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sexta-feira, 17 de junho de 2011

Euro amplia perdas com preocupação de contágio da crise financeira grega

Euro amplia perdas com preocupação de contágio da crise financeira grega

Enquanto se intensificavam as conversas de inadimplência na Grécia e o caos
político no país escalava, o euro continuou em desvalorização, ontem,
quinta-feira.
Pela primeira vez em três semanas, o euro ficou abaixo de US$ 1,41. A
desvalorização seguiu-se à queda de 1,8% em relação ao dólar registrada na
terça-feira, quando ganharam força os receios de inadimplência grega e
renasceram as preocupações de contágio à região do euro.
A moeda comum - que se recuperou um pouco, mas continua sob pressão - também
caiu em relação ao franco suíço, moeda considerada investimento de segurança,
ficando abaixo de 1,20 por franco.
A desvalorização do euro perdeu força quando o ministro da Economia da União
Europeia, Ollie Rehn, expressou confiança de que os governos da região do euro
e o Fundo Monetário Internacional (FMI) concordarão em pagar a próxima parcela
dos empréstimos de socorro financeiro à Grécia, mesmo sem um plano para as
dívidas de longo prazo.
A continuidade do auxílio, no entanto, depende de a Grécia aprovar medidas de
austeridade altamente impopulares no país. Houve protestos em massas, alguns
violentos. Mais de 35 deputados gregos do Partido Socialista pediram encontro
emergencial para determinar o destino do primeiro-ministro do país, George
Papandreou, que tenta promover uma reestruturação ministerial para ter mais
apoio aos planos de austeridade.
O dinheiro novo pode não ser suficiente para solucionar todos os problemas.
Alguns participantes do mercado pensam no que virá a seguir do pacote de
socorro.
"O que é mais importante para o euro é quando e como a Grécia vai
reestruturar", disse Sara Yates, estrategista cambial do Barclays Capital. "A
Grécia precisa, primeiro, progredir na melhora de seu equilíbrio fiscal. Sem
isso, a dinâmica das dívidas da Grécia não será sustentável no médio prazo."
O Barclays supõe que haverá reestruturação em 2012, de forma ordenada. "A
aprovação da estratégia fiscal de médio prazo da Grécia é crucial para as
perspectivas do euro", acrescentou Yates. "Se isso não ocorrer, é difícil
imaginar o euro não se desvalorizando rapidamente, com o dólar e o franco suíço
se beneficiando."
Apesar do que alguns veem como fundamentos econômicos frágeis ou em
deterioração nos Estados Unidos, o dólar ainda continua a principal moeda
mundial de refúgio.
"Embora existam opções melhores, como o franco suíço, carecem da profundidade
para lidar com fluxos expressivos", afirmou Peter Rosenstreich, principal
analista de mercado do Swissquote Bank. "No caso de a UE resolver a crise
grega, o franco suíço se enfraqueceria, mas a maior parte das tendências
positivas do dólar continuaria em vigor", disse Charles Dumas, do Lombard
Street Research.

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