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terça-feira, 14 de junho de 2011

Década perdida" ameaça os EUA

Os EUA encontram-se no meio de uma "década perdida", com redução da população
empregada, da renda e da arrecadação tributária. O diagnóstico lúgubre foi
apresentado pelo economista Lawrence Summers, ex-reitor da Universidade Harvard
e diretor do Conselho Nacional de Economia da Casa Branca até o ano passado, em
artigo divulgado esta semana por agências de notícias.
Summers alerta que a economia dos EUA corre o risco de enfrentar anos de
estagnação ao estilo do Japão se não forem tomadas medidas de estímulo. Para
Summers, "a retirada substancial do apoio fiscal à demanda no fim de 2011 seria
prematura". Para reverter o quadro, diz ele, é necessário que o governo amplie
os cortes de tributos nos salários dos trabalhadores.
"Elevar o corte dos encargos sociais de 2% para 3% também seria desejável. Ao
custo no curto prazo de pouco mais de US$ 200 bilhões, essas medidas oferecem a
possibilidade da melhoria significativa no desempenho econômico nos próximos
anos", escreve Summers. Ele também sugere que a economia se beneficiaria de um
gasto extra de US$ 100 bilhões em investimentos em infraestrutura nos próximos
anos, recomendando auxílio adicional a Estados e cidades.
De acordo com Summers, o combate à inflação deve ser colocado em segundo plano,
atrás do objetivo de estimular a economia. "É cedo demais para mudar a política
financeira em direção à prevenção de futuras bolhas e uma possível inflação
(...). A tendência da inflação ainda é de baixa, e os problemas de tomada de
empréstimos e investimentos insuficientes superam quaisquer problemas de
excesso de confiança."
Summers lembra que dois anos depois das duas grandes recessões após a Segunda
Guerra Mundial (1974-75 e 1980-82), a economia americana já crescia à taxa de
6% ou mais. Porém, as "recuperações prosseguiam e às vezes até mesmo se
aceleravam até serem assassinadas pelo Federal Reserve (Fed)", que priorizava o
controle da inflação. "Quando o Fed começava a se preocupar com a aceleração da
inflação, geralmente tarde demais, ele aumentava as taxas de juros e comprimia
o crédito, sufocando o mercado imobiliário residencial, os investimentos das
empresas e as compras de bens de consumo duráveis, levando a economia a entrar
em recessão."

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