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sexta-feira, 17 de junho de 2011

Nervosismo faz investidor vender ativos de risco

Nervosismo faz investidor vender ativos de risco

A intensificação dos temores quanto ao risco de um calote da Grécia contaminou
ontem os mercados emergentes, levando os investidores a se desfazer de suas
posições de maior risco.
O contínuo vaivém das discussões entre as autoridades da zona do euro sobre
como solucionar a crise da dívida da Grécia alimentou temores de que a
inadimplência do país desencadearia uma nova crise financeira.
"O grande impulsionador é a Grécia", disse Jim Craige, um dos sócios da Stone
Harbor Investment Partners. "Somos apenas um subproduto do apetite por risco e
da direção tomada por esse apetite, embora a Grécia tenha um impacto
extremamente limitado sobre qualquer aspecto dos mercados emergentes, do ponto
de vista do fluxo comercial ou do câmbio."
Várias moedas relevantes dos mercados emergentes alcançaram novos recordes de
baixa, enquanto a dívida dos mercados emergentes registrou enfraquecimento,
embora modesto.
O ágio de risco do J.P. Morgan Emerging Markets Bond Index Global, ou Embig,
aumentou em vários pontos-base, para 323 pontos-base, em relação aos bônus do
Tesouro dos EUA, sua maior diferença, ou spread, desde agosto de 2010. Em
termos de preço, seu índice recuou 0,2%.
As divisas latino-americanas, por seu lado, foram especialmente prejudicadas,
uma vez que os investidores retiraram apostas de que essas moedas se
valorizariam.
"Vemos no geral, sem dúvida, que os investidores vêm se desfazendo de posições
de risco. O risco do posicionamento na [América Latina] foi precário, no
sentido de que o mercado tinha assumido muitas posições compradas" em moedas
latino-americanas em relação ao dólar, disse Flavia Cattan-Naslausky,
estrategista da RBS Securities.
O dólar subiu para seu patamar mais alto em relação ao peso mexicano desde
março, sendo negociado a 12,0318 pesos mexicanos, segundo a CQG. O real
brasileiro alcançou seus níveis mais baixos em relação ao dólar do último
período de quase três semanas.
No Embig, o crédito da Argentina foi o mais prejudicado, com spread frente ao
bônus do Tesouro dos EUA ampliado em 27 pontos-base, para 624 pontos-base. Em
termos de preço, seu índice recuou 2,2%.
A preocupação com a Grécia também deprimiu as moedas emergentes da Europa,
movimento puxado pelo florim húngaro.

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