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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Café despenca na ICE Futures e rompe suporte de 256,00 centavos

Café despenca na ICE Futures e rompe suporte de 256,00 centavos

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quarta-feira com fortes perdas, depois de testar e romper o nível de suporte em 256,60 e 256,00 centavos por libra. Em um dia efetivamente negativo, com perdas consideráveis para as commodities e com ligeira recuperação do dólar, o café ainda conseguiu demonstrar alguma segurança na primeira parte do dia, com a manutenção de alguns intervalos. Na seqüência, no entanto, novas ordens de venda passaram a ser emitidas e o suporte foi testado por duas vezes, sendo que, na última delas, o rompimento se efetivou e as perdas se consolidaram de forma acentuada, com as cotações atingindo o menor patamar desde a segunda semana de fevereiro. Tecnicamente, o mercado volta a dar demonstrações baixistas, com as médias móveis, principalmente de prazos mais curtos, não conseguindo ser superadas e, com isso, a pressão vendedora se acentua. Alguns operadores já trabalham com projeções de novas baixas, provavelmente com o mercado tendendo a buscar um intervalo no range de 230,00 centavos por libra.

Operadores destacaram que muitos players estão atentos ao clima no Brasil. É esperada a chega, nos próximos dias, de uma massa de ar polar ao centro-sul do país, sendo que as temperaturas deverão recuar significativamente. No entanto, os institutos de meteorologia não indicam a possibilidade de geadas consistentes, mas o monitoramento sobre o frio tem sido constante. O fenômeno "La Niña" praticamente deixou de atuar sobre a América do Sul o que, segundo especialistas, pode deixar aberta a possibilidade de penetração de massas de ar frio de maior intensidade.

No encerramento do dia, o julho em Nova Iorque teve perda de 865 pontos com 255,95 centavos, sendo a máxima em 264,90 e a mínima em 255,25 centavos por libra, com o setembro registrando oscilação negativa de 845 pontos, com a libra a 258,75 centavos, sendo a máxima em 268,00 e a mínima em 258,60 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou baixa de 40 dólares, com 2.562 dólares por tonelada, com o setembro tendo desvalorização de 41 dólares, com 2.595 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi iniciado com uma pequena sensação negativa, que se ampliou fortemente, permitiu o rompimento de suportes e se tornou ainda mais intensa no after-hours. Para esses analistas, a tendência baixista volta a ganhar força, após alguns dias "adormecida". "Verificamos um comportamento consideravelmente vendedor de especuladores e fundos e não conseguimos manter um intervalo básico no nível de 260,00 centavos. Caímos forte por fatores técnicos e também refletindo um dia ruim para a economia", sustentou um trader, que lembrou que a maior parte dos mercados recuaram, refletindo dados que indicaram desaceleração na atividade manufatureira nos Estados Unidos e um crescimento muito mais fraco que o esperado no número de empregos no setor privado norte-americano.

Os preços do café podem manter um patamar alto, mesmo com a pressão recente e também com a pressão que deverá vir nos próximos anos, com a entrada em produção dos novos plantios, que foram estimulados na bonança recente. "No longo prazo, o café ainda vai ser um mercado altista. A demanda vai ultrapassar a oferta no longo prazo", disse Nick Gentile, diretor de trading do fundo Atlantic Capital Advisors, em Nova Jersey.

A Organização Internacional do Café estima um aumento do consumo global de café de 2,4%, para um recorde de 134 milhões de sacas em 2010, enquanto a produção mundial em 2010/2011 é prevista em 133 milhões de sacas. "Quando você investe hoje, leva um tempo de três anos no mínimo para ter um retorno do investimento", disse o economista-chefe da OIC, Denis Seudieu. "Baseado nessa hipótese, os preços relativamente altos vão precisar ser mantidos por mais dois anos, pois a resposta da oferta leva tempo."

As exportações de café totais da Índia, entre janeiro e maio, tiveram aumento de 43%, indo para 181.308 toneladas métricas. As remessas de arábica tiveram aumento de 45%, com 37.713 toneladas, ao passo que os embarques de robusta subiram 49%, com 101.150 toneladas, indicou o Escritório de Café da Índia. Desde o início da atual safra, em outubro passado, o país registrou a exportação de 247.372 toneladas de café, contra 171.704 toneladas do mesmo mês do ano anterior.

As exportações de café do Brasil em maio, até o dia 30, somaram 1.960.583 sacas, contra 2.091.407 sacas registradas no mesmo período de abril, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 5.109 sacas indo para 1.669.652 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 40.016 lotes, com as opções tendo 3.911 calls e 6.645 puts. Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem uma resistência em 264,90-265,00, 265,50, 266,00, 266,50, 267,00, 267,50, 268,00, 268,50, 269,00, 269,50 e 269,90-270,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 255,25, 255,00, 254,50, 254,00, 253,50, 253,00, 252,50, 252,00, 251,50, 251,00 e 250,50 centavos por libra.

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