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terça-feira, 28 de junho de 2011

Em alta, preço do café subiu 130%

Em alta, preço do café subiu 130%

A lei da oferta e da procura está pendendo para os cafeicultores brasileiros. A escassez do grão e os baixos estoques nos mercados doméstico e internacional colocam o poder de decisão nas mãos dos plantadores de café. Concorrentes do Brasil, como a Colômbia, e paises da África e da América Central encontram-se em grande desvantagem por questões climáticas, que devastaram as plantações que não se recuperaram ainda. O cenário permite ao Brasil despejar mais grão no mercado externo e ampliar seu market share. Os preços, por sua vez, deram um salto e subiram 130% entre abril de 2010 até o momento, saindo de R$ 260,00 para R$ 550,00 a saca. A projeção de alta de pelo menos 10% a partir do segundo semestre tende a se manter firme até o final de junho de 2012. Mais um ponto positivo brinda os cafeicultores. Pesquisa feita pela Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) mostra um aumento de 5% na demanda interna neste ano. "A perspectiva de preços altos tem levado uma quantidade maior de produtores a venderem parte de sua safra para o mercado futuro. Há cafeicultor que está colhendo hoje e já acertou entregas para setembro e outubro com preços a R$ 600,00 a saca", afirma Nahan Herszkowicz, diretor executivo da Abic.A prática do mercado futuro só ganhou um número maior de adeptos neste ano. "Normalmente, a taxa oscilava entre 4% a 5% do volume de produção da safra brasileira ofertado no mercado futuro nessa época. Hoje, mais de 15% do total do volume da colheita já foram vendidos no futuro, o que mostra uma certeza de que os preços vão continuar bons lá na frente", completa. Segundo o diretor, as entregas foram "acertadas no valor de R$ 600,00 a saca". Herszkowicz conta que ninguém no mundo previa uma alta de 130% no café em apenas um ano. "Diante disso, é difícil especular, mas uma volatilidade pequena, em torno de 10%, é possível, com tendência de alta até o primeiro semestre de 2012", afirma. "O aumento do preço é consequência do crescimento do consumo mundial, inclusive o brasileiro, estoques mundiais baixos, e quebra da safra dos concorentes como Colômbia, África e da América Central".Pelos cálculos do diretor da Abic, hoje as reservas são o bastante para um mês. "Até pouco tempo atrás os estoques eram suficientes para operar entre quatro a seis meses no mercado internacional. Os estoques físicos no Brasil também estão pequenos. Estamos entrando na colheita com volume para um mês quando o normal era entre três a quatro meses". Nem mesmo o governo conseguiu manter seu estoque elevado.

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