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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Café tem quedas intensas na ICE e fica abaixo dos 120 cents

  Um dia para esquecer. Os contratos futuros de café despencaram nesta quinta-feira, seguindo o mau humor dos mercados externos. Com isso, a posição setembro rompeu com facilidade o nível de 120,00 centavos de dólar por libra peso e atingiu os menores patamares desde julho de 2009. O dia foi basicamente caracterizado pelas liquidações de especuladores e de fundos. Depois de uma abertura estável, as ordens de venda passaram a ser emitidas com rapidez e logo stops de venda foram acionados, pressionando os preços, sem uma contrapartida por parte dos compradores. Eles se mostraram apenas modestamente ativos nas mínimas, o que permitiu apenas uma ligeira desaceleração das perdas.

O café não esteve sozinho nesse quadro negro das cotações. O dia foi de perdas intensas para várias commodities, como o ouro, que teve retração de mais de 4,6%, com o petróleo caindo 3,63% e o açúcar caindo 3,71%. Todo o complexo de grãos registrou perdas no dia. O dólar, por sua vez, subiu em relação a uma cesta de moedas internacionais e teve uma forte alta sobre o real brasileira. As bolsas de valores nos Estados Unidos e em várias partes do mundo tiveram desvalorização. As perdas foram impulsionadas por notícias menos positivas da economia da China e, principalmente, devido ao "otimismo" do Federal Reserve quanto à economia. O diretor desse banco central norte-americano indicou que o governo do país pode reduzir gradualmente seu programa de estímulos à economia, o que prejudica as perspectivas para o crescimento global. Segundo o Fed, o programa de estímulos poderia ser encerrado até meados de 2014 caso a economia dos Estados Unidos esteja forte o suficiente. Segundo o Banco Central, ele continuará a realizar comprar de títulos no momento e acompanhará de perto as informações recebidas sobre a evolução econômica e financeira nos próximos meses. Assim que o Fed começar a diminuir suas compras de títulos deverá ser observado um dólar mais forte. Desse modo, as commodities, que são precificadas em dólar, tendem a enfraquecer nesse tipo de ambiente.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição setembro teve queda de 600 pontos, com 118,35 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 123,75 centavos e a mínima de 117,10 centavos, com o dezembro tendo desvalorização de 610 pontos, com 121,50 centavos por libra, com a máxima em 127,25 centavos e a mínima em 120,50 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho teve queda de 58 dólares, com 1.721 dólares por tonelada, com o setembro tendo retração de 59 dólares, no nível de 1.736 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado pelas intensas liquidações, com os preços não se sustentando.

"Tivemos uma forte atividade dos especuladores e fundos, que atuam no lado vendedor, simplesmente ignorando o quadro predominantemente sobrevendido verificado no café já há algumas semanas. O café seguiu o quadro negativo observado nos mercados externos", disse um trader.

A BM&F indicou que pode efetuar uma ação de inter relação de contratos de café com o CME Group, principal concorrente da ICE Futures US. Segundo Fabiana Perobelli, diretora de agronegócios da bolsa paulista, o trabalho está em fase de estudos. As chuvas constantes que atingem, desde a segunda quinzena de maio, o centro-sul do Brasil poderão afetar a produção de cafés de qualidade em todas as principais regiões produtoras de São Paulo, Paraná e Minas Gerais.

A avaliação é da empresa Somar Meteorologia. O excesso de dias chuvosos e, conseqüentemente, o excesso de umidade sobre os grãos provoca a aceleração no processo de maturação dos grãos e, por isso, a produção de cafés cereja descascado diminuiu drasticamente nesta safra.

As exportações brasileiras no mês de junho, até o dia 18, totalizaram 765.462 sacas de café, queda de 0,40% em relação às 768.544 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 158 sacas, indo para 2.748.157 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 35.105 lotes, com as opções tendo 13.731 calls e 7.186 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o setembro na ICE Futures US tem resistência em 123,75, 124,00, 124,50, 125,00, 125,20, 125,50, 126,00, 126,50, 127,00, 127,50, 128,00, 128,40-128,50, 129,00, 129,50, 129,75 e 129,90-130,00 com o suporte em 117,10-117,00, 116,50, 116,00, 115,50, 115,10-115,00, 114,50, 114,00, 113,50, 113,00, 112,50, 112,00, 111,50 e 111,00 centavos.




Londres segue outros mercados e tem dia de forte retração

  Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta quinta-feira com quedas severas, com a posição setembro se consolidando abaixo dos 1.750 dólares. O comportamento dos robustas seguiu o dos arábicas em Nova Iorque e diversas outras commodities, que despencaram ao refletir informações econômicas negativas sobre a China e, principalmente, dados do Federal Reserve sobre o apoio ao setor econômico dos Estados Unidos.

De acordo com analistas internacionais, a sessão foi caracterizada pela liquidação efetiva por parte de especuladores e fundos, o que abriu espaço para quedas mais proeminentes, ainda que a posição setembro tenha preservado o nível psicológico de 1.700 dólares. Para esses analistas, o café apenas "seguiu a turba", uma vez que os mercados em geral tiveram um dia negro.

"As perdas, efetivamente, não estiveram relacionadas diretamente ao café. No entanto, a commodity enfrenta um momento baixista e, assim, a pressão externa apenas contribui para ampliar esse cenário. O plano norte-americano de estímulo deu suporte a várias matérias-primas e o temor sobre seu fim levou muitos players a liquidar de forma quase insana", disse um trader.

O julho teve uma movimentação ao longo do dia de 10,4 mil contratos, contra 16,7 mil do setembro. O spread entre as posições julho e setembro ficou em 15 dólares. No encerramento do dia, o julho teve queda de 58 dólares, com 1.721 dólares por tonelada, com o setembro tendo retração de 59 dólares, no nível de 1.736 dólares por tonelada.




Cooxupé pode reavaliar safra de café; chuva preocupa produtor

SÃO PAULO, 19 Jun (Reuters) - A colheita de café na área de atuação da Cooxupé, maior cooperativa de cafeicultores do mundo, no sul de Minas Gerais, atingiu até o momento cerca de 10 por cento do total projetado e indica volumes menores do que os previstos, o que pode levar uma redução nas estimativas de produção na atual safra 2013/14.

A afirmação é do presidente da Cooxupé, Carlos Paulino da Costa, que avalia que a produtividade tem sido menor que a esperada por conta de um tempo excessivamente quente em dezembro e janeiro. Ele também disse estar preocupado com o efeito das recentes chuvas para a qualidade do café.

A área de atuação da Cooxupé, no Sul de Minas e Cerrado Mineiro, tem expectativa inicial de colheita de 8,5 milhões de sacas de 60 kg, o que já seria uma queda de 15 por cento na comparação com a temporada passada, em função de o ciclo atual ser o ano de baixa produtividade na bianualidade do café arábica. Mas as colheitas iniciais, de grãos "muito miúdos", indicam a possibilidade de uma produção ainda menor.

"Vai dar menos, tem um ponto de interrogação. Precisamos de uma avaliação melhor. Iria haver uma quebra de 15 por cento em relação ao ano passado, pode ser pior do que isso", afirmou ele à Reuters nesta quarta-feira, acrescentando que, conforme a colheita avança, será possível uma projeção mais detalhada.

O volume de café estimado para as regiões da Cooxupé representa 17,5 por cento da produção prevista para o país pelo Ministério da Agricultura, de 48,6 milhões de sacas de 60 kg, a maior safra para um ano de baixa do arábica.

Carlos Paulino citou um teste feito esta semana na cooperativa para exemplificar a menor produtividade. No ano passado, disse ele, para se obter 100 gramas de café eram necessários 740 grãos. Neste ano, para o mesmo volume foram necessários 900 grãos do produto que já entrou na cooperativa. "Pelo tamanho dos grãos, precisaremos de mais grãos para encher uma saca", explicou.

Até o momento, a cooperativa recebeu aproximadamente 100 mil sacas de café da safra nova, um volume ainda pequeno ante as mais de 4 milhões de sacas com potencial de receber este ano. Os recebimentos se intensificam a partir do agosto e setembro, quando os produtores já conseguiram formar maiores volumes para entregar nos armazéns.

CHUVAS AFETAM QUALIDADE

Chuvas acima da média para o mês de junho em algumas áreas produtoras do Brasil, incluindo o sul de Minas Gerais, estão preocupando os cafeicultores, uma vez que já afetam a qualidade do produto. E previsões de mais precipitações aumentam o alerta do setor produtivo, que teme a repetição de uma situação vista no ano passado.

"Parece que está repetindo o que aconteceu no ano passado, começou a chover e vai piorar a qualidade. Prejudica um pouco a qualidade, derruba o café...", comentou Carlos Paulino.

No entanto, ele lembrou que as chuvas foram mais intensas, no ano passado, ao final de junho.

"Está menos mau do que o ano passado, não está normal... A nível de Brasil, ela (a chuva) é preocupante, mas não representa perigo de atrapalhar. Ano passado ela (a safra) ficou prejudicada por conta da chuva", disse.

As recorrentes chuvas desde a segunda quinzena de maio estão afetando a qualidade do café da safra 2013/14, alertou a Somar Meteorologia na terça-feira, destacando problemas para a produção do café "cereja", de alta qualidade.

"Sobre o cereja, ela (Somar) tem razão, com a chuva adianta a maturação. Prejudicou o tipo de café... Cada chuva, o que poderia ser um futuro cereja descascado, passa a ser café boia."

Os produtores conseguem preços mais altos para os cafés de melhor qualidade, mas o presidente da Cooxupé observou que o mercado atual não estimula muito essa produção, uma vez que é pequena a diferença entre os melhores produtos e aqueles não tão bons.

Segundo ele, o café de boa qualidade está cotado a 285 reais por saca, enquanto o de baixa vale 245 reais por saca. O produtor lembrou que a commodity, que está oscilando perto do menor nível em quase quatro anos na bolsa de Nova York, é cotada no Brasil abaixo do preço mínimo de garantia do governo, de 307 reais por saca.

O indicador diário Cepea/Esalq, que mede os preços do arábica no mercado interno à vista, fechou a 283,12 reais por saca na terça-feira.

Carlos Paulino disse que mercado está "muito parado e produtor não está vendendo", enquanto aguarda programas do governo de apoio ao preço.

   

Commodities têm maior queda em 18 meses; China e Bernanke pressionam
Barani Krishnan
 
NOVA YORK, 20 Jun (Reuters) - As commodities sofreram sua maior liquidação em um ano e meio nesta quinta-feira, com dados chineses sombrios e devido ao plano do Banco Central dos EUA de reduzir gradualmente seu programa de estímulos à economia, o que prejudica as perspectivas para o crescimento global.
 
O ouro atingiu uma mínima de dois anos e meio e o petróleo despencou 3 por cento. Os preços do cobre recuaram para os menores níveis em 20 meses, enquanto o alumínio e o níquel caíram para mínimas de vários anos, por temores sobre uma desaceleração da atividade industrial na China, maior comprador mundial de metais.
 
Os mercados agrícolas tampouco foram poupados, com o milho, o trigo e a soja recuando, e o açúcar e o café renovando mínimas de vários anos.
 
Uma alta generalizada do dólar, impulsionado por um plano do chairman do Fed, Ben Bernanke, de possivelmente encerrar seu programa de estímulo, gerou fortes quedas nas commodities negociadas na moeda norte-americana.
 
"A queda de hoje é uma para os livros de história, pelo menos para o ouro", disse o analista da INTL FC Stone, Edward Meir.
 
O índice de 19 commodities da Thomson Reuters-Jefferies CRB recuou mais de 2,5 por cento, queda mais acentuada desde dezembro de 2011.
 
O ouro e a prata recuaram para uma mínima de setembro de 2010 após Bernanke afirmar que o Fed começaria a reduzir os 85 bilhões de dólares em compras mensais de títulos ainda neste ano.
 
A inundação de dinheiro que o Fed criou desde a crise financeira de 2008/2009 contribuiu fortemente com as altas no ouro e nas outras commodities. Bernanke indicou que o programa de estímulos poderia ser encerrado até meados de 2014 caso a economia dos EUA esteja forte o suficiente.

As observações do chairman foram muito além de um comunicado dos formuladores de políticas no início da quarta-feira após uma reunião que durou dois dias, e que dizia que o Banco Central continuará a realizar comprar de títulos no momento e "acompanhará de perto as informações recebidas sobre a evolução econômica e financeira nos próximos meses."
 
"Assim que o Banco Central dos EUA começar a diminuir suas compras de títulos, devemos a ver um dólar mais forte. As commodities que são precificadas em dólar tendem a enfraquecer neste tipo de ambiente", disse Lee Chen Hoay, analista de investimentos na Phillip Futures em Cingapura.
 
As fortes vendas do ouro aceleraram após a commodity recuar abaixo de sua mínima de abril de 1.321 dólares por onça, um nível de apoio, e atingir 1.285 dólares.
 
Às 14h (horário de Brasília), o spot recuava para 1.291 dólares por onça.
 
Os futuros do petróleo Brent recuavam mais de 3 dólares por barril, para a mínima de uma semana, perto de 103 dólares por barril, pressionados por uma pesquisa apontando uma desaceleração da economia chinesa.
 
Em Nova York, o primeiro contrato do petróleo perdia 2,7 por cento e era negociado a 95,52 dólares por barril, após fechar a sessão anterior a 98,24 dólares.
 
A queda do cobre foi parcialmente causada por uma alta dos estoques do metal nos armazéns monitorados pela Bolsa de Metais de Londres. Os estoques estão em seu maiores níveis de cerca de 10 anos, contribuindo para a queda de 14 por cento nos preços neste ano.
 
O contrato referência de três meses do cobre na LME recuou para 6.750 por tonelada, menor nível desde 20 de outubro de 2011.


Exportadores da Indonésia cancelaram contratros devido ao aumento dos prêmios

  Produtores mundiais de alimentos terão que pagar mais para os grãos de café robusta utilizadas nas bebidas, em grande crise de abastecimento envia prêmios para máximos de vários meses na Ásia, forçando alguns exportadores para cancelar embarques. Agricultores no Vietnã estão a atrasando a entrega o seu café, frustrado por persistentemente baixos preços futuros de Londres. Na Indonésia, clima excepcionalmente úmido durante a estação da colheita tornou difícil para os produtores colher e prepar o café. O aperto de abastecimento suscitou temores de inadimplência por casas comerciais no Vietnã e exportadores na Indonésia e pode reduzir as exportações dos dois países que respondem por quase um quarto da produção de café do mundo. "Os exportadores e fornecedores estão em uma posição difícil", disse Moelyono Soesilo, compra e comercialização de gerente de empresa exportadora Taman Delta Indonésia. "Alguns já assinaram contratos de longo prazo para vender café em diferenciais mais baixos. Os agricultores só vender em pequenas quantidades para cobrir as necessidades diárias ". London setembro robusta caiu para a 32 meses de baixa na semana passada, acompanhando New York arábica futuros que caíram como os fundos vendidos em face da ampla oferta do Brasil. Menores fornecimentos dos dois principais produtores de robusta pode travar o declínio em Londres. Robusta ou é misturado com grãos arábica de baixo custo café preparado ou transformado em café instantâneo. Robustas da Indonésia são normalmente vendidos abaixo ou um pouco acima de futuros de Londres, durante a colheita de março a junho, mas os prémios começaram a subir em abril e saltou para US $ 170 em junho, seu nível mais alto desde meados de 2012. Exportadores tinha assinado contratos para enviar os grãos em US$ 20 acima Londres. Exportadores indonésios cancelaram contratos para transportar até 4.000 toneladas de café, até agora, em junho. Grupos de exportação locais dizem que o número pode ser muito maior. "Podemos experimentar deja vu, uma repetição do que aconteceu em 2011", disse Moelyono. As fortes chuvas prejudicou a safra na temporada 2011/12, causando um desabastecimento crônico que enviou prémios para máximos históricos de US $ 550. No Vietnã, os prêmios estavam em máximos de vários meses em US $ 120 a tonelada nesta semana, em comparação com descontos de US $ 15 a US $ 35 no início de janeiro. Grãos vietnamitas são normalmente vendidos com descontos no futuro. "As pessoas podem chegar a um acordo de US $ 90, enquanto que abaixo (os exportadores vietnamitas) não poderiam vender", disse um trader em Ho Chi Minh City. Concessionárias em Cingapura confirmou acordos foram feitos em US $ 90 por tonelada para os grãos vietnamitas, enquanto robustas da Indonésia foram vendidos para compradores nacionais e estrangeiros US $ 170 prêmios nesta semana. "O que acontece em Londres realmente não refletir os fundamentos. Café estão em prêmios na Indonésia e no Vietnã e nós só não sei por que os futuros são tão baixos ", disse um representante em Jacarta. "A indústria local está confuso. Vamos olhar para Londres, ou devemos negociar em prêmios físicos? "