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sábado, 5 de outubro de 2013

Melitta descarta recuperação de preços do café nos próximos 15 meses

Empresa projeta que preços da commodity no mercado internacional permaneçam pressionados pelo menos até o final do ano que vem

São Paulo - A empresa alemã de cafés Melitta projeta que os preços da commodity no mercado internacional permaneçam pressionados pelo menos até o final de 2014, disse nesta quinta-feira o presidente mundial da companhia.

"Levando em conta a grande safra que virá no Brasil e em outras áreas, e que a demanda em geral está estável, eu não esperaria uma alta dos preços do café nos próximos 12 a 15 meses. Eu diria que ficará num nível semelhante (ao atual)", disse o presidente mundial da Melitta, Stephan Bentz, durante evento da empresa em São Paulo.

Os futuros do café arábica negociados em Nova York (ICE) recuaram ao menor nível em mais de quatro anos no dia 18 de setembro, pressionados principalmente por uma grande safra no Brasil.

Executivos da empresa evitaram, durante o encontro com jornalistas, fazer uma previsão para a próxima safra de café no Brasil, que segundo estimativas do mercado deverá atingir um volume histórico.

No mercado europeu, que corresponde a 70 por cento das vendas de café da Melitta, as margens de lucro não têm sido beneficiadas significativamente pelas baixas da matéria-prima, disse Bentz.

Segundo ele, muitos varejistas europeus têm suas marcas próprias de café e estão familiarizados com os preços e as margens dos fabricantes.

"Você não consegue manter seus preços de venda altos por um longo período após quedas nos preços em Nova York. Logo eles entram em contato (pedindo um nivelamento dos preços)", afirmou Bentz, um dos acionistas do conglomerado.

No Brasil, no entanto, a Melitta tem margens menos atreladas aos preços do café no mercado em geral, disse o presidente da empresa no país.

"O custo do nosso blend, na comparação com o ano passado, caiu mais ou menos 10 ou 11 por cento. Bem diferente do preço em Nova York, que mudou muito mais", afirmou Bernardo Wolfson.

Os preços de referência do café em Nova York recuaram cerca de 35 por cento nos últimos 12 meses.

A explicação para a diferença está na qualidade do café comprado pela empresa, que não recuou na mesma medida dos cafés que balizam os indicadores de preço, segundo o executivo.

Em relação ao tamanho da próxima safra, Wolfson limitou-se a dizer que ela vai ser "aparentemente boa".

Sobre as perspectivas de preço no mercado interno em 2014, o executivo disse que "o preço tem a ver com a safra, financiamento (disponível para os agricultores) e a oportunidade para exportar".

A Melitta ocupa a terceira posição no mercado brasileiro de cafés torrados e moídos, com fatia de 8,8 por cento, segundo pesquisa citada pela companhia.

Em 2013, o faturamento da unidade brasileira deve atingir 902 milhões de reais, alta de 11 por cento ante 2012.
Em dia de poucos negócios, café a ficar abaixo dos 115 centavos

  Os ganhos para os cafés arábicas em Nova Iorque voltaram a ser contidos. Na sessão desta sexta-feira na ICE Futures US, marcado por um volume muito baixo de operações a futuro e também no segmento de opções, a primeira posição voltou a se posicionar próxima do nível de 115,00 centavos, sem se observar uma variação mais efetiva, quer para cima ou para baixo.

O mercado cafeeiro dá sinais de clara letargia e os negócios flutuam dentro de intervalos pouco expressivos. Pior para quem aguarda uma recuperação: o cenário do segmento é francamente sobrevendido, no entanto, não são observados movimentos mais efetivos por parte dos compradores para tentar inverter ou ao menos corrigir esse quadro. Os vendedores, depois de uma movimentação considerável ao longo das últimas semanas, conseguem equilibrar as cotações e, por vezes, fazem o dezembro testar os níveis mais baixos em mais de 49 meses.

A disponibilidade franca de café continua sendo a tônica do discurso dos players que atuam no lado baixista. Eles lembram os estoques relativamente consistentes e apontam as boas safras do Brasil e Vietnã e a recuperação produtiva da Colômbia como fatores chaves para garantir que o mercado tenha um volume considerável de café a seu dispor. Nem mesmo a quebra dos centro-americanos teria força para reverter tal situação.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição dezembro teve queda de 95 pontos, com 114,40 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 116,00 centavos e a mínima de 113,90 centavos, com o março registrando desvalorização de 95 pontos, com 117,55 centavos por libra, com a máxima em 119,00 centavos e a mínima em 117,10 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição novembro teve valorização de 6 dólares, com 1.709 dólares por tonelada, com o janeiro tendo ganho de 12 dólares, para o nível de 1.705 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por algumas vendas especulativas, com os preços voltando a ter o nível de 115,00 centavos de dólar como referência e sem que esse patamar pudesse ser modificado, seja por compradores ou vendedores. O cenário externo também contribuiu para o clima baixista. Os analistas ressaltaram que os mercados vão se tornando mais nervosos com a continuidade da "paralisação" econômica registrada nos Estados Unidos, assim como com a aproximação do prazo para elevar o teto da dívida do país. O dólar teve uma sexta-feira de alta em relação a várias moedas internacionais, incluindo o real brasileiro e também contribuiu para que o cenário de pressão fosse verificado. As bolsas de valores nos Estados Unidos fecharam em alta o dia, ao passo que as commodities tiveram altas para soja, milho, suco de laranja e açúcar, ao passo que café e trigo registram baixas.

"Tivemos uma sessão de pressão sobre os preços, com algumas vendas especulativas. As sessões desta semana se mantiveram tranquilas e, mais uma vez, intervalos foram respeitados, com o nível de 115,00 centavos sendo o referencial para o dezembro. A tendência é de o mercado se tornar cada vez mais tenso, enquanto não se chega a um acordo sobre a questão econômica dos Estados Unidos. Excetuando essa questão externa, o café não tem maiores mudanças, continuando a operar num quadro baixista de curto e médio prazo", disse um trader.

A grande oferta de cafés arábicas de pior qualidade na safra 2013/2014 fez diminuir a demanda pelo café robusta pelas torrefadoras brasileiras. A queda na demanda é reflexo do maior uso nas misturas dos cafés arábicas de bebida rio e riada, cujos preços estão mais baixos que os do robusta. Com a mudança, a estimativa é que participação do robusta blends de café torrado e moído já tenha recuado de 50% para 30 a 35% segundo a  empresa Custódio Forzza Comércio e Exportação Limitada.

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 1.000 sacas, indo para 2.764.786 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 8.676 lotes, com as opções tendo 847 calls e 294 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o dezembro na ICE Futures US tem resistência em 116,00, 116,20, 116,50, 117,00, 117,45-117,50, 118,00, 118,50, 119,00, 119,20, 119,50, 119,90-120,00, 120,50, 120,75, 121,00-121,05, 121,10, 121,50, 122,00, 122,50, 122,20 e 122,50 centavos de dólar, com o suporte em 113,90, 113,50, 113,00, 112,50, 112,00, 111,50, 111,00, 110,50, 110,10-110,00, 109,50, 109,00, 108,50, 108,00, 107,50 e 107,00 centavos.





Londres se recupera e Vietnã é tema de análise de players

  Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta sexta-feira com altas, em uma sessão com uma movimentação ligeiramente acima da média recente da bolsa britânica e com os preços se mantendo, ao longo de todo o pregão, acima do intervalo psicológico de 1.700 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por compras especulativas, que contribuíram para consolidar o quadro de recuperação verificado ao longo desta semana, depois de os preços do grão terem experimentado novas mínimas na semana anterior. Os ganhos vieram na esteira de especulações sobre o Vietnã, principalmente quanto a um possível programa governamental para apoiar os produtores a vender menos em períodos de preços baixos. Do Vietnã também vêm informações sobre a secagem irregular da nova safra, devido às chuvas, e sobre uma possível retração nos embarques do último trimestre deste ano, por conta de um imbróglio envolvendo a devolução do imposto de valor agregado aos exportadores.

"O cenário, efetivamente, ainda é negativo, mas essas informações pontuais deram alguma sustentação ao mercado e conseguimos operar num ambiente de recuperação ao longo desta semana. No pregão desta sexta, chegamos a flutuar acima dos 1.750 dólares por tonelada, entretanto, nas máximas observamos realizações de lucro por parte dos especuladores", disse um trader.

O novembro teve uma movimentação ao longo do dia de 11,5 mil contratos, contra 4,83 mil do janeiro. O spread entre as posições novembro e janeiro ficou em 4 dólares. No encerramento do dia, o novembro teve valorização de 6 dólares, com 1.709 dólares por tonelada, com o janeiro tendo ganho de 12 dólares, para o nível de 1.705 dólares por tonelada.




Estoque de passagem foi estimado em 12,4 milhões de sacas, segundo a Comexim

  A queda das cotações internacionais do café tem provocado distorções no mercado. O café conilon, considerado de qualidade inferior ao arábica, está cotado em cerca de R$ 230 a saca de 60 kg, em Vitória (ES). O café rio, embora não seja o arábica mais fino, é negociado a R$ 190 a saca, em Minas. Mais: o café arábica do cerrado e do sul de Minas, fino, é cotado atualmente a R$ 275, embora tenha alcançado pico de R$ 550 há dois anos. 'Essas distorções são evidentes e não são saudáveis', afirma em comunicado o trader John Wolthers, da exportadora Comexim, de Santos (SP). Wolthers explica que os produtores não estão estimulados a continuar investindo nos cafezais e só o tempo será capaz de reverter esse quadro. Os contratos futuros de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) estão nos níveis mais baixos em quatro anos. O preço diário do arábica, pesquisado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), alcançou na quarta-feira (2) R$ 258 a saca, o menor valor desde 26 de outubro de 2009. As cotações de mercado também estão bem abaixo do preço mínimo de garantia oficial de R$ 307 a saca. Wolthers cita que o padrão de fertilização dos cafezais corresponde a três aplicações: no fim de outubro, dezembro e fevereiro. 'Com os atuais baixos preços, muitos produtores vão forçosamente optar por reduzir em 50% a aplicação necessária de adubo e muitos podem até deixar as lavouras aos cuidados da natureza. Outros podem substituir os cafezais por outras culturas, como a cana-de-açúcar, e a criação de gado', lamenta. O traders esteve na semana passada em Ouro Fino, no sul de Minas, onde a Comexim tem um armazém de café. 'A maioria dos armazéns brasileiros relata elevados estoques de café', acrescenta. No fim de julho, o estoque de passagem foi estimado em cerca de 12,4 milhões de sacas, segundo a Comexim. Para complicar, as chuvas têm sido benéficas para a florada dos cafezais, sinalizando uma grande produção em 2014/15. 'Em Ouro Fino, houve apenas uma floração, enquanto em muitas outras regiões já houve até duas floradas. Agora, no início de outubro, após as chuvas, esperamos uma segunda e maior floração', relata. Ele pondera que o fator moeda tem auxiliado os exportadores este ano. Recentemente, o dólar chegou a alcançar R$ 2,45, embora agora esteja em cerca de R$ 2,20. 'As pequenas e frequentes altas do mercado futuro e do dólar têm de ser aproveitadas ao máximo pelos exportadores e pelo produtores', ressalta. 'Acredito que os baixos preços, que provocam impacto negativo no nível de produção, vão certamente trazer consequências. Talvez, isso só vai começar a ser sentido daqui alguns anos, na da colheita de 2015/16.



Cresce consumo de café gelado

  Segundo uma nova pesquisa conduzida pela Mintel, a procura por café gelado tem crescido. O hábito de tomar café quente está a mudar, com os consumidores a olharem para o café gelado como uma alternativa saborosa e fresca para todo o ano. Acima de qualquer outro país, os EUA estão a aderir em força a este novo hábito, especialmente no foodservice. Os dados da pesquisa da Mintel mostram que a parcela de café gelado em todos os menus de café nos restaurantes e cafetarias norte-americanos aumentou dos 19 para os 22% entre 2009 e 2012. Por outro lado, considerando apenas o primeiro trimestre de 2013, verifica-se que essa parcela subiu de 22 para os 24%, confirmando que o interesse por café gelado não só está a crescer, como também a ultrapassar a sua associação e apelo tradicionais ao verão. Mais do que uma moda efémera, o café gelado está a consolidar-se, refletindo uma mudança de gostos da nova geração. A Mintel revela ainda que os consumidores com idades entre os 18 e os 24 anos, por contraste com os consumidores mais velhos, ingerem muito mais esta crescente opção de consumo. Enquanto, no global, um em cada cinco (20%) norte-americanos bebem esta bebida, esse número sobe para os 38% quando considerados os consumidores com idades entre os 18 e os 24 anos. Além disto, os resultados da pesquisa mostram que 77% dos consumidores de café gelado reconhecem que ele os ajuda a sentirem-se mais produtivos no trabalho.



Ministro a Agricultura nomeou 92 funcionários em cargos de confiança

  A filiação do empresário Josué Gomes da Silva, filho do ex-presidente José Alencar, ao PMDB, foi uma operação feita a quatro mãos, unindo Michel Temer e Lula, e enfiada goela abaixo aos lideres peemedebistas em Minas Gerais. Os que mais reclamam são o senador Clésio Andrade e o ministro da Agricultura, Antonio Andrade, que veem seus espaços encolherem na legenda, à medida em que floresce uma aliança com o PT. E por falar no ministro Antonio Andrade: num curtíssimo espaço de tempo, ele já nomeou nada menos do que 92 funcionários em cargos de confiança.



Boletim semanal - ano 80 - n° 40
Escritório Carvalhaes  - Santos, sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O cenário externo voltou a pesar sobre o mercado de café. O impasse político nos EUA para elevar o teto da dívida americana, colocou em risco a tímida reação das principais economias do hemisfério norte e trouxe pessimismo aos diversos mercados ao redor do mundo, entre eles o do café. Esse quadro enfraqueceu o dólar no decorrer da semana e levou as cotações do café a uma tímida reação na bolsa de Nova Iorque, muito pequena para alterar o animo dos operadores e estimular os negócios no mercado físico brasileiro, onde os preços permaneceram praticamente estáveis.

Os cafeicultores brasileiros mostram preocupação e insatisfação com os preços praticados, insuficientes para cobrir os custos de produção, mas vendem seus lotes aos poucos, para cobrir despesas de colheita e custeio.

Ontem, dia 3, em reunião no Ministério da Agricultura, representantes da produção sugeriram novas medidas de apoio ao setor. Entre elas a de serem colocadas mais cinco milhões de sacas de café em programa de Contratos de Operações de Venda (COV) de café com exercício em 2014. Outra proposta foi a alteração do prazo do programa de estocagem de 12 para 24 meses. Também propuseram que a estocagem do café do programa de opções seja feita nas cooperativas credenciadas pela CONAB -Companhia Nacional de Abastecimento. Eles poderiam optar entre receber o café das opções em seus próprios armazéns ou depositá-lo nos armazéns da Conab.

Com a proibição do uso do endossulfan para o combate à broca do café e sem um substituto eficaz, os representantes da produção cafeeira solicitaram ao governo federal a aprovação, com urgência, do registro e liberação dos princípios ativos Cyantraniliprole e Chlorantraniliprole/Abamectin, desenvolvidos pelas empresas DuPont e Syngenta (fonte: CNC).

No próximo dia 8, terça-feira, será realizado um quarto leilão de opções de venda de café arábica ao governo federal (Aviso de venda Nº 164/2013). Serão leiloados os 4058 contratos de opção (equivalentes a 405 800 sacas de 60 kg) não negociados nos três leilões anteriores. Poderão participar produtores rurais de café arábica e suas cooperativas estabelecidos nos Estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná e São Paulo.

Até o dia 3, os embarques de outubro estavam em 85.253 sacas de café arábica, e 110 sacas de café conilon, somando 85.363 sacas de café verde, mais 1.275 sacas de café solúvel, totalizando 86.638 sacas embarcadas, contra 24.173 sacas no mesmo dia de setembro. Até o dia 3, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em outubro totalizavam 297.997 sacas, contra 277.375 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 27, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 4, subiu nos contratos para entrega em dezembro próximo, 70 pontos ou US$ 0,93(R$ 2,06) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 27 a R$ 339,76/saca e hoje, dia 04 a R$ 334,59/saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em dezembro, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 95 pontos.