Nestlé requer patente de café modificado no México
A Coordenadoria Latino-americana e do Caribe de Pequenos Produtores de Comércio Justo e a Coordenadoria Nacional das Organizações Cafeeiras do México apontaram que a Nestlé solicitou no país a patente de café geneticamente modificado sob o número MXPA044003325A.
A aprovação da patente significará que as 480 mil famílias produtoras locais de café arábica estarão correndo o risco de contaminação de suas lavouras, que perderiam os selos de produção orgânica e que impediria de continuar as exportações. As entidades sustentaram que a Nestlé usa a engenharia genética para obter benefícios econômicos e aumentar o controle sobre a produção de alimentos. No início do ano, a multinacional conseguiu na Europa uma patente sobre café geneticamente modificado, que supostamente melhora a solubilidade do café em pó.
Trata-se de uma enzima bloqueada e desenhada para cobrir o processo técnico e o uso dos grãos para elaborar o café solúvel. "A Nestlé não deveria colocar seus interesses econômicos acima do bem-estar de milhões de famílias camponesas que vivem das receitas de comercialização do grão. A empresa não quer comprometer-se claramente a não usar transgênicos em seus produtos, o que aponta que ela poderá utilizar cafés geneticamente modificados em suas marcas mexicanas", apontaram as entidades.
A Coordenadoria Nacional de Organizações Cafeeiras exigiu das autoridades que rechacem a patente, uma vez que representa uma ameaça ao campo e apresentaram em uma reunião da Amecafé (Associação Mexicana da Cadeia Produtiva do Café) informações abundantes sobre o impulso à produção de café robusta. Os integrantes da CNOC se pronunciaram contra o uso dos recursos do Programa Trópico Úmido para impulsionar a produção de café robusta em regiões localizadas abaixo de 500 metros do nível do mar.
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