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terça-feira, 25 de março de 2014

Café tem dia de recuperação e fecha pregão na ICE com bom avanço

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US tiveram uma segunda-feira de recuperação. Após uma abertura fraca e com os preços batendo nos menores patamares de quase um mês, o que se verificou foi uma reação rápida, com várias recompras sendo executadas e os ganhos se consolidando. As ações do pregão foram especulativas, com os compradores se mostrando efetivos e conseguindo recuperar ao menos uma pequena parte das retrações verificadas ao longo da semana anterior, quando as baixas foram proeminentes, com retração de mais de 13%. O mercado avaliou os números do relatório dos traders, divulgado na última sexta-feira, como interessantes, já que abre a perspectiva para avaliar que os comerciais iniciaram a onda de liquidações da última semana, sendo que os fundos provavelmente entraram na onda de liquidações após a terça-feira. Segundo os dados da Commodity Futures Trading Commission, incluído as opções, os fundos aumentaram suas posições compradas passando de 38.015, em 11 de março, para 44.565 posições long, em 18 de março. Os comerciais passaram de 41.880 líquidos short para 48.074 vendidos. Para operadores, o mercado continua trabalhando com projeções sem bases mais efetivas, já que não se tem um referencial mais claro sobre a questão da disponibilidade do grão, ante uma incerteza quanto ao montante da quebra de safra brasileira.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição maio teve alta de 525 pontos, com 176,40 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 177,55 centavos e a mínima de 166,00 centavos, com o julho registrando ganho de 525 pontos, com 178,30 centavos por libra, com a máxima em 179,40 centavos e a mínima em 167,95 centavos. Na Euronext/Liffe, o maio teve alta de 45 dólares, com 2.083 dólares por tonelada, com o julho apresentando avanço de 39 dólares, para 2.075 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi iniciado com a feição de que as perdas pronunciadas da semana anterior teria uma continuidade quase natural. O patamar de 166,00 centavos foi atingido, no entanto, a partir desse nível foram observadas as primeiras recompras e duas importantes resistências, em 170,00 e 175,00 centavos, conseguiram ser restabelecidas. No segmento externo, o dia foi de quedas para as bolsas de valores nos Estados Unidos, com a maior retração na Nasdaq, e também uma oscilação negativa do dólar em relação a uma cesta de moedas internacionais. Nas commodities softs, o desempenho mais destacado foi o do café, ao passo que o algodão teve um comportamento negativo, recuando quase 3%.

"A questão da disponibilidade ainda lidera os comentários entre os players, ainda que a maior parte deles tenha consciência de que o quadro tendo a ser de déficit nesta temporada. Mas a incerteza quanto ao potencial desse déficit faz com que tenhamos um quadro de volatilidade quase constante", disse um trader.

Segundo Rodrigo Corrêa da Costa, da Archer Consulting, as avaliações sobre a safra brasileira no mercado são muito díspares, com players falando em safra entre 46 e 56 milhões de sacas, uma diferença de gritantes dez milhões de sacas. "Embora muitos possam se chatear com números tão distintos, é mais importante considerarmos a base de onde saíram as estimativas anteriores (ou o potencial de produção antes da seca), e principalmente qual será o déficit ou superávit mundial. No segundo que sito também estamos longe deum consenso, pois estranhamente varia de 7 milhões de déficit (o que acho exagerado) a uma sobra de 2 milhões de sacas. Assumindo que seja o meio do caminho (eu tenho falado entre 1 e 2 milhões de saca), o problema não é tão grande frente aos estoques mundiais de café. Sem mencionar que muito desse estoque migrará para os países consumidores em função de exportações que devem crescer muito neste ano – tanto do arábica como do robusta", sustentou.

A Federacafe (Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia) aumentou ligeiramente sua previsão de produção para 2014, diante deum possível clima moderado e enfraquecimento do fenômeno El Niño. Segundo a entidade, o El Niño deve ser observado ao longo deste ano, mas numa proporção bem menos efetiva que em temporadas passadas, o que ajudará no desenvolvimento dos frutos e também na colheita. A expectativa é que o país tenha uma produção neste exercício de 11,4 milhões de sacas, contra 10,9 milhões de sacas de 2013. Anteriormente, a Federacafe estimava que 2014 fecharia com uma produção de 11,3 milhões de sacas.

As exportações brasileiras no mês de março, até o dia 21,totalizaram 1.228.290 sacas de café, queda de 10,6% em relação às 1.374.582 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 4.051 sacas, indo para 2.581.481 sacas.

Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem resistência 177,55, 178,00, 178,50, 179,00, 179,50, 179,90-180,00, 180,50, 181,00, 181,50,182,00, 182,50, 183,00, 183,50, 184,00, 184,50 e 184,90-185,00 centavos de dólar, com o suporte em 166,00, 165,50, 165,00, 164,50, 164,00, 163,50, 163,00,162,50, 162,00, 161,50, 161,00, 160,50, 160,10-160,00 e 159,50 centavos.




Perdas interrompidas: Londres tem dia de bons ganhos

Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta segunda-feira com bons ganhos, com o maio conseguindo encerrar próximo das máximas do dia, em uma sessão que teve um volume apenas regular de papéis negociados. Assim como foi fortemente influenciada pelas baixas dos últimos dias em Nova Iorque, nesta segunda os robustas também seguiram o comportamento da bolsa norte-americana e conseguiram uma evolução.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por boas compras especulativas. A mínima do dia chegou a 2.025 dólares, ainda na parte da manhã, mas, rapidamente, principalmente após a recuperação dos arábicas, os ganhos começaram a aparecer e o segundo contrato chegou a flutuar na máxima de 2.085 dólares.

"Depois de perdas incisivas, nesta segunda-feira conseguimos conter as baixas e os ganhos progressivamente foram aparecendo, ainda que não tenhamos conseguido atingir o referencial de 2.100 dólares. Mais uma vez, a influência das arbitragens foi decisiva para o direcionamento do mercado e os ganhos apareceram", disse um trader.

O maio teve uma movimentação ao longo do dia de 6,81 mil contratos, contra 4,60 mil do julho. O spread entre as posições maio e julho ficou em 8 dólares.

No encerramento do dia, o maio teve alta de 45 dólares, com 2.083 dólares por tonelada, com o julho apresentando avanço de 39 dólares, para 2.075 dólares por tonelada.

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