Café mantém fraqueza e tem dia de perdas consideráveis na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta segunda-feira com novas quedas, em mais uma sessão caracterizada pelo clima negativo que tomou conta do setor nos últimos dias. Especuladores e fundos continuaram instalados no lado vendedor do mercado e várias liquidações foram detectadas, principalmente na segunda metade da sessão. O dia foi iniciado com as cotações próximas da estabilidade, sendo que os preços tiveram variações não muito intensas no lado positivo e negativo da escala. Na segunda parte do dia, no entanto, ao conseguir romper o nível de 268,65 centavos, o mercado ganhou impulso para novos stops de vendas e as perdas passaram a ser verificadas com maior intensidade, com o mercado encerrando o dia abaixo dos 265,00 centavos, algo considerado negativo por alguns operadores.
Com mais uma queda, o mercado que se mostrava sobrecomprado dá sinais de não mais ter forças para manter um padrão de ganho anterior e os bearishs (baixistas) voltaram a ter predominância nas ações. Alguns suportes mais básicos já foram facilmente rompidos e o mercado não dá demonstração de uma reação mais efetiva. Outro suporte, desta vez com maior potencial, está em 256,00 centavos, nível que, se rompido, poderia abrir espaço para liquidações mais consistentes, encerrando, efetivamente, um ciclo de ganhos consistentes no mercado em quase um ano de ações de grande volume de compra. Tecnicamente, o mercado que se mostrava bastante forte já vê sinais de fraqueza, seja no Índice de Força Relativa, seja nas médias móveis, como de 20 e 40 dias, que já não conseguem ser sobrepostas nos fechamentos, algo que é lido pelos operadores como bastante negativo.
No encerramento do dia, o julho em Nova Iorque teve queda de 530 pontos com 264,10 centavos, sendo a máxima em 272,15 e a mínima em 263,05 centavos por libra, com o setembro registrando oscilação negativa de 525 pontos, com a libra a 267,05 centavos, sendo a máxima em 275,00 e a mínima em 266,00 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou queda de 54 dólares, com 2.473 dólares por tonelada, com o setembro tendo desvalorização de 53 dólares, com 2.504 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o mercado continua demonstrando um padrão de liquidação, com vendas significativas sendo realizadas, o que faz com que o café perca muitas das "gorduras" acumuladas ao longo dos últimos meses. O cenário externo também não contribui para uma melhoria do quadro. Nesta segunda-feira, mais uma vez, as commodities apresentaram retrações, numa manutenção do quadro de mau humor, com muitos operadores se retirando dos mercados de maior risco para investir em segmentos mais seguros. "Alguns fundos estão diminuindo o apetite no mercado de commodities. Isso é um fato. E está refletido nas cotações em queda. O café reflete esse mau momento, com perdas consideráveis. Mas, fundamentalmente, ainda temos um quadro apertado para grão é não seria exagerado pensarmos que essa pressão vendedora pudesse ser estancada logo, já que, além do pouco café disponível, vivemos um momento climático delicado e todo o cuidado é pouco diante desse quadro", disse um trader.
A agência estatal reguladora de café do Burundi, denominada Arfic, divulgou que seu objetivo é dobrar, em cinco anos, a produção do grão no país. Para tanto, um processo de renovação será executado em grande parte das lavouras locais. A agência prevê replantar ao menos 7,5 milhões de árvores, privilegiando as variedades de alta produção e mais resistentes, segundo apontou o diretor desse órgão, Evariste Ngayempore. Ao final da renovação, o país quer passar das atuais 25 mil toneladas obtidas anualmente para 50 mil toneladas. Neste ano, o país sofreu com problemas de pragas, doenças e também com uma seca. Burundi produz, predominantemente, arábica e venda a grande maioria de seu café para os Estados Unidos e União Européia.
Os estoques de café nos Estados Unidos tiveram uma alta de 119.138 sacas no final de abril, totalizando 4.351.291 sacas, informou a GCA (Green Coffee Association). No final de março, os estoques do país eram de 4.232.153 sacas. A maior alta de estoques foi verificada no armazém de Nova Iorque, com aumento de 123.461 sacas, com o aumento nos armazém de Los Angeles/Long Beach sendo de 21.595 sacas. A maior retração foi observada no armazém de Houston, com baixa de 34.898 sacas. Anteriormente, uma informação havia sido transmitida informando incorretamente os números sobre os estoques do país. Os números apresentados agora são os oficiais da GCA.
A Colômbia teve mais um final de semana de chuvas intensas e enchentes foram reportadas em diversas regiões do país. Entidades especialistas em meteorologia indicam que esta é a pior temporada de chuvas da história da nação sul-americana. Quatorze Estados do país estão com alerta vermelho por conta das chuvas, entre eles zonas cafeeiras como Cundinamarca, Boyacá, Antioquia, Santander, Caldas Cauca e do Atlântico. O país registra 448 mortes por conta da atual temporada de chuvas.
As exportações de café do Brasil em maio, até o dia 13, somaram 708.845 sacas, contra 824.715 sacas registradas no mesmo período de abril, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 10.555 sacas indo para 1.645.660 sacas.
O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 18.761 lotes, com as opções tendo 5.018 calls e 4.136 puts. Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem uma resistência em 272,15, 272,50, 273,00, 273,50, 274,00, 274,50, 274,90-275,00, 275,50, 276,00 e 276,50 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 263,05-263,00, 262,50, 262,10-262,00, 261,50, 261,00, 260,50, 260,10-260,00, 259,50 e 259,00 centavos por libra.
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