do mercado e buscando a localização para sua indústria. Escolheu o Estado do Rio de Janeiro, e a nova indústria entra em operação no segundo semestre do próximo ano.

A marca responde por 50% do café consumido na Itália e quer agora uma expansão forte também em outros mercados.

Aquisições

A Lavazza, que já comprou duas pequenas empresas de café no Brasil, a carioca Café Grão Nobre e a paulista Terra Brasil, vai continuar fazendo aquisições. "Vamos fazer uma série de outras pequenas compras para montar uma plataforma sobre a qual deveremos construir um crescimento orgânico", disse Gaetano Mele, presidente-executivo da empresa.

A nova fábrica da empresa será construída de forma modular. Inicialmente a empresa colocará em operação uma unidade para fornecer produto para o Brasil. Na sequência, virão os mercados da América do Sul e dos Estados Unidos. Os investimentos iniciais ficam entre R$ 35 milhões e R$ 45 milhões.

O executivo da Lavazza diz que a unidade do Brasil terá a mesma gama de produtos oferecidos na Itália, incluindo cápsulas de café. Um mercado ascendente, as cápsulas ganham força no consumo. Mele justifica a necessidade de a empresa colocar a maior variedade possível de produtos no mercado porque os consumidores têm gostos variados.

Apesar da nova indústria, os objetivos da Lavazza continuam sendo os consumidores de café expresso fora de casa: cafeterias, escritórios, hotéis, indústrias etc. O segundo passo deve ser o consumo no lar.

Futuro

A aposta da Lavazza no Brasil tem um motivo: a busca de um país que terá um diferencial mundial em uma ou duas décadas. Mele afirma que a população, os recursos e a dinamicidade da economia brasileira fazem a diferença, e a empresa quer estar nesse mercado nos próximos anos.

O café de qualidade custa mais e exige renda dos consumidores, mas isso não deverá ser problema para o Brasil. O crescimento de renda no país será em ritmo maior do que nos países de economia consolidada, afirma o executivo.

O desafio futuro para as empresas será obter redução de custos sem reduzir a qualidade, na avaliação do executivo. "Se há qualidade melhor da matéria-prima, deve-se pagar mais pelo produto", diz ele.

Mas a vida de produtores e de empresas não tem sido fácil ultimamente. A entrada dos grandes fundos de investimentos no mercado de commodities agrícolas tem distorcido os preços do café, que não seguem apenas as questões de oferta e de demanda. Mele diz que "esses fenômenos externos ao mercado, como as especulações financeiras, preocupam muito".

A reportagem é de Mauro Zafalon, para o jornal Folha de S.Paulo, resumida e adaptada pela equipe CaféPoint.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Safra 2010 estimativa

Safra 2010 estimativa

O ano começa e uma nova rodada de estimativas da safra de café ano 2010 começa a pipocar.
A conab órgão do governo responsável pela coleta de dados e divulgação da safra de grãos e para nos que mais nos interessa a safra de café mandou essa semana mais um relatório com seus números que ficara segundo ela entre 46 e 48 milhões de sacas de café, o Senhor ministro Stephanes mandou uma dias antes da conab entre 48 e 50 milhões de sacas de café.
O mercado já trabalha com números bem superiores a esse já vimos números entre 53 e 62 milhões de sacas de café, números esse que justificariam sem desconfiar de nenhuma ala da cadeia produtiva os números de consumo e exportação, mas qual nossa verdadeira realidade. Acreditando nos números do mercado pois acredito na força dos nossos produtores e sua capacidade estamos produzindo muito mais por área ,mas precisamos de exatidão para que a cafeicultura possa tomar suas decisões o mãos correto possível.
1-Saber nossa produção
2-Saber a área plantada
3-Nossa produtividade
Nenhuma atividade consegue sobreviver em longo prazo sem uma direção e a cafeicultura precisa de uma nova coordenação, pois nossos representantes nos parecem ser incapazes de nos por nessa direção correta.
Nosso alvo prioritário hoje é sair da falência e buscar incansavelmente por preços que nos sejam remunerativos, a união entre a classe produtora exportadora e indústria me parece fundamental nessa faze, ficarmos atirando em todas as direções me parece uma atitude pouco inteligente da classe produtora, também ficar pedindo esmola para os governantes feitos bebes chorões não vai resolver nada.
A primeira atitude sensata agora seria um levantamento serio de estoques e uma pesquisa de safra que nos mostre a realidade para que os produtores deixem de ser enganadas e fazer parte de uma manipulação de mercado onde os beneficiários não somos nós, se estamos produzindo mais café do que consumimos temos o direito de saber para poder cortar em nossa própria carne pondo em pratica uma diminuição do parque cafeeiro.
Ninguém sobrevive trabalhando no vermelho não temos terras suficientes para produzir café totalmente mecanizado, portanto essa não seria a saída, e para os produtores dessa região saibam que a cafeicultura de montanha sobrevivera e terá condições de concorrer através da agricultura familiar que cresce e toma conta de nossa região, portanto a direção tem que ser só uma, pois a essa concorrência predatória não esta nos beneficiando.
O café conilon que em tempos passado era o vilão e tratado muitas vezes com desrespeito passou a ser estrela em alguns casos visto como a solução para a cafeicultura, para os produtores de invejam saibam que os novos barões do café virão da produção desse tipo de café.
O outro interessado nessa cadeia produtiva e que ninguém escuta o consumidor terá que ser ouvido para que num futuro próximo seu velho cafezinho de fim de tarde não tenha um gosto amargo.
WAGNER PIMENTEL
www.cafezinhocomamigos.blogspot.com
Manhuaçu mg

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

SINCAL traça estratégias para a cafeicultura - CARTA DE ALTINÓPOLIS

SINCAL traça estratégias para a cafeicultura - CARTA DE ALTINÓPOLIS


Quinta, 14 Janeiro 2010


CARTA DE ALTINÓPOLIS


A SINCAL reuniu-se, no dia 12/01/2010, no Sindicato Rural de Altinópolis/SP, para discutir diversos assuntos entre os quais as medidas para apoiar a nossa cafeicultura em 2010. Como a SINCAL está adentrada e conhecedora das debilidades da cafeicultura, resolveu-se iniciar, o mais cedo Possível, visando à resolução das citadas medidas, em tempo hábil, pois no ano passado muitas embromações ocorreram por parte da área governamental especificamente, mais do Ministério da Agricultura que nomeou um grupo de trabalho encabeçado pelo Sr. Manuel Vicente Bertone, que infelizmente caracterizou-se por um desfiladeiro semanal na expectativa para Apontar soluções do endividamento e de medidas de apoio que terminaram num Relatório pífio com medidas inócuas e praticamente, extremamente tardias o pois que nos ocasionou Prejuízos Elevados e muita indignação, foi perceptível o apoio ao setor comercial aos EXPORTADORES principalmente em detrimento aos Produtores. Prova disso, que não existe um planejamento estratégico e, desconhecemos a realidade dos nossos estoques nas cooperativas e noutros setores comerciais da parte tanto qualitativa como quantitativa descaracterizando uma visibilidade e prejudicando os cafeicultores, beneficiando Claramente o comércio e algumas cooperativas que não passam de meras exportadoras .

Somado aos aspectos mencionados, temos as previsões feitas pela CONAB e IBGE, colocam números que são pouco confiáveis, pois, o próprio Presidente da CONAB colocou dúvidas nos números/levantamentos, trazendo um grande constrangimento junto aos exportadores. Isso ocorreu em 2009 e foi amplamente ventilado na imprensa. Portanto, colocar uma previsão de colheita de 2010/2011 “pura e crua” desconhecendo os estoques, como acabamos de citar, é um erro grosseiro, dando asas ao setor especulativo ajudando a matar a classe produtora.

Prova disso tudo é a continuidade das exportações de café pelo Brasil, entregando nossos cafés, “a preço de banana” expressão muito utilizada para caracterizar preços extremamente baixos. Enquanto nossos concorrentes vendem com ágio e muito acima da bolsa de Nova York como:

* Nova York Eletrônica – 1, 45 centavos de E.U $ / libra peso = E.U. $ 191,80 / saca x 1,75 = R$ 335,65 / saca fob.

* BM&F Brasil março de 2010 E.U. $ saca = E.U. $ 177,00 / saca 1,75 = R$ 309,75 / saca

* Café Colombiano (I.E)* NY E.U $ / libra peso = E.U. $ 2,0909 = E.U. $ 276,58 / saca x 1,75 = R$ 484,02 / saca fob.

* Café da América Central E.U. $ / libra peso = E.U $ 2.105 = $ 266,54 / saca x 1,75 = R$ 466,45 / saca fob.

* Café do Quênia E.U. $ / libra peso = E.U. $ 2,22 = $ 293,66 / saca x 1,75 = R$ 513,90 / saca fob.

*Imediato Eletrônico

Portanto, senhores cafeicultores enquanto estamos vendendo nosso café arábica de qualidade excelente, senão melhor que os Concorrentes, uma base de R $ 309,75 BM & F, a Colômbia está vendendo R $ 484,02, os Centrais estão vendendo eo de R $ 466,45 Quênia está vendendo a R $ 513,90 / saca. Portanto, não dá mais para aguentar tamanha injustiça. É muita deslealdade. Estamos sendo profundamente prejudicados econômicamente. Isso é só um exemplo, no momento, sendo que nos últimos 13 anos perdemos R $ 100,00 / saca dentro da mesma sistemática apresentada. Calcule quantas sacas Cada qual colheu nesse período Multiplique por R $ 100,00 / saca e veja uma fortuna que foi TRANSFERIDO do seu bolso para os mais ricos.

O Brasil continua exportando recordes de quantidades e causando recordes de prejuízos aos cafeicultores. Nessa semana acompanhamos os fechamentos das exportações dados da CECAFÉ (Conselho dos Exportadores de Café) que colocam destaque que o setor exportou 30,3 milhões de sacas em 2009, mas os cafeicultores quebrando estão perdendo R$ 100,00 / saca em média ou mais, e esses 30,3 milhões de sacas deu um prejuízo de mais de três bilhões de reais, extorquidos dos cafeicultores, dos trabalhadores rurais e do nosso país que em decorrência a isso passamos entre outros fatores não fazer vexaminoso título de Subdesenvolvido e terceiro mundista e, aqui quem provoca essa situação não são nossos negros e os pobres, mas sim os empresários e seus executivos e funcionários públicos graduados que vivem do erário público entre outros sugando o sangue de quem produz.

Nesses últimos meses estamos com mais de 50% de markt share (participação de mercado) na exportação de café arábica e incrivelmente continuados a praticamente “doar nossos cafés para o mundo rico”. Onde está o Ministério da Agricultura, da Fazenda e outros setores governamentais? Propositalmente estão cegos ou por incompetência ou ambos. Isso é um descalabro, vender muito mais barato que nossos concorrentes num mercado já claramente caracterizado por falta de café. Países concorrentes ao Brasil deixaram de vender café por escassez de produto. Um absurdo. Nossos cafeicultores estão sendo frontalmente prejudicados.

Baseados no exposto a SINCAL traçou pontos que deverão ser aprovados, o mais rápido possível, para darmos entrada na safra vindoura com as decisões claras e praticáveis como:


1 – Preço Mínimo – Reajustar o preço mínimo de R$ 261,69/saca, que por um erro grosseiro do governo ficou abaixo do custo de produção. Sabemos que pelos próprios dados da CONAB o custo de produção ficava acima de R$ 320,00/saca reconhecido verbalmente em agosto de 2009, pelo Ministro da Agricultura.


2 – Pré-Comercialização – Realizar as pré-comercializações a partir de maio de 2010, na entrada da safra, com 80% do preço mínimo corrigido e os vencimentos das mesmas a partir de 12 meses após a contratação o que não interferirá na safra de 2011, pois, sabemos que será uma safra baixa em decorrência a própria bienalidade e falta de tratos culturais.


3 – Opções de Venda – Como o próprio governo já manifestou a estratégia de retirar Dez milhões de sacas do mercado para estocagem, faz-se necessário que as opções de venda ocorram a partir de agosto, para não acarretar excesso de oferta e não deixar os preços caírem. Sendo assim distribuídas dentro de 2010:

Em Agosto - 1.250.000 sacas;

Em Setembro - 1.250.000 sacas;

Em Outubro - 1.250.000 sacas;

Em Novembro - 1.250.000 sacas; Totalizando cinco milhões de sacas

O preço das opções Deverá ser reajustado Acompanhando o mesmo raciocínio do preço mínimo. Os demais itens que norteiam essa modalidade de negócio Deverão acompanhar as portarias já Aprovadas dentro de 2009. (Lembrando que já foram retiradas Três milhões Nas primeiras opções).

4 – AGF (Aquisição do Governo Federal) – Aquisição de dois milhões de sacas de cafés mais fracos como os de bebida RIO e RIADO, seguindo as portarias já existentes acrescentando o carrego financeiro, sacaria e frete.


5 – Custeio de Colheita – Liberação das verbas a partir de março e abril de 2010 com o início da arruação e compra de materiais de colheita, revisão dos veículos para transporte dos trabalhadores entre outras. O pagamento da colheita só se dará com o atingimento do preço mínimo e poderá optar para pagar em café colocando nos estoques da CONAB.


6 – Custeio para Tratos Culturais – Liberação das verbas a partir de agosto de 2010 para as aquisições de calcário, adubos e defensivos. Com isso evitaremos as trocas físicas, famigeradas, realizadas pelas multinacionais que além ganhar suas ricas margens ainda, ganham em cima do café da troca. O cafeicultor com o dinheiro na mão irá adquirir seus insumos com melhores preços diminuindo o custo de produção dando maior competitividade a nossa cafeicultura perante o mercado internacional.


7 – Levantamento dos Estoques – Fazer levantamento de estoques com verbas do FUNCAFÉ, contratando empresas de credibilidade internacional para evitar as especulações. Empresas como a Control União e SGS. Esses estoques deverão ser levantados quantitativamente qualitativamente, nas cooperativas e no comércio em geral.


8 – Erradicação dos cafezais – Promover a erradicação de lavouras de baixa produtividade com remuneração ao cafeicultor para abater de suas dívidas perante o FUNCAFÉ. Esse plano de erradicação será sugerido pela SINCAL nas próximas semanas, mas, a princípio pensamos em erradicar 15 a 20% das lavouras consideradas de baixa produtividade.


9 – Endividamento – Com relação ao endividamento dos cafeicultores, consideramos que o ideal é o que está preconizado na Carta de Varginha de 16/03/2009 oriunda do Movimento SOS Café, sem a qual os cafeicultores não serão beneficiados com uma implantação das medidas acima propostas.


Esse ano com uma estruturação da SINCAL teremos plenas condições de cobrança e acompanhamento das políticas do café. Faremos permanente vigilância com isso.


Altinópolis / SP, 12 de Janeiro de 2010


SINDICATO DOS PRODUTORES RURAIS DE ALTINOPOLIS

SINDICATO DOS PRODUTORES RURAIS DE ILICÍNEA

SINDICATO DOS PRODUTORES RURAIS DE BOA ESPERANÇA

SINDICATO DOS PRODUTORES RURAIS DE GUAPÉ

SINDICATO DOS PRODUTORES RURAIS DE VARGINHA

SINDICATO DOS PRODUTORES RURAIS DE PIUMHI

SINDICATO DOS PRODUTORES RURAIS DE SÃO SEBASTIÃO DO PARAISO

ASSOCIACAO DOS CAFEICULTORES DE COROMANDEL - ACC

SINDICATO DOS PRODUTORES RURAIS DE COROMANDEL

SINDICATO DOS PRODUTORES RURAIS DE GUARANÉSIA

COOPERATIVA DOS CAFEICUTORES DA REGIÃO DE GARÇA/SP

SINDICATO DOS PRODUTORES RURAIS DE TRÊS PONTAS

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

TANTO TENTARAM, QUE .................................

OPINIÃO - TANTO TENTARAM, QUE .................................





Bom dia cafeicultores de todo o Brasil, infelizmente a continuação da frase acima utilizada como titulo poderia terminar de várias formas, como exemplo:
1- TANTO TENTARAM, QUE OS RESPONSÁVEIS PELA POLITICA DE CAFÉ NO BRASIL CONSEGUIRAM APROVAR E COMPROVAR UM PREÇO MÍNIMO JUSTO DA SACA DE CAFÉ, CONDIZENTE COM O SEU CUSTO DE PRODUÇÃO.

2- TANTO TENTARAM, QUE OS RESPONSÁVEIS PELA POLITICA DE CAFÉ NO BRASIL CONSEGUIRAM ELABORAR A RETIRADA DE 3 MILHÕES DE SACAS DE CAFÉ ATRAVÉS DOS LEILOES DE OPÇÃO, EM UMA DEMONSTRAÇÃO CLARA PARA OS ESPECULADORES DE PLANTÃO, QUE O GOVERNO RECONHECE O VERDADEIRO VALOR DO CAFÉ PRODUZIDO NO BRASIL E NÃO MAIS PERMITIRÁ QUE ESTE SEJA “ROUBADO” DO CAFEICULTOR BRASILEIRO.


3- TANTO TENTARAM, QUE OS RESPONSÁVEIS PELA POLITICA DE CAFÉ NO BRASIL CONSEGUIRAM COM QUE O CONGRESSO APROVASSE EM TEMPO HABIL A LIBERAÇÃO DA VERBA PARA QUE A CONAB PUDESSE PAGAR EM DIA OS CAFÉS DO PRIMEIRO LEILÃO DE OPÇÃO, PERMITINDO ASSIM AO CAFEICULTOR CUMPRIR COM OS COMPROMISSOS ASSUMIDOS:

- 13º SALARIO DE SEUS FUNCIONÁRIOS
- 20% DOS CUSTEIOS DO FUNCAFÉ VENCIDOS NO FINAL DE DEZEMBRO
- PAGAMENTO DA PARCELA DO FUNCAFE DAÇÃO

MOSTRANDO TAMBÉM A SERIEDADE E CREDIBILIDADE DAS POLITICAS ADOTADAS PARA SALVAR A CAFEICULTURA.


Entretanto, o fim desta frase citada acima comprovou minhas previsões:

1- TANTO TENTARAM, QUE OS IRRESPONSÁVEIS PELA POLITICA DE CAFÉ NO BRASIL CONSEGUIRAM APROVAR E MAQUIAR UM PREÇO MINIMO DA SACA DE CAFÉ BEM ABAIXO DE SEU CUSTO DE PRODUÇÃO, LEVANDO PARA A PRIVADA A PALAVRA EMPENHADA DO NOSSO MINISTRO DA AGRICULTURA E DO PRESIDENTE DO CNC.

2- TANTO TENTARAM, QUE OS IRRESPONSÁVEIS PELA POLITICA DE CAFÉ NO BRASIL CONSEGUIRAM ELABORAR A RETIRADA DE 3 MILHÕES DE SACAS DE CAFÉ DO MERCADO ATRAVÉS DOS LEILÕES DE OPÇÃO, MAS NÃO SEM ANTES DAR UM TEMPO HÁBIL PARA QUE O MERCADO SE ABASTECESSE COM A NECESSIDADE DO PRODUTOR VENDER SEU CAFÉ LOGO APÓS A COLHEITA.


3- TANTO TENTARAM, QUE OS IRRESPONSÁVEIS PELA POLITICA DE CAFÉ NO BRASIL CONSEGUIRAM ESQUECER QUE ERA NECESSÁRIO VERBA PARA QUITAR EM DIA OS PAGAMENTOS DOS LEILÕES, PROVOCANDO ASSIM O ATRASO DE 1 MÊS NOS PAGAMENTOS DOS CAFÉS ENTREGUES AO GOVERNO. PORTANTO, NÃO CONSEGUIMOS QUITAR NOSSOS COMPROMISSOS CITADOS ACIMA, E CONSEQUENTEMENTE ESTAMOS FORA DAS RENEGOCIAÇÕES DAS DIVIDAS.

4- RESUMINDO, TANTO TENTARAM, QUE OS IRRESPONSÁVEIS PELA POLITICA DE CAFÉ NO BRASIL QUASE CONSEGUIRAM ACABAR COM A CREDIBILIDADE DOS LEILÕES DE OPÇÃO, DIGO QUASE, POR QUE NÓS, OS CAFEICULTORES IRRESPONSÁVEIS, INCOMPETENTES NÃO DEIXAREMOS ISSO ACONTECER, POIS LANÇAMOS AQUI UM ALERTA:



ALERTA GERAL
CAFEICULTORES DE TODO O BRASIL, NESTE DIA 15 DE JANEIRO VA ATÉ SUA COOPERATIVA E COBRE A ENTREGA DO CAFÉ PARA O GOVERNO, COBREM DE SEUS GERENTES (COOPERATIVA) O RECIBO DE ENTREGA DOS CAFÉS NOS ARMAZENS DA CONAB. A CREDIBILIDADE DO GOVERNO EM NOS PAGAR PODE ESTAR ABALADA PARA O MERCADO, MAS A NOSSA CREDIBILIDADE EM CUMPRIR COM O NOSSO DEVER E SALVAR A CAFEICULTURA NACIONAL JAMAIS SERÁ ABALADA.


SINCAL

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

2010 para o café

2010 para o café

O ano de 2.010 é um ano que abre uma nova década e fecha uma década de crise, trapalhadas, sofrimento e dividas para o cafeicultor brasileiro principalmente o produtor de café arábica.
O novo ciclo que se começa vem logo no começo mostrando que as dificuldades do setor cafeeiro têm que ser analisadas de forma diferente. A responsabilidade que temos que continuar trabalhando pois temos uma dever social que carregamos uma bagagem de 8 milhões de trabalhadores manuais, um fator social que o governo tem que levar em consideração pelo governo já que é um governo populista e gosta tanto de ajudar aos populares.
Somos os maiores produtores de café arábica do mundo e estamos indo bater de frente em produção de café robusta também onde novas tecnologias foram empregadas viabilizando sua produção, iniciativa que nos produtores de arábica temos muito que nos invejar e espelhar, pois essa cafeicultura patrocinada por um estado de Espírito Santo um estado que esta na vanguarda de cafeicultura.
Perdemos nesta década em faturamento e respeito em âmbito nacional e internacional e ficamos órfãos de pai e mãe não tendo a quem buscar soluções. O patrimônio da cafeicultura não pode se perder e simplesmente e dizer que não há soluções para os problemas , a falta do antigo órgão do café brasileiro extinto em uma canetada pelo então presidente Collor o IBC hoje nos faz falta.Existe a necessidade de pesquisas para termos variedades mais produtivas e resistentes que aumentaria o faturamento e diminuindo custos.O funcafe que vem salvando os produtores precisa de ser amparado pois cafeicultura se pulverizou em pequenos produtores que necessitam de amparo precisamos de mais investimentos.
A política de cambio nacional ovacionada por ser flutuante nos deixa em situação complicada porque desde que foi empregada sua flutuação parece só ter um sentido o de baixa atrapalhando nossas exportações e favorecendo com certeza nossos concorrentes.
A economia mundial após um emprego de capital imensurável no ano de 2.008/2.009 para a salvação da lavoura e sair da crise mostrou resultado em primeiro instante, também com tanto dinheiro, dando uma nova cara para economia mundial não deixando que os mercados viessem à falência, essa melhora nas economias esta fazendo uma valorização das cotações das comodities o que pode e esta se formando uma nova bolha, resta saber quem vai pagar o pato pela impressão de tanto dinheiro.
Bom com tantos desafios pela frente em uma década que se inicia tem o dever de olhar para trás para não cometermos mais tanto erros e pensar que no futuro se não houver uma mobilização dos cafeicultores estamos fadados ao extermínio ou tomarmos uma bebida parecida com café que a indústria prontamente oferecerá para seus consumidores destas que existem no mercado do tipo bebida Láctea.
Wagner Pimentel
www.cafezinhocomamigos.blogspot.com
Manhuaçu MG 11/01/2010

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

ARTIGO - Políticas Públicas e a Transparência de Mercado Por Celso Vegro

ARTIGO - Políticas Públicas e a Transparência de Mercado Por Celso Vegro





08/01/2010


Políticas Públicas e a Transparência de Mercado

Celso Luis Rodrigues Vegro
Mestre em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade e Pesquisador do IEA

Os cafeicultores brasileiros, especialmente os de arábica, experimentam um já longo ciclo de cotações próximas da insuficiência para cobrir seus custos com a atividade. Diversas comparações entre produtos (óleo diesel, salário mínimo, fertilizantes, etc..) sob períodos mais ou menos elásticos (desde o lançamento do real, na atual década, etc..) confirmam que os preços recebidos pelos cafeicultores foram aqueles que tiveram modesto crescimento. Essa constatação tem mobilizado os lobbies que se concentram na atividade em defesa corporativa de seus representados. Ecos desse movimento alcançam o setor público que, felizmente, não se eximiu em desenvolver políticas de apoio à lavoura cafeeira.

Os contratos de opções de venda (Avisos 203 e 216 da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB) se constituem na política que maior investimento do tesouro público demanda. A oferta de venda de 3,0 milhões de sacas de café arábica pode resultar, caso o governo seja obrigado a comprar fisicamente todos os lotes ofertados, em desembolso total nas operações de R$926,09 milhões, sendo que o montante transferido sob a forma de subsídios contabilizaria os R$39,74 milhões1.

Até 12/11/2009, as cláusulas que estabeleciam as formas de pagamento aos cafeicultores em exercício das opções, possuíam a seguinte redação:

Aviso 203 - item 14.3: quando o titular do contrato for uma cooperativa de produtores rurais, o crédito dos valores será efetuado diretamente na conta corrente dos cooperados indicados no Anexo III, conforme recomendação do Tribunal de Contas da União - TCU, constante no Acordão nº 2037/2007. Lembramos que o pagamento não poderá ser efetuado em conta poupança e, caso o cooperado não possua conta corrente, deverá ser indicado, no Anexo III, a agência do Banco do Brasil de preferência do cooperado, para que o crédito seja disponibilizado por meio de Ordem de Pagamento.

Aviso 216 - item 14.3: quando o titular do contrato for uma cooperativa de produtores rurais, o crédito dos valores será efetuado diretamente na conta corrente dos cooperados indicados no Anexo III. Lembramos que.de Ordem de Pagamento.

O trecho destacado evidencia a parte que, no segundo aviso, foi excluída. O Acórdão no 2037/2007, resumidamente, trata de julgamento de ação interposta pelo Conselho dos Exportadores de Café com objetivo de responsabilizar aqueles envolvidos nos desvios ocorridos na operacionalização do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (PEPRO), conseqüência irrefutável da realização dos depósitos das subvenções diretamente na conta das cooperativas sem a obrigatoriedade de divulgação dos dados cadastrais dos cooperados beneficiários dos recursos disponibilizados. Assim, os Ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) conferem legitimidade para o procedimento da CONAB (de transferir para cooperativas os recursos alocados nas políticas públicas), porém recomendando ao MAPA/CONAB que prefira o depósito direto na conta dos cooperados visando conferir maior transparência para as operações. Todavia, entenderam os Ministros que os órgãos do executivo possuem poder discricionário e que, em última instância, a decisão compete aos técnicos com o alerta de que sob o surgimento de denúncias de desvios, os gestores que decidiram sobre a melhor forma de pagamento serão aqueles criminalmente responsabilizados2.

Em 13/11/2009 a CONAB fez saber uma nova diretiva sobre a questão dos pagamentos conforme instrução do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Secretaria de Produção e Agroenergia, por meio do Ofício no 766/2009/SPAE, de 12/11/09, e com base no acórdão número 2472/2009 proferido nos autos do processo TC 018.696/2007-1, pelo Plenário do Tribunal de Contas da União na sessão ordinária de 21/10/09, "informamos que a liquidação/pagamento das operações em referência, será efetuado diretamente na conta corrente das cooperativas titulares dos contratos, alterando o disposto no subitem 14.3 dos Avisos". Traduzindo, o TCU proferiu-se pela legalidade da transferência de subvenções às cooperativas de produção por entender que "é cediço que esse tipo de entidade representa, por sua própria natureza, os interesses dos seus membros3". Assim, o MAPA/CONAB, pressionado pelo lobby das cooperativas produtoras de café e amparado pelo acórdão, referendou a decisão de transferir diretamente para a conta das organizações coletivas os montantes dos pagamentos devidos aos cafeicultores em exercício das opções adquiridas em lotes nos leilões pelas cooperativas. Essas empresas foram responsáveis por 75% das aquisições do total de lotes ofertados pelos leilões. Diante desse pronunciamento oficial, calculou-se uma estimativa preliminar dos montantes (bruto e subvenção) a serem transferidos às cooperativas (Tabela 1).

Tabela 1 - Número de Cooperativas de Produção e de Contratos Arrematados, Estimativas do Valor Bruto e da Subvenção, Contratos de Opções Públicas, Café Arábica, 2009




ª Com base nos cálculos elaborados no estudo "Opções Públicas sob Amplo Escrutínio". Ver nota 1.
b Para a obtenção dessa estimativa adotou-se o preço de exercício de fevereiro/2010 de R$311,70/sc.
Fonte: Elaborado a partir de dados da CONAB.

Uma primeira conseqüência do pagamento direto às cooperativas pelos lotes por elas arrematados são seus efeitos produzidos sobre o fluxo de caixa com melhoria imediata de seus resultados operacionais, camuflando com isso perdas que, eventualmente, estejam corroendo suas finanças. Para os bancos comerciais que precisam aplicar suas exigibilidades compulsórias na agricultura, nada melhor do que contar com balanços robustos para legitimar novas transferências e refinanciamentos de endividamentos que se arrastam em rolagens que nunca se findam.

A cada safra que passa, o FUNCAFÉ amplia seus repasses vinculados aos programas de financiamento da produção, colheita e estocagem ao Banco das Cooperativas de Crédito do Brasil (BANCOOB), que congrega as demandas das cooperativas de crédito, normalmente, vinculadas às de produção. Toda essa sistemática é supervisionada permanentemente por auditores do Banco Central, externos (empresas privadas de auditoria) e do próprio sistema (cooperativas centrais). Assim, qualquer movimentação financeira é monitorada por três instâncias de fiscalização, referendando, por meio dessa prática um dos mais relevantes pilares dos princípios do Acordo da Basiléia II (do qual o Brasil é um dos mais diligentes signatários) que é a transparência de mercado das entidades participantes do sistema financeiro. Já as cooperativas de produção, carecem de mecanismos formais de supervisão e controle, sendo efetivamente dirigidas pelo arbítrio dos diretores e conselheiros fiscais (esses últimos, em geral, formam grupos quase omissos quanto às decisões que são tomadas pela diretoria). A falta de escrúpulos ou má gestão comprometeu muitas delas, sendo as freqüentes falências dessas empresas coletivas, um lamentável testemunho dessa tese.

Se nos repasses dos créditos do FUNCAFÉ é usual o emprego das contas correntes dos cooperados existentes em suas cooperativas de crédito, pergunta-se: qual a motivação para que esse procedimento seja desconsiderado nos casos em que estejam envolvidas subvenções públicas? A malversação do subsídio do PEPRO reconhecida pelos acórdãos mencionados constitui num péssimo precedente para que seja possível novamente, a centralização de recursos da subvenção das opções pelas cooperativas de produção, pois existem janelas dentro do repasse dos pagamentos que podem ser aproveitadas para deprimir o montante a que faz jus o cafeicultor como: a) cobrança a maior do serviço de beneficiamento, rebeneficiamento e serviços congêneres; b) superfaturamento dos fretes envolvidos na logística do produto; c) fracionamento dos contratos para privilegiar grandes cafeicultores e d) desvalorização do resíduo, produto do rebeneficiamento.

A tese de que por meio das sobras apuradas em balanço, as cooperativas de produção devolverão aos cooperados montantes que compensariam a parcela retida pela subvenção não paga, é uma falácia. A crítica aqui é a confusão entre paternalismo e cidadania, ou seja, os diretores de cooperativas se arvoram como aqueles que com mais autoridade sabem como aplicar melhor o dinheiro devido aos seus cooperados.

Portanto, o não seguimento da decisão do TCU associado ao esforço lobista da organização das cooperativas de produção, além de prejudicar um ente relevante do agronegócio café (as cooperativas de crédito) e facilitar as possibilidades de utilização indevida dos recursos consignados em subvenção4, obrigarão os técnicos do MAPA a continuar com sua peregrinação pelo Ministério da Fazenda para angariar outros R$100 milhões necessários para sanear as cooperativas de crédito.

O pior dessa decisão consiste na possibilidade de que ocorra o mesmo que aconteceu com o PEPRO. As irregularidades confirmadas pelo TCU, exaradas nos acórdãos sobre o assunto, praticamente eliminaram a possibilidade de que a Fazenda, com voto do CMN, venha a autorizar uma nova edição dessa formidável política pública. Caso ocorram desvios nos pagamentos das opções exercidas, a Fazenda tenderá a não perenizar essa que seria uma das mais elegantes ações para o cafeicultor.

Para maiores detalhes consultar:

1 SCHOUCHANA, F & VEGRO, C.L.R. Contratos de Opções sob Amplo Escrutínio. www.cafepoint.com.br - Relatórios Mensais (valores calculados tomando-se as cotações vigentes na BM&F-Bovespa em 21/10/2009)

2 Outros assuntos foram tratados pelo Acórdão sendo que no de denúncia comprovada de desvio dos recursos provenientes das subvenções a Lei no 8.427/92 prevê em seu artigo 6 que "o infrator se sujeitará à devolução, em dobro, da subvenção recebida, atualizada monetariamente, sem prejuízo das demais penalidades previstas no art.44e da Lei no 4.595, de 31 de dezembro de 1964".

3 Conforme consta do Acórdão 2472/2009, pg.4, voto do relator Raimundo Carreiro.

4 No caso do PEPRO, as denúncias surgiram de cafeicultor beneficiado pelo esquema implantado para conferir vantagem para uns em detrimento da maioria. Não se descarta que ocorrência similar surja no repasse dos valores devidos às opções exercidas.

SINCAL se reúne com o Vice-Presidente da Republica.

SINCAL se reúne com o Vice-Presidente da Republica.





05 Janeiro 2010 - A SINCAL esteve reunida no dia 16/12/2009, em Brasília, com o Vice-Presidente da Republica o Sr. José Alencar Gomes da Silva e apresentou, ao mesmo, o planejamento estratégico da cafeicultura com propostas para solução dos problemas que afligem o setor produtivo.

José Alencar, que estava como Presidente em exercício, na ocasião, recebeu as informações com surpresa e indignação se mostrando disposto a trabalhar para solucionar os problemas da cafeicultura apresentados pelo Presidente Executivo da SINCAL Sr. Armando Matielli. A reunião durou mais de duas horas e foi muito produtiva e oportuna, os dados apresentados foram: que a cafeicultura Brasileira com seus 320.000 cafeicultores, sendo por volta de 85% de pequenos e mini produtores, caracterizando por produtores familiares gerando milhões de empregos não pode ficar a mercê de uma servidão econômica imposta pelos demais elos da cadeia do agronegócio café.

O Vice-Presidente ficou sensibilizado com os nossos demonstrativos e compreendeu perfeitamente o que vem acontecendo e se colocou à disposição para nos apoiar, sabendo da relevância da cafeicultura para o Brasil.

A SINCAL contou com o apoio do Dr. Mauro Teixeira, ex-prefeito de Varginha/MG e o Dr. Marcos Paiva Foreste, atual vice-prefeito de Varginha. Pelo apoio, agendamento e acompanhamento em Brasília, nossos sinceros e elevados agradecimentos a ambos.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

CAFÉ: PRODUTOR NÃO SABE NEM PARA QUEM RECLAMAR SOBRE ATRASO - CORRETOR

CAFÉ: PRODUTOR NÃO SABE NEM PARA QUEM RECLAMAR SOBRE ATRASO - CORRETOR





Por Fábio Rübenich / fabio@safras.com.br

SAFRAS (06) O atraso no pagamento do primeiro lote de café entregues à Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) mediante os leilões de opção de venda realizados em 2009 está gerando dificuldades para os produtores. Segundo relato de corretores de café que entraram em contato com a Agência SAFRAS, produtores das três maiores regiões de Minas Gerais e também de São Paulo, além de não receberem até agora os R$ 303,00 por saca prometidos, não sabem nem sequer para quem reclamar sobre o atraso no pagamento. "Não sei se é ainda por conta das festas de final de ano, ou das férias, mas as lideranças da cafeicultura desapareceram, logo em um momento complicado como esse", disse um corretor, que preferiu não se identificar.

Segundo a fonte, nunca se ouviu falar de um caso parecido "pelo menos na história recente da cafeicultura", no qual o governo tenha se empenhado em fazer a aquisição do café mediante leilão, mas acabou atrasando o pagamento, prejudicando sobremaneira a atividade do produtor. "Ele tem seus próprios compromissos para cumprir, pagar fornecedores; tem que se preparar para a colheita, investir nos tratos culturais, comprar adubos, enfim", completou.

Conforme a fonte, alguns de seus clientes estão questionando se, pelo fato de terem efetuado o pagamento do prêmio da opção de venda para determinada bolsa de mercadorias, não seria essa a responsável pelo pagamento do café entregue, ao menos para os que estão com os pagamentos atrasados. "A Conab está cometendo, na verdade, uma tremenda de uma trapalhada ao atrasar os pagamentos", finalizou o corretor.

No primeiro lote, foram negociadas opções de venda para um total de 740 mil sacas de 60 quilos, enquanto a oferta fora para 1,0 milhão de sacas. Os arremates teriam chegado a 100%, não fossem os problemas enfrentados pelos produtores interessados em relação aos padrões de qualidade exigidos pela Conab.

O próximo dia 15 de janeiro, já na semana que vem, é a data marcada para o exercício de mais 800 mil sacas, ao preço de R$ 309,00 por saca. (FR)