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quarta-feira, 16 de abril de 2014

Liquidações mais intensas fazem café despencar na ICE Futures US

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US despencaram nesta terça-feira, com a primeira posição voltando a flutuar no nível de 190,00 centavos de dólar por libra peso. A sessão foi caracterizada por algumas realizações de lucro, em sua metade inicial, com os parâmetros, porém, se mantendo inalterados. Entretanto, na segunda parte do dia, os vendedores se mostraram bem mais agressivos e rapidamente os stops de venda passaram a ser percebidos, com o rompimento, até com facilidade, dos suportes mais efetivos em 200,00 e 195,00 centavos de dólar por libra peso.Desse modo, o intraday fechou as operações com perdas de mais de mil pontos. Foi a maior baixa registrada para o café desde agosto de 2010, depois de o grão ter atingido, na semana passada, seu melhor patamar em praticamente dois anos. Operadores destacaram que notícias sobre o clima no Brasil estimularam algumas das liquidações do dia. Regiões que vêm enfrentando uma seca mais severa, como o sul de Minas Gerais, registraram níveis interessantes de precipitações nas últimas 24 horas, o que foi lido por participantes como um estancamento da situação de alerta. Para vários operadores, a chuva foi apenas o estopim para algumas correções, já que vários players efetuaram compras muito efetivas ao longo das últimas semanas e tinham necessidade de liquidar ao menos parte desse montante.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição maio teve perda de 1.270 pontos, com 192,15 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 207,40 centavos e a mínima de 191,65 centavos, com o julho registrando retração de 1.235 pontos, com 195,05 centavos por libra, com a máxima em 210,00 centavos e a mínima em 194,50 centavos. Na Euronext/Liffe, o maio teve baixa de 11 dólares, com 2.121 dólares por tonelada, com o julho apresentando desvalorização de 6 dólares, para 2.128 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, a terça-feira foi intensa na bolsa nova-iorquina. Os volumes comercializados foram altos, estimulados pelas liquidações e também pelas rolagens de posições. No próximo dia 22 de abril tem início a notificação de maio na casa de comercialização norte -americana. Algumas altas chegaram a ser esboçadas no início do dia, mas, diante de nova falha na tentativa de vencer a máxima da semana passada — em 207,80 centavos de dólar —, foi aberto o caminho para os vendedores, que conseguiram romper os 200,00 centavos, os 195,00 centavos e tocar a mínima de191,65 centavos, sem, contudo, atingir a mínima da semana passada, que foi de 190,15 centavos. No segmento externo, as bolsas de valores e o dólar no confronto com uma cesta de moedas internacionais tiveram poucas oscilações. Nas commodities, queda do petróleo, ao passo que nos softs o destaque negativo (-5,94%) foi o café, com o cacau e o algodão também registrando perdas.

"O dia foi de nova volatilidade intensa e, desta feita, o direcionamento foi contrário àquele que estávamos acostumados. Rapidamente as liquidações passaram a ser processadas e os terminais encerraram o pregão acumulando perdas bastante expressiva. As especulações com o clima continuam. As chuvas podem até retomar a normalidade hídrica do solo, mas não vão conseguir reverter as perdas já detectadas. Ou seja, as ações de liquidação foram mais estimuladas pela especulação, o que abriu espaço para outras e outras vendas", disse um trader.

Os estoques de café verde dos Estados Unidos apresentaram uma alta de 132.307 sacas no final de março, somando 4.958.411 sacas, de acordo com dados divulgados pela GCA (Green Coffee Association). Em 28 de fevereiro,por sua vez, os estoques do país eram de 4.826.104 sacas. A alta mais efetiva de estoques se deu no armazém de Nova Iorque, com incremento de 93.248 sacas, ao passo que o armazém de Jacksonville computou um aumento de 41.000 sacas. Já o armazém de Los Angeles/Long Beach teve computado uma baixa de 64.584 sacas.

A OIC (Organização Internacional do Café) emitiu um novo relatório sobre o mercado. De acordo com a entidade que aglutina produtores e consumidores do grão, durante março, a incerteza quanto à safra brasileira prosseguiu, causando grandes flutuações de preços e, como em fevereiro, a volatilidade do preço indicativo composto da da própria Organização voltou a ultrapassar os 10%. Em menos de dez dias, o preço indicativo composto diário da OIC oscilou entre um ponto alto de 177,29 centavos de dólar por libra peso e um ponto baixo de 153,33 centavos. A média mensal de 165,03 centavos, quase 20% superior à de fevereiro, foi a mais alta de dois anos. Ainda na avaliação da entidade, os preços internacionais se mantêm instáveis, prosseguindo sensíveis à evolução da meteorologia no Brasil.

As exportações brasileiras no mês de abril, até o dia 14,totalizaram 943.239 sacas de café, alta de 25,73% em relação às 750.234 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 9.113 sacas, indo para 2.578.027 sacas.

Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem resistência 207,40, 207,50, 207,80, 208,00, 208,50, 209,00, 209,50, 209,75, 209,90-210,00,210,50, 211,00, 211,50, 212,00, 212,50 e 213,00 centavos de dólar, com osuporte em 191,65, 191,50, 191,00, 190,50, 190,10-190,00, 189,50, 189,00,188,50, 188,00, 187,50, 187,00, 186,50, 186,00, 185,50 e 185,00 centavos.





Londres tem novo dia de retração, mas mantém intervalo

Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta terça-feira com quedas ligeiras, mantendo o mesmo comportamento já verificado ao longo do pregão anterior. O volume negociado no dia na casa de comercialização britânica esteve dentro da média recente, sendo que a maior parte das operações se concentrou nas rolagens deposição, principalmente entre o maio e o julho.

De acordo com analistas internacionais, a sessão foi marcada pela manutenção de intervalos e por uma volatilidade bem mais branda que aquela que vinha sendo característica em Londres. A posição julho, por exemplo, variou ao longo de todo o dia apenas 30 dólares.

"Também não verificamos uma influência mais grave das arbitragens. O mercado em Londres iniciou a semana com calma e se mantém assim e estamos conseguindo manter um range curto, entre 2.100 e 2.150 dólares intacto. A tendência é que os robustas se mantenham em compasso de espera, em busca de verificar uma tendência mais efetiva do mercado. Muitos acreditavam que nesta altura do ano estaríamos com cotações abaixo dos 2.000 dólares, dado o potencial vendedor das origens, mas a questão climática e a influência dos arábicas conseguiu mudar isso, o que já é um grande avanço", disse um trader.

O maio teve uma movimentação ao longo do dia de 5,51 mil contratos, contra 9,75 mil do julho. O spread entre as posições maio e julho ficou em 6 dólares.

No encerramento do dia, o maio teve baixa de 11 dólares, com 2.121 dólares por tonelada, com o julho apresentando desvalorização de 6 dólares, para 2.128 dólares por tonelada.