Páginas

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Café mantém quadro debilitado e passa a gravitar próximo dos 140 cents na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quinta-feira com baixas, tocando as mínimas de sete semanas e meia, em uma sessão em que a posição março chegou a flutuar abaixo do nível psicológico de 140,00 centavos por libra.
O volume negociado no dia surpreendeu e foi praticamente o dobro da média normal da bolsa nova-iorquina. A sessão foi caracterizada pela predominância das vendas especulativas, com os players seguindo o mal humor generalizado verificado nos mercados externos.
O dólar subiu fortemente em relação a várias moedas internacionais, o que abriu espaço para que liquidações mais incisivas fossem produzidas nos mercados de maior risco. Os mercados tiveram quedas mais efetivas após uma declaração apresentada pelo presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, que sustentou que a recuperação econômica da União Européia só deverá ter início efetivo ao final deste ano. Anteriormente, o Banco trabalhava com a perspectiva de que tal recuperação se desse nos primeiros meses deste ano.
Tecnicamente, o café mostra pouca consistência e flutua num viés claramente baixista. As informações de pequena disponibilidade do grão, de estoques limitadíssimos em países compradores e exportadores e a safra com quebra do Vietnã ainda não conseguem inverter a tendência dos negócios, dominados, principalmente, por especuladores, ativos no quadro técnico e sem um contato mais real com a situação vivida pelo café.
No encerramento do dia, o março em Nova Iorque apresentou queda de 180 pontos, com 140,30 centavos, sendo a máxima em 143,30 e a mínima em 139,65 centavos por libra, com o maio tendo desvalorização de 175 pontos, com a libra a 143,50 centavos, sendo a máxima em 146,45 e a mínima em 142,70 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição março teve alta de 3 dólares, com 2.069 dólares por tonelada, com o maio tendo valorização de 1 dólar, com 2.072 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por vendas técnicas, com os diferenciais entre arábicas e robustas se estreitando cada vez mais. Enquanto o mercado londrino se mostra consistente, com os compradores significativamente ativos, em Nova Iorque as ações estão nas mãos dos bears (baixistas), que conseguiram, nesta quinta-feira, testar as mínimas de 2012, numa demonstração de que o mercado assumiu seu viés negativo. No longo prazo, o quadro continua baixista e inalterado, com as cotações se posicionando distantes de médias móveis importantes, como de 100 ou 200 dias.
"Tivemos uma sessão que demonstrou uma fragilidade considerável para o café. Com o mercado externo desfavorável, refletindo as declarações negativas sobre a economia européia e também alguns índices desfavoráveis da economia dos Estados Unidos, seguimos caindo e novos níveis de baixa foram experimentados. A tendência do mercado se mantém baixista no curto prazo e poderemos avançar no nível de 130,00 centavos, já que não encontramos um 'contra-ataque' por parte dos compradores", disse um trader.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística aferiu uma queda de 9,1% na produção de café arábica em 2013 no Brasil, frente ao registrado no ano passado. A expectativa é que o Brasil produza 2 milhões de toneladas, o que equivale a 34,9 milhões de sacas. Já a produção de conillon está estimada em 774,6 mil toneladas (12,9 milhões de sacas), sendo 2,3% maior do que a registrada no ano passado. Com isso, a safra do país totalizaria 47,8 milhões de sacas em 2013, ou 2.870.969 toneladas.
As exportações de café do Brasil em fevereiro, até o último dia 6, somaram 131.820 sacas, contra 130.517 sacas embarcadas no mesmo período de janeiro, informou o Cecafe (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 5.116 sacas, indo para 2.648.074 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 60.689 lotes, com as opções tendo 6.183 calls e 6.156 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem resistência em 143,30, 143,50, 144,00, 144,45-144,50, 144,90-145,00, 145,50, 145,70, 146,00, 146,50, 147,00, 147,50, 148,00-148,05, 148,50, 149,00, 149,50, 149,90-150,00, 150,50, 151,00, 151,50, 152,00, 152,50 e 153,00 com o suporte em 139,65, 139,50, 139,00, 138,50, 138,00, 137,50, 137,00, 136,50, 136,00, 135,50, 135,10-135,00, 134,50 e 134,00 centavos.
Londres ignora cenário externo e tem dia de ganhos para café
Os diferenciais entre robustas e arábicas se estreitam ainda mais. Ao longo desta quinta-feira, os contratos negociados em Londres para cafés do tipo robusta experimentaram ganhos, sendo que a valorização mais efetiva esteve concentrada na posição março, o que permitiu um alargamento do spread em relação ao maio. Enquanto Londres continua a demonstrar consistência, os arábicas em Nova Iorque voltaram a apresentar retração.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por algumas compras especulativas, com a posição março chegando, ao longo do dia a tocar num nível superior ao de 2.100 dólares. No entanto, nas máximas algumas realizações e vendas de origens foram detectadas e o fechamento se deu abaixo desse nível psicológico.
"Os robustas continuam a demonstra boa consistência e conseguem operar dissociados até mesmo do clima negativo dos mercados externos, que fecharam no vermelho em diversos segmentos, em um dia em que o dólar teve um avanço bastante relevante em relação a várias moedas internacionais. Ao contrário dos arábicas, os robustas mostram um bom fôlego comprador e se situando nos melhores patamares desde setembro. Uma resistência importante está no patamar de 2.208 dólares", disse um trader.
O março teve uma movimentação ao longo do dia de 13,2 mil contratos, contra 12,8 mil do maio. O spread entre as posições março e maio ficou em 21 dólares. No encerramento do dia, o março apresentou alta de 29 dólares, com 2.062 dólares por tonelada, com o maio registrando valorização de 7 dólares, com 2.079 dólares por tonelada.
Dólar cai 0,85% e atinge menor nível desde maio de 2012
A aceleração da inflação em janeiro, confirmada nesta quinta-feira pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), trouxe forte pressão de baixa para o dólar ante o real, em sintonia com a alta das taxas dos contratos futuros de juros no Brasil. Este movimento, que ficou na contramão do exterior, foi motivado pela percepção de que o avanço de preços preocupa e o Banco Central (BC) vai utilizar, de fato, o câmbio como ferramenta para conter a inflação. Declarações do presidente do BC, Alexandre Tombini, expondo preocupações com os preços, reforçaram esta análise. O dólar à vista fechou em baixa de 0,85% no balcão, cotado a R$ 1,9720 - a menor cotação de fechamento desde 11 de maio de 2012, quando marcou R$ 1,9520, e a maior baixa porcentual desde 28 de janeiro deste ano.
Na máxima da sessão, a moeda americana marcou R$ 1,9900 (+0,05%) e, na mínima, vista perto das 12h30, atingiu R$ 1,9600 (-1,46%) - também o menor patamar intraday desde 11 de maio do ano passado, quando a moeda chegou a recuar a R$ 1,940 durante a sessão. Perto das 17h (horário de Brasília), a clearing de câmbio da BM&F registrava giro financeiro de US$ 3,906 bilhões, sendo US$ 3,401 bilhões em D+2. O dólar pronto da BM&F registrou apenas dois negócios nesta quinta, marcando queda de 0,90%, a R$ 1,9698. No mercado futuro, o dólar para março era cotado a R$ 1,9760, em baixa de 1,05%.
Pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação em janeiro foi de 0,86%, acumulando alta de 6,15% em 12 meses. A taxa mensal ficou acima da mediana prevista pelo mercado, de 0,83%, e da inflação vista em dezembro, de 0,79%.
Declarações de Tombini à imprensa reforçaram o viés de baixa para o dólar ante o real. Segundo o presidente do BC, "a inflação nos preocupa no curto prazo, está mostrando uma resiliência forte, mas não é o caso de descontrole inflacionário". "No entanto, a nossa expectativa é de que ela continue pressionada neste primeiro semestre, ficando em 6% em 12 meses", completou.
"A inflação veio em um patamar bem alto e há a indicação de que ela permanecerá acima de 6% no acumulado de 12 meses durante o primeiro semestre. Com isso, o mercado interpreta que o Banco Central deixará o câmbio abaixo de R$ 2,00, para ajudar no combate à inflação", comentou Mauricio Nakahodo, consultor de pesquisas econômicas do Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ. A baixa desta quinta-feira da moeda americana, conforme João Paulo de Gracia Corrêa, gerente de câmbio da Correparti Corretora, também respondeu ao movimento das taxas dos DIs, que tiveram forte alta no mercado futuro. "Com os números de inflação assustando, as mesas refazem os cálculos sobre os juros, o que também se reflete no dólar", disse.
Se por um lado o câmbio abaixo de R$ 2,00 pode ajudar no combate à inflação, por outro a queda do dólar ante o real parece ter limites. Profissionais citam a intenção do governo de manter a moeda em um patamar favorável aos exportadores e, ao mesmo tempo, o fluxo negativo de dólares para o Brasil como fatores que podem limitar a queda. "O dólar bateu hoje em R$ 1,96 (durante o dia). Abaixo disso, já começa a ficar ruim para o exportador. A balança comercial está deficitária, então não pode cair tanto", disse Corrêa.
Inflação pesa e dólar cai 0,82% ante o real, ao menor patamar em 9 meses
SÃO PAULO, 7 Fev (Reuters) - O dólar encerrou no menor nível de fechamento ante o real em quase nove meses nesta quinta-feira, depois que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, explicitou preocupações com a inflação, levando o mercado a interpretar que o câmbio poderá ser uma ferramenta de combate à aceleração dos preços.
A moeda norte-americana fechou em queda de 0,82 por cento, a 1,9720 real na venda, a menor cotação de fechamento desde 11 de maio de 2012, quando a divisa encerrou a 1,9560 real. O dólar bateu 1,9610 real na mínima, depois de atingir 1,9905 real na máxima do dia, logo no início da sessão.
Segundo dados da BM&F, o volume negociado ficou em cerca de 4 bilhões de dólares.
"Mudou o racional todo do dólar... O governo está sacrificando o câmbio em detrimento da inflação", afirmou o especialista em câmbio da Icap Corretora, Italo dos Santos.
Tombini disse em entrevista à jornalista Miriam Leilão que a situação atual não é confortável e que a inflação deverá ficar na casa de 6 por cento em 12 meses durante o primeiro semestre, o que fez os contratos de juros futuros dispararem no final da manhã, levando a uma consequente venda de dólares no mercado doméstico.
"Só pelo movimento do DI, independentemente de o governo deixar ou não o dólar cair, já faria o mercado vender dólar", afirmou o operador de renda fixa da Ativa Corretora Vitor Pericles de Carvalho.
A fala de Tombini seguiu à divulgação dos dados oficiais de inflação de janeiro, quando o IPCA subiu 0,86 por cento, acumulando alta de 6,15 por cento em 12 meses. Foi a maior alta mensal desde abril de 2005 e o maior acumulado em 12 meses desde janeiro de 2012.
O dólar rompeu no final de janeiro o piso de uma banda informal de 2,00 a 2,10 reais que vigorou durante boa parte de 2012, estimulado por intervenções do próprio BC, e o mercado interpretou esse movimento como um sinal de preocupação com a inflação.
Desde então, o mercado de câmbio ficou "engessado" em torno de 1,98 real, nível que embora não seja suficiente para diminuir a inflação, ajuda a ancorar as expectativas de que o dólar não será mais um fator de pressão este ano.
Uma fonte da diretoria do BC afirmou à Reuters nesta quinta-feira que a autoridade monetária trabalha com um cenário cambial "menos volátil" do que em 2012, quando o dólar acumulou valorização de cerca de 20 por cento entre o fim de fevereiro passado e dezembro, exercendo forte influência sobre os preços.
No entanto, agentes do mercado ponderam que talvez apenas medidas macroprudenciais, como desonerações e uma taxa de câmbio mais estável, já não sejam mais suficientes para conter a inflação sem uma mudança da atual política monetária, que indica manutenção da Selic na mínima histórica de 7,25 por cento ao longo do ano.
"O BC pode usar o câmbio para não subir os juros num primeiro momento. Mas uma hora vai ser necessário elevá-los, talvez no terceiro trimestre", avaliou Santos, da Icap.
Segundo o especialista, o mercado deverá voltar a testar patamares de mínima da taxa de câmbio após o feriado de Carnaval, provavelmente buscando 1,95 real e sinalizações de como o BC encaminhará a política monetária daqui para frente.
PERSPECTIVA CÂMBIO E JUROS:Dólar deve seguir em queda após declaração do BC
São Paulo, 7 de fevereiro de 2013 - O dólar comercial deve seguir em queda
na sessão de amanhã após as declarações do presidente do Banco Central,
Alexandre Tombini, confirmando que o BC usará o câmbio como ferramenta para
segurar a inflação, aponta Vladmir Caramaschi, estrategista-chefe do Crédit
Agricole.
"Essa queda de hoje está relacionada com essas indicações do BC de que
está incomodado com a inflação, que ganhou força depois da entrevista de
Tombini para Miriam Leitão e deve continuar pressionando o dólar amanhã até
que o BC sinalize um limite para essa queda e atue no câmbio novamente", diz
Caramaschi.
Em entrevista à jornalista, Tombini disse que a expectativa do BC é de que
a inflação continue pressionada no primeiro semestre do ano. "A inflação
nos preocupa no curto prazo, está mostrando uma resiliência forte, mas não é
o caso de descontrole inflacionário. No entanto, a nossa expectativa é de que
ela continue pressionada neste primeiro semestre, ficando em 6% em 12 meses",
disse.
O dólar comercial encerrou as negociações de hoje em queda de 0,80% a
R$ 1,9700 para compra e R$ 1,9720 para venda. Durante o dia a divisa oscilou
entre a mínima de R$ 1,9610 e a máxima de R$ 1,9910. No mercado futuro, o
contrato com vencimento em março de 2013 caiu 1,20%, a R$ 1.973,00
Juros
Os contratos de depósitos interfinanceiros (DIs) encerram hoje na
BM&FBovespa em alta, reagindo aos dados do Indice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) - indicador oficial de inflação do País - que
acelerou para 0,86% em janeiro, acima da taxa de 0,79% registrada em dezembro, e
acima da estimativa do mercado, que projetava alta de 0,83% em janeiro, segundo
a mediana das projeções do Termômetro CMA, pesquisa feita com instituições
de mercado com as estimativas para os principais indicadores econômicos do
País.
O resultado do IPCA veio um pouco ruim. Junto com esse discurso do Tombini
reforça a tendência de alta dos juros, com um reajuste devendo ser feito ainda
neste ano e pressionando as taxas principalmente de médio prazo", diz
Caramaschi.
Com isso, o contrato mais líquido foi o DI para janeiro de 2014 subindo de
7,35% para 7,42%, com giro financeiro de R$ 81,530 bilhões, seguido pelo
contrato para janeiro de 2015, avançando de 8,08% para 8,18%, movimentando
R$ 63,996 bilhões e para julho de 2013 de 7,09% para 7,14%, com R$ 34,187
bilhões.
Também se destacam entre os mais negociados o DI para janeiro de 2017 que
subiu de 9,02% para 9,07% (R$ 19,964 bilhões) e o para abril de 2013 que
avançou de 7,00% para 7,02% (R$ 12,652 bilhões).
Euro cai abaixo de US$ 1,34 após comentários do BCE
O euro caiu abaixo de US$ 1,34 nesta quinta-feira após o Banco Central (BCE) ter citando o fortalecimento da moeda como um risco para a economia da zona do euro. O presidente do BCE, Mario Draghi, disse que a apreciação recente do euro é um dos fatores que pesam sobre a inflação, acrescentando que a taxa de câmbio do euro, embora não faça parte da política de metas do BCE, é importante para o crescimento e estabilidade dos preços. Ele também repetiu que a política monetária do BCE continua "acomodatícia".

Os comentários de Draghi foram feitos à imprensa após a reunião do BC da zona do euro ter deixado a taxa básica de juros inalterada em 0,75%. Analistas disseram que o BCE pode precisar cortar juros no fim deste ano se a economia da zona do euro piorar.
O euro vem se apreciando rapidamente nos últimos seis meses, conduzido pelo enfraquecimento nas tensões financeiras referentes à crise de dívida da região. Entretanto, a alta rápida da moeda comum eleva a preocupação com a possibilidade risco para a recuperação já fraca da economia ao tornar as exportações da zona do euro menos competitivas.
No final do dia em Nova York, o euro estava cotado a US$ 1,3398, 1% abaixo de US$ 1,3525 no final da quarta-feira, e cotado a 125,45 ienes, de 126,58 ienes no mesmo comparativo. As informações são da Dow Jones.
Bovespa marca quarta baixa seguida pressionada por exportadoras
SÃO PAULO - A Bovespa marcou sua quarta baixa seguida, reagindo indiretamente
ao dado da inflação brasileira em janeiro, que mostrou alta de 0,86%. A reação
se deu por meio das ações de empresas exportadoras, que lideraram as perdas do
dia, acompanhando a forte desvalorização do dólar perante o real. O Ibovespa
fechou em baixa de 0,98%, aos 58.372 pontos, com volume expressivo de R$ 8,061
bilhões.
"O IPCA e as declarações do [presidente do Banco Central, Alexandre] Tombini
tiveram um impacto psicológico sobre a cotação do dólar, o que acabou
pressionando as exportadoras", avalia o estrategista da Fator Corretora, Paulo
Gala. "O fato é que nada mudou na política monetária, por enquanto", diz o
especialista, que acredita que o governo não deixará o dólar ir abaixo de R$
1,95.
Em entrevista ao Valor PRO, serviço em tempor real do Valor, Tombini reforçou
que "a comunicação da última ata do Copom não foi alterada".
As exportadoras concentraram a lista de maiores baixas do Ibovespa no dia:
Suzano Papel PNA (-5,42%), Fibria ON (-3,25%), Vale ON (-2,78%), Vale PNA
(-2,70%) e Embraer ON (-1,62%).
Paulo Gala lembra, no entanto, que a Bovespa vem de uma "ressaca" das diversas
mudanças anunciadas pelo governo nos últimos meses em setores como o elétrico,
o bancário, além da recente redução do dividendo pago às ações ordinárias da
Petrobras.
Junta-se a isso o clima negativo nas bolsas internacionais hoje e a grande
pressão vendedora dos estrangeiros sobre os contratos de Ibovespa Futuro que
vencem na quarta-feira de Cinzas (13).
Pouco antes do fechamento, em Wall Street, o índice Dow Jones recuava 0,34%, o
Nasdaq perdia 0,23% e o S&P 500 registrava baixa de 0,33%, com investidores
tentando assimilar dados díspares da economia americana, ao mesmo tempo em que
reagem ao discurso do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi
Além do recuo do dólar frente ao real, outros fatores pesaram para a queda
maior das ações de Fibria e Suzano. O Valor informou hoje que o Ministério do
Comércio da China (Mofcom, sigla em inglês) anunciou na quarta-feira a abertura
de uma investigação antidumping referente a um tipo específico de celulose que
tem como alvo produtores que exportam a matéria-prima ao mercado chinês a
partir dos Estados Unidos, Canadá e Brasil. A iniciativa pode acender, mais uma
vez, a luz amarela nas relações entre as indústrias de celulose e papel do
Brasil e da China.
Destaques corporativos
Na ponta positiva do Ibovespa ficaram as empresas que divulgaram balanços ou
prévia de seus resultados, como ALL ON (4,14%), Cosan ON (3,16%) e Natura ON
(2,71%). A ALL divulgou um Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação
e amortização, na sigla em inglês) de R$ 332 milhões no quarto trimestre de
2012, 10,4% maior que no mesmo período de 2011. A Cosan triplicou seu lucro no
terceiro trimestre fiscal para R$ 342,3 milhões. O resultado foi quase 50%
maior que o esperado.
Já a Natura trouxe queda no lucro 11,5% no quarto trimestre, para R$ 257,3
milhões. Ainda assim, o resultado foi elogiado por analistas, que citaram a
ampliação das vendas e o aumento da produtividade da fabricante de cosméticos.
Segundo o presidente da empresa, Alessandro Carlucci, a queda no lucro foi
provocada por efeitos não recorrentes, "que não estão ligados à gestão
operacional da empresa".
OGX ON (1,88%) também figurou entre os destaques de alta, quebrando uma longa
sequência de baixas. O movimento, segundo operadores, foi uma correção técnica.
O papel acumula perda de 13,7% no ano.
Petrobras PN chegou a subir no início do pregão, mas terminou com baixa de
0,56%, a R$ 17,50. O papel ON da estatal voltou a recuar com mais força, de
1,76%, para R$ 16,10. O papel ainda sofre os efeitos da decisão da empresa de
pagar dividendo menor a essa classe de ação.
PERSPECTIVA: Ibovespa pode apresentar melhora, após quatro quedas seguidas
São Paulo, 7 de fevereiro de 2013 - Depois de registrar sua quarta queda
consecutiva, o Ibovespa pode apresentar melhora amanhã, no último pregão
antes do feriado prolongado de Carnaval. Sem uma agenda com muitos indicadores
relevantes, o principal índice da BM&FBovespa pode ensaiar uma recuperação.
Eduardo Cavalheiro, sócio da Rio Verde Investimentos, afirma que o rumo da
bolsa brasileira amanhã está indefinido, mas espera que o cenário seja mais
positivo. "Acredito que podemos ver uma melhora amanhã, pois a bolsa já caiu
muito", diz.
Entre os indicadores que serão analisados pelos investidores amanhã, está
prevista a divulgação da balança comercial chinesa e os índices de preços
ao consumidor e ao produtor do país asiático, todos referentes a janeiro.
Apesar de reconhecer a importância de números da economia da China,
especialmente para as empresas brasileiras exportadoras de commodities,
Cavalheiro considera que o impacto deve ser reduzido na bolsa brasileira, a
menos que os números venham muito fora do previsto.
"Neste início de ano, estamos vendo pesarem mais questões relacionadas à
economia interna. As seguidas intervenções do governo minaram a confiança do
investidor de modo geral, inclusive os que estão no exterior", afirma.
No pregão de hoje, o Ibovespa encerrou com queda de 0,98%, aos 58.372
pontos. O volume negociado na bolsa foi de R$ 8,1 bilhões.
A aceleração do indicador oficial de inflação do País, que atingiu o
maior nível mensal desde abril de 2005, contribuiu para puxar a bolsa para
baixo. O Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou para
0,86% em janeiro, acima da taxa de 0,79% registrada em dezembro.
O aumento da inflação estimulou ainda a queda do dólar e de empresas
exportadoras, como a Vale, considera Cavalheiro. As PNAs da mineradora (VALE5)
caíram 2,70%, negociadas a R$ 37,46, registrando o maior volume financeiro do
dia, de R$ 702,525 bilhões.
Ainda entre as blue chips, as preferenciais da Petrobras (PETR4) caíram
0,56%, a R$ 17,50, movimentando R$ 643,431 milhões. "No início do dia os
papéis até ensaiaram uma melhora, mas a preocupação com a inflação mais
alta deve afastar a possibilidade de novos reajustes no combustível, o que
penaliza a empresa", afirma o sócio da Rio Verde.
Do lado positivo, destaque para a América Latina Logística (ALL), que
registrou a maior alta de hoje do Ibovespa. Os papéis da empresa (ALLL3)
subiram 4,14%, a R$ 9,05. A companhia informou hoje que registrou Ebitda (lucro
antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado consolidado R$
1,684 bilhão em 2012, alta de 6,8% ante o ano anterior.
A analista Karina Freitas, da Concórdia, afirmou que a prévia divulgada
foi positiva, apesar de um desempenho ainda abaixo do esperado na Argentina.
"As demais operações mostraram um bom desempenho, com destaque para a ALL
Brasil, que se recuperou de um primeiro semestre fraco e mais do que
compensando a unidade argentina".
Também entre os maiores ganhos, a Cosan (CSAN3) subiu 3,16%, a R$ 47,85. A
companhia informou ontem, após o fechamento do mercado, que registrou lucro
líquido de R$ 342,3 milhões no terceiro trimestre do ano fiscal 2013 (3T13
fiscal), valor mais de três vezes superior ao registrado em igual período do
ano fiscal anterior.
Outro destaque positivo foi a Natura (NATU3), com alta de 2,71%, a
R$ 53,30. A empresa reportou lucro líquido de R$ 257,3 milhões no quarto
trimestre do ano passado, queda de 11,55% ante igual período de 2011. Apesar do
recuo, o desempenho de 2012 tem viés positivo, de acordo com Karina, excluindo
efeitos não-recorrentes que favoreceram o resultado da empresa em 2011. "No
ano, a companhia obteve melhorias operacionais que merecem destaque, o que se
reflete direta ou indiretamente em seu desempenho e nas suas perspectivas
futuras", diz a analista.
Os índices do mercado de ações dos Estados Unidos encerraram as
negociações dessa quinta-feira em queda, segundo dados preliminares. O Dow
Jones caiu 0,31%, em 13.944,05 pontos, o S&P 500 perdeu 0,18%, em 1.509,36
pontos, e o Nasdaq Composto teve queda 0,11%, em 3.165,13 pontos.
Os contratos futuros do petróleo encerraram sem direção definida. Na
Nymex, os contratos futuros do WTI terminaram com queda de 0,81%, a
US$ 95,83. Na plataforma ICE, os futuros do Brent para o mesmo mês avançaram
0,43%, a US$ 117,24 o barril.
MERCADO EUA: Indices caem, com indicadores fracos e discurso do BCE
São Paulo, 6 de fevereiro de 2013 - O mercado norte-americano de ações
encerrou o pregão de hoje em queda, influenciados pelos resultados negativos da
produtividade no país e por novas preocupações na Europa. O Dow Jones caiu
0,30%, em 13.944,05 pontos, o S&P 500 perdeu 0,18%, em 1.512,12 pontos, e o
Nasdaq Composto recuou 0,11%, em 3.165,13 pontos.
A produtividade nos Estados Unidos caiu 2% na taxa anualizada no quarto
trimestre na comparação com o terceiro trimestre, quando foi reportada alta de
3,2%. No quarto trimestre em relação ao mesmo período de 2011, houve um
aumento de 0,6%. A estimativa era de queda de 1,2% para a produtividade no
quarto trimestre ante o terceiro, depois que os dados preliminares mostraram
alta de 2,9% no trimestre.
Entre os outros indicadores, os pedidos de seguro-desempregos na última
semana caíram em 5 mil para 366 mil, menos que a expectativa do mercado, 360
mil, enquanto o crédito ao consumidor nos Estados Unidos registrou alta de US$
14,6 bilhões em dezembro, para a taxa anualizada de US$ 2,778 trilhões
Na Europa, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), disse hoje, após
anunciar a manutenção da taxa de juros da zona do euro, que apesar de todas as
ações monetárias da instituição o fraco fluxo de crédito ainda afeta os
setores financeiros e as empresas na região. "Nossa política é sim
acomodatícia, tivemos muita melhora e estamos provendo liquidez o quanto
necessário, mas nos perguntamos por que os fluxos de crédito ainda estão
contidos", afirmou.
PETRÓLEO: Futuros encerram sem tendência definida, com notícias do Irã
São Paulo, 7 de fevereiro de 2013 - Os contratos futuros do petróleo
encerraram as negociações dessa quinta-feira sem direção definida com
notícias do programa nuclear do Irã.
Na Nymex, os contratos futuros do WTI com vencimento em março perderam seus
ganhos ao longo da sessão e terminaram com queda de 0,81%, a US$ 95,83, após
as ações do mercado internacional passarem a registrar queda e depois da
recuperação do dólar em relação ao euro, quando o presidente do Banco
Central Europeu (BCE) comentou sobre a valorização excessiva da moeda
europeia.
Já na plataforma ICE, os futuros do Brent para o mesmo mês ganharam 0,43%,
a US$ 117,24 o barril, influenciados pelas notícias de que o Irã rejeitou as
conversas diretas com os Estados Unidos sobre o programa nuclear e pela
intensificação das sanções contra o país.
Café deve aumentar de preço devido a quebra de safra, diz dirigente hondurenho
O preço do café deve aumentar no mercado internacional por causa da quebra registada nos principais países produtores, devido ao fungo da ferrugem, informou hoje o site de latribuna.hn digital de Honduras O site lembra que contratos assinados há várias semanas, permanecem em cerca de 140 dólares, mas o gerente do Instituto do Café de Honduras (Ihcafé), Victor Hugo Molina, mantém a expectativa de que o custo poderia mover-se entre 150 a 170 dólares devido as perdas. Por causa do fungo da ferrugem haverá escassez e preços possivelmente melhores, disse Molina ao site e lembrou que toda a América Central está deixando de exportar grandes quantidades como eles concordaram em trabalhar em uma frente comum. As notas Tribune que Honduras é o maior produtor de café na região e tinha calculado para exportar mais de 8 milhões de quintais e receber 1,5 bilhões de dólares, mas os danos em 70,422 ha, a nação pode perder cerca de 500 milhões.