Dólar fecha em queda acompanhando exterior e expectativa com China
Apesar do PMI industrial da China ter vindo mais fraco, a expectativa de que o
governo chinês anuncie medidas para impulsionar a economia levou as moedas de
países atrelados a commodities a fecharem em alta frente ao dólar hoje. No
mercado local, a valorização do real foi limitada pela divulgação do aumento do
déficit em conta corrente em fevereiro, que traz de volta a preocupação com a
vulnerabilidade externa do Brasil. No mês, no entanto, a forte entrada de
recursos para renda fixa e de captações externas tem garantido a boa
performance da moeda brasileira. O dólar comercial fechou em queda de 0,17% a
R$ 2,3220, menor patamar desde 6 de março. O contrato futuro para abril recuava
0,08% para R$ 2,328. Lá fora o dólar caía frente às principais divisas
atreladas a commodities diante da expectativa de que o governo chinês adote
medidas de estímulo para impulsionar a economia. A leitura preliminar do índice
dos gerentes de com pras (PMI, na sigla em inglês) do HSBC para o setor
manufatureiro da China caiu para 48,1 em fevereiro, de uma leitura de 48,5
registrada em janeiro, atingindo o menor nível em oito meses. A perspectiva de
que o governo chinês adote medidas de estímulos foi reforçada após declarações
de oficiais do governo da China. Na última semana, o primeiro-ministro da
China, Li Keqiang, disse que os planos de investimento e construção poderiam
ser acelerados para garantir que a demanda doméstica se expanda a uma taxa
estável. Hoje o vice-ministro das Finanças da China, Zhu Guangyao, disse que o
potencial de depreciação do yuan não é tão grande, sinalizando que o governo
pode agir para conter a queda da moeda. O dólar caía 0,54% frente ao dólar
australiano, 0,58% em relação ao rand sul-africano e 0,25% diante do dólar
canadense. No mercado local, a valorização do real foi limitada pela
preocupação dos investidores com aumento do déficit em conta corrente, o que
reforçou a expectativa de que a oferta de dólares ao Brasil neste ano pode, a
exemplo do ano passado, seguir menor do que nos últimos anos. O déficit em
conta corrente, no acumulado de 12 meses, subiu de 3,67% do PIB em janeiro
para 3,69% do PIB em fevereiro. O Banco Central também revisou a projeção para
o déficit em conta corrente no ano, que passou de US$ 78 bilhões para US$ 80
bilhões. "A ampliação do déficit em conta corrente aumenta a vulnerabilidade
da economia brasileira. Por enquanto, o fluxo de investimento para portfólio
tem garantido o financiam ento desse déficit, mas uma mudança no cenário
internacional pode levar a uma reversão desse fluxo", afirma Luciano Rostagno,
estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil. A piora do desempenho da balança
comercial é o principal fator que levou o BC a ampliar a projeção para o
déficit em conta corrente. O BC reduziu a projeção de superávit da balança
comercial de US$ 10 bilhões para US$ 8 bilhões no fim do ano. O estrategista do
Mizuho, no entanto, espera uma queda ainda maior, prevendo um superávit de US$
5 bilhões para o fim de 2014. Em fevereiro foram registradas entradas de US$
4,132 bilhões para Investimento Estrangeiro Direto (IED) e de US$ 2,166 bilhões
para aplicações em carteira, que foram suficientes para cobrir o déficit de US$
7,445 bilhõe s em conta corrente. A forte entrada de recursos para renda fixa e
de captações externas tem garantido a boa performance do real no mês, que
acumula ganho de 0,99%. . Segundo dados do BC, no mês, até o dia 20, o fluxo
cambial estava positivo em US$ 5,095 bilhões, com a maior parte dos ingressos
concentrada na conta financeira. Com o dólar abaixo de R$ 2,35, os
investidores discutem se o BC fará a rolagem integral do lote de US$ 10,148
bilhões em contratos de swap cambial com vencimento previsto para 1 de abril.
Hoje o BC rolou mais 10 mil contratos, cuja operação somou US$ 492,7 milhões.
Com a rolagem de hoje, restam US$ 4,648 bilhões em swaps a serem renovados.
"Acho muito pouco provável o BC não fazer a rolagem integral", diz o
profissional de uma corretora de câmbio. A autoridade monetária também vendeu
todos os quatro mil contratos de swap cambial tradicional ofertados hoje como
parte do programa de intervenção no câmbio, cuja operação movimentou US$ 198,0
milhões. A colocação ficou restrita ao vencimento 1 de dezembro e tem
liquidação no dia 25 de março. Com o leilão de hoje, a posição do BC vendida em
dólar junto ao mercado via swaps alcançou US$ 86,403 bilhões.
JUROS: Taxas dos DIs recuam com dados das contas externas brasileiras
São Paulo, 24 de março de 2014 - As taxas dos contratos futuros de
Depósitos Interfinanceiros (DIs) encerraram as negociações de hoje em queda,
com influenciada pelos dados de conta corrente e de Investimento Estrangeiro
Direto (IED), divulgados hoje pelo Banco Central (BC).
A conta de transações correntes, que engloba os números da balança
comercial, dos serviços trocados entre o Brasil e outros países, as remessas e
entradas de rendas e as transferências de capitais, registrou déficit de US$
7,445 bilhões em fevereiro. No acumulado do ano, o déficit é de US$ 19,036
bilhões, o que equivale a 3,69% do Produto Interno Bruto (PIB).
A entrada de Investimento Estrangeiro Direto (IED) somou US$ 4,132 bilhões
em fevereiro, ante US$ 3,814 bilhões no mesmo mês do ano passado. No ano, os
investimentos diretos somam US$ 9,230 bilhões, ou 2,64% do PIB.
"Como não tivemos realização desses dados no câmbio, já que vieram
melhores que o esperado, o mercado acabou realizando nos DIs", afirma Luciano
Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil. "O câmbio continua bem
comportado, o que reduz o risco do BC ser obrigado a subir juros além de
abril", completa.
Os dados suplantaram as expectativas negativas sinalizadas pelo Boletim
Focus, que estimou nesta semana aumento de 6,11% para 6,28% no Indice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano.
Segundo os economistas consultados pelo BC, a expectativa da inflação para
2015 também cresceu, passando de 5,70% a 5,80%. Na projeção para 12 meses a
expectativa aumentou de 6,12% para 6,20%. A estimativa para a taxa Selic (taxa
básica de juros) aumentou de 11% para 11,25% ao ano (aa).
Neste cenário, as taxas dos contratos com vencimento em janeiro de 2015
caíram de 11,22% para 11,15%, com giro de R$ 14,6 bilhões, e as dos contratos
com vencimento em janeiro de 2017 recuaram de 12,71% para 12,63%, movimentando
R$ 12 bilhões. As taxas dos DIs com vencimento em janeiro de 2016 passaram de
12,22% para 12,15%, movimentando R$ 6,5 bilhões, e os contratos com vencimento
em julho de 2014 caíram de 10,85% para 10,84%, com giro de R$ 6 bilhões.
PERSPECTIVA CÂMBIO E JUROS: Mercados devem operar em alta após rebaixamento
São Paulo, 24 de março de 2014 - Os mercados de câmbio e juros devem
operar em alta no pregão de amanhã, repercutindo a notícia do rebaixamento do
rating brasileiro.
A agência de classificação de risco Standard & Poors (S&P) rebaixou o
rating soberano de longo prazo do Brasil de 'BBB' para 'BBB-', nível mais
baixo de grau de investimento. A perspectiva do rating passou de negativa para
estável.
"A primeira impressão é que, em grande medida, o rebaixamento não é uma
surpresa e estava no preço de diversos ativos esta notícia. No entanto
podemos esperar certa realocação em alguns mercados na manhã de amanhã, em
especial dólar e juros", afirma André Perfeito, economista-chefe da Gradual
Investimentos..
Para Eduardo Velho, economista-chefe da INVX Global Partners e ex-assessor
econômico do Ministério do Planejamento, o mercado de câmbio deve aproveitar
a notícia para valorizar a moeda norte-americana. "Esse câmbio de R$ 2,35
está muito barato e não é realista, devendo chegar a R$ 2,50 até o final do
ano. A notícia vai puxar os juros para cima também, reforçando a alta de 0,25
ponto percentual (pp) na Selic (taxa básica de juros)", afirma.
No Boletim Focus desta semana, o mercado já havia elevado a estimativa para
a taxa Selic de 11% para 11,25% ao ano (aa). No pregão de hoje, as taxas dos
contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) recuaram influenciados por dados das
contas externas, com destaque para o saldo da conta corrente e Investimento
Estrangeiro Direto (IED).
No mercado de câmbio, a moeda norte-americana encerrou as negociações de
hoje em queda de 0,17%, cotada a R$ 2,3200 para compra e a R$ 2,3220 para venda,
também influenciado por dados da economia doméstica. O dólar chegou à
mínima de R$ 2,3170 no dia e à R$ 2,3350 na máxima. No mercado futuro, o
contrato com vencimento em abril caiu 0,06%, para R$ 2.329,000, e o contrato com
vencimento em maio recuou 0,10%, cotado a R$ 2.348,500.
Bovespa sobe pela sexto pregão seguido com ajuda dos estrangeiros
A Bovespa chegou ao seu sexto pregão seguido de alta nesta segunda-feira,
embalada pelos ganhos das ações de bancos e da Petrobras, e quase recuperou a
linha dos 48 mil pontos, que não era vista desde meados de fevereiro. Mais uma
vez, os estrangeiros lideraram a ponta compradora, atrás de "pechinchas". O
mercado local ignorou o movimento negativo das bolsas internacionais. Uma
rodada de indicadores fracos de atividade (PMIs) na China, Europa e Estados
Unidos pressionou os mercados europeus e também Wall Street. Rumores de que a
China pode adotar um novo pacote de medidas para estimular a economia
sustentaram os ganhos das bolsas asiáticas. "Continuamos no repique. O
estrangeiro está vendendo ações em Nova York, que definitivamente estão caras,
e buscando pechinchas aqui", comentou um operador, lembrando que as bolsas
americanas vêm de sucessivos recordes de alta, enquanto o Ibovespa ainda
acumula perdas de 7% em 2014, isso sem falar nos 15,5% perdidos em 2013. "Há
uma correção forte para baixo lá e para cima aqui. Mas é algo momentâneo. Os
fundamentos não mudaram." O Ibovespa subiu 1,29%, para 47.993 pontos, com
volume de R$ 5,637 bilhões. Nos últimos seis pregões, a bolsa brasileira
acumulou alta de 6,7%. Entre as principais ações do índice, Vale PNA sentiu o
dado fraco de atividad e na China e terminou com leve baixa de 0,14%, a R$
27,16; enquanto Petrobras PN voltou a subir forte, embalada pelas compras de
estrangeiros, e terminou em alta de 2,71%, a R$ 14,40. Há uma semana, o papel
havia batido em R$ 12,57, sua menor cotação desde novembro de 2005. Dias antes,
o Credit Suisse havia elevado a recomendação dos papéis de venda para neutra,
justamente por considerar que as ações estavam muito baratas. De segunda para
cá, a ação PN da Petrobras já andou 14,5%. Mas o principal destaque do dia
foram as ações de bancos privados. Itaú PN terminou em alta de 2,9% para R$
32,27; Bradesco PN ganhou 2,79%, a R$ 29,04; Bradesco ON avançou 3,74%, a R$
30,50; e Santander Unit subiu 2,81%, a R$ 12,06. O Credit Suisse elevou em 5% a
previsão de lucro para os três maiores bancos privados do país. A instituição
considera que os bancos brasileiros, especialmente os privados, são "um pequeno
oásis no deserto". Para os analistas da casa, apesar de um cenário desafiador
para o crescimento econômico, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander vão
apresentar uma expansão de dois dígitos no lucro em 2014 e no ano que vem. Esse
resultado será alcançado por uma combinação de fatores: spreads mais altos,
controle de custos e o recuo dos bancos públicos no crédito. O efeito disso
será um aumento do lucro agregado dos três bancos de 22% neste ano e de 19% em
2015, apesar de o crescimento do estoque de crédito ficar mais modesto, entre
10% e 11% em 2014. O Credit elevou a recomendação de Bradesco de neutra para
compra e reiterou as indicações de compra para Itaú e Santander. No topo do
Ibovespa ficaram Dasa ON (5,00%), Cesp PNB (4,98%) e Itaúsa PN (3,76%). A Cesp
anunciou na sexta-feira a distribuição de dividendos de R$ 1 bilhão. O valor é
superior aos R$ 400 milhões inicialmente previs tos para o ano. A notícia
ajudou a compensar o prejuízo de R$ 990 milhões apresentado no quarto trimestre
de 2013, ocasionado pela provisão de R$ 1,8 bilhão referente à diferença ao
valor de R$ 1,7 bilhão proposto pela União para os ativos da usina de Três
Irmãos, devolvida ao poder concedente, e os R$ 3,5 bilhões que a empresa avalia
serem justos pelo ativo. Por outro lado, essa mesma baixa contábil permitiu que
a distribuição de dividendos fosse maior que a esperada. Com o ajuste, a Cesp
conseguiu liberar mais de R$ 800 milhões que estavam "presos" do patrimônio e
distribuí -los aos acionistas. Na ponta negativa do Ibovespa apareceram TIM ON
(-2,06%), Gafisa ON (-1,86%), ALL ON (-1,37%). Em outro relatório, sobre o
setor de telecomunicações, o Credit Suisse cortou o preço-alvo das ações da
Vivo (-0,37%) e da TIM. Para a primeira, o preço saiu de R$ 51 para R$ 48, mas
a recomendação foi mantida em neutra, e para a segunda o preço mudou de R$ 10
para R$ 9,50, também com recomendação neutra. A casa de análise reduziu as
estimativas das duas empresas porque o mercado de telefonia móvel está
mostrando maiores sinais de maturação, enquanto, ao mesmo tempo, os
investimentos devem continuar elevados para cumprir os requisitos mínimos de
cobertura 4G e melhorar a qualidade do serviço. Fora do Ibovespa, quem chamou
atenção hoje foi Profarma. O papel ON da distribuidora de medicamentos disparou
9,43%, para R$ 19,37, com giro de R$ 10 milhões, depois do anúncio que a
farmacêutica americana AmerisourceBergen Corporation vai ficar com até 19,9%
das ações da empresa brasileira após um aumento de capital de R$ 335 milhões,
ao preço de R$ 22,50 por ação, um prêmio de 27,1% em relação ao fechamento de
sexta-feira.
Bolsa vai na contramão do mau humor externo e sobe; dólar cai a R$ 2,320
São Paulo, SP - Na contramão dos mercados internacionais, o
Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou esta segunda-feira (24)
em alta pelo sexto dia seguido, diante de uma entrada maior de investidores no
país. O avanço foi de 1,29%, para 47.993 pontos.
Na Europa, as principais Bolsas já haviam fechado em queda de mais de 1%,
enquanto nos Estados Unidos os mercados tiveram perdas entre 0,1% e 1,2%.
O otimismo ajudou o dólar a perder força em relação ao real. O dólar à vista,
referência no mercado financeiro, cedeu 0,12%, a R$ 2,320. Já o dólar
comercial, usado no comércio exterior, caiu 0,17%, para R$ 2,322. Foi a sexta
queda seguida da moeda americana.
O Banco Central divulgou hoje que a entrada de dólares no Brasil supera em US$
5 bilhões a saída de recursos estrangeiros do país em março, segundo dados
parciais até o dia 20. Essa é a maior entrada mensal desde maio do ano passado
(US$ 10,8 bilhões).
A avaliação de analistas consultados pela Folha é de que o alívio é momentâneo
e, no médio prazo (até o fim do ano), o mercado de ações e o de câmbio devem se
manter pressionados por fatores internos, como a insatisfação dos investidores
com a política econômica do governo, e externos, como a retirada do estímulo
nos Estados Unidos.
"Temos, desde a semana passada, um mercado mais comprador de risco. Ainda está
difícil de interpretar esse movimento. Havia boato sobre pesquisa eleitoral,
mas isso passou e a tendência não mudou. É uma alta com volume. Ou seja, tem
bastante investidor no mercado, o que denota otimismo com o Brasil, mas sem
fundamento claro", diz Fernando Góes, analista da Clear Corretora.
Para João Pedro Brügger, analista da Leme Investimentos, o avanço recente da
Bolsa fez com que ela rompesse níveis de pontuação que ela não atingia desde o
início do ano, o que atraiu mais compradores para o mercado, sustentando a
continuidade da alta.
"É um ajuste aparente na Bolsa. Questão de preço. Não sei até que ponto isso
vai se manter, pois não tivemos mudança nos fundamentos econômicos, mas há
chance de uma realização (quando investidores vendem papéis por um preço maior
que o de compra para embolsar lucro) no curto prazo", diz.
A China voltou a chamar atenção dos mercados nesta segunda-feira ao sinalizar
um enfraquecimento no setor industrial. O Indice de Gerentes de Compras
preliminar (PMI, na sigla em inglês) calculado pelo Markit/HSBC caiu para a
mínima em oito meses em março, de 48,1. O indicador está abaixo de 50 desde
janeiro, o que indica contração da atividade.
Apesar de o número ser negativo, parte do mercado avalia que o governo chinês
deve adotar medidas de estímulo para amparar o crescimento do país. A China é o
principal parceiro comercial do Brasil, logo, a possibilidade de ajuda por
parte do governo agrada os investidores.
Os papéis mais negociados da Vale, no entanto, cederam 0,15%. A China é o
principal comprador internacional do minério produzido pela companhia
brasileira.
Já as ações mais negociadas da Petrobras deram continuidade ao forte ganho
visto na semana passada e subiram 2,71%. Esses papéis representam mais de 8% do
Ibovespa.
O ganho da Bolsa hoje também foi sustentado pelo bom desempenho dos bancos,
após o Credit Suisse ter divulgado perspectivas positivas para o segmento até o
fim do ano, em relatório. "A avaliação citou Bradesco e Itaú, mas os demais
bancos surfaram a onda' de boas avaliações do setor, e subiram", diz Roberto
O Itaú Unibanco subiu 2,90%, enquanto Santander teve alta de 2,81% e Bradesco
subiu 2,80%. O Banco do Brasil também viu seus papéis subirem, fechando o dia
com alta de 0,58%.
A companhia de energia Cesp ficou entre os maiores ganhos do Ibovespa no dia,
após divulgação de resultado, com avanço de 4,99%. A Cesp teve prejuízo líquido
de R$ 990,5 milhões no quarto trimestre de 2013, mas o resultado foi afetado
negativamente por provisão relacionada ao fim da concessão da hidrelétrica Três
Irmãos.
Após a divulgação dos números, o UBS manteve sua recomendação neutra para a
companhia, mas elevou sua projeção para o preço dos papéis de R$ 22 para R$ 25
em 12 meses.
PERSPECTIVA: Rebaixamento de rating do Brasil deve pressionar Ibovespa
São Paulo, 24 de março de 2014 - O rebaixamento do rating soberano do
Brasil, pela agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P),
deverá pressionar o Ibovespa, principal índice da BM&FBovespa nesta
terça-feira.. "Parte do mercado acreditava que o corte aconteceria mais para
frente. Todos os papéis do Ibovespa deverão recuar, mas a situação ficará
mais complicada para os da Petrobras", afirmou Frederico Mesnik, sócio da
Humaitá Investimentos. De acordo com ele, a pressão maior é esperada sobre os
papéis das estatais; somando-se a Petrobras, as ações da Eletrobras e do
Banco do Brasil devem ser as mais penalizadas na sessão de amanhã.
A nota 'BBB-' dada pela S&P está no nível mais baixo do grau de
investimento. A perspectiva do rating passou de negativa para estável. De
acordo com a agência de classificação, o rebaixamento do rating do Brasil
contempla um cenário de implicações negativas da credibilidade da política
econômica e contas públicas do País e ainda a falta de sinais claros da
política do governo. A expectativa de que o Brasil registre um crescimento
moderado nos próximos dois anos também pesa sobre a perfil do País.
"Vai ter uma chacoalhada amanhã. Foram seis pregões em alta, então pode
ter uma realização, mas não vejo nenhuma mudança importante, porque não
vejo isso como evento surpresa. Nos próximos dois anos, só algo muito
diferente pode mudar o rating", afirma Alexandre Espirito Santo, economista da
Simplific Pavarini.
Com o rebaixamento, a agenda de indicadores nos Estados Unidos, que seria o
foco dos investidores, passa a ter peso secundário. Lá, a S&P divulga, às
10h, o índice de preços de imóveis residenciais de janeiro. Em dezembro,
houve alta anual de 13,4% nos preços das residências nas 20 principais
regiões metropolitanas e queda de 0,1% na comparação mensal. A previsão é
de alta anual de 13,3%.
Ainda nos Estados Unidos, o Conference Board informa, às 11h, o índice de
confiança do consumidor de março, e o Departamento de Habitação e
Desenvolvimento Urbano e o Departamento do Comércio informam, às 11h, as
vendas de imóveis residenciais novos em fevereiro. "Os dados de confiança e
de residências nos Estados Unidos são importantes, já que sabemos que a
recuperação da economia por lá passa pelo segmento imobiliário, mas assim
como hoje, o Ibovespa deve voltar a operar descolado", aponta Álvaro Bandeira,
economista-chefe da Órama Investimentos.
Hoje, o Ibovespa avançou 1,29%, a 47.993 pontos. O giro financeiro foi de
R$ 5,6 bilhões. O movimento foi favorecido pelo ciclo de alta da bolsa,
tentando recuperar os 48.300 pontos, após um início de ano de fortes perdas.
A alta foi também favorecida pela valorização dos papéis do setor
financeiro, apoiada pelo relatório do banco Credit Suisse, recomendando a
compra de ações do setor. "Saiu esse relatório apontando novamente bons
fundamentos do setor no Brasil, aumentando a expectativa de que os bancos terão
uma boa performance esse ano, já fizeram a lição de casa para melhorar a
eficiência e vão capturar isso agora, somado a um cenário de inadimplência
sob controle e taxas de juros crescentes, que melhoram o spread bancário",
aponta Carlos Daltozo, analista do Banco do Brasil.
As ações do Bradesco (BBDC4) subiram 2,80% a R$ 28,92 e as do Itaú
Unibanco (ITUB4), 2,90%, a R$ 32,10. Os papéis da Petrobras (PETR4) também
avançaram 2,71%, a R$ 14,18, enquanto os da Vale (VALE5), caíram 0,15% a R$
27,16.
MERCADO EUA: Com atividade industrial mais fraca, índices registram queda
São Paulo, 24 de março de 2014 - Os índices do mercado de ações dos
Estados Unidos fecharam as negociações de hoje em em campo negativo,
influenciados pela queda da atividade industrial norte-americana e chinesa. O
conflito com a Rússia também gera impacto sobre o mercado de ações. O Dow
Jones caiu 0,16%, a 16.276 pontos, o S&P 500 encerrou com queda de 0,49%, a
1.857 pontos, e o Nasdaq Composto recuou 1,18%, a 4.226 pontos.
A atividade econômica dos Estados Unidos, medida pelo índice dos gerentes
de compras (PMI, na sigla em inglês) caiu para 55,5 pontos em março, de 57,1
pontos em fevereiro, de acordo com dados preliminares divulgados pelo instituto
de pesquisas Markit Economics. Na China, o índice também recuou, para o menor
nível em oito meses, passando de 48,5 pontos em fevereiro para 48,1 em março.
O impasse entre Ocidente e Rússia gera tensão e influenciou os mercados.
Os líderes do G-7 (grupo composto por Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino
Unido, França, Itália e Canadá) se encontraram hoje, na cúpula de segurança
nuclear, e anunciaram que boicotarão a reunião do G-8 (grupo composto pelo
G-7 mais a Rússia), prevista para junho, na Rússia, por conta da anexação da
Crimeia, que foi oficializada na última semana.
PETRÓLEO: WTI sobe com vazamento e Brent cai influenciado por China
São Paulo, 24 de março de 2014 - Os preços dos contrato futuros de
petróleo fecharam hoje mistos. Motivados tanto pela queda da atividade
industrial na China, quanto pelo vazamento de óleo no Porto de Houston, Texas,
que interrompeu a circulação de navios. Na Nymex, os preços dos contratos
futuros do WTI, com vencimento em maio, encerraram a seção em alta de 0,14%, a
US$ 99,60 o barril. Na plataforma ICE, os preços dos contratos futuros do
Brent, com o mesmo vencimento, caíram 0,6%, a US$ 106,27 o barril.
Segundo Daniel Flynn, analista de mercado na The Price Futures Group, o
vazamento de óleo, causado pela batida de dois navios e o consequente
fechamento do Porto de Houston, influenciou as negociações de hoje. "No
petróleo bruto, negociamos mais influenciados pela notícia de vazamento no
canal de Houston, que causa problemas no trânsito local, com as autoridades
tentando limpar o derramamento", informou por meio de nota.
Os dados da atividade industrial na China, medida pelo índice dos gerentes
de compras (PMI, na sigla em inglês), fizeram com que os contratos do Brent
caíssem. O PMI industrial da China caiu para 48,1 pontos em março, o menor
nível em oito meses, ante 48,5 pontos em fevereiro. Os dados preliminares foram
divulgados pelo instituto de pesquisas Markit Economics, em conjunto com o
banco HSBC.Dólar fecha em queda acompanhando exterior e expectativa com China
Apesar do PMI industrial da China ter vindo mais fraco, a expectativa de que o
governo chinês anuncie medidas para impulsionar a economia levou as moedas de
países atrelados a commodities a fecharem em alta frente ao dólar hoje. No
mercado local, a valorização do real foi limitada pela divulgação do aumento do
déficit em conta corrente em fevereiro, que traz de volta a preocupação com a
vulnerabilidade externa do Brasil. No mês, no entanto, a forte entrada de
recursos para renda fixa e de captações externas tem garantido a boa
performance da moeda brasileira. O dólar comercial fechou em queda de 0,17% a
R$ 2,3220, menor patamar desde 6 de março. O contrato futuro para abril recuava
0,08% para R$ 2,328. Lá fora o dólar caía frente às principais divisas
atreladas a commodities diante da expectativa de que o governo chinês adote
medidas de estímulo para impulsionar a economia. A leitura preliminar do índice
dos gerentes de com pras (PMI, na sigla em inglês) do HSBC para o setor
manufatureiro da China caiu para 48,1 em fevereiro, de uma leitura de 48,5
registrada em janeiro, atingindo o menor nível em oito meses. A perspectiva de
que o governo chinês adote medidas de estímulos foi reforçada após declarações
de oficiais do governo da China. Na última semana, o primeiro-ministro da
China, Li Keqiang, disse que os planos de investimento e construção poderiam
ser acelerados para garantir que a demanda doméstica se expanda a uma taxa
estável. Hoje o vice-ministro das Finanças da China, Zhu Guangyao, disse que o
potencial de depreciação do yuan não é tão grande, sinalizando que o governo
pode agir para conter a queda da moeda. O dólar caía 0,54% frente ao dólar
australiano, 0,58% em relação ao rand sul-africano e 0,25% diante do dólar
canadense. No mercado local, a valorização do real foi limitada pela
preocupação dos investidores com aumento do déficit em conta corrente, o que
reforçou a expectativa de que a oferta de dólares ao Brasil neste ano pode, a
exemplo do ano passado, seguir menor do que nos últimos anos. O déficit em
conta corrente, no acumulado de 12 meses, subiu de 3,67% do PIB em janeiro
para 3,69% do PIB em fevereiro. O Banco Central também revisou a projeção para
o déficit em conta corrente no ano, que passou de US$ 78 bilhões para US$ 80
bilhões. "A ampliação do déficit em conta corrente aumenta a vulnerabilidade
da economia brasileira. Por enquanto, o fluxo de investimento para portfólio
tem garantido o financiam ento desse déficit, mas uma mudança no cenário
internacional pode levar a uma reversão desse fluxo", afirma Luciano Rostagno,
estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil. A piora do desempenho da balança
comercial é o principal fator que levou o BC a ampliar a projeção para o
déficit em conta corrente. O BC reduziu a projeção de superávit da balança
comercial de US$ 10 bilhões para US$ 8 bilhões no fim do ano. O estrategista do
Mizuho, no entanto, espera uma queda ainda maior, prevendo um superávit de US$
5 bilhões para o fim de 2014. Em fevereiro foram registradas entradas de US$
4,132 bilhões para Investimento Estrangeiro Direto (IED) e de US$ 2,166 bilhões
para aplicações em carteira, que foram suficientes para cobrir o déficit de US$
7,445 bilhõe s em conta corrente. A forte entrada de recursos para renda fixa e
de captações externas tem garantido a boa performance do real no mês, que
acumula ganho de 0,99%. . Segundo dados do BC, no mês, até o dia 20, o fluxo
cambial estava positivo em US$ 5,095 bilhões, com a maior parte dos ingressos
concentrada na conta financeira. Com o dólar abaixo de R$ 2,35, os
investidores discutem se o BC fará a rolagem integral do lote de US$ 10,148
bilhões em contratos de swap cambial com vencimento previsto para 1 de abril.
Hoje o BC rolou mais 10 mil contratos, cuja operação somou US$ 492,7 milhões.
Com a rolagem de hoje, restam US$ 4,648 bilhões em swaps a serem renovados.
"Acho muito pouco provável o BC não fazer a rolagem integral", diz o
profissional de uma corretora de câmbio. A autoridade monetária também vendeu
todos os quatro mil contratos de swap cambial tradicional ofertados hoje como
parte do programa de intervenção no câmbio, cuja operação movimentou US$ 198,0
milhões. A colocação ficou restrita ao vencimento 1 de dezembro e tem
liquidação no dia 25 de março. Com o leilão de hoje, a posição do BC vendida em
dólar junto ao mercado via swaps alcançou US$ 86,403 bilhões.
JUROS: Taxas dos DIs recuam com dados das contas externas brasileiras
São Paulo, 24 de março de 2014 - As taxas dos contratos futuros de
Depósitos Interfinanceiros (DIs) encerraram as negociações de hoje em queda,
com influenciada pelos dados de conta corrente e de Investimento Estrangeiro
Direto (IED), divulgados hoje pelo Banco Central (BC).
A conta de transações correntes, que engloba os números da balança
comercial, dos serviços trocados entre o Brasil e outros países, as remessas e
entradas de rendas e as transferências de capitais, registrou déficit de US$
7,445 bilhões em fevereiro. No acumulado do ano, o déficit é de US$ 19,036
bilhões, o que equivale a 3,69% do Produto Interno Bruto (PIB).
A entrada de Investimento Estrangeiro Direto (IED) somou US$ 4,132 bilhões
em fevereiro, ante US$ 3,814 bilhões no mesmo mês do ano passado. No ano, os
investimentos diretos somam US$ 9,230 bilhões, ou 2,64% do PIB.
"Como não tivemos realização desses dados no câmbio, já que vieram
melhores que o esperado, o mercado acabou realizando nos DIs", afirma Luciano
Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil. "O câmbio continua bem
comportado, o que reduz o risco do BC ser obrigado a subir juros além de
abril", completa.
Os dados suplantaram as expectativas negativas sinalizadas pelo Boletim
Focus, que estimou nesta semana aumento de 6,11% para 6,28% no Indice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano.
Segundo os economistas consultados pelo BC, a expectativa da inflação para
2015 também cresceu, passando de 5,70% a 5,80%. Na projeção para 12 meses a
expectativa aumentou de 6,12% para 6,20%. A estimativa para a taxa Selic (taxa
básica de juros) aumentou de 11% para 11,25% ao ano (aa).
Neste cenário, as taxas dos contratos com vencimento em janeiro de 2015
caíram de 11,22% para 11,15%, com giro de R$ 14,6 bilhões, e as dos contratos
com vencimento em janeiro de 2017 recuaram de 12,71% para 12,63%, movimentando
R$ 12 bilhões. As taxas dos DIs com vencimento em janeiro de 2016 passaram de
12,22% para 12,15%, movimentando R$ 6,5 bilhões, e os contratos com vencimento
em julho de 2014 caíram de 10,85% para 10,84%, com giro de R$ 6 bilhões.
PERSPECTIVA CÂMBIO E JUROS: Mercados devem operar em alta após rebaixamento
São Paulo, 24 de março de 2014 - Os mercados de câmbio e juros devem
operar em alta no pregão de amanhã, repercutindo a notícia do rebaixamento do
rating brasileiro.
A agência de classificação de risco Standard & Poors (S&P) rebaixou o
rating soberano de longo prazo do Brasil de 'BBB' para 'BBB-', nível mais
baixo de grau de investimento. A perspectiva do rating passou de negativa para
estável.
"A primeira impressão é que, em grande medida, o rebaixamento não é uma
surpresa e estava no preço de diversos ativos esta notícia. No entanto
podemos esperar certa realocação em alguns mercados na manhã de amanhã, em
especial dólar e juros", afirma André Perfeito, economista-chefe da Gradual
Investimentos..
Para Eduardo Velho, economista-chefe da INVX Global Partners e ex-assessor
econômico do Ministério do Planejamento, o mercado de câmbio deve aproveitar
a notícia para valorizar a moeda norte-americana. "Esse câmbio de R$ 2,35
está muito barato e não é realista, devendo chegar a R$ 2,50 até o final do
ano. A notícia vai puxar os juros para cima também, reforçando a alta de 0,25
ponto percentual (pp) na Selic (taxa básica de juros)", afirma.
No Boletim Focus desta semana, o mercado já havia elevado a estimativa para
a taxa Selic de 11% para 11,25% ao ano (aa). No pregão de hoje, as taxas dos
contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) recuaram influenciados por dados das
contas externas, com destaque para o saldo da conta corrente e Investimento
Estrangeiro Direto (IED).
No mercado de câmbio, a moeda norte-americana encerrou as negociações de
hoje em queda de 0,17%, cotada a R$ 2,3200 para compra e a R$ 2,3220 para venda,
também influenciado por dados da economia doméstica. O dólar chegou à
mínima de R$ 2,3170 no dia e à R$ 2,3350 na máxima. No mercado futuro, o
contrato com vencimento em abril caiu 0,06%, para R$ 2.329,000, e o contrato com
vencimento em maio recuou 0,10%, cotado a R$ 2.348,500.
Bovespa sobe pela sexto pregão seguido com ajuda dos estrangeiros
A Bovespa chegou ao seu sexto pregão seguido de alta nesta segunda-feira,
embalada pelos ganhos das ações de bancos e da Petrobras, e quase recuperou a
linha dos 48 mil pontos, que não era vista desde meados de fevereiro. Mais uma
vez, os estrangeiros lideraram a ponta compradora, atrás de "pechinchas". O
mercado local ignorou o movimento negativo das bolsas internacionais. Uma
rodada de indicadores fracos de atividade (PMIs) na China, Europa e Estados
Unidos pressionou os mercados europeus e também Wall Street. Rumores de que a
China pode adotar um novo pacote de medidas para estimular a economia
sustentaram os ganhos das bolsas asiáticas. "Continuamos no repique. O
estrangeiro está vendendo ações em Nova York, que definitivamente estão caras,
e buscando pechinchas aqui", comentou um operador, lembrando que as bolsas
americanas vêm de sucessivos recordes de alta, enquanto o Ibovespa ainda
acumula perdas de 7% em 2014, isso sem falar nos 15,5% perdidos em 2013. "Há
uma correção forte para baixo lá e para cima aqui. Mas é algo momentâneo. Os
fundamentos não mudaram." O Ibovespa subiu 1,29%, para 47.993 pontos, com
volume de R$ 5,637 bilhões. Nos últimos seis pregões, a bolsa brasileira
acumulou alta de 6,7%. Entre as principais ações do índice, Vale PNA sentiu o
dado fraco de atividad e na China e terminou com leve baixa de 0,14%, a R$
27,16; enquanto Petrobras PN voltou a subir forte, embalada pelas compras de
estrangeiros, e terminou em alta de 2,71%, a R$ 14,40. Há uma semana, o papel
havia batido em R$ 12,57, sua menor cotação desde novembro de 2005. Dias antes,
o Credit Suisse havia elevado a recomendação dos papéis de venda para neutra,
justamente por considerar que as ações estavam muito baratas. De segunda para
cá, a ação PN da Petrobras já andou 14,5%. Mas o principal destaque do dia
foram as ações de bancos privados. Itaú PN terminou em alta de 2,9% para R$
32,27; Bradesco PN ganhou 2,79%, a R$ 29,04; Bradesco ON avançou 3,74%, a R$
30,50; e Santander Unit subiu 2,81%, a R$ 12,06. O Credit Suisse elevou em 5% a
previsão de lucro para os três maiores bancos privados do país. A instituição
considera que os bancos brasileiros, especialmente os privados, são "um pequeno
oásis no deserto". Para os analistas da casa, apesar de um cenário desafiador
para o crescimento econômico, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander vão
apresentar uma expansão de dois dígitos no lucro em 2014 e no ano que vem. Esse
resultado será alcançado por uma combinação de fatores: spreads mais altos,
controle de custos e o recuo dos bancos públicos no crédito. O efeito disso
será um aumento do lucro agregado dos três bancos de 22% neste ano e de 19% em
2015, apesar de o crescimento do estoque de crédito ficar mais modesto, entre
10% e 11% em 2014. O Credit elevou a recomendação de Bradesco de neutra para
compra e reiterou as indicações de compra para Itaú e Santander. No topo do
Ibovespa ficaram Dasa ON (5,00%), Cesp PNB (4,98%) e Itaúsa PN (3,76%). A Cesp
anunciou na sexta-feira a distribuição de dividendos de R$ 1 bilhão. O valor é
superior aos R$ 400 milhões inicialmente previs tos para o ano. A notícia
ajudou a compensar o prejuízo de R$ 990 milhões apresentado no quarto trimestre
de 2013, ocasionado pela provisão de R$ 1,8 bilhão referente à diferença ao
valor de R$ 1,7 bilhão proposto pela União para os ativos da usina de Três
Irmãos, devolvida ao poder concedente, e os R$ 3,5 bilhões que a empresa avalia
serem justos pelo ativo. Por outro lado, essa mesma baixa contábil permitiu que
a distribuição de dividendos fosse maior que a esperada. Com o ajuste, a Cesp
conseguiu liberar mais de R$ 800 milhões que estavam "presos" do patrimônio e
distribuí -los aos acionistas. Na ponta negativa do Ibovespa apareceram TIM ON
(-2,06%), Gafisa ON (-1,86%), ALL ON (-1,37%). Em outro relatório, sobre o
setor de telecomunicações, o Credit Suisse cortou o preço-alvo das ações da
Vivo (-0,37%) e da TIM. Para a primeira, o preço saiu de R$ 51 para R$ 48, mas
a recomendação foi mantida em neutra, e para a segunda o preço mudou de R$ 10
para R$ 9,50, também com recomendação neutra. A casa de análise reduziu as
estimativas das duas empresas porque o mercado de telefonia móvel está
mostrando maiores sinais de maturação, enquanto, ao mesmo tempo, os
investimentos devem continuar elevados para cumprir os requisitos mínimos de
cobertura 4G e melhorar a qualidade do serviço. Fora do Ibovespa, quem chamou
atenção hoje foi Profarma. O papel ON da distribuidora de medicamentos disparou
9,43%, para R$ 19,37, com giro de R$ 10 milhões, depois do anúncio que a
farmacêutica americana AmerisourceBergen Corporation vai ficar com até 19,9%
das ações da empresa brasileira após um aumento de capital de R$ 335 milhões,
ao preço de R$ 22,50 por ação, um prêmio de 27,1% em relação ao fechamento de
sexta-feira.
Bolsa vai na contramão do mau humor externo e sobe; dólar cai a R$ 2,320
São Paulo, SP - Na contramão dos mercados internacionais, o
Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou esta segunda-feira (24)
em alta pelo sexto dia seguido, diante de uma entrada maior de investidores no
país. O avanço foi de 1,29%, para 47.993 pontos.
Na Europa, as principais Bolsas já haviam fechado em queda de mais de 1%,
enquanto nos Estados Unidos os mercados tiveram perdas entre 0,1% e 1,2%.
O otimismo ajudou o dólar a perder força em relação ao real. O dólar à vista,
referência no mercado financeiro, cedeu 0,12%, a R$ 2,320. Já o dólar
comercial, usado no comércio exterior, caiu 0,17%, para R$ 2,322. Foi a sexta
queda seguida da moeda americana.
O Banco Central divulgou hoje que a entrada de dólares no Brasil supera em US$
5 bilhões a saída de recursos estrangeiros do país em março, segundo dados
parciais até o dia 20. Essa é a maior entrada mensal desde maio do ano passado
(US$ 10,8 bilhões).
A avaliação de analistas consultados pela Folha é de que o alívio é momentâneo
e, no médio prazo (até o fim do ano), o mercado de ações e o de câmbio devem se
manter pressionados por fatores internos, como a insatisfação dos investidores
com a política econômica do governo, e externos, como a retirada do estímulo
nos Estados Unidos.
"Temos, desde a semana passada, um mercado mais comprador de risco. Ainda está
difícil de interpretar esse movimento. Havia boato sobre pesquisa eleitoral,
mas isso passou e a tendência não mudou. É uma alta com volume. Ou seja, tem
bastante investidor no mercado, o que denota otimismo com o Brasil, mas sem
fundamento claro", diz Fernando Góes, analista da Clear Corretora.
Para João Pedro Brügger, analista da Leme Investimentos, o avanço recente da
Bolsa fez com que ela rompesse níveis de pontuação que ela não atingia desde o
início do ano, o que atraiu mais compradores para o mercado, sustentando a
continuidade da alta.
"É um ajuste aparente na Bolsa. Questão de preço. Não sei até que ponto isso
vai se manter, pois não tivemos mudança nos fundamentos econômicos, mas há
chance de uma realização (quando investidores vendem papéis por um preço maior
que o de compra para embolsar lucro) no curto prazo", diz.
A China voltou a chamar atenção dos mercados nesta segunda-feira ao sinalizar
um enfraquecimento no setor industrial. O Indice de Gerentes de Compras
preliminar (PMI, na sigla em inglês) calculado pelo Markit/HSBC caiu para a
mínima em oito meses em março, de 48,1. O indicador está abaixo de 50 desde
janeiro, o que indica contração da atividade.
Apesar de o número ser negativo, parte do mercado avalia que o governo chinês
deve adotar medidas de estímulo para amparar o crescimento do país. A China é o
principal parceiro comercial do Brasil, logo, a possibilidade de ajuda por
parte do governo agrada os investidores.
Os papéis mais negociados da Vale, no entanto, cederam 0,15%. A China é o
principal comprador internacional do minério produzido pela companhia
brasileira.
Já as ações mais negociadas da Petrobras deram continuidade ao forte ganho
visto na semana passada e subiram 2,71%. Esses papéis representam mais de 8% do
Ibovespa.
O ganho da Bolsa hoje também foi sustentado pelo bom desempenho dos bancos,
após o Credit Suisse ter divulgado perspectivas positivas para o segmento até o
fim do ano, em relatório. "A avaliação citou Bradesco e Itaú, mas os demais
bancos surfaram a onda' de boas avaliações do setor, e subiram", diz Roberto
O Itaú Unibanco subiu 2,90%, enquanto Santander teve alta de 2,81% e Bradesco
subiu 2,80%. O Banco do Brasil também viu seus papéis subirem, fechando o dia
com alta de 0,58%.
A companhia de energia Cesp ficou entre os maiores ganhos do Ibovespa no dia,
após divulgação de resultado, com avanço de 4,99%. A Cesp teve prejuízo líquido
de R$ 990,5 milhões no quarto trimestre de 2013, mas o resultado foi afetado
negativamente por provisão relacionada ao fim da concessão da hidrelétrica Três
Irmãos.
Após a divulgação dos números, o UBS manteve sua recomendação neutra para a
companhia, mas elevou sua projeção para o preço dos papéis de R$ 22 para R$ 25
em 12 meses.
PERSPECTIVA: Rebaixamento de rating do Brasil deve pressionar Ibovespa
São Paulo, 24 de março de 2014 - O rebaixamento do rating soberano do
Brasil, pela agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P),
deverá pressionar o Ibovespa, principal índice da BM&FBovespa nesta
terça-feira.. "Parte do mercado acreditava que o corte aconteceria mais para
frente. Todos os papéis do Ibovespa deverão recuar, mas a situação ficará
mais complicada para os da Petrobras", afirmou Frederico Mesnik, sócio da
Humaitá Investimentos. De acordo com ele, a pressão maior é esperada sobre os
papéis das estatais; somando-se a Petrobras, as ações da Eletrobras e do
Banco do Brasil devem ser as mais penalizadas na sessão de amanhã.
A nota 'BBB-' dada pela S&P está no nível mais baixo do grau de
investimento. A perspectiva do rating passou de negativa para estável. De
acordo com a agência de classificação, o rebaixamento do rating do Brasil
contempla um cenário de implicações negativas da credibilidade da política
econômica e contas públicas do País e ainda a falta de sinais claros da
política do governo. A expectativa de que o Brasil registre um crescimento
moderado nos próximos dois anos também pesa sobre a perfil do País.
"Vai ter uma chacoalhada amanhã. Foram seis pregões em alta, então pode
ter uma realização, mas não vejo nenhuma mudança importante, porque não
vejo isso como evento surpresa. Nos próximos dois anos, só algo muito
diferente pode mudar o rating", afirma Alexandre Espirito Santo, economista da
Simplific Pavarini.
Com o rebaixamento, a agenda de indicadores nos Estados Unidos, que seria o
foco dos investidores, passa a ter peso secundário. Lá, a S&P divulga, às
10h, o índice de preços de imóveis residenciais de janeiro. Em dezembro,
houve alta anual de 13,4% nos preços das residências nas 20 principais
regiões metropolitanas e queda de 0,1% na comparação mensal. A previsão é
de alta anual de 13,3%.
Ainda nos Estados Unidos, o Conference Board informa, às 11h, o índice de
confiança do consumidor de março, e o Departamento de Habitação e
Desenvolvimento Urbano e o Departamento do Comércio informam, às 11h, as
vendas de imóveis residenciais novos em fevereiro. "Os dados de confiança e
de residências nos Estados Unidos são importantes, já que sabemos que a
recuperação da economia por lá passa pelo segmento imobiliário, mas assim
como hoje, o Ibovespa deve voltar a operar descolado", aponta Álvaro Bandeira,
economista-chefe da Órama Investimentos.
Hoje, o Ibovespa avançou 1,29%, a 47.993 pontos. O giro financeiro foi de
R$ 5,6 bilhões. O movimento foi favorecido pelo ciclo de alta da bolsa,
tentando recuperar os 48.300 pontos, após um início de ano de fortes perdas.
A alta foi também favorecida pela valorização dos papéis do setor
financeiro, apoiada pelo relatório do banco Credit Suisse, recomendando a
compra de ações do setor. "Saiu esse relatório apontando novamente bons
fundamentos do setor no Brasil, aumentando a expectativa de que os bancos terão
uma boa performance esse ano, já fizeram a lição de casa para melhorar a
eficiência e vão capturar isso agora, somado a um cenário de inadimplência
sob controle e taxas de juros crescentes, que melhoram o spread bancário",
aponta Carlos Daltozo, analista do Banco do Brasil.
As ações do Bradesco (BBDC4) subiram 2,80% a R$ 28,92 e as do Itaú
Unibanco (ITUB4), 2,90%, a R$ 32,10. Os papéis da Petrobras (PETR4) também
avançaram 2,71%, a R$ 14,18, enquanto os da Vale (VALE5), caíram 0,15% a R$
27,16.
MERCADO EUA: Com atividade industrial mais fraca, índices registram queda
São Paulo, 24 de março de 2014 - Os índices do mercado de ações dos
Estados Unidos fecharam as negociações de hoje em em campo negativo,
influenciados pela queda da atividade industrial norte-americana e chinesa. O
conflito com a Rússia também gera impacto sobre o mercado de ações. O Dow
Jones caiu 0,16%, a 16.276 pontos, o S&P 500 encerrou com queda de 0,49%, a
1.857 pontos, e o Nasdaq Composto recuou 1,18%, a 4.226 pontos.
A atividade econômica dos Estados Unidos, medida pelo índice dos gerentes
de compras (PMI, na sigla em inglês) caiu para 55,5 pontos em março, de 57,1
pontos em fevereiro, de acordo com dados preliminares divulgados pelo instituto
de pesquisas Markit Economics. Na China, o índice também recuou, para o menor
nível em oito meses, passando de 48,5 pontos em fevereiro para 48,1 em março.
O impasse entre Ocidente e Rússia gera tensão e influenciou os mercados.
Os líderes do G-7 (grupo composto por Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino
Unido, França, Itália e Canadá) se encontraram hoje, na cúpula de segurança
nuclear, e anunciaram que boicotarão a reunião do G-8 (grupo composto pelo
G-7 mais a Rússia), prevista para junho, na Rússia, por conta da anexação da
Crimeia, que foi oficializada na última semana.
PETRÓLEO: WTI sobe com vazamento e Brent cai influenciado por China
São Paulo, 24 de março de 2014 - Os preços dos contrato futuros de
petróleo fecharam hoje mistos. Motivados tanto pela queda da atividade
industrial na China, quanto pelo vazamento de óleo no Porto de Houston, Texas,
que interrompeu a circulação de navios. Na Nymex, os preços dos contratos
futuros do WTI, com vencimento em maio, encerraram a seção em alta de 0,14%, a
US$ 99,60 o barril. Na plataforma ICE, os preços dos contratos futuros do
Brent, com o mesmo vencimento, caíram 0,6%, a US$ 106,27 o barril.
Segundo Daniel Flynn, analista de mercado na The Price Futures Group, o
vazamento de óleo, causado pela batida de dois navios e o consequente
fechamento do Porto de Houston, influenciou as negociações de hoje. "No
petróleo bruto, negociamos mais influenciados pela notícia de vazamento no
canal de Houston, que causa problemas no trânsito local, com as autoridades
tentando limpar o derramamento", informou por meio de nota.
Os dados da atividade industrial na China, medida pelo índice dos gerentes
de compras (PMI, na sigla em inglês), fizeram com que os contratos do Brent
caíssem. O PMI industrial da China caiu para 48,1 pontos em março, o menor
nível em oito meses, ante 48,5 pontos em fevereiro. Os dados preliminares foram
divulgados pelo instituto de pesquisas Markit Economics, em conjunto com o
banco HSBC.