Páginas

terça-feira, 14 de junho de 2011

Café ignora cenário externo e consegue ter ganhos na ICE Futures

Café ignora cenário externo e consegue ter ganhos na ICE Futures

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram a segunda-feira com altas, tendo um comportamento diverso de outros mercados de commodities, que registraram, em geral, perdas. O índice CRB, que é uma média de preços de 14 diferentes produtos negociáveis em bolsa, terminou o dia com retração de quase 1%. O dia na bolsa nova-iorquina foi caracterizado por compras especulativas e, em menor grau, de fundos. Uma ação corretiva foi verificada, mas com as cotações flutuando dentro de um range que já é trabalhado há algumas sessões.

A posição julho consegue preservar alguns patamares, sendo que o suporte de 256,00/253,30 centavos não vem sendo testado, o que dá possibilidade para que movimentos corretivos, como o desta segunda, sejam registrados. Por outro lado, o mercado ainda demonstra dificuldades para ir além do patamar de 270,00 centavos, sendo que tal nível foi testado na sessão do dia, mas, acima desse indicador foram observadas novas ações de venda.

Fundamentalmente, o mercado não apresentou novidades. O fator "clima", que vinha trazendo apreensão a alguns operadores na semana passada, não representou um indicativa para as altas ou baixas do dia. As zonas produtoras do centro-sul do Brasil tiveram um final de semana de clima ameno que, segundo empresas de meteorologia, deve se manter, ao menos no curto prazo, sem riscos, portanto, de ocorrência de geadas. A questão da oferta do produto continua sendo bem assimilada pelos players. Muitos ressaltam que, mesmo com algumas perdas tendo sido observadas ao longo de maio, as cotações ainda se mantêm em um intervalo alto, se levada em conta a média das cotações para o café ao longo dos últimos anos. Esses ganhos se devem, basicamente, a esse cenário de oferta, no qual existe uma quantidade pequena do grão disponível, notadamente de cafés do tipo suave, ao passo que os estoques internacionais continuam limitados, seja nos países consumidores como nos produtores. Para muitos participantes, tal cenário deve contribuir ainda por algum tempo para a manutenção de um quadro de preços ao razoavelmente firmes.

No encerramento do dia, o julho em Nova Iorque teve alta de 250 pontos com 267,45 centavos, sendo a máxima em 270,65 e a mínima em 261,05 centavos por libra, com o setembro registrando oscilação positiva de 215 pontos, com a libra a 270,50 centavos, sendo a máxima em 273,45 e a mínima em 264,40 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou queda de 39 dólares, com 2.423 dólares por tonelada, com o setembro tendo desvalorização de 38 dólares, com 2.471 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, a segunda-feira foi caracterizada por ganhos ao longo de praticamente toda a sessão. Pela manhã, as altas vieram de forma cadenciada, sendo que o nível de 270,00 centavos conseguiu ser testado. Nessas máximas, porém, algumas realizações e vendas especulativas foram observadas. Diante do cenário negativo para várias commodities, principalmente na segunda parte da sessão, algumas novas vendas foram registradas, o que fez com que o fechamento do dia se desse com ganhos não tão efetivos quanto aqueles proporcionados pela manhã. "O café vem seguindo uma trajetória que nem sempre está coordenada com a de outras commodities. Estamos vivendo um quadro de muita volatilidade e isso faz com que tenhamos tal cenário. O fato de continuarmos a não testar alguns suportes iniciais é um indicativo interessante, mas ainda não temos a força mais efetiva, que era verificada com muita tranqüilidade há algumas semanas atrás, e que dava impulsos para o mercado testar, por exemplo, a máxima de quase 14 anos", disse um trader.

A produção mundial de café na próxima temporada foi estimada com estabilidade pela Organização Internacional do Café, em 130 milhões de sacas. O Brasil, segundo a entidade, teria uma baixa relativamente pequena em sua produção, com um recuo de aproximadamente 10%, sendo que 2011 é um ano de bianualidade baixa. Para a Organização, a produção do país neste ano foi estimada em 43,54 milhões de sacas, sendo 32,18milhões de arábica e 11,36 milhões de sacas de robusta. As exportações mundial deverão tiveram um aumento de 16,7% em abril, chegando a 9,7 milhões de sacas, contra 7,8 milhões de abril de 2010. No ano safra, entre outubro de 2010 e abril de 2011, as remessas atingiram 62,7 milhões de sacas.

As exportações de café do Brasil em junho, até o dia 10, somaram 423.118 sacas, contra 584.167 sacas registradas no mesmo período de maio, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 1.410 sacas indo para 1.671.480 sacas.

O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 31.192 lotes, com as opções tendo 4.070 calls e 3.683 puts. Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem uma resistência em 270,65, 270,75, 271,00, 271,50, 272,00 272,50, 273,00, 273,50, 274,00, 274,50 e 274,90-275,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 261,05-261,00, 260,50, 260,10-260,00, 259,50, 259,00, 258,50, 258,00, 257,50 e 257,00 centavos por libra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário