Café volta a sofrer pressão e bate em nova mínima na ICE Futures
Os contratos de café negociados na ICE Futures US voltaram a registrar quedas nesta quinta-feira e atingiram uma nova mínima em mais de 30 meses, ao romper o nível de 142,00 centavos. Na continuidade da sessão, algumas recompras modestas permitiram fazer com que as perdas desacelerassem, mas não a ponto de reverter a tendência de baixa.
Em um dia em que a ICE anunciou que irá comprar, por mais de 8 bilhões de dólares, a Euronext, que controla, por exemplo, os negócios com café robusta em Londres, os negócios foram morosos para o café. Muitos operadores já estão aproveitando as folgas de final de ano, já que não se espera grandes mudanças de cenários para os mercados.
No café, a consolidação do viés baixista é evidente por parte dos operadores, que agora projetam que o nível de 140,00 centavos por libra deve ser testado quase que naturalmente. Os
compradores, assim como há várias semanas, estão retraídos e não conseguem demonstrar fôlego para ao menos conter o rompimento constante de suportes. Assim, o café caminha para um final de ano dos mais desanimadores.
Há um ano, a posição março encerrava o pregão cotado a 222,80 centavos. Ou seja, nesses 12 meses a retração para a posição foi de impressionantes 34,5%, dentro de um cenário que,
verdadeiramente, não teria espaço para tantas perdas. Alguns operadores argumentam que existe mais café no mercado, no entanto, a demanda manteve o ritmo de crescimento, mesmo com a crise sem fim na Europa e outras nações desenvolvidas. Além disso, o maior produtor mundial, apesar de ter registrado uma safra forte neste ano, conta com um mercado apertado, com baixos estoques, embarques dentro da média dos últimos anos e um mercado interno forte, que vai fazer com que o Brasil se torne o maior consumidor mundial em breve.
Mesmo com a chegada de mais cafés centro-americanos, colombianos e vietnamitas, a disponibilidade não é tão ampla a ponto de permitir uma queda tão drástica para os preços. Resta
saber, portanto, até onde irá o apetite dos especuladores, que parecem querer "controlar a oferta" do grão a partir de preços risíveis, de um novo abandono de lavouras e do depauperamento das condições sociais principalmente em países que têm no café uma das suas maiores fontes de divisas.
O encerramento do dia, o março em Nova Iorque teve queda de 195 pontos com 142,95 centavos, sendo a máxima em 146,25 e a mínima em 141,80 centavos por libra, com o maio tendo
desvalorização de 190 pontos, com a libra a 145,80 centavos, sendo a máxima em 148,90 e a mínima em 144,60 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição janeiro teve alta de 41 dólares, com 1.918 dólares por tonelada, com o março tendo valorização de 18 dólares, com 1.887 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado pela morosidade, com um volume baixo de negócios e com a ampliação de ofertas ao final da sessão, o que permitiu ao março tocar o nível de 141,00 centavos, no menor patamar em mais de dois anos e meio.
Os baixistas dominam e parecem focados em chegar até o Natal com o março no nível dos 140,00 centavos, sem uma perspectiva plausível de reação. Os compradores se mostram nada efetivos, mesmo diante do viés amplamente sobrevendido dos terminais.
"Temos um cenário de fechamento de ano, com negócios apenas esparsos. A notícia da incorporação da Nyse/Euronext pela ICE parece que afetou alguns segmentos de risco, como os grãos e os softs, que fecharam praticamente com todos os produtos em queda. Muita gente, diante do cenário negativo, já fechou o notebook e só projeta pensar em mercado a partir de janeiro", disse um trader.
A produção da safra 2012 de café do Brasil chegou a 50,83 milhões de sacas, alta de 16,9%, se comparado com a safra anterior, que foi de 43,48 milhões de sacas, indicou a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). A expectativa de safra recorde foi confirmada, superando o recorde anterior de 48,48 milhões de sacas, do período 2002/2003. O café arábica teve uma produção de 38,34 milhões de sacas e o conillon teve uma produção de 12,48 milhões de sacas.
As exportações de café do Brasil em dezembro, até o dia 19, somaram 1.534.538 sacas, contra 1.357.863 sacas registradas no mesmo período de novembro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 1.275 sacas, indo para 2.546.301 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 16.588 lotes, com as opções tendo 3.162 calls e 2.523 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem uma resistência em 146,25, 146,50, 147,00, 147,50, 148,00, 148,50, 149,00, 149,50, 149,90-150,00, 150,50, 151,00, 151,50, 152,00, 152,50 e 153,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 141,80, 141,50, 141,00, 140,50, 140,10-140,00, 139,50, 139,00, 138,50, 138,00, 137,50, 137,00, 136,50, 136,00, 135,50 e 135,10-135,00 centavos por libra.
Londres tem dia de alta, mas não se sustenta acima dos US$ 1.900
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta quinta-feira com altas, como janeiro, mais uma vez, abrindo uma margem considerável no diferencial para o março. As rolagens prosseguem e o janeiro vai ficando esvaziado.
Ao longo do dia, a segunda posição conseguiu se posicionar acima do nível de 1.900 dólares, na máxima de 1.917 dólares, mas nesse nível foram registradas algumas realizações e também vendas de origens. De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado pela predominância de compras, ainda que com algumas desacelerações nas máximas. O mercado, assim, consegue manter sua consistência próximo do nível de 1.900 dólares, sem contudo se firmar além desse referencial. As rolagens ainda são ativas, mas, pouco a pouco, o janeiro vai perdendo a liquidez e hoje ostenta pouco mais de 15,5 mil contratos em aberto.
"Tivemos um sessão com algumas compras especulativa se também de comerciais, principalmente ao redor de 1.880 dólares. Isso permitiu que tivéssemos bons ganhos ao longo do dia. No entanto, acima dos 1.900 dólares se mantém a velha zona vendedora e ela continua a limitar ganhos mais consistentes", disse um trader.
O dia na bolsa de Londres teve o contrato de café de janeiro com uma movimentação de 5,73 mil lotes, com o março tendo 9,47 mil lotes negociados. O spread entre as posições janeiro e março ficou em 31 dólares. No encerramento da sessão na Euronext/Liffe, a posição janeiro teve alta de 41 dólares, com 1.918 dólares por tonelada, com o março tendo valorização de 18 dólares, com 1.887 dólares por tonelada.
BC atua e dólar cai a menor nível desde 12 de novembro
O dólar manteve-se em declínio nesta quinta-feira por atuações do Banco Central e pelo parâmetro de câmbio utilizado nas projeções do Relatório Trimestral de Inflação, divulgado pelo BC de manhã, com o dólar em R$ 2,05. O reforço da autoridade monetária sobre estabilidade das condições monetárias por um período suficientemente prolongado fortalece a percepção de que o espaço para a valorização do dólar é limitado.
O dólar à vista no balcão fechou o dia cotado a R$ 2,062, com queda de 0,43%, no menor nível desde 12 de novembro, quando a moeda havia ficado em R$ 2,052.
Os comentários do diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, de que o valor de R$ 2,05, usado nas projeções de inflação no cenário de referência, era "mais razoável" do que o de R$ 2,10, no dia 7 de dezembro, favoreceram o recuo do dólar nesta sessão, afirmou um operador. Naquela data, usada como corte do relatório de inflação, o dólar valia R$ 2,0870.
À tarde, acrescentou outro profissional, a divisa dos EUA acentuou a queda após o aviso de leilão de venda de dólares conjugado com recompra. "Aparentemente o mercado está se sentindo um pouco mais confortável com o BC vigiando de perto o câmbio", avaliou, acrescentando que, com a sequência de leilões de linha, a autoridade monetária deixa claro que não permitirá movimentos bruscos da moeda em troca de liquidez.
No relatório do BC, o IPCA para 2012 subiu de 5,2% para 5,7%, e caiu de 4,9% para 4,8% em 2013, considerando-se câmbio constante de R$ 2,05 e Selic em 7,25% ao ano. "O ambiente de inflação ainda muito desafiador e o investimento fraco - que tem um forte componente importado - também implicam que as autoridades provavelmente vão mostrar tolerância adicional limitada por enfraquecimento do real", na avaliação do codiretor de Pesquisa Econômica do Goldman Sachs para a América Latina, Alberto Ramos.
Pela manhã, um leilão de venda de dólares conjugada com recompra fez com que a moeda acelerasse as perdas para o horário. A oferta foi de até US$ 2 bilhões. A taxa de venda ficou em R$ 2,0791 e a taxa de recompra, em 1º de março de 2013, ficou em R$ 2,1017, com alta embutida de 1,09%. No período da tarde, o BC informou que um outro leilão semelhante será realizado na sexta-feira, com oferta de até US$ 2 bilhões. A taxa de venda será R$ 2,062500, fechamento da Ptax desta quinta-feira.
Após o anúncio do leilão para esta sexta-feira, o dólar à vista no balcão tocou a mínima de R$ 2,055. Na máxima, o dólar testou R$ 2,066. Não houve negócios com o dólar pronto na BM&F. O giro financeiro somava US$ 1,333 bilhão perto das 17 horas. No mesmo horário, o dólar para janeiro de 2013 operava com queda de 0,41%, a R$ 2,066.
No exterior, o dólar Index oscilava com leve declínio de 0,04%, praticamente inalterado em relação ao nível registrado antes de declarações do presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, John Boehner.
PERSPECTIVA CÂMBIO E JUROS: Dólar recua com indicadores positivos nos EUA
São Paulo, 20 de dezembro de 2012 - A diminuição da preocupação com a
economia dos Estados Unidos, diante de indicadores positivos, estimulou a
valorização do real ante o dólar hoje. A baixa da moeda norte-americana
também foi influenciada pela intervenção do Banco Central (BC) com a
realização de um leilão conjugado pela manhã. A divisa recuou 0,28%, cotada
a R$ 2,0620 para compra e R$ 2,0640 para venda.
O estrategista-chefe do Banco WestLB, Luciano Rostagno, afirma que o
movimento do câmbio ficou hoje atrelado a dados positivos da economia
norte-americana. Apesar de prosseguirem sem definição as negociações no
Congresso norte-americano para evitar o "abismo fiscal", os indicadores
econômicos do país vieram positivos, explica.
Dados revisados apontaram que o Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano
aumentou mais que o previsto no terceiro trimestre. A leitura final do PIB do
terceiro trimestre deste ano dos Estados Unidos mostrou crescimento de 3,1%.
Antes, a estimativa era de alta de 2,7%.
No mercado brasileiro, o BC realizou hoje um leilão de venda conjugado com
recompra, entre 9h30 e 9h35. A taxa de corte ficou em R$ 2,101700. O volume
total ofertado foi de US$ 2 bilhões.
"De certa forma, o investidor está testando para saber qual seria o piso
informal para o dólar, pois já se entende que o teto está em R$ 2,10. As
ações que o BC tem realizado estão fazendo o real se valorizar", afirma
Rostagno.
Amanhã, o BC vai realizar um leilão novo de venda conjugado com leilão de
compra de dólares, entre 9h30 e 9h35. O volume total ofertado será de US$ 2
bilhões.
Durante o dia, a moeda oscilou entre a mínima de R$ 2,0560 e a máxima de
R$ 2,0690. No mercado futuro, o contrato de dólar com vencimento em janeiro de
2013 caiu 0,14%, cotado a R$ 2.071,000, e o contrato com vencimento em fevereiro
de 2013 recuou 0,40%, para R$ 2.081,000.
Juros
A expectativa pelo avanço na inflação no início de 2013 estimulou a alta
das taxas dos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs), de acordo com
Rostagno. "Com esse conjunto de fatores, a preocupação com a inflação do
País e o cenário mais positivo lá fora, os juros avançaram hoje", explica.
O aumento do preço da gasolina no próximo ano, confirmado ontem pelo
ministro da Fazenda, Guido Mantega, é um dos motivos que contribui para elevar
as apostas na alta da inflação.
No pregão de amanhã, a divulgação da Pesquisa Mensal de Emprego (PME),
referente a novembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), deve influenciar o mercado de juros futuros.
O mercado estima que a taxa de desemprego fique em 5,1% em novembro, segundo
a mediana do Termômetro CMA. Se confirmada a projeção, a taxa terá
registrado leve recuo em relação a outubro, quando ficou em 5,3%.
Mais líquido, o DI para janeiro de 2013 ficou praticamente estável, com
leve recuo de 6,995% para 6,990%, movimentando R$ 49,214 bilhões.
Em seguida, o contrato para janeiro de 2014 subiu de 7,10% para 7,17%, com
giro de R$ 40,952 bilhões, e o para janeiro de 2015 avançou de 7,70% para
7,84%, movimentando R$ 24,715 bilhões.
Entre os DIs mais curtos, o para abril de 2013 aumentou de 7,04% para 7,09%
(R$ 22,470 bilhões) e o para abril de 2013 expandiu de 7,04% para 7,08% (R$
18,505 bilhões).
Em relação aos contratos com vencimento no longo prazo, o para janeiro de
2017 subiu de 8,48% para 8,63% (R$ 12,881 bilhões) e o para janeiro de 2016
avançou de 8,18% para 8,33% (R$ 4,274 bilhões).
O número de contratos negociados atingiu 2.215.910, recuo de 9,63% em
relação aos negócios realizados no pregão de ontem. O volume financeiro
somou R$ 204,109 bilhões.
Bovespa reage no fim do pregão e dá sequência ao rali de fim de ano
SÃO PAULO - Depois de ensaiar uma realização durante boa parte do pregão desta
quinta-feira, a Bovespa mudou de sinal nos últimos minutos e garantiu mais uma
alta ao rali de fim de ano. A virada aconteceu após a entrevista do líder
republicano da Câmara dos Representantes dos EUA, John Boehner. Ele alegou que
fez "a sua parte", enquanto o presidente Barack Obama e os democratas "não
fizeram nada até agora" para evitar o abismo fiscal. Mas disse que continua
disposto a trabalhar junto com Obama para resolver a questão.
De alguma forma, a declaração animou os investidores, que estavam mais receosos
da aprovação do chamado "plano B" republicano depois que o líder da maioria
democrata no Senado, Harry Reid, informou que o Senado entrará em recesso
amanhã e só retornará no dia 27. A Casa Branca, por sua vez, já avisou no
começo desta semana que o "plano B" será vetado pelo presidente Barack Obama.
O Ibovespa fechou em alta de 0,46%, na máxima do dia de 61.276 pontos, com
volume de R$ 6,525 bilhões. A alta acumulada em 2012 agora chega a 8%, sendo
que, somente neste mês, o índice subiu 6,6%. Em Wall Street, próximo ao
fechamento, o índice Dow Jones subia 0,29%, o Nasdaq ganhava 0,19% e o S&P 500
avançava 0,30%.
Durante o dia, a sensação nas mesas de operação foi de que o investidor estava
em compasso de espera, cauteloso diante dos possíveis desdobramentos das
negociações para evitar o abismo fiscal americano. "Boa parte da alta dos
mercados nos últimos dias foi baseada na expectativa de uma solução para o
abismo fiscal antes do Natal", lembra o estrategista da Futura Corretora, Luis
Gustavo Pereira. "Aparentemente os investidores ainda não estão receosos, mas
vamos esperar para ver o que acontecerá amanhã e na semana do Natal."
O especialista comentou ainda que a revisão dos dados do PIB americano, de 2,7%
para 3,1% no terceiro trimestre, teve pouca influência sobre os mercados lá
fora. "Apesar do dado positivo, as bolsas ficaram de lado em Nova York", disse
Pereira. Por lá, a melhora também só aconteceu após a entrevista de Boehner.
Destaques corporativos
Entre as ações mais negociadas do Ibovespa, Vale PNA subiu 0,74%, para R$
40,81; Petrobras PN ganhou 0,57%, para R$ 21,05; e OGX ON marcou alta de 0,46%,
a R$ 4,28.
LLX ON (+5,42%) liderou os ganhos do Ibovespa durante todo o pregão. A empresa
anunciou ontem à noite que a V&M Brasil, subsidiária do grupo internacional
Vallourec, vai instalar uma base logística de armazenagem e fornecimento de
tubos no porto do Açu, principal projeto da companhia de logística de Eike
Batista.
Outro destaque de alta foi Cetip ON (4,50%), enquanto os papéis ON da
BM&FBovespa (-2,30%) figuraram entre as principais baixas. Os dois papéis
reagiram à notícia de que a IntercontinentalExchange (ICE) vai comprar a Nyse
Euronext, em um negócio avaliado em US$ 8,2 bilhões. Para o Brasil, o negócio
traz consequências que podem apressar o fim do monopólio da BM&FBovespa no
mercado acionário local.
A lista de baixas trouxe ainda Hering ON (-2,84%). Segundo Pereira, da Futura,
as ações da rede de vestuário caíram diante da notícia de que a Gap pretende
abrir uma loja própria de sua marca no Brasil no segundo semestre do ano que
vem, como parte dos planos da varejista de expandir sua presença internacional.
Até hoje, a empresa comercializava seus produtos em postos de venda de
terceiros. "É um concorrente de peso entrando no mercado brasileiro", observou
o estrategista.
MERCADO EUA: Indices sobem influenciados por otimismo sobre abismo fiscal
São Paulo, 20 de dezembro de 2012 - Os índices acionários dos Estados
Unidos encerraram as negociações de hoje em alta, com os agentes de mercado
otimistas em relação a um possível acordo dentro do Congresso norte-americano
para evitar o chamado abismo fiscal, composto pelo corte abrupto de gastos e
pelo aumento de impostos previstos para entrarem em vigor a partir de 1 de
janeiro de 2013. O Dow Jones ganhou 0,45%, em 13.311,72 pontos; o S&P 500
avançou 0,54%, em 1.443,69 pontos; e o Nasdaq Composto teve aumento de 0,2%, em
3.050,39 pontos.
O deputado republicano e presidente da Câmara dos Representantes dos
Estados Unidos, John Boehner, afirmou hoje que vai fazer "de tudo para proteger
o máximo de pessoas que eu puder desses aumentos de impostos". Ele completou
ainda que espera trabalhar em colaboração com o presidente Obama para resolver
esses problemas.
Hoje à noite, a Câmara dos Representantes, que é dominada pelos
republicanos, deve votar o chamado "plano B" apresentado por Boehner para
resolver o abismo fiscal. Em linhas gerais, o plano prevê aumentos de impostos
apenas para norte-americanos cuja renda anual seja superior a US$ 1 milhão.
Para o restante da população, seriam prorrogados os benefícios fiscais que
atualmente estão em vigor.
Para Boehner, é possível que o plano B consiga obter aprovação no Senado
- que tem maioria democrata - após a provável aprovação na Câmara. No
entanto, o secretário de imprensa da Casa Branca, Jay Carney disse hoje que o
presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vetará o plano.
Na agenda de indicadores de hoje, a terceira leitura do Produto Interno
Bruto (PIB) dos Estados Unidos foi bem recebida pelos agentes de mercado.
Segundo os dados do Departamento do Comércio, o PIB expandiu 3,1% no terceiro
trimestre de 2012 na comparação com o trimestre anterior, quando cresceu 1,3%.
Na segunda leitura, o PIB do terceiro trimestre havia crescido 2,7%. Analistas
previam a mesma leitura de 2,7%.
Bolsas europeias têm leve alta com impasse fiscal nos EUA
São Paulo, SP - As Bolsas europeias fecharam com leve alta nesta
quinta-feira (20), à medida que os índices aproximaram-se de níveis
sobrecomprados e as negociações fiscais nos Estados Unidos atingiram um
impasse. A exceção foi o papel da Carnival, que registrou grande queda devido a
temores sobre seus resultados em 2013.
O índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações europeias, fechou em
alta de 0,09%, a 1.143 pontos, oscilando em uma estreita faixa de 4 pontos
durante toda a sessão.
Seu índice de força relativa em 14 dias (RSI) --um indicador técnico de força
amplamente utilizado-- fechou a 67,5 pontos, sendo que qualquer valor maior ou
igual a 70 pontos é considerado "sobrecomprado".
Políticos nos EUA permanecem estagnados em negociações para chegar a um acordo
com o objetivo de evitar um "abismo fiscal" de cortes de gastos e aumentos de
impostos que passam a valer no início de 2013 e que poderiam derrubar a maior
economia do mundo.
"Nossa expectativa é de que alguma coisa vai ser resolvida, mas também achamos
que não será suficiente", disse o diretor de ações europeias do F&C Asset
Management, David Moss. "O crescimento será lento por um longo período, então
eu ficaria surpreso se as companhias adotassem uma postura não cautelosa em
2013."
O nervosismo dos investidores sobre as perspectivas para os resultados de
empresas refletiu-se em uma queda de 5% no papel da Carnival, com alto volume
de negociações, após a operadora de linhas de cruzeiro anunciar que o número de
reservas para 2013 é menor do que neste ano.
Em Londres, o índice Financial Times fechou em baixa de 0,05%, a 5.958 pontos.
Em Frankfurt, o índice DAX subiu 0,05%, para 7.672 pontos.
Em Paris, o índice CAC-40 ganhou 0,06%, para 3.666 pontos.
Em Milão, o índice FTSE/Mib teve valorização de 0,41%, para 16.399 pontos.
Em Madri, o índice Ibex-35 ficou estável, a 8.264 pontos.
Em Lisboa, o índice PSI20 encerrou em alta de 0,27%, para 5.746 pontos.
Compra da Nyse pela ICE une concorrentes à bolsa no Brasil
A compra da Nyse Euronext pela IntercontinentalExchange (ICE) acabou por unir dois pretendentes a abrir uma bolsa de valores no Brasil. A Nyse já havia anunciado interesse em ter
sua bolsa local, em parceria com o grupo brasileiro Americas Trading Group (ATG, patrocinador do blog Arena do Pavini), dando origem à joint venture brasileira Americas Trading Systems (ATS).
Já a ICE é sócia da Cetip, com 12,4% do capital da empresa, que também pretende abrir uma bolsa de valores. Hoje, a Cetip trabalha com os registros de operações de mercados de títulos privados em geral e já pediu autorização para abrir uma clearing de derivativos.Poderia portanto, em um segundo momento, pleitear também uma clearing de ações. A união, a princípio, pode resolver uma questão importante para a instalação da nova bolsa, que seria a criação da clearing para liquidar as operações, com o uso dos sistemas da Cetip. Essa movimentação já foi percebida pelo mercado, que derrubou o papel da BM&FBovespa. A ação ordinária chegou a cair quase 4%, e estava às 13h25 em queda de 2,3%. Já o papel da Cetip disparou, subindo 4,43%
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