Commodities Agrícolas
Dia fraco
Assim como aconteceu com outras commodities agrícolas, os futuros de
café fecharam em baixa ontem na bolsa de Nova York por causa do fortalecimento
do dólar e do movimento fraco no mercado de commodities. Os contratos com
vencimento em se encerraram o dia a US$ 2,6585 a libra-peso, retração de 645
pontos. De acordo com analistas ouvidos pela agência Dow Jones Newswires, o
fator que teria mais condições de reduzir os preços seria a colheita no Brasil,
o maior produtor mundial do grão. O cenário só mudaria se os agricultores
brasileiros postergassem as vendas à espera de preços mais atrativos. Os mesmos
analistas acreditam que os preços do arábica tendem a cair com a oferta no
Brasil. No mercado interno, o indicador Cepea/Esalq para o arábica fechou em
queda de 1,88% a R$ 518,45.
Dólar forte
O fortalecimento do dólar e o enfraquecimento do mercado de
commodities foram decisivos para o movimento de queda das cotações do algodão
ontem na bolsa de Nova York. Os contratos com vencimento em outubro encerraram
o dia a US$ 1,3345 por libra-peso, forte recuo de 509 pontos. De acordo com
analistas ouvidos pela Dow Jones Newswires, a retração ocorreu mesmo com
notícias de que a China está projetando um aumento no volume de algodão a ser
importado no próximo ano, diante da intenção do governo de priorizar a produção
de grãos. "Mas o mercado não está se importando com isso", disse à Dow Jones
Newswires o analista independente, Mike Stevens, sobre os dados da China. No
mercado de Itiquira (MT), a arroba fechou estável em R$ 73,20, segundo o
Imea/Famato.
Lenta recuperação
As apostas de que a lentidão na recuperação da economia vai
reduzir a demanda por alimento, ração e biocombustível foram retomadas e
fizeram recuar as cotações do milho na bolsa de Chicago. Os contratos para
setembro fecharam com o bushel valendo US$ 7,0475, queda de 24,25 centavos de
dólar. De acordo com dados da Bloomberg, a produção industrial nos Estados
Unidos subiu menos do que o previsto em maio e a confiança entre os
construtores caiu para o menor nível em nove meses. Na semana passada, a
produção de etanol, feito na maior parte de milho, caiu 3,8%, a maior queda
desde meados de abril. No mercado de Rondonópolis (MT), compradores ofereciam a
saca de 60 quilos por R$ 21, sem variações no dia, segundo o Imea/Famato.
Rússia no mercado
A retomada das exportações de trigo pela Rússia realimentou a
expectativa de aumento na oferta mundial e provocou uma queda das cotações
futuras do cereal. Os papéis com vencimento em setembro na bolsa de Chicago
encerraram o dia a US$ 7,3925 o bushel, queda de 22,75 centavos de dólar. Em
Kansas, o mesmo contrato fechou a US$ 8,38 o bushel, retração de 20,75 centavos
de dólar. Segundo a Bloomberg, o embargo às exportações pela Rússia termina no
dia 1 de julho. Além disso, as chuvas vêm reduzindo o risco de seca e pode
elevar a colheita no país para 90 milhões de toneladas. Na França, as chuvas
também aliviaram o efeito da estiagem sobre as lavouras. No mercado do Paraná,
a saca de 60 quilos do cereal ficou estável em R$ 26,79, segundo levantamento
do Deral/Seab.
Plantio atrasa, e oferta de feijão deve ter "vazio" nas próximas semanas
O mercado de feijão deve entrar em um vazio de oferta nas próximas semanas. Isso se deve ao atraso no plantio da terceira safra, que normalmente ocorre no início de abril, mas neste ano ocorreu em maio e início deste mês.
A avaliação é do analista Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, consultoria de Curitiba. Em vista da menor oferta, ele prevê uma tendência de alta nos preços do feijão-carioquinha.
O atraso no feijão ocorreu porque a colheita da soja terminou mais tarde.
Os produtores de feijão dão um espaço entre o fim da colheita da oleaginosa com o plantio de feijão devido à praga da "mosca branca".
O atraso de 35 a 40 dias no plantio fará com que o feijão novo apareça no mercado só em julho e em agosto.
Ainda há produto da safrinha de Mato Grosso, mas o volume é pequeno, segundo o analista.
É certo que o feijão subirá de preço, mas é difícil saber quanto, diz Brandalizze.
Apesar da oferta menor, "existe um limitador no meio do caminho, que são as férias de julho, quando a demanda interna recua", diz ele.
No final de julho, ele acredita que os supermercados voltem a fazer estoques, o que deve puxar os preços para cima. Dos atuais, R$ 110 a R$ 115, a saca deverá ficar entre R$ 150 e R$ 160 no campo, acredita Brandalizze.
Encerrada a terceira safra, a oferta de feijão virá da primeira safra de São Paulo, que será semeada no final deste mês e no início de julho.
Brandalizze acredita que esse produto estará no mercado a partir de outubro e novembro.
Pesquisa de preços da Folha indica R$ 115 por saca do carioquinha. No Paraná, a saca está custando R$ 100.
Produtores já negociaram 68% da produção de soja
A comercialização de soja está com ritmo mais acelerado neste ano do que no anterior, segundo dados da consultoria Safras & Mercado.
Até o dia 10 deste mês, pelo menos 68% da produção da oleaginosa prevista para a safra 2010/11 já tinha sido comercializada -em igual período de 2010 esse percentual era de 64%.
O Estado de Goiás registra o maior avanço na comercialização neste ano (81%), seguido de perto por Mato Grosso, líder nacional em produção (80%).
A Safras & Mercado indica que pelo menos 50 milhões de toneladas de soja já trocaram de mãos neste ano. A consultoria prevê produção total de 74 milhões para o período 2010/11.
Os produtores de Mato Grosso já comercializaram 16,4 milhões de toneladas.
Produção brasileira de nióbio sobe 50% até 2015
A produção brasileira de nióbio -metal usado para aumentar a resistência do aço- saltará de 80 mil toneladas em 2010 para 120 mil toneladas em 2015.
Nesse período, os investimentos das empresas atingirão US$ 400 milhões, segundo o Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração).
As perspectivas chamam a atenção do mercado internacional. O Brasil é o país com a maior reserva de nióbio do mundo; os EUA são um dos principais consumidores.
Não é à toa que o Wikileaks, site de vazamento de documentos secretos, revelou, no final de 2010, telegramas de diplomatas americanos que colocam o nióbio na lista de "itens estratégicos" e as minas brasileiras como locais "vitais" para a segurança dos Estados Unidos.
Álcool com açúcar
Tradicional na comercialização de etanol, com fatia de 8% do total produzido no
Centro-Sul, a Bioagência vai começar a negociar também açúcar, afirma o diretor
da empresa, Tarcilo Rodrigues. A ideia é estruturar o departamento neste ano
com alguns volumes e iniciar a operação em maior escala em 2012. A meta é
atingir em até três anos a comercialização de 2,5 milhões de toneladas da
commodity, ou 10% da produção do Centro-Sul.
Próxima safra terá recursos de R$ 107,2 bi
Novo valor supera o da safra passada em 7,2%
O Plano Safra 2011/2012, que será anunciado amanhã pela presidente Dilma Rousseff, contará com recursos de R$ 107,2 bilhões.
Esse montante é 7,2% maior em comparação com os R$ 100 bilhões da safra passada. A ideia do governo é expandir em 5% a produção brasileira de grãos, fibras e oleaginosas.
A expectativa é que o cultivo desses alimentos passe de 161,5 milhões para 169,5 milhões de toneladas.
A alta, segundo o governo, vai assegurar o abastecimento interno e contribuir para uma maior regularidade dos preços, além de ampliar excedentes para exportação.
Do total dos recursos, R$ 80,2 bilhões serão usados exclusivamente para custeio e comercialização. Outros R$ 6,5 bilhões financiarão linhas especiais para programas de apoio ao setor sucroalcooleiro e para investimentos.
Para as operações de investimento, o governo irá disponibilizar R$ 20,5 bilhões. Desses, metade será de recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e do Banco do Brasil.
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