Páginas

domingo, 26 de junho de 2011

Mercado do café e a política.

Mercado do café e a política.

O mercado do café passa hoje por um momento áureo depois de mais de uma década de problemas, dividas crescente e desanimo por parte da produção.
O momento realmente é importante e não deve ser jogado de lado por letargia dos produtores.
Pela primeira vez temos um aumento de preço substancial sem que haja um problema climático no Brasil, dando potencia aos nossos produtores e não aos produtores de outras origens, como das ultimas duas vezes onde o mercado trabalhou nestes patamares, que foi em 1.977 que tivemos uma geada em 1.975, e 1.997 onde tivemos uma geada em 1.994. Desta vez o problema foi na Colômbia onde houve excesso de chuvas, mas o maior problema foi à exploração da indústria aos produtores e falta de força dos produtores diante deste mercado.
Os preços praticados na ultima década fez o empobrecimento dos produtores e o envelhecimento do parque cafeeiro.
O mercado hoje dominado por apenas cinco grandes empresas torrefadoras jogam o mercado para onde bem querem a seu bel prazer, mesmo a alta que vivemos agora é também de interesse da indústria, pois sem motivação não acontece investimento e sem investimento não se tem matéria prima em abundancia.
O mercado vive o momento mais enxuto da historia, temos produção muito próxima do consumo e estoques baixíssimo, com uma qualidade pior ainda, e temos um aumento de consumo em plena crise financeira e crescimento de consumo em países que não são das grandes potencias, portanto temos tudo para que o mercado sopre a favor dos produtores aumento de consumo e baixo estoque.
Com estes ingredientes temos tudo para que o mercado permaneça em valores melhores do que da ultima década, remunerando assim a classe produtora, mas como administrar o momento?
Não existe nenhuma iniciativa por parte do governo Dilma, que parece estar perdido a procura de soluções para problemas maiores, portanto não podemos esperar nada que venha do governo, e pedir ajuda quando os preços estão em alta não parece conveniente e nem convincente.
Mas o setor cafeeiro padece de informações para administrar a fase, precisa se saber a real produção, saber o real consumo, para um plano de metas para não ficarmos dentro de pouco tempo em situação igual ao dos arrozeiros.
Falando na situação dos irmãos produtores de arroz do sul do país quero deixar registrado que se deixarmos o mercado fazer o Drawback , como muitos querem, digo muitos da parte industrial, ou seja, trazer café barato do Vietnam, industrializar para revender, como depois de industrializado não teremos como saber se o café que esta na embalagem a sua procedência, estaremos fadados a ficar igual aos irmãos arrozeiros.
Em um programa do Globo Rural há algumas semanas atrás o presidente do sindicato de produtores de açúcar de beterraba da França em uma entrevista ao repórter da Globo disse alto e em bom som, não queremos o açúcar do Brasil de cana aqui, nosso açúcar é mais caro, mas vital para nossa agricultura, e assim deve ser atitude dos produtores, não queremos o café de outro pais aqui, e ponto final.
O produtor precisa de metas e precisa ser direcionado.
Um ponto que deve ser levantado é ordenação de nossos preços em cima da bolsa de Nova Iorque, concordo com ela, mas a bolsa vive de lucros e não importa se vem de uma tendência de alta ou de uma tendência de baixa e o produtor vive de produção, portanto precisamos de preço que cubra os nossos custos, principalmente agora o custo ambiental que será um dos grandes fatores de aumento de custo da produção.
Os produtores as cooperativas e políticos têm que ter uma ordenação sobre a produção, sobre o plantio, porque se não veremos o filme ser rodado na nossa frente de novo, mercado fica desabastecido, sobe violentamente e a produção planta em resposta, e o mercado desaba na cabeça de todos.
O único beneficiado na cadeia produtiva quando o preço sobe como estamos vendo agora, é o produtor, o resto da cadeia não gosta nada, indústria, comercio e nem o consumidor, mas quando o preço cai ninguém quer saber do produtor, e as pessoas que moram nas cidades acreditam piamente que o produtor possui pé de dinheiro e não sabe a realidade dura da produção.
O mercado tem que pensar em seguro para a produção, seguro de problemas climáticos e seguro de preço, não existe nenhum investimento que não haja seguro, a não ser a produção, O produtor é o único que pega no fio de alta tensão desencapado.
A política cafeeira esta jogada as traças desde o final da década de 80 principio da de 90, e o produtor precisa de mobilização, e a hora é agora, porque é a hora onde o produtor vai receber um preço justo pelo seu trabalho e ira se capitalizar tendo fôlego para exigir direitos.
Uma boa semana a todos, que Deus os abençoe.
Wagner Pimentel
WWW.cafezinhocomamigos.blogspot.com