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quinta-feira, 24 de março de 2011

Café cai na ICE com tendência baixista para curto prazo

Café cai na ICE com tendência baixista para curto prazo

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quarta-feira com quedas, em uma nova sessão caracterizada por liquidações especulativas e de fundos. O mercado novamente se mostrou pressionado e acompanhou a tendência negativa de outras commodities, como a soja e o milho. O dólar teve um dia de altas consideráveis, o que também contribuiu para que muitos participantes optassem por liquidar, com o objetivo de obter lucros em outras moedas. O mercado nesta semana, após o não rompimento de uma resistência básica, se mostra pressionado, mesmo com os indicadores externos não sendo tão fracos como os verificados em sessões recentes. Operadores, contudo, indicam que o comportamento pode ser avaliado como normal, principalmente após as fortes altas observadas pelo grão desde praticamente a metade do ano passado, o que dá espaço para algumas ações corretivas e também alguns reordenamentos de posições. As rolagens de posições continuam relativamente ativas na bolsa norte-americana, principalmente entre o maio e o julho.

No encerramento do dia, o maio em Nova Iorque teve perda de 485 pontos com 258,60 centavos, sendo a máxima em 275,40 e a mínima em 268,40 centavos por libra, com o julho tendo oscilação negativa de 475 pontos, com a libra a 270,95 centavos, sendo a máxima em 278,00 e a mínima em 270,75 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição maio registrou queda de 31 dólares, com 2.538 dólares por tonelada, com o julho tendo desvalorização de 32 dólares, com 2.401 dólares por tonelada.

Segundo analistas internacionais, o maio esteve sobre pressão nesta quarta-feira, com as forças bearish (baixistas) continuando a dominar as ações, numa estrutura de correção técnica, após ter batido na máxima de quase 14 anos, no dia 9 de março. Eses analistas ressaltaram que, no curto prazo, o mercado deve se manter baixista, com uma tendência neutra para o médio prazo e continuando bullish (altista) para o longo prazo. No entanto, o mercado está próximo de níveis chaves importantes de suporte, o que pode ser uma posição crítica para os gráficos dos negócios, notadamente nos prazos mais imediatos.

O desenvolvimento de vendas técnicas fizeram com que o mercado ficasse abaixo das médias móveis de dez e 20 dias. O índice de força relativa demonstrou uma tendência para níveis sobrecomprados, o que é considerado tradicionalmente um sinal para vendas. Analisando o gráfico de preços diários, uma formação top parece se desenvolver — o chamado padrão "cabeça e ombros" —, o que, em geral confirma uma implicação baixista, o que poderia fazer com que o mercado testasse fechamentos abaixo da chamada "linha do pescoço", nos níveis de suporte de 24 de fevereiro e 15 de março. A "trendline" estaria em 260,20, sendo que se o mercado provocasse esse patamar pode sugerir uma correção negativa mais forte, até no médio prazo. Paul Hare, vice-presidente executivo do Linn Group, apontou que os gráficos semanais revelam um "pico" para o café no nível alcançado em 11 de março. "Esse aumento de preço observado está forçando uma correção técnica de curto prazo para baixo", disse. Colocando a força recente do mercado em perspectiva, Hare também sustentou que o mercado demonstra uma tendência já observada, por exemplo, em maio de 1997, quando uma grande volatilidade foi registrada e os preços ficaram dentro de um range gigante, entre 236,75 e 318,00 centavos por libra no mês. Olhando o gráfico diário, Hare sustentou que "fomos contra a resistência de 295,00/300,00 centavos", referindo-se a nova máxima de 14 anos de 296,65 centavos, alcançada em 9 de março. No entanto, os baixistas rapidamente tomaram o controle na sessão seguinte e em 15 de março os preços caíram para 260,95 centavos, o nível mais próximo da zona de resistência, o que representou uma considerável baixa na linha gráfica diária de preço. No curto prazo, Hare destacou a média móvel de 40 dias, em 264,90 centavos como uma importante referência para se testar a zona de 260,00 centavos. "Temos vários níveis chaves de queda", disse. Se o mercado for para baixo dos 260,00 centavos, o especialista crê em uma tendência negativa predominante. Sua dica para os traders? "Liquide os longs", disse Hare.

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 2.574 sacas indo para 1.582.564 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 13.355 lotes, com as opções tendo 2.873 calls e 2.957 puts. As exportações de café do Brasil em março, até o dia 22 somaram 1.241.883 sacas, contra 964.100 sacas registradas no mesmo período de fevereiro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem uma resistência em 275,40-275,50, 276,00, 276,50, 277,00, 277,50, 277,70, 280,00, 280,50, 281,00, 281,15, 281,50, 282,00, 282,50 e 282,90-283,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 268,40, 268,15, 268,00, 267,50, 267,00, 266,50, 266,00, 265,50, 265,10-265,00, 264,50 e 264,00 centavos por libra.

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