LDC compra empresa de fertilizante
A Louis Dreyfus Commodities, multinacional de origem francesa com forte
presença no agronegócio brasileiro, acaba de fechar a aquisição da Macrofértil,
produtora e distribuidora de fertilizantes com sede em Ponta Grossa, na porção
sudeste no Paraná. A transação, cujo valor não foi divulgado, marca a efetiva
entrada da LD na área de adubos no país. O grupo começou a atuar diretamente no
segmento em 2007, na Argentina. Naquele ano, criou uma plataforma global para
fertilizantes, e em 2008 passou a operar com o insumo no Brasil, mas
pontualmente.
Segundo Javier Britez, diretor da nova plataforma, a decisão de entrar com mais
força no ramo no país foi tomada em janeiro de 2010. Com a experiência
adquirida desde então, a conclusão foi que a aquisição de uma empresa já
estabelecida no mercado seria a melhor forma de fortalecer a estreia. Com
presença física em expansão no campo brasileiro nos últimos anos, sobretudo
após sua entrada no segmento sucroalcooleiro, e relevante participação no
comércio de grãos, a LD ampliou sua aposta no mercado de insumos para
impulsionar o modelo de financiamento a seus produtores/fornecedores conhecido
como "barter".
Baseado no adiantamento de insumos em troca de uma produção agrícola futura, o
barter normalmente é feito com fertilizantes ou defensivos. Acordo anunciado na
semana passada entre a múlti e o CCAB, grupo que reúne grandes cooperativas de
agricultores que atuam em geral no Cerrado, está em linha com essa estratégia.
"Trata-se de uma ferramenta de 'hedge' muito eficiente para o produtor, já que,
com ela, é possível travar margens e mitigar riscos", afirma Britez.
Criada em 1982, a Macrofértil, que não atua no elo minerador dos fertilizantes,
conta com oito plantas de mistura e capacidade total de processamento de 1,8
milhão de toneladas por ano. Essas unidades estão distribuídas no Paraná, Santa
Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás - que representam,
somados, 65% do consumo brasileiro de adubos. Conforme Britez, o objetivo da LD
é ampliar a capacidade da Macrofértil (cuja marca será preservada) para 2,5
milhões de toneladas anuais. "Nesse processo de expansão [que poderá acontecer
por meio de novas aquisições e/ou construção de plantas], queremos incorporar
outros Estados", diz o executivo.
O primeiro da lista é o Rio Grande do Sul, mas também estão na mira Minas,
Bahia e a região do "Mapito". Nesses polos, uma das metas da LD é ampliar a
rede de fornecedores e alavancar sua capacidade de originar grãos, para
processamento ou exportação. Com a Macrofértil, o Brasil passa a responder por
dois terços dos negócios da plataforma de fertilizantes da LD. O outro terço
vem de Argentina e países da África, acessados desde a aquisição da estatal
francesa SSI, no início do ano. As vendas líquidas globais da LD, em todas as
suas frentes de atuação, superaram US$ 46 bilhões em 2010.
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