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sexta-feira, 18 de março de 2011

Café: preços internacionais estão fora da realidade, diz Illy

Café: preços internacionais estão fora da realidade, diz Illy

O presidente da torrefadora italiana illycaffè, Andrea Illy, considera que os preços internacionais do café estão fora da realidade. "As cotações atuais não estão refletindo necessariamente os fundamentos de mercado", diz. O leve déficit na produção global do grão e a queda dos estoques mundiais, aliados à especulação financeira, "levaram o preço a níveis mais altos do que deveria estar hoje", garante.
Na avaliação de Andrea Illy, um valor que garantiria boa remuneração ao produtor estaria hoje por volta de 160 centavos de dólar por libra-peso. Na visão do executivo, considerando os fundamentos altistas, a cotação do café poderia até alcançar perto de 200 centavos de dólar. Mas na Bolsa de Nova York o contrato futuro de café arábica tem oscilado bem acima desse valor. Nesta quinta-feira, o contrato para entrega em maio encerrou cotado em cerca de 270,90 centavos de dólar.
"O mercado de café tornou-se totalmente financeiro. Os atuais fundamentos do mercado físico estimularam a especulação", acrescenta Illy. Além disso, o comportamento das cotações do produto também passou a depender de outras commodities. "Já elevamos nossos preços duas vezes este ano e estudamos um terceiro aumento", afirma. De acordo com ele, esses reajustes são realizados paralelamente a um grande trabalho de comunicação com o consumidor.
Andrea Illy afirma que preço pago ao produtor de café praticamente dobrou nos últimos 12 meses. "O lucro dos produtores tem sido revertido em aumento de produtividade e qualidade dos grãos", garante. Illy lembra que os cafeicultores vinham enfrentando dificuldades nos últimos anos, em virtude do aumento do custo de produção, principalmente com mão de obra e insumos, além da valorização do real ante o dólar. "Os custos estavam aumentando, mas os preços pagos ao produtor não estavam acompanhando", explica.
O empresário ressalta que importantes países produtores de café têm apresentado frustração de safra, como Colômbia e nações da América Central. O Brasil, por sua vez, tem substituído outras origens, pois passou a "oferecer produto de alta qualidade", comenta Illy.
Com produção de melhor qualidade e redução da oferta de outros fornecedores, o Brasil já obteve da Bolsa de Nova York autorização para fazer a entrega de café naquele mercado a partir de 2013. Andrea Illy diz que a medida não deve ter reflexos na relação da empresa com os produtores brasileiros. Uma iniciativa que pode ser criada é a compra de café com base nos contratos futuros de Nova York. Seria uma alternativa em relação à compra direta, "mas existem riscos", observa. O produtor, por exemplo, pode não alcançar a qualidade exigida, embora pelo menos 600 fiéis cafeicultores estariam hoje aptos a cumprir esses contratos com a illycaffè.
A illycafé produz um só blend, com nove tipos diferentes de cafés. Na composição do produto, o grão brasileiro representa cerca de 50%. A torrefadora não informa o volume que compra anualmente dos cafeicultores brasileiros.

CFTC: fundos têm forte queda nas posições compradas em ICE

CFTC: fundos têm forte queda nas posições compradas em ICE

Dados da CFTC (Commodity Futures Trading Commission) divulgados nesta sexta-feira apontaram que os fundos tiveram uma queda de mais de 6,7 mil contratos em suas posições compradas no mercado futuro de café da bolsa de Nova Iorque. Já os contratos em aberto registraram uma retração expressiva em relação à semana anterior. Segundo os números apresentados, levando-se em consideração apenas as posições futuras, sem as opções, os grandes fundos possuíam 27.510 posições líquidas long (36.663 posições long — compradas — e 9.153 posições short — vendidas) no último dia 15 de março. No relatório anterior, referente a 08 de março, eles tinham em mãos 34.134 posições líquidas long (44.702 posições long — compradas — e 10.568 posições short — vendidas) As empresas comerciais registravam, no dia 15, um saldo de 30.386 posições líquidas short (65.281 posições compradas e 95.667 vendidas). No relatório anterior, elas sustentavam 38.622 posições líquidas short (63.107 posições compradas e 101.729 vendidas). Os pequenos operadores tinham, na terça-feira passada na ICE Futures US, um total de 2.876 posições líquidas compradas, sendo 9.902 compradas e 7.026 vendidas. No relatório referente a 08 de março, por sua vez, eles apresentavam 4.488 posições líquidas compradas, sendo 10.187 compradas e 5.699 vendidas. As posições em aberto na bolsa norte-americana eram de 122.449 lotes no dia 08 de março, ao passo que na semana anterior elas somaram 128.569 lotes.

Starbucks CEO Schultz Blames 'Speculation' For High Coffee Prices

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NEW ORLEANS (Dow Jones)--Current coffee prices, trading at multi-year highs,
are the result of financial speculation and are detrimental to the industry,
Starbucks Corp's (SBUX) chief executive Howard Schultz said Friday.
"I think it's artificial. I think financial speculation has really stepped
into the market," said Schultz, speaking at the National Coffee Association's
annual meeting in New Orleans.
Arabica coffee prices have prices have surged more than 44% over the past six
months on IntercontinentalExchange, fueled partly by bad weather in major
producing nations, such as Colombia, the top producer of mild washed arabica
beans.
On Wednesday, Kraft Foods Inc. (KFT) raised its U.S. prices 20% per pound
equivalent for its Maxwell House and Yuban ground coffees. Last month, J.M.
Smucker (SJM) raised prices by 10% for many of its coffee brands.
But Schultz said the increases could turn consumers off: "I think, in the
long term, we as an industry will suffer as the consumer is not going to
respond positively to [increased] coffee prices."

Japan Coffee Demand Could Weaken Post-Quake -All Japan Coffee Association

Demand for coffee may weaken in Japan as last week's
devastating earthquake made urgent basic supplies a priority.
"Coffee is [a] nonessential beverage," Saeki Kunitoshi of the All Japan
Coffee Association, a Tokyo-based industry group, said in an interview. "They
want pure water first and foremost in the devastated area."
Japan was the world's third-largest coffee importer last year after the
United States and Germany, according to the International Coffee Organization.