NY de ficar entre 2,30 e 2,70 dólares nos próximos meses, diz diretor da Dreyfus
Os picos de 34 anos dos preços do café registrados na bolsa de Nova York no início do mês muito provavelmente deverão ser coisa do passado, com o mercado não voltando a oscilar naquele patamar nos próximos meses, afirmaram dois importantes negociadores da commodity nesta quinta-feira, no seminário Perspectivas para o Agribusiness 2011 e 2012. "Para a o período, acredito que já atingiu o pico", disse o diretor da Cadeia de Suprimentos para Brasil, Peru e Colômbia da Louis Dreyfus, Otávio Pires. "Mas pode ter coisas novas, como aumento da demanda, questões climáticas...," ponderou ele a jornalistas após a palestra. Segundo os palestrantes, embora o Brasil esteja entrando em uma safra de baixa do ciclo do arábica, os futuros já precificaram essa situação de menor oferta. "Acredito que os preços altos não passaram, mas vão diminuir dos atuais patamares. A impressão que tenho é que a gente já viu a alta, eles podem cair, mas eles vão se manter em um histórico mais alto do que a média.
A gente já teve a precificação do problema," declarou Rodrigo Costa, vice-presidente de Vendas Institucionais da Newedge, uma das grandes corretores norte-americanas. Ele se referia ao problema da baixa oferta de café de alta qualidade no mundo. "Se cair muito, volta a subir de novo," avaliou Costa, que prevê que os futuros do café em Nova York fiquem entre 2,30 e 2,70 dólares nos próximos meses. Segundo ele, o mercado eventualmente poderia se surpreender com uma colheita melhor que a esperada no Brasil. Mas ele disse não ser possível fazer estimativas ainda. Em sua palestra, Costa apresentou um intervalo de 44 a 49 milhões de sacas para a produção do Brasil na nova safra, contra uma estimativa oficial de 43,5 milhões de sacas --na temporada passada o governo estimou a produção em 48 milhões de sacas. Mas ao lado dos 49 milhões de sacas expostos em sua palestra, para o intervalo maior de uma estimativa, ele colocou um ponto de interrogação. Uma produção de 49 milhões de sacas para o Brasil, se fosse somada à perspectiva mais otimista para a safra do Vietnã, de 23 milhões de sacas, poderia aliviar um eventual déficit na temporada. Se o Brasil produzir 49 e não 44 e o Vietnã 23 e não 20 milhões de sacas, isso pode equilibrar o mercado global, Costa afirmou em sua palestra.
MENOS CEREJA DESCASCADO
O executivo da Dreyfus avaliou que numa safra de baixa do ciclo do arábica a disponibilidade de cereja descascado já seria menor no Brasil. Reuters Mas considerando que a florada foi bastante homogênea, Pires disse que a disponibilidade desse tipo de café será ainda menor, pois não haverá tempo hábil de os produtores realizarem as atividades pós-colheita para produzi-lo. "Imagina, tudo amadurece de uma só vez, na mesma hora, na hora que você vai para a segunda etapa, ele deixou de ser fruta, e secou, aí não dá pra fazer o despolpado," explicou ele, acrescentando que a estrutura de máquinas para as atividades pós-colheita limitariam a produção. "Existe um risco grande de produzirmos ainda menos café cereja descascado," disse. Na safra passada, o Brasil produziu entre 4 e 5,5 milhões de sacas de cereja descascado, segundo o executivo.
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