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sexta-feira, 17 de junho de 2011

América suprirá mais demanda por óleo

América suprirá mais demanda por óleo

Mundo deve elevar produção em 1,1 milhão de barris/dia até 2016, puxado por Brasil, Canadá, EUA e Colômbia
Aperto nos mercados de petróleo e inquietação no Oriente Médio geraram alta de 25% nos preços do petróleo
CLIFFORD KRAUSS
Ao longo dos próximos anos, os consumidores mundiais dependerão cada vez mais da América do Norte e da América do Sul para satisfazer sua crescente demanda por petróleo cru, segundo projeção da AIE (Agência Internacional de Energia).
A organização, sediada em Paris, estimou que o mundo deve elevar em cerca de 1,1 milhão de barris diários sua produção total de petróleo entre 2010 e 2016, cerca de 100 mil barris a menos que a expectativa de aumento na demanda durante o período.
"Depois do forte aumento na demanda por petróleo registrado no segundo semestre de 2010, com a recuperação mais rápida que a esperada na economia mundial, agora prevemos demanda mais alta na metade da década", afirma o estudo.
O aperto nos mercados de petróleo, combinado à inquietação que se espalha pelo Oriente Médio, gerou alta de 25% nos preços do petróleo, nos 12 últimos meses.
Mas, anteontem, a preocupação quanto à perda de força da economia causou forte queda nos preços. O petróleo cru leve de referência caiu US$ 4,56 no mercado norte-americano, fechando em US$ 94,81. Ontem, registrou leve alta, para US$ 94,95.
Caso uma grande desaceleração econômica mundial venha a ocorrer, e dê início a um declínio mais duradouro na demanda por energia e em seus preços, como aconteceu no final de 2008 e ao longo de 2009, as projeções podem ser afetadas.
O relatório adverte que os preços altos do petróleo "pesam sobre uma situação macroeconômica e financeira já frágil" nos países desenvolvidos e também debilitam a saúde financeira dos países em desenvolvimento e forçam alta da inflação.

DEMANDA CHINESA
A agência prevê que 40% do crescimento da demanda nos próximos anos virá da China e que a maior parte do crescimento restante virá da Ásia e do Oriente Médio.
A agência antecipa que Europa e EUA mantenham inalteradas suas demandas por energia, em larga medida porque essas economias devem crescer menos que as dos países em desenvolvimento e também porque os veículos das regiões avançadas devem ser mais eficientes em consumo de energia.
A Arábia Saudita e alguns países do Oriente Médio dotados de capacidade ociosa de produção terão de fornecer mais petróleo, mas os mercados mundiais precisarão depender cada vez mais dos não pertencentes à Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
Dado o declínio da produção no México e no mar do Norte, a AIE sugere que Canadá, Brasil, EUA e Colômbia terão de cobrir a lacuna.
O relatório projeta que em 2016 o Brasil elevará sua produção em 1 milhão de barris ao dia, explorando os campos do pré-sal. O Canadá passará a produzir 1,3 milhão de barris diários a mais. Os EUA, 500 mil, e a Colômbia, 300 mil adicionais.
A Opep continuará a ser uma fonte vital de petróleo, o relatório afirma, acrescentando que o Irã, especialmente, tem potencial de elevar exportações significativamente nos próximos anos.

CRESCIMENTO EM 2010
Em outro relatório, lançado na semana passada, a BP apontou que a produção mundial de petróleo cresceu 1,8 milhão de barris diários em 2010, com a alta dividida mais ou menos a meio entre os países da Opep e outros produtores.
Em uma projeção para 2030 apresentada no começo do ano, a BP afirmava que a Opep seria a "principal" responsável por atender à demanda crescente por combustível líquido, embora tivesse mencionado as areias oleaginosas canadenses, a exploração brasileira em águas profundas e os países que no passado fizeram parte da União Soviética como fontes promissoras.

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