QUEDA DO MERCADO E DOS CONTRATOS EM ABERTO
Nem mesmo a falta de pressa em aumentar os juros nos Estados Unidos, decisão divulgada na ata da última reunião do FOMC, serviu de alento para que os investidores renovassem seus ânimos. Pela terceira semana consecutiva os índices de ações caíram, ainda que modestamente, com o dólar americano fechando basicamente de lado.
Infelizmente não há muitas notícias animadoras, a começar com a retração da economia japonesa no primeiro trimestre de -3.7% do PIB (pior do que esperada) em função do terremoto seguido por tsunami no país. A prisão do diretor do FMI nos Estados Unidos também preocupou um pouco o mercado pois Strauss-Kahn tinha um ótimo relacionamento com o governo alemão e estava conseguindo defender a ajuda aos membros da comunidade européia. Indiscutível entretanto a decisão da justiça americana.
A inflação alta no reino unido e na zona do euro apenas ratificou o que estamos acompanhando: o efeito da alta dos preços das commodities, cuja a queda recente ainda não se refletiu nos preços pagos pelo atacado e varejo.
Os índices das commodities teminaram a semana com leve alta no caso do CRB e do DJUBS, e inalterado para o SPGSCI. Os grãos foram o destaque da subida, liderados pelo trigo, em função do clima úmido nos Estados Unidos e na Europa. O café sofreu novas baixas em Nova Iorque e São Paulo, e manteve o mesmo patamar de preços em Londres.
A queda do número de contratos em aberto do contrato “C” para o menor patamar em mais de um ano e meio indica que os participantes estão menos confiantes na continuação da queda do mercado, dado que fundos não tem incrementado a parte vendida, segundo o relatório do CFTC, e os comerciais tem diminuído o lado da venda. Importante a percepção e a movimentação das posições por dois fatores: o primeiro por estarmos vendo o incremento leve da cobertura de compras dos comerciais; e o segundo em notar os fundos reduzindo a posição bruta comprada para 19.5 mil lotes, o menor nível desde o primeiro trimestre de 2010. Por outro lado a idéia de que os fundos não voltarão a ficar líquido-vendidos é errada, e o fato de isto eventualmente ocorrer sem adição de “shorts” é menos positiva para uma eventual recuperação de preços.
No físico todos acompanham o desenvolvimento da colheita no Brasil, e muitos tem mencionado que a qualidade dos “novíssimos” é de bebida muito boa, o que deve ser uma constante caso as chuvas não venham atrapalhar. A movimentação do FOB foi tímida, com muitos ainda tentando achar explicação para a venda na semana retrasada da qualidade equivalente do swedish a US$ 35 centavos negativos (abaixo) para o segundo semestre do ano – déjà vu...
A queda do terminal provocou um encarecimento dos diferenciais como um todo, muito embora se compararmos os US$ 44 centavos por libra da queda das máximas vistas no dia 3 de maio, notamos um “ajuste” modesto. Para o robusta a situação é diferente pois enxugou-se os cafés das origens com a inversão forte do spread em Londres, e com isso os diferenciais firmaram no Vietnã e Indonésia – sem contar que crê-se que grande parte dos certificados da LIFFE, que atingiram 5.67 milhões de sacas, estejam concentrados na mão de um grande participante.
Nos mercados de opções pudemos notar mais proteções de baixa sendo montadas, o que não significa que o oposto não aconteceu. A volatilidade subiu levemente em Nova Iorque e foi pressionada em Londres.
O mercado precisa se manter acima de US$ 256.00 centavos para evitar uma nova onda de vendas especulativas, e por enquanto no que depender das origens não haverá pressão vendedora, até porquê ainda não há café suficiente para isso.
Na quinta-feira dia 26 de maio eu estarei no Brasil fazendo uma apresentação sobre as Perspectivas do Mercado de Café em São Paulo, à convite da BM&F / Bovespa. Os interessados podem se increver gratuitamente no site: http://www.bmfbovespa.com.br/pt-br/seminario-agribusiness/seminario-agribusiness-2011.asp
Uma ótima semana e muito bons negócios para todos,
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